terça-feira, 5 de março de 2013

Maconha: qual a amplitude de seus prejuízos?

Maconha: qual a amplitude de seus prejuízos?

Flavia S Jungerman 1
Rodrigo A Bressan 2
Ronaldo R Laranjeira 1

A maconha é a droga ilícita mais usada em todo o mundo. O uso da maconha geralmente é intermitente e limitado; no entanto estima-se que 10% dos que experimentaram maconha, tornam-se usuários diários e 20 a 30% a consomem semanalmente. Dados da Austrália mostram que os indivíduos têm iniciado o uso bem mais cedo e o a concentração de delta9-tetrahidrocanabinol (THC, principal substância psicoativa presente na maconha) está 30% maior do que há 20 anos atrás (1, 2). Alguns autores sugerem que damos menos atenção aos danos causados pela maconha por seus efeitos nocivos não serem tão óbvios como o de outras drogas (1). No entanto, nos últimos anos, começou-se a investir em pesquisas buscando avaliar a amplitude dos efeitos do uso desta droga. Este tema é particularmente importante para profissionais de saúde mental, pois os maiores prejuízos relacionados ao uso da maconha são os transtornos mentais que acabam sendo relacionados com o consumo.

Uma conferência internacional intitulada “Cannabis e Saúde Mental” em dezembro de 2004 no Instituto de Psiquiatria da Universidade de Londres abordou dois aspectos opostos relacionados à maconha e saúde mental: 1) as conseqüências do uso recreacional, abuso e dependência da maconha; 2) o uso terapêutico dos derivados da maconha (canabinóides). Neste editorial trataremos dos estudos relacionados ao impacto do uso de maconha. que o consumo da maconha no mundo.

A partir de estudos com o THC, Mechoulam e colaboradores descobriram o sistema endocanbinóide humano. Receptores cerebrais (CB1) e neuromoduladores (ex: anandamida) tem um papel importante na fisiologia cerebral regulando diversos sistemas neurotransmissores, tais como: dopaminérgico, serotonérgico, colinérgico, glutamatérgico e gabaérgico. Estudos com animais mostram que o uso crônico de THC determina um desbalanço no sistema endocanabinóide e por conseqüência alterações nos diversos sistemas neurotransmissores.

A maconha é a droga ilícita mais usada por grávidas e estudos com animais e fetos humanos abortados evidenciam efeitos deletérios cerebrais devido à exposição intra-uterina à maconha que podem determinar alterações na vida adulta, inclusive na predisposição para o consumo da droga (3). Vários estudos mostram que a maconha pode produzir alterações cognitivas, usuários crônicos apresentam déficits em várias áreas, incluindo aprendizado verbal, memória de curto prazo, atenção e funções executivas (1, 2). O impacto cognitivo é maior quanto mais precoce e maior a duração do uso. Ainda não está claro se as alterações cognitivas melhoram com a abstinência prolongada, e estudos maiores investigando a irreversibilidade dos déficits neuropsicológicos associados ao uso prolongado desta substância são necessários.
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1 Uniad – Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, Departamento de Psiquiatria, UNIFESP. Rua Botucatu, 394, São Paulo-SP, Brasil.
2 LiNC – Laboratório Interdisciplinar de Neuroimagem e Cognição, Departamento de Psiquiatria, UNIFESP.

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Uma série de estudos tem se concentrado num tema muito em voga atualmente, a relação entre uso de maconha e psicose (2, 4). Verdoux et al estudaram populações de estudantes e constataram que a maconha é um fator de risco para experiências psicóticas na vida diária. Uma meta-análise realizada recentemente mostrou que a maconha duplica o risco de psicose e contribui para 8 a 13% dos casos de psicose na população (2). Mary Cannon e colaboradores analisaram dados de um estudo de coorte populacional realizado na Nova Zelândia (2) e mostraram que a maconha estava associada à emergência de psicose em uma minoria de usuários portadores de uma variação alélica do gene da enzima COMT (catechol-O-methyltransferase). Estes achados evidenciam a interação entre predisposição genética e a exposição ambiental à maconha no desenvolvimento dos quadros psiquiátricos, já que os indivíduos portadores de gens relacionados com a esquizofrenia têm uma chance muito maior de desenvolver a doença quando usam maconha do que os que não tem o gene.

