Consumidor gasta mais com cigarros do que com arroz e feijão
Os gastos da população com cigarros têm se mantido nos últimos anos e o peso dessas despesas no orçamento mensal dos consumidores “é relevante”, disse o economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz.
No Dia Mundial sem Tabaco, comemorado nesta sexta-feira, o economista comentou as implicações do consumo de cigarro para o orçamento doméstico. Segundo ele, os consumidores gastam com o cigarro o dobro do que usam para comprar arroz e feijão. “1,20% da renda média é gasta com cigarro. É um número representativo de se olhar o gasto com arroz e feijão que é a metade disso, só 0,60%”, disse.
Segundo dados da Souza Cruz, em 2012, a empresa atingiu 74,9% do mercado brasileiro de cigarros, confirmando a primeira posição no setor. No quarto trimestre a participação teve um crescimento de 1,2 ponto percentual no ano chegando a participação recorde na sua história de 76,6%. Ainda de acordo com a empresa, o lucro operacional ficou em R$ 2,37 bilhões, que representam aumento de 9% em relação a 2011. O desempenho incluí os resultados com exportação de tabaco, que no mesmo período de comparação, conforme a companhia, teve crescimento de 106%.
O valor médio em reais dos gastos dos consumidores, no entanto, não é calculado, segundo o economista da FVG, por que varia conforme a quantidade de fumo por família e o número de integrantes de cada uma.
André Braz explicou que os gastos sempre tiveram peso relevante (acima de 1%), mas ficaram estáveis nos últimos dez anos por que quem gosta de fumar não abre mão do cigarro. Ele esclareceu que, apesar da queda no número de fumantes, o peso dos gastos permanece em destaque por causa da elevação do preço do produto. “O governo implementou uma política de aumento de imposto do produto para desestimular, então ainda que o número de fumantes seja em menor grupo, sustenta a dependência a um preço maior”, disse.
De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), na população com mais de 15 anos de idade, o consumo de cigarros no Brasil caiu de 32 %, em 1989, para 17% em 2008. Os 17% correspondem a 25 milhões de fumantes.
Para o pneumologista do Inca, Ricardo Meirelles, a queda é resultado de um conjunto de ações do Programa Nacional de Antitabagismo. “A conscientização da população sobre o tabagismo e as leis são importantes. A lei que proíbe o fumo em ambiente fechado é importante porque sensibiliza o fumante e o incentiva a parar de fumar. A gente nota que as pessoas querem parar de fumar por que não têm mais liberdade de fumar como antigamente”, diz.
Para o pneumologista, o aumento no preço do cigarro também influencia no combate a dependência. Citou também outros fatores: a proibição de propaganda, as campanhas para que os jovens não comecem a fumar, o aumento da oferta de assistência ao fumante na rede pública e, por último, a proibição que as pessoas fumem em prédios públicos. O pneumologista citou também as queixas crescentes das pessoas que dizem estar com a saúde prejudicada pela convivência com os fumantes.
Na avaliação de Meirelles, é muito mais econômico para o governo implementar um programa contra o tabagismo, mesmo comprando os medicamentos, do que pagar o tratamento da doença causada pelo vício. Ele explicou que o tratamento se baseia em duas formas.
“Primeiro – disse Meirelles - é preciso entender que o tabagismo é dependência química. A nicotina é muito poderosa e pode causar dependência química até maior que outras [substâncias]”. Observou também que há uma dependência psicológica: o cigarro às vezes é encarado como uma forma de tranquilizar, aliviar o estresse e aborrecimentos.
Autor:
OBID Fonte: R7.com
sexta-feira, 21 de junho de 2013
Reflexão do dia 21 de Junho
Reflexão do dia 21 de Junho
medo e fé
A conquista da libertação do medo é uma tarefa para toda vida, é algo que nunca poder ficar completamente concluído.
Ao sermos duramente atacados, estarmos gravemente enfermos ou em qualquer situação de séria insegurança, todos nós vamos reagir a essa emoção de alguma maneira - bem ou mal - conforme o caso se apresente. Somente os que enganam a si mesmos alegam que estão totalmente livres do medo.
Ao sermos duramente atacados, estarmos gravemente enfermos ou em qualquer situação de séria insegurança, todos nós vamos reagir a essa emoção de alguma maneira - bem ou mal - conforme o caso se apresente. Somente os que enganam a si mesmos alegam que estão totalmente livres do medo.
