A idade de início do consumo de álcool e as características do uso na vida adulta
A idade de início do consumo de bebidas alcoólicas tem demonstrado associação com problemas decorrentes do uso de álcool na vida adulta, mas se conhece pouco sobre a relação entre a idade de início e outras características associadas ao uso de álcool.
Este estudo teve como objetivo determinar a relação entre a idade de início de consumo de bebidas alcoólicas com variáveis que tradicionamente têm sido medidas e variávies novas que foram pela primeira vez introduzidas na investigação sobre o consumo de álcool na população geral norte-americana.
Foram coletados dados sobre a idade de início do consumo de bebidas alcoólicas, diagnóstico de abuso e dependência de álcool e quantidade consumida em situações consideradas típicas de uso de bebidas alcoólicas.
As novas informações incluídas na investigação foram a duração destas "situações típicas" e o nível máximo de álcool no sangue atingido durante estas ocasiões.
Uma amostra nacional norte-americana composta por 2631 pessoas foi entrevistada por telefone através de um sistema computadorizado.
Um total de 2276 entrevistados referiu a idade de início de consumo de bebidas alcoólicas. Os homens e pessoas que apresentaram diagnóstico de dependência ou abuso de álcool em algum momento da vida referiram menor idade de início para o consumo de bebidas alcoólicas do que as mulheres e pessoas sem o mesmo diagnóstico.
Diversas características do consumo corrente de álcool mostraram associação significativa com a idade de início deste consumo. Quanto mais jovens os indivíduos mais significativas eram as correlações.
Os autores concluíram que a idade de início de consumo de bebidas alcoólicas pode ser útil para predizer diversas características ligadas ao consumo corrente de álcool, como o nível máximo de álcool no sangue e o diagnóstico de abuso e dependência de álcool.
Os dados reforçam também a hipótese de que nos EUA as mulheres têm apresentado padrões de consumo de álcool cada vez mais semelhantes aos dos homens.
Fonte:CISA - Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool
Maconha na gravidez faz bebê nascer abaixo do peso, diz análise

Planta cannabis sativa, usada para cigarros de maconha - Fabio Seixo/01.10.2014
O GLOBO
Droga também aumenta em 36% risco de anemia na mãe, segundo pesquisadores
RIO — O uso de maconha durante a gravidez está associado a um baixo peso do bebê ao nascer, afirma uma revisão de estudos publicada na noite de terça-feira, 5, no periódico científico online “BMJ Open”. A análise também conclui que, em caso de uso da droga, o recém-nascido tem mais riscos de precisar de cuidados intensivos logo após o parto.
Os pesquisadores, todos da Universidade do Arizona, nos EUA, ressaltam que a cannabis sativa é uma droga escolhida tanto por habitantes de países em desenvolvimento quanto por aqueles de países desenvolvidos, sendo usada por até 5% das pessoas entre 15 e 64 anos em todo o mundo. Tendo isso em vista, e com a crescente aceitação social e médica que a substância vem adquirindo, os cientistas destacam que é importante as futuras mães e os profissionais clínicos saberem os possíveis efeitos da droga durante a gestação.
A equipe analisou sete bancos de dados de estudos publicados até 2014 sobre os impactos da maconha na gestante e no bebê em até seis meses após o parto. No total, foram avaliados 24 pesquisas, que se debruçavam sobre dados relativos a anemia na mãe, peso e comprimento do bebê, perímetro cefálico e risco de parto prematuro, por exemplo.
Os principais resultados desses estudos indicam que crianças expostas à cannabis durante a gravidez foram 77% mais propensas a nascer com o peso abaixo do ideal, e duas vezes mais necessitadas de cuidados intensivos nos dias que se seguem ao parto.
Além disso, as futuras mamães que fizeram uso da maconha tiveram 36% a mais de risco de desenvolver anemia, em comparação com aquelas que não usaram a substância no período da gestação.
OUTRAS DROGAS, COMO ÁLCOOL, PODEM TER INFLUENCIADO
Entretanto, as pesquisas analisadas incluíram dados observacionais, o que torna difícil tirar conclusões sobre causa e efeito. Os pesquisadores ponderam, também, que não foi possível saber se as participantes dos estudos usaram, ao longo da gravidez, outras drogas ilícitas ou lícitas, como o álcool — droga já sabidamente relacionada a um maior risco de baixo peso do recém-nascido e parto prematuro.
Eles concluem, portanto, que “parece” haver consequências negativas associadas com a exposição à cannabis dentro do útero. Como o uso médico e social da droga “está rapidamente se tornando mais aceitável nos EUA e ao redor do mundo”, completam os pesquisadores, “compreender os seus efeitos sobre a saúde materna e fetal deve se tornar uma prioridade global”. Assim, mulheres e seus médicos podem fazer opções mais seguras com mais informações, dizem eles.
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas