quinta-feira, 9 de maio de 2013

Centro começa a realizar atendimento noturno com dependentes químicos

Centro começa a realizar atendimento noturno com dependentes químicos                                                                                                

G1
Oito leitos para o atendimento noturno foram entregues.
Apenas pacientes que já são atendidos podem utilizar os leitos.

O Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPS AD III) do Manoel Julião, em Rio Branco, inaugurou nesta segunda-feira (6) o atendimento noturno na instituição. Com oito leitos, sendo quatro na ala masculina, dois na feminina e dois para adolescentes, a entidade passa a funcionar 24 horas. O CAPS existe desde dezembro de 2002, mas antes só fazia atendimentos durante o dia.

Mas a gerente geral do CAPS, Sandra Ortiz, explica que o atendimento é para aqueles pacientes que já estão em tratamento na CAPS. "O acolhimento noturno não é pronto-socorro, não é pra chegar aqui a qualquer hora para trazer pessoas para o acolhimento. Isso continua sendo no hospital de urgência. Aqui são aqueles pacientes que já estão freqüentando o CAPS, mas ainda estão instáveis", afirma.

Sandra explica que alguns pacientes não estão preparados para voltar para casa durante o tratamento, seja porque tem dificuldades para voltar para casa e encontrar família, seja porque são pessoas que moram nas ruas e não tem mais casa. Os pacientes podem ficar até 14 dias do mês nos alojamentos. "Durante o dia eles fazem o atendimento de saúde, com a equipe de profissionais, a noite é o acolhimento para aqueles que ainda não estão suficientemente fortes emocionalmente ou ainda socialmente", diz.

Renato Silva frequenta o CAPs desde janeiro de 2013. Ele, que é músico, diz que conseguiu voltar para a profissão devido ao trabalho feito pela instituição. "Abandonei a música, abandonei tudo, já estava há mais de 3 anos esquecido da música, dança. o pessoal me criticava muito, aí comecei a frequentar o CAPS, fazer as aulas, com o tempo comecei a voltar com a música de novo", conta. Ele canta Hip-hop e fez uma apresentação durante a solenidades de inauguração dos alojamentos no CAPS AD III.

Já Ridson Pereira, explica que desde 2011 frequenta o espaço. Ela afirma que o tratamento conseguiu que ele parasse de usar drogas. "O meu problema era que se eu bebesse eu usava", conta. Ele conta que tudo começou como diversão. "Chegou um certo momento eu vi que tava precisando, me acompanhava de pessoas com que não era pra sair, tudo eu levei como uma simples diversão e quando vi já estava em um estado super degradativo", lembra.

Ele afirma que agora está melhor e continua frequentando o espaço para fazer o acompanhamento. Casado e empregado, ainda tem que enfrentar o preconceito. " Eu consegui me reintegrar à sociedade, eles ainda me olham estranho, porque sempre a primeira impressão é a que fica, mas estou melhor ", afirma.

Rede de Atenção Psicossocial

Na solenidade de inauguração dos leitos, a secretária estadual de saúde salientou que o centro de atenção faz parte de uma rede de atendimento, formado pelo centro de atendimento do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco, no pronto-socorro, além dos outros CAPS e comunidades terapêuticas.

"A unidade fará uma conexão com a rede de urgência, aqui com o tratamento terapêutico e as comunidades terapêuticas. Nós temos 8 centros terapêuticos que vão dar suporte ao combate ao crack, álcool e outras drogas", disse.

Ela explica que foram investidos aproximadamente R$ 400 mil na reforma dos CAPS, além da contratação de pessoal. "Essa unidade faz parte da Rede de Atenção Psicossocial. E está aqui, principalmente, para combater o crack, álcool e outras drogas. Essa unidade tem capacidade de atender 60 pacientes por dia e agora temos 8 leitos caso paciente queira pernoitar" afirma.

O governador do Acre, Tião Viana, afirma que a solidariedade é a palavra chave para combater esse drama social. "As pessoas que estão em drama social, drama da dependência que é o maior problema da nossa sociedade hoje, tem um espaço para recorrer. Terão o acolhimento, a solidariedade do estado e as unidades terapêuticas do estado que vão estender a mão e dizer que estamos prontos para acolhê-los", assegura.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas

Nenhum comentário:

Postar um comentário