A maconha determina alterações cerebrais mais sutis do que o álcool, cocaína ou heroína. O artigo de Crippa et al (5) neste fascículo faz uma revisão dos principais achados em relação ao impacto do uso da maconha no cérebro, ou seja, os efeitos neurotóxicos residuais. Poucos estudos examinaram esta questão com metodologia adequada, mas os autores mostram como os avanços das técnicas de neuroimagem estrutural e funcional se prestam para investigação dos efeitos da maconha e seus derivados no cérebro. O artigo sugere novos caminhos para investigação de alterações cerebrais sutis, tais como estudos com desenhos adequados combinando diferentes técnicas de neroimagem e avaliações cognitivas.

Atualmente está claro que a maconha é mais prejudicial quanto mais cedo se começa, quanto mais anos se usa e se houver exposição intrauterina. A maconha não é condição necessária ou suficiente para a ocorrência de quadros psicóticos, mas é um componente causal que interage com outros componentes causais tais como genótipo, condições ambientais e de neurodesenvovimento. Apesar das alterações cerebrais relacionadas ao uso da maconha serem mais sutis que alterações determinadas por outras drogas, não significa que elas não existam e não sejam relevantes. Com o avanço das técnicas exploratórias do cérebro humano vemos um caminho a seguir. Acreditamos que a combinação de diversas abordagens que permitam avaliar os indivíduo sob diferentes aspectos, tais como clínica, psicossocial, terapêutica, neuropsicológica, neuroimagem (estrutural, funcional e molecular) e genética, poderemos ter dados mais precisos sobre as conseqüências do uso da maconha.

A maconha sempre foi uma planta polêmica e continua sendo, pois além de ser uma droga de abuso que pode causar prejuízos (1,2,3,4), ela contém uma série de substâncias com propriedades terapêuticas comprovadas e potenciais. Informações científicas coerentes que favoreçam o esclarecimento destes dois aspectos diametralmente opostos da maconha podem facilitar imensamente as discussões sobre o uso da maconha e seus componentes na nossa sociedade.
Referências:
1- Hall W, Solowij N. Adverse effects of Cannabis. Lancet 1998; 352
2- Castle DJ, Murray R. Marijuana and Madness. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 2004.
3- Smith AM et al. Effects of prenatal marijuana on response inhibition: an fMRI study of young adults. Neurotoxicol Teratol 2004;26(4): 533-42
4- Witton, J, Murray, RM. Reefer madness revisited: cannabis and psychosis. Rev Bras Psiquiatr, 2004;26(1): 2-3. 5- Crippa JA, Lacerda ALT, Amaro E, Busatto G, Zuardi AW, Bressan RA. Brain effects of cannabis: neuroimaging findings. Rev Bras Psiquiatr 2005 ...

Força, fé e esperança,
Clayton Bernardes

Só por hoje 05-03...

Meditação do Dia

Terça, 05 de Março de 2013


Do despertar violento ao despertar espiritual
"Quando surge uma necessidade de admitirmos a nossa impotência, podemos tentar primeiramente procurar formas de reagir contra ela. Tendo esgotado todas essas formas, começamos a partilhar com outros e encontramos esperança." Texto Básico, p. 93

Por vezes ouvimos dizer nas nossas reuniões que "despertares violentos levam a despertares espirituais". Que espécie de despertares violentos é que temos em recuperação? Um deles poderá ocorrer quando um parte indesejável do nosso comportamento, que julgávamós bem escondido, é subitamente revelado para que todos possam ver. Ou quando o nosso padrinho ou madrinha nos informa de que, tal como qualquer outro, temos de trabalhar os passos se quisermos recuperar e manter-nos limpos. A maioria de nós detesta ver as nossas capas retiradas; não gostamos de ficar nus à vista de todos. A experiência traz uma forte dose de humildade. A nossa primeira reacção a tais revelações é normalmente o choque e a raiva, mas no entanto reconhecemos a verdade quando a ouvimos. O que estamos a experimentar é um despertar violento. Esses despertares revelam muitas vezes barreiras que nos impedem de progredir espiritualmente na nossa recuperação. Uma vez expostas essas barreiras, podemos trabalhar os passos para começar a removê-las das nossas vidas. Podemos começar a experimentar a cicatrização e a serenidade que constituem o prelúdio de um renovado despertar do espírito.

Só por hoje: Vou reconhecer os meus despertares violentos como oportunidades de crescimento em direcção ao despertar espiritual.
 
Força, fé e esperança,
Clayton Bernardes

segunda-feira, 4 de março de 2013

Reflexão diária 04-03...

