domingo, 26 de maio de 2013

Consumo de crack se espalha entre trabalhadores de garimpos

Consumo de crack se espalha entre trabalhadores de garimpos                                                                                             

Jornal Nacional
Série especial de reportagens do JN mostrou trabalhadores rurais e índios que se tornaram dependentes da droga. Agora, conheça os efeitos do crack entre garimpeiros.

A série especial de reportagens do Jornal Nacional mostrou que o crack já é encontrado até nas regiões mais distantes dos nossos maiores centros urbanos. O programa mostrou trabalhadores rurais viciados e índios que se tornaram dependentes da droga. Agora, conheça os efeitos dessa praga entre garimpeiros.

No caminho do garimpo, existe uma pedra nada preciosa. A equipe do Jornal Nacional foi até o Sertão Baiano, nas terras que concentram uma das maiores reservas de esmeraldas do Brasil e que sofre com a seca.

Quilômetros de galerias subterrâneas são abertas a mais de 150 metros de profundidade. Equivalente a um edifício de 50 andares.

O trabalho é cansativo e também perigoso, porque há risco de desmoronamentos. Muitos garimpeiros se entregam ao crack. Um erro que pode custar a própria vida.

Um homem sofreu dois acidentes. Em ambos estava sob o efeito da droga. Abandonou o garimpo, mas não largou o crack. “A gente comprava no garimpo mesmo e usava lá mesmo. Dentro da mina”, conta.

Os garimpeiros procuram as pedras preciosas. E quando há algum sinal, eles relutam em deixar o posto de trabalho. Usam o crack na ilusão de espantar a fome e o cansaço.

“Achava que estava mais forte para trabalhar. Não dava sono nem nada”, diz o homem.

Um rapaz diz que não usa drogas, mas esconde o rosto para não sofrer represálias. E conta que já viu pelo menos sete companheiros de trabalho morrerem por overdose.

“Começa a botar sangue. Aí quando chega no hospital, já chega sem vida”, conta.

No garimpo, a droga vira moeda. Há quem troque uma pedra preciosa por uma pedra de crack. “Eu ia limpando, ia conseguindo, trocava pelo crack”, confessa.

A cidade de Campo Formoso, distante cerca de 400 quilômetros de Salvador, é conhecida pelas grutas, como a da Barriguda, e também pelo comércio de esmeraldas.

Campo Formoso é uma espécie de balcão de negócios do garimpo. A única delegacia da região é responsável por uma área de mais de sete mil quilômetros quadrados.

Nas operações de combate ao crack, os agentes sempre têm dificuldades para dar flagrantes.

“Eles estão fazendo a distribuição por vários imóveis, para que seja uma quantidade pequena se for pego. Dificulta o trabalho policial, dificulta o trabalho do próprio Ministério Público, da própria Justiça, em conseguir uma prova mais consistente pra configurar o tráfico”, afirma Felipe Neri, coordenador regional da Polícia Civil - BA.

“É a destruição de muitos pais de família. Depois fica arrependido do que fez. É uma droga maldita”, diz um homem.
“A overdose lá é tanta que não tem nem enterro. Em garimpo, não há enterro. Fica por lá mesmo”, ressalta outro homem.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

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