NA OPINIÃO DO BILL PG. 263
O medo causou-me muito sofrimento, quando poderia ter tido mais fé. Há horas em que o medo subitamente me arrasa, justamente quando estou experimentando sentimentos de alegria, felicidade e leveza no coração. A fé - e um sentimento de valor próprio em relação a um Poder Superior - me ajudam a suportar a tragédia e o êxtase. Quando optar por entregar ao meu Poder Superior todos os meus medos, então eu serei livre.
Força, fé e esperança,
Clayton Bernardes
Só por hoje 21-06...
Meditação do Dia
Sexta, 21 de Junho de 2013
Novos níveis de honestidade
"Temos sido peritos a iludirmo-nos e a racionalizarmos." Texto Básico, p. 32
Quando chegamos à nossa primeira reunião e nos dizem que precisamos de ser honestos, começamos a pensar, "Bom, isso não vai ser assim tão difícil. Basta-me parar de mentir." Para alguns de nós, isso será fácil. Não precisamos mais de mentir aos nossos patrões quando faltamos ao trabalho. Não precisamos mais de mentir às nossas famílias sobre onde estivemos na noite anterior. Ao deixarmos de usar drogas, vemos que há menos motivos para mentir. Alguns de nós poderão ter dificuldades mesmo com este tipo de honestidade, mas pelo menos é simples aprender a não mentir - basta parar, seja qual for a circunstância. Com coragem, prática e determinação, o apoio de outros membros de NA, e a ajuda do nosso Poder Superior, a maioria de nós acaba por conseguir alcançar este tipo de honestidade. Mas a honestidade é mais do que apenas não mentir. O tipo de honestidade que é verdadeiramente indispensável em recuperação é a honestidade própria, que não é nem fácil nem simples de se alcançar. Ao longo da nossa adicção, criámos uma tempestade de ilusões e de racionalização, um rodopio de mentiras no qual a voz calma e serena da honestidade própria não conseguia ser ouvida. Para nos tomarmos honestos connosco, precisamos primeiro de parar de mentirmos a nós próprios. Nas nossas meditações do 11º Passo temos de sossegar a mente. Conseguiremos então, no silêncio que se instala, escutar a verdade. Quando conseguimos sossegar, a honestidade própria estará ao nosso alcance.
Só por hoje: Vou estar calmo e sossegado, escutando a voz da verdade dentro de mim. Vou honrar a verdade que descobrir.
Só por hoje: Vou estar calmo e sossegado, escutando a voz da verdade dentro de mim. Vou honrar a verdade que descobrir.
Força, fé e esperança,
Clayton Bernardes
quinta-feira, 20 de junho de 2013
Quais tipos de exames toxicológicos existentes? Eles detectam qualquer droga? A partir de quando eles dão positivo?
Exames Toxicológicos
Quais tipos de exames toxicológicos existentes? Eles detectam qualquer droga? A partir de quando eles dão positivo?
A análise toxicológica para verificação do consumo de drogas vem sendo utilizada no meio profissional, no esporte, no auxílio e acompanhamento da recuperação de usuários em clínicas de tratamento e em pesquisas. Há testes disponíveis para a detecção de qualquer tipo de substância psicoativa (maconha, cocaína, barbitúricos, opiáceos, anfetaminas e êxtase).
Atualmente há três tipos de exames capazes de detectar a presença de drogas no organismo:
Exame de Urina
As drogas são geralmente destruídas (metabolizadas) pelo fígado e eliminadas pela urina. Portanto, analisar a urina em busca de metabólitos das drogas é um dos métodos para se detectar a presença do consumo de drogas. A urina é geralmente aceita como amostra para verificar o uso recente de drogas de abuso, mas não permite distinguir o usuário ocasional do abusivo ou do dependente.
O período de duração da detectabilidade das drogas varia de acordo com a freqüência e intensidade do uso das mesmas. Este período pode variar de poucas horas até 27 dias (ver tabela abaixo). A análise de amostras de urina podem detectar o uso de maconha e de cocaína em períodos mais longos. Já o álcool é metabolizado e eliminado rapidamente e os exames toxicológicos detectam somente o uso feito nas últimas horas.
A exata concentração da droga ou de seu metabólito presente na urina não pode ser estimada; oferecendo um resultado preliminar. A quantificação da droga é realizada, quando solicitada, por metodologia específica em centros especializados. Portanto, a interpretação do resultado desta triagem deve ser submetida à consideração clínica e ao julgamento profissional do médico. Ainda, as concentrações de detecção do método seguem as recomendações da "Substance Abuse and Mental Health Services Administration" SAMHSA, EEUU.