REFLEXÃO DIÁRIA - 4 DE MARÇO 2013


LIMPANDO O JARDIM

A essência de todo crescimento é uma disposição de mudar para melhor e uma disposição incansável de aceitar qualquer responsabilidade que implique essa mudança.
NA OPINIÃO DO BILL, p. 115


Quando alcancei o Terceiro Passo, eu já estava livre de minha dependência do álcool, mas amargas experiências me mostraram que a sobriedade contínua requer um esforço contínuo.
De vez em quando dou uma pausa para dar uma olhada no meu progresso. Mais e mais o meu jardim fica limpo cada vez que olho, porém, toda vez também encontro novas ervas daninhas crescendo rapidamente, onde eu pensava já ter finalmente cortado com a lâmina. Quando volto para tirar as ervas novas que cresceram (é mais fácil quando elas ainda são jovens), paro um momento para admirar como é vigoroso o crescimento dos vegetais e das flores, e meu trabalho é recompensado. Minha sobriedade cresce e produz frutos.


Força, fé e esperança,
Clayton Bernardes

Cigarro está ligado a 70% dos casos de câncer de bexiga, aponta estudo

Cigarro está ligado a 70% dos casos de câncer de bexiga, aponta estudo Notícias sobre drogas e alcool - Site Antidrogas

Um levantamento feito pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) com 2.500 homens e mulheres operados de tumor na bexiga entre 2009 e 2012 aponta que um em cada sete pacientes era fumante ou já havia sido. Na última segunda-feira(04/02), é o Dia Mundial de Combate ao Câncer.

Segundo o coordenador do serviço de urologia do Icesp, Marcos Dall Oglio, o tabagismo é um dos principais fatores de risco para a doença. Só no ano passado, o instituto tratou mais de 600 pacientes com o problema.

"Dez anos depois de a pessoa parar de fumar, a situação chega perto de se normalizar. As substâncias do cigarro, a combustão e a fumaça causam um processo irritativo no sistema urinário, e a longo prazo essas alterações podem se transformar em um tumor maligno", explica.

Depois do fumo, outro fator de risco para o câncer na bexiga são produtos químicos como tinturas de cabelo e tintas em geral, tecidos, borracha, petróleo e derivados. Segundo o médico do Icesp, indivíduos que trabalham com esses compostos por mais de dez anos seguidos – inalando-os ou tendo contato direto na pele – apresentam maior probabilidade de desenvolver a doença nos rins, nos ureteres (canais que transportam a urina entre os rins e a bexiga) e na bexiga – esta é ainda mais propensa, porque armazena as substâncias por mais tempo.

"Por isso, é preciso ter o máximo de cuidado com o manuseio desses produtos, usar máscara e luvas. Ingerir bastante água e fazer xixi regularmente, para lavar o aparelho urinário, também ajuda a prevenir infecções, cálculos e câncer. Esse, aliás, é o melhor remédio", diz Dall Oglio.

Diagnóstico tardio
Segundo o urologista, metade dos casos de câncer de bexiga que chegam ao Icesp está em estágio avançado. Para esses pacientes, 50% não ultrapassam os cinco anos de vida.

Um dos principais motivos para o diagnóstico tardio é que esse tumor pode ser confundido com infecção urinária, cálculo na bexiga ou problema na próstata – pois todos causam dor e ardência para urinar. Apesar disso, em 88% dos casos, esse tipo de câncer provoca também sangue na urina, o que aparece logo no começo da doença.

A faixa de maior risco são homens com mais de 50 anos. As estatísticas apontam que, para cada paciente do sexo feminino com câncer de bexiga, há três do sexo masculino. O tratamento pode envolver cirurgia, para cauterização do tumor pela uretra (canal que conduz a urina desde a bexiga até o pênis ou a vagina).

"Se a pessoa precisar, é feita também químio e/ou radioterapia. Se for necessário retirar a bexiga, o órgão é reconstruído com parte do intestino delgado. É retirado um pedaço de cerca de 40 cm, lavado cuidadosamente e colocado no lugar da bexiga antiga", esclarece o médico.

De acordo com o urologista, a percepção de que a bexiga está cheia muda nesse caso, mas dá para reaprender e se adaptar à nova situação.

Medidas anticâncer
O oncologista clínico do Icesp Gilberto de Castro Junior destaca que 30% das mortes por câncer no mundo acontecem em decorrência do tabagismo. E quem deixa de fumar demora pelo menos 20 anos para ter o risco igual ao da população geral.

"Não existe nível seguro para o cigarro, ele precisa ser abolido. Entre as dez principais medidas para evitar o câncer, as três primeiras são: não fume, não fume, não fume", diz.