Exame de Sangue
Pesquisa direta da droga no sangue. O exame de sangue possibilita apenas verificar o uso recente de substâncias (algumas horas). Este exame é realizado em centros especializados.
------
É importante salientar que os teste de detecção de drogas só podem ser realizados após autorização do indivíduo por escrito ou em condições de urgência clínica. No ambiente hospitalar a triagem para drogas de abuso é realizada exclusivamente para avaliação e suporte da conduta médica, não podendo ser utilizado como subsídio para outras ações.
Fonte: Site Álcool e Drogas sem Distorção (www.einstein.br/alcooledrogas)/Programa Álcool e Drogas (PAD) do Hospital Israelita Albert Einstein
Quais tipos de exames toxicológicos existentes? Eles detectam qualquer droga? A partir de quando eles dão positivo?
A análise toxicológica para verificação do consumo de drogas vem sendo utilizada no meio profissional, no esporte, no auxílio e acompanhamento da recuperação de usuários em clínicas de tratamento e em pesquisas. Há testes disponíveis para a detecção de qualquer tipo de substância psicoativa (maconha, cocaína, barbitúricos, opiáceos, anfetaminas e êxtase).
Atualmente há três tipos de exames capazes de detectar a presença de drogas no organismo:
Exame de Urina
As drogas são geralmente destruídas (metabolizadas) pelo fígado e eliminadas pela urina. Portanto, analisar a urina em busca de metabólitos das drogas é um dos métodos para se detectar a presença do consumo de drogas. A urina é geralmente aceita como amostra para verificar o uso recente de drogas de abuso, mas não permite distinguir o usuário ocasional do abusivo ou do dependente.
O período de duração da detectabilidade das drogas varia de acordo com a freqüência e intensidade do uso das mesmas. Este período pode variar de poucas horas até 27 dias (ver tabela abaixo). A análise de amostras de urina podem detectar o uso de maconha e de cocaína em períodos mais longos. Já o álcool é metabolizado e eliminado rapidamente e os exames toxicológicos detectam somente o uso feito nas últimas horas.
A exata concentração da droga ou de seu metabólito presente na urina não pode ser estimada; oferecendo um resultado preliminar. A quantificação da droga é realizada, quando solicitada, por metodologia específica em centros especializados. Portanto, a interpretação do resultado desta triagem deve ser submetida à consideração clínica e ao julgamento profissional do médico. Ainda, as concentrações de detecção do método seguem as recomendações da "Substance Abuse and Mental Health Services Administration" SAMHSA, EEUU.
Exame de Sangue
Pesquisa direta da droga no sangue. O exame de sangue possibilita apenas verificar o uso recente de substâncias (algumas horas). Este exame é realizado em centros especializados.
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É importante salientar que os teste de detecção de drogas só podem ser realizados após autorização do indivíduo por escrito ou em condições de urgência clínica. No ambiente hospitalar a triagem para drogas de abuso é realizada exclusivamente para avaliação e suporte da conduta médica, não podendo ser utilizado como subsídio para outras ações.
Duração da Detectabilidade das Drogas de Abuso na Urina: | |
Substância | Duração da Detectabilidade |
Anfetamina | 48 horas |
Metanfetamina | 48 horas |
Barbitúricos: | |
Ação curta | 24 horas |
Ação Intermediária | De 48 a 72 horas |
Ação Prolongada | 7 dias ou mais |
Benzodiazepínicos | 3 dias (dose terapêutica) |
Metabólitos da Cocaína | De 2 a 3 dias |
Metadona | 3 dias aproximadamente |
Codeína / Morfina | 48 horas |
Canabinóides (maconha): | 3 dias |
Uso Único | 4 dias |
Uso Moderado | 10 dias |
Uso Intenso (diário) | 10 dias |
Uso Crônico | de 21 a 27 dias |
Metaquoalona | 7 dias ou mais |
Feniciclidina (PCP) | 8 dias aproximadamente |
Entre a liberdade de escolha e o direito à vida (sobre a internação compulsória dos usuários de crack)
Entre a liberdade de escolha e o direito à vida (sobre a internação compulsória dos usuários de crack)
Diário da manhã - Ari Queiroz
Apesar de defasados, os números estão aí para não deixar ninguém em dúvida acerca do crescimento do crack por todo o território nacional, principalmente nas regiões sul e sudeste, as duas mais ricas e desenvolvidas. Segundo dados do Cebrid – Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, órgão do Departamento de Medicina Preventiva da Unifesp, obtidos pelo Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil, realizada com cerca de oito mil pessoas de 12 a 65 anos de idade, o número de usuários dessa praga praticamente dobrou em quatro anos, passando de 0,4 para 0,7%. Na região sudeste, saiu do mesmo piso e chegou a 0,9%, enquanto no sul foi de 0,5% para 1,1%, mais que o sobro.
Logicamente, além de defasados, esses dados não espelham a realidade. Certamente, ninguém pode esperar que os usuários se cadastrem e mantenham seus dados atualizados, informando às autoridades a quantidade de pedras que consomem a cada dia. São números estimados, mas que em falta de outros mais seguros servem como alerta da necessidade de providências urgentes, antes que devasse nossa juventude de todas as classes sociais. Isso mesmo. Foi-se o tempo em que crack era coisa de gente pobre, a despeito da baixa do preço, não faz muito tempo, de cerca de dez reais por pedra para um real ou até menos, dependendo das circunstâncias.
Jovens de classe média ou alta, assim como o maltrapilho dos becos, consomem crack igualmente, todos buscando a mesma sensação de falso poder, liberdade e alegria passageiras. O conhecido médico Drauzio Varella, com a experiência de quem atua com dependentes químicos a mais de duas décadas nos presídios paulistas, afirma que os efeitos danosos do crack percorrem dos pulmões ao cérebro em menos de 10 segundos. Entre esses efeitos, para os que não morrem de infarto logo na primeira vez, conforme apontam alguns especialistas, estão a intoxicação, a perda do apetite e do sono, o emagrecimento exagerado, a degeneração irreversível dos músculos esqueléticos, oscilações de humor e a inevitável diminuição do desejo sexual.
Ninguém precisa disso para ser feliz. Aliás, isso não traz felicidade alguma, senão apenas tristeza, muita tristeza, particularmente para pai e mãe, que quando chegam a perceber praticamente nada mais podem fazer sozinhos para resolver o problema. Bater, não podem, ou se o fazem, não basta. Amarrar no fundo do quintal, menos ainda. Enfiar o dependente num casulo, de onde não possa ver, ouvir ou falar com outros iguais, ou fornecedores, também não parecer ser medida fácil, embora fosse eficaz.
Sim, eficaz. Creio que sem algum estímulo vindo de terceiro ninguém, por sua conta e risco, entraria para esse mundo da infelicidade. O vício, ou dependência, dois institutos diferentes, mas aqui utilizados como sinônimos, decorre pelo menos de três fatores: contato com a droga, contato com usuário da droga ou contato com ambiente onde há droga, segundo lição do mesmo Dr. Drauzio Varella, com quem concordo piamente, embora não tendo a infelicidade de conviver com alguém desse ramo.
Então, se as drogas estão por aí, e o crack, em particular, mais ainda, podendo ser comprado por centavos em qualquer esquina, não vejo outro remédio senão – digamos – internar o drogado, ou pretenso, logicamente, contra sua vontade, porque se depender dela isso jamais ocorrerá. Claro. É preciso separar o joio do trigo, ou melhor, o usuário de crack, de quem tem crack para fornecer e precisa de clientela, assim como de locais onde possa encontrá-lo. Muitos taxarão de arbitrárias medidas como essa; dirão que seus defensores não respeitam o livre arbítrio ou direito de liberdade dos outros.
Poderia até ser, mas não é. Principalmente quando menor de idade o viciado, mas também o maior. Direitos fundamentais não se anulam, nem quando aparentemente se chocam. Se de um lado reside o direito de liberdade do drogado, do outro se encontra seu direito à vida, ambos irrenunciáveis, inalienáveis e imprescritíveis. Justamente por isso, as autoridades devem intervir para, sacrificando momentaneamente o primeiro, possibilitar a salvação definitiva do segundo.
Preso em local de onde não possa ter acesso ao crack, tenderá o usuário a deixar de sê-lo, ainda que na marra. No começo, vai espernear; alegar crise de abstinência, e pode até ser verdade. Mas, passa. Do alto de sua experiência, o Dr. Drauzio Varella, citando presas da penitenciária feminina, disse ter perdido “a conta de quantas vezes as vi dar graças a Deus por ter vindo para a cadeia, porque se continuassem na vida que levavam estariam mortas. Jamais ouvi delas os argumentos usados pelos defensores do direito de fumar pedra até morrer, em nome do livre arbítrio.”.