Em seguida, Castro Junior cita o álcool, que também potencializa os danos do tabagismo. A recomendação é que as pessoas não bebam nunca ou tomem no máximo três doses por semana, no caso dos homens, e duas doses para as mulheres. Uma dose equivale a uma lata de cerveja ou uma taça de vinho.

Na sequência, o oncologista enumera a importância de manter uma alimentação saudável, com muitas frutas e verduras cruas, e com a menor quantidade de gordura, carne vermelha e comida industrializada possível.

Além desses hábitos, o médico diz que é importante fazer exercício físico regularmente e controlar o peso. O sexo seguro, com camisinha, também ajuda a prevenir tipos de câncer provocados por vírus, como o do papiloma humano (HPV) – que causa câncer de colo do útero, pênis, vulva, boca e garganta – e os das hepatites B e C.

Evitar o sol entre as 10h e as 14h (no horário de verão, das 11h às 15h), usar protetor solar, óculos de sol e chapéu são outras formas de prevenir o câncer de pele. "E a qualquer alteração importante no corpo, como perda de peso, intestino preso, febre contínua, uma dor nova, é bom ir ao médico", afirma.
Autor: Luna D Alama
OBID Fonte: G1.com

Força, fé e esperança,
Clayton Bernardes

Frases para seu dia!!!!!

Não conseguimos segurar uma tocha para iluminar o caminho de outra pessoa, sem clarearmos o nosso próprio." (Ben Sweetland)


... "Você nunca sabe que resultados virão da sua ação. Mas se você não fizer nada, não existirão resultados." (Mahatma Gandhi)
... "Se você consegue aprender através dos duros golpes, você também consegue aprender pelos suaves toques. " (Carolyn Kenmore)
... "É possível mudar nossas vidas e a atitude daqueles que nos cercam simplesmente mudando a nós mesmos."(Rudolf Dreikurs)
... "Eu descobri que sempre tenho opções, e algumas vezes isto é apenas uma escolha de atitude."(Judith M. Knowlton)
... "Natal é mais verdadeiramente Natal quando nós celebramos dando a luz do amor aqueles que necessitam mais."(Ruth Carter Stapleton)
... "O Natal é um tempo de benevolência, perdão, generosidade e alegria. A única época que conheço, no calendário do ano, em que homens e mulheres parecem, de comum acordo, abrir livremente seus corações."(Charles Dickens)
 
 
 
Força, fé e esperança,
Clayton Bernardes

Lei e política antidrogas

Lei e política antidrogas Notícias sobre drogas e alcool - Site Antidrogas

Em todos os países do mundo, a aprovação de uma lei geral para regulamentar a questão das drogas gerou controvérsias. É natural que assim seja.

Desde que o presidente da República vetou vários dispositivos do projeto de lei antidrogas oriundo do Congresso, temos lido nos jornais opiniões a favor ou contra a nova lei sancionada e os próprios vetos. Todas elas, principalmente as contrárias, são cuidadosamente analisadas pela equipe da Secretaria Nacional Antidrogas, bem como por outros órgãos, em busca de contribuições para o projeto de lei em elaboração no Poder Executivo, destinado a suprir alguns vazios derivados dos vetos indispensáveis.

Antes desse episódio da sanção da lei, o presidente já havia aprovado a Política Nacional Antidrogas, fruto de um consistente trabalho de validação prática, durante três anos, das sugestões de participantes do I Fórum Nacional Antidrogas, de novembro de 1998.

Essa política deixa claras as diretrizes presidenciais quanto a: 1- definir a marcante diferença entre usuário e traficante; 2 - caracterizar o dependente como doente que necessita de tratamento; 3 - destacar a prevenção primária, por meio da educação formal e informal, como o carro-chefe da redução da demanda; 4-incentivar a Justiça Terapêutica, forma de permitir a alternativa, para os dependentes autores de crimes não graves passíveis de penas de privação da liberdade, de saírem da seara da repressão e retornarem ao regaço da prevenção; 5- descentralizar a execução da prevenção primária até o nível municipal por meio de conselhos municipais antidrogas, com apoio federal, para chegar-se mais estreitamente à família, à escola, à religião e aos locais de trabalho e lazer; 6 - aprovar as medidas de redução de danos; 7- enfatizar o combate à lavagem de dinheiro na repressão; e 8 - estimular a missão de coordenação da Polícia Federal nas ações policiais repressivas em âmbito nacional.

Como se vê, orientações definidoras de um modo brasileiro de enfrentar o problema, sem atrelar-se às maneiras européias ou americanas, mas sem descartar a adaptação, às nossas peculiaridades, de experiências exitosas em outros países e em estados brasileiros, como é o caso da Justiça Terapêutica.