Somente isso não basta. Assim como as prisões jamais serviram para reeducar algum criminoso, por nada de útil lhes ensinar, a internação de usuários de crack também não resolverá o problema sem que seja acompanhada de providências complementares, como tratamento médico e psicológico. De qualquer forma, é um começo. Melhor, bem melhor mesmo, ver o usuário internado compulsoriamente em alguma clínica de reabilitação que “internado” pelos mocós ou becos que formam as “cracolândias”, fedorento e doente esperando na curta e invisível, mas certeira fila da morte.
Seria bom se houvesse lei específica disciplinando a questão. Não há ainda, mas nossos juízes podem lançar mão da analogia para aplicar a lei nº 10.216, de 06 de abril de 2001, que permite a internação compulsória de pessoas portadoras de transtornos mentais. Aliás, permite até mesmo a internação a pedido de terceiro, por isso denominada de “internação involuntária”, sem necessidade de ordem judicial.
Pode-se presumir, no entanto, que o dependente de crack não reagirá passivamente como o doente mental ante a iminência de sua segregação, devendo ser internado “na marra”, para o seu próprio bem, de sua família e de toda a sociedade, tanto em razão do perigo que representa, como por ser mais econômico tratá-lo e recuperá-lo que, por vezes, enterrá-lo e depois pendurar seus dependentes no caixa da previdência social.
Implicando supressão de direito fundamental, a internação compulsória se submete ao princípio da reserva de jurisdição, só podendo ser decretada por autoridade judiciária. Ainda analogicamente, esse juiz deve ser o da vara de família. No silêncio da lei, pode-se conferir legitimidade para requerer a internação forçada aos parentes, ao Ministério Público ou aos responsáveis pelo sistema público de saúde. Quem sabe assim salvaremos nossos “crackeiros”.
(Ari Queiroz, doutor e mestre em Direito Constitucional, juiz de Direito e professor universitário e de pós-graduação na PUC-GO e diretor da Faculdade Esup)
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas
Diário da manhã - Ari Queiroz
Apesar de defasados, os números estão aí para não deixar ninguém em dúvida acerca do crescimento do crack por todo o território nacional, principalmente nas regiões sul e sudeste, as duas mais ricas e desenvolvidas. Segundo dados do Cebrid – Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, órgão do Departamento de Medicina Preventiva da Unifesp, obtidos pelo Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil, realizada com cerca de oito mil pessoas de 12 a 65 anos de idade, o número de usuários dessa praga praticamente dobrou em quatro anos, passando de 0,4 para 0,7%. Na região sudeste, saiu do mesmo piso e chegou a 0,9%, enquanto no sul foi de 0,5% para 1,1%, mais que o sobro.
Logicamente, além de defasados, esses dados não espelham a realidade. Certamente, ninguém pode esperar que os usuários se cadastrem e mantenham seus dados atualizados, informando às autoridades a quantidade de pedras que consomem a cada dia. São números estimados, mas que em falta de outros mais seguros servem como alerta da necessidade de providências urgentes, antes que devasse nossa juventude de todas as classes sociais. Isso mesmo. Foi-se o tempo em que crack era coisa de gente pobre, a despeito da baixa do preço, não faz muito tempo, de cerca de dez reais por pedra para um real ou até menos, dependendo das circunstâncias.
Jovens de classe média ou alta, assim como o maltrapilho dos becos, consomem crack igualmente, todos buscando a mesma sensação de falso poder, liberdade e alegria passageiras. O conhecido médico Drauzio Varella, com a experiência de quem atua com dependentes químicos a mais de duas décadas nos presídios paulistas, afirma que os efeitos danosos do crack percorrem dos pulmões ao cérebro em menos de 10 segundos. Entre esses efeitos, para os que não morrem de infarto logo na primeira vez, conforme apontam alguns especialistas, estão a intoxicação, a perda do apetite e do sono, o emagrecimento exagerado, a degeneração irreversível dos músculos esqueléticos, oscilações de humor e a inevitável diminuição do desejo sexual.
Ninguém precisa disso para ser feliz. Aliás, isso não traz felicidade alguma, senão apenas tristeza, muita tristeza, particularmente para pai e mãe, que quando chegam a perceber praticamente nada mais podem fazer sozinhos para resolver o problema. Bater, não podem, ou se o fazem, não basta. Amarrar no fundo do quintal, menos ainda. Enfiar o dependente num casulo, de onde não possa ver, ouvir ou falar com outros iguais, ou fornecedores, também não parecer ser medida fácil, embora fosse eficaz.
Sim, eficaz. Creio que sem algum estímulo vindo de terceiro ninguém, por sua conta e risco, entraria para esse mundo da infelicidade. O vício, ou dependência, dois institutos diferentes, mas aqui utilizados como sinônimos, decorre pelo menos de três fatores: contato com a droga, contato com usuário da droga ou contato com ambiente onde há droga, segundo lição do mesmo Dr. Drauzio Varella, com quem concordo piamente, embora não tendo a infelicidade de conviver com alguém desse ramo.
Então, se as drogas estão por aí, e o crack, em particular, mais ainda, podendo ser comprado por centavos em qualquer esquina, não vejo outro remédio senão – digamos – internar o drogado, ou pretenso, logicamente, contra sua vontade, porque se depender dela isso jamais ocorrerá. Claro. É preciso separar o joio do trigo, ou melhor, o usuário de crack, de quem tem crack para fornecer e precisa de clientela, assim como de locais onde possa encontrá-lo. Muitos taxarão de arbitrárias medidas como essa; dirão que seus defensores não respeitam o livre arbítrio ou direito de liberdade dos outros.
Poderia até ser, mas não é. Principalmente quando menor de idade o viciado, mas também o maior. Direitos fundamentais não se anulam, nem quando aparentemente se chocam. Se de um lado reside o direito de liberdade do drogado, do outro se encontra seu direito à vida, ambos irrenunciáveis, inalienáveis e imprescritíveis. Justamente por isso, as autoridades devem intervir para, sacrificando momentaneamente o primeiro, possibilitar a salvação definitiva do segundo.
Preso em local de onde não possa ter acesso ao crack, tenderá o usuário a deixar de sê-lo, ainda que na marra. No começo, vai espernear; alegar crise de abstinência, e pode até ser verdade. Mas, passa. Do alto de sua experiência, o Dr. Drauzio Varella, citando presas da penitenciária feminina, disse ter perdido “a conta de quantas vezes as vi dar graças a Deus por ter vindo para a cadeia, porque se continuassem na vida que levavam estariam mortas. Jamais ouvi delas os argumentos usados pelos defensores do direito de fumar pedra até morrer, em nome do livre arbítrio.”.
Somente isso não basta. Assim como as prisões jamais serviram para reeducar algum criminoso, por nada de útil lhes ensinar, a internação de usuários de crack também não resolverá o problema sem que seja acompanhada de providências complementares, como tratamento médico e psicológico. De qualquer forma, é um começo. Melhor, bem melhor mesmo, ver o usuário internado compulsoriamente em alguma clínica de reabilitação que “internado” pelos mocós ou becos que formam as “cracolândias”, fedorento e doente esperando na curta e invisível, mas certeira fila da morte.
Seria bom se houvesse lei específica disciplinando a questão. Não há ainda, mas nossos juízes podem lançar mão da analogia para aplicar a lei nº 10.216, de 06 de abril de 2001, que permite a internação compulsória de pessoas portadoras de transtornos mentais. Aliás, permite até mesmo a internação a pedido de terceiro, por isso denominada de “internação involuntária”, sem necessidade de ordem judicial.
Pode-se presumir, no entanto, que o dependente de crack não reagirá passivamente como o doente mental ante a iminência de sua segregação, devendo ser internado “na marra”, para o seu próprio bem, de sua família e de toda a sociedade, tanto em razão do perigo que representa, como por ser mais econômico tratá-lo e recuperá-lo que, por vezes, enterrá-lo e depois pendurar seus dependentes no caixa da previdência social.
Implicando supressão de direito fundamental, a internação compulsória se submete ao princípio da reserva de jurisdição, só podendo ser decretada por autoridade judiciária. Ainda analogicamente, esse juiz deve ser o da vara de família. No silêncio da lei, pode-se conferir legitimidade para requerer a internação forçada aos parentes, ao Ministério Público ou aos responsáveis pelo sistema público de saúde. Quem sabe assim salvaremos nossos “crackeiros”.