Logo — e retornando aos vetos a alguns pontos do projeto de lei —, o presidente não poderia aprovar dispositivos que beneficiassem narcotraficantes e permitissem possibilidade de encarceramento apenas pelo uso de drogas. Por isso vetou-os.

Lastimavelmente, viu-se obrigado a não sancionar o Art 21, que caracterizava o fundamento de não punir com perda da liberdade os apenas usuários, dado que o texto não estipulava prazos para certas medidas restritivas de direitos, tornando-se inconstitucional.

Como amplamente divulgado, esse artigo e outros, bem como certos parágrafos, terão suas idéias centrais absorvidas por projeto de lei que o Executivo encaminhará brevemente ao Congresso. Como o assunto vinha sendo debatido nas duas casas legislativas havia dez anos, não haverá novidades, e espera-se uma tramitação rápida, inclusive com o apoio de parlamentares lutadores pela causa, a exemplo do deputado Elias Murad e do último relator do projeto no Senado, Ricardo Santos.

Estes são alguns fatos sobre a Lei Antidrogas sancionada pelo presidente. Juntamente com a Política Nacional Antidrogas, comporão o arcabouço político e jurídico de apoio ao dever ético do Estado brasileiro de proteger a sociedade — em especial sua juventude —, pela informação, tratamento de dependentes e repressão ao narcotráfico.

Estaremos diante de um binômio perfeito? A resposta é não, no caso brasileiro e no de todos os demais países. A sociedade, aos poucos, irá mudando a sua visão sobre o problema, inclusive em virtude das rápidas alterações da economia das drogas.

Por exemplo, ao que tudo indica, em futuro próximo, as drogas ditas sintéticas serão mais utilizadas do que as atuais com base em plantas. Como no caso do tabaco, a sociedade poderá mudar os seus níveis de tolerância e tender a não mais aceitar como legítimos os custos governamentais decorrentes do uso individual de drogas. Em futuro não muito distante, no Brasil como nos demais países, serão necessários ajustes na legislação que rege a matéria.

Com humildade, porque ninguém é dono da verdade; paciência, pois é preciso ser repetitivo nas explicações para conseguir o entendimento dos de boa-fé e para não enveredar pelo terreno da polêmica árida; e perseverança, já que esta luta não pode ter trégua, todos, Estado e sociedade juntos, venceremos o desafio.
ALBERTO MENDES CARDOSO é ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e presidente do Conselho Nacional Antidrogas.

Fonte: O Globo - Opinião

Força, fé e esperança,
 Clayton Bernardes

Só por hoje 04-03...

Meditação do Dia

Segunda, 04 de Março de 2013


O processo
"Este programa tomou-se parte de mim... Compreendo melhor as coisas que me acontecem hoje. Não tento mais combater o processo." II Basic Text, p. 162

Durante a adicção activa, as coisas aconteciam aparentemente sem sequência ou razão. Limitávamo-nos a "fazer coisas", frequentemente sem saber porquê ou quais seriam os resultados. A vida tinha pouco valor ou significado. O processo dos Doze Passos dá sentido às nossas vidas; ao trabalharmos os Passos, acabamos por aceitar tanto o lado escuro como o lado iluminado de nós próprios. Deixamos cair a negação que nos impedia de compreender o efeito da adicção em nós próprios. Examinamo-nos honestamente, compreendendo o padrão dos nossos pensamentos, dos nossos sentimentos, e do nosso comportamento. Ao abrirmo-nos completamente a outro ser humano, ganhamos humildade e perspectiva. Ao procurarmos que os nossos defeitos de carácter sejam removidos, desenvolvemos uma apreciação prática da nossa impotência e da força que é providenciada por um Poder superior a nós mesmos. Com uma maior compreensão de nós próprios, ganhamos maior visão e aceitação dos outros. Os Doze Passos são a chave para um processo a que chamamos "vida". Ao trabalharmos os Passos, eles tornam-se uma parte de nós - e nós tornamo-nos uma parte da vida à nossa volta. O nosso mundo já não é um mundo sem significado; hoje em dia compreendemos melhor o que acontece nas nossas vidas. Já não lutamos mais contra o processo. Hoje, ao trabalharmos os passos, vivemos o processo.

Só por hoje: A vida é um processo; os Doze Passos são a chave. Hoje, vou usar os passos para participar nesse processo, compreendendo e desfrutando a minha pessoa e a minha recuperação.
 
 
 
Força, fé e esperança,
Clayton Bernardes