(Ari Queiroz, doutor e mestre em Direito Constitucional, juiz de Direito e professor universitário e de pós-graduação na PUC-GO e diretor da Faculdade Esup)
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas
Estudantes participam de palestra sobre os males do álcool
Estudantes participam de palestra sobre os males do álcool
Ric Mais
Ação do Grupo RIC visa incentivar o poder público para que a Lei Seca realmente seja cumprida
Nesta segunda-feira (17) uma palestra denominada: “Álcool e Juventude”, movimentou o colégio Santos Anjos de Joinville em mais uma ação do Grupo RIC a favor da lei seca. Na oportunidade foram entregues adesivos divulgando a iniciativa para os mais de 200 alunos presentes.
O palestrante é o professor Ubirajara da Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul. O profissional usa música e situações do cotidiano do mundo do adolescente para criar um ambiente informal, um grande bate-papo na verdade. O conteúdo nada mais é do que uma explanação sobre os efeitos do álcool no corpo. A metodologia trabalha de forma que os alunos identifiquem o mal que traz o consumo da bebida. A ideia é que eles reflitam sobre estes efeitos e decidam sobre o consumo do álcool com muito mais consciência.
A campanha tem o intuito de sensibilizar as pessoas a incentivar o poder público a promover ações para que a Lei Seca realmente seja cumprida. A iniciativa promove blitze com distribuição de material educativo em bares, restaurantes, casas noturnas, estádios de futebol e instituições de ensino. Todos os detalhes da campanha podem ser conferidos no site da Lei Seca dentro do RIC Mais.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)
Ric Mais
Ação do Grupo RIC visa incentivar o poder público para que a Lei Seca realmente seja cumprida
Nesta segunda-feira (17) uma palestra denominada: “Álcool e Juventude”, movimentou o colégio Santos Anjos de Joinville em mais uma ação do Grupo RIC a favor da lei seca. Na oportunidade foram entregues adesivos divulgando a iniciativa para os mais de 200 alunos presentes.
O palestrante é o professor Ubirajara da Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul. O profissional usa música e situações do cotidiano do mundo do adolescente para criar um ambiente informal, um grande bate-papo na verdade. O conteúdo nada mais é do que uma explanação sobre os efeitos do álcool no corpo. A metodologia trabalha de forma que os alunos identifiquem o mal que traz o consumo da bebida. A ideia é que eles reflitam sobre estes efeitos e decidam sobre o consumo do álcool com muito mais consciência.
A campanha tem o intuito de sensibilizar as pessoas a incentivar o poder público a promover ações para que a Lei Seca realmente seja cumprida. A iniciativa promove blitze com distribuição de material educativo em bares, restaurantes, casas noturnas, estádios de futebol e instituições de ensino. Todos os detalhes da campanha podem ser conferidos no site da Lei Seca dentro do RIC Mais.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)
Reflexão do dia 20 de Junho
Reflexão do dia 20 de Junho
libertação do medo
O problema de acabar com o medo apresenta dois aspectos.
Vamos ter que tentar nos libertar de todo o medo que foi possível. Depois, vamos precisar encontrar tanto a coragem como a graça para lidar construtivamente com qualquer espécie de medo que ainda reste.
Vamos ter que tentar nos libertar de todo o medo que foi possível. Depois, vamos precisar encontrar tanto a coragem como a graça para lidar construtivamente com qualquer espécie de medo que ainda reste.
NA OPINIÃO DO BILL PG. 61
A maioria de minhas decisões eram baseadas no medo. O álcool tornou a vida mais fácil de encarar, mas chegou a hora em que o álcool não era mais uma alternativa para o medo.
Uma das maiores dádivas em A.A. para mim foi a coragem para agir, o que posso fazer com a ajuda de Deus. Após cinco anos de sobriedade, precisei tratar com uma pesada dose de medo. Deus colocou pessoas na minha vida para me ajudar a fazer isso e, praticando os Doze Passos, estou me tornando a pessoa completa que desejo ser e, por isto, sou profundamente grato.
Uma das maiores dádivas em A.A. para mim foi a coragem para agir, o que posso fazer com a ajuda de Deus. Após cinco anos de sobriedade, precisei tratar com uma pesada dose de medo. Deus colocou pessoas na minha vida para me ajudar a fazer isso e, praticando os Doze Passos, estou me tornando a pessoa completa que desejo ser e, por isto, sou profundamente grato.
Força, fé e esperança,
Clayton Bernardes
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