terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Internação de grávidas usuárias de drogas cresce 29% em Campinas


 



Nos últimos três meses foram 31 casos contra 24 no trimestre anterior.

´Ficar na rua é difícil, grávida. Minha vida acabou destruída`, diz paciente.
Do G1 Campinas e Região
(imagem reprodução)

Campinas (SP) registrou a internação de 31 gestantes usuárias de drogas nos últimos três meses, segundo a Coordenadoria do Programa de Prevenção às Drogas. O número é superior ao trimestre anterior, quando foram 24 mulheres, o que representa uma alta de 29%.

De acordo com o coordenador do programa Nelson Hossri, Campinas possui um serviço especializado no atendimento e acolhimento de gestantes com dependência química. Ele destaca que a maioria que procura ajuda tem envolvimento com o crack. "São dependentes químicas, normalmente, do crack", afirma.

Ajuda

Aos seis meses de gestação, uma paciente, que não quer ser identificada, conta que decidiu procurar tratamento para se livrar das drogas.

"Ficar na rua é difícil, grávida. Minha vida acabou destruída. A droga acabou comigo", conta a paciente.

Após o nascimento do filho, ela afirma que espera reconstruir a vida. "Renovar a minha vida de novo", planeja.

Aumento na procura

Nessa época do ano, instituições como o Padre Haroldo em Campinas já esperam um aumento na procura devido a chegada de datas especiais como Natal e Ano Novo, o que aumenta a chance de a pessoa aceitar o tratamento. Atualmente, a entidade atende cerca de 130 pessoas.

"Essa época do ano é um período emocionalmente vulnerável, que as pessoas fazem um levantamento da vida", finaliza o supervisor da instituição Rogério Bosso.


Paciente planeja construir a família novamente após tratamento (Foto: Reprodução/ EPTV)
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas 


segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Reflexão: Você se sente só ?

Você se sente só ?   


O celular não toca, a solidão na cozinha, na cama! Uma taça de vinho somente, um prato, um talher... A solidão está com você! a danada da solidão... O que ela quer? O que ela quer?

A solidão se aninha de repente, você pode estar só ou rodeado de gente. Sente a sensação de vazio dentro do coração, Isolamento, auto-comiseração! É a falta de um amor, de carinho, ou saudade cruciante da amizade, de um telefonema, ou de um aperto de mão!

No seu correio eletrônico não chegam e-mails, nenhum cartão... A pessoa amada foi embora, vem a solidão! Ela se instala... e vem de mansinho, fazendo morada em seu coração!

Aceite a sábia companheira com alegria... aprenda a se amar mais... e saiba que você é a melhor companhia. Saia do escuro, abra a janela... acenda a vela...! O mundo não é uma ilha... nunca estamos sós...

Você se sente só? assopre a angústia para fora... mude seus pensamentos agora! Com sua fé no amanhã....

Se você aprender a amar... a conviver... será uma pessoa querida... Amando a todos à sua volta... Amando a vida....

Quando a solidão se esparramar... naquele chuvoso final de semana, abençoe a chuva... Acolha a esperança... deixe a chuva levar toda a sua dor... E, quando menos esperar... Sabendo amar... Você um dia também receberá amor!
Fonte:(Autorizado por www.rivalcir.com.br) 

Efeitos do beber pesado no sistema imunológico


 

O uso de álcool, especificamente quando leva ao estado de embriaguez, foi associado a mais de 30% dos casos de traumas físicos, e entre tais vítimas atendidas nas unidades de emergência, há maior risco para complicações, como doenças infecciosas e resposta inflamatória grave, o que implica maior mortalidade. Estudos em humanos e modelos animais já demonstraram que a intoxicação alcoólica exerce efeitos imunomoduladores com início em algumas horas a dias após a ingestão, quando o álcool no sangue já não é mais detectável. Entretanto, os efeitos imunomoduladores precoces do álcool no sangue ainda não são bem compreendidos.

Com o objetivo de elucidar esta questão, foram recrutados 15 voluntários saudáveis, sem história de problemas por uso de álcool, que mantiveram abstinência de álcool, cafeína e nicotina por ao menos 72 horas antes do teste. No teste, foi consumido álcool em quantidade necessária para atingir concentração alveolar igual ou superior a 0,1% (medido por bafômetro), com repetições dessa medição a cada 30 minutos. Ainda, para verificar a correlação da medida alveolar com a concentração de álcool no sangue, foram coletadas amostras sanguíneas após 20 minutos, 2 e 5 horas a partir do momento em que a concentração alveolar atingiu 0,1%. Todos os participantes atingiram pico de concentração de álcool no sangue entre 20 min e 2 horas, em valor superior a 100 mg/dL (suficiente para haver embriaguez).

A partir do sangue, foram analisadas células do sistema imunológico (monócitos, leucócitos e linfócitos), quantitativa e qualitativamente, e também a responsividade de citocinas (moléculas envolvidas na modulação das respostas imunológicas), isto é, se a produção de citocinas, diante de estímulos previamente estipulados, foi alterada ou não. Os resultados indicaram a ocorrência de estado pró-inflamatório precoce, aos 20 minutos, caracterizado por aumento no número de leucócitos circulantes e resposta inflamátória na produção de citocinas. Já nos tempos de 2 e 5 horas após a ingestão ocorreu estado anti-inflamatório, com diminuição e alteração dos tipos de leucócitos circulantes e resposta anti-inflamatória na produção de citocinas.

Como conclusão, os autores alertam que mesmo um único episódio de intoxicação alcoólica exerce efeitos sobre o sistema imunológico, causando alteração bifásica, isto é, inicialmente estado pró-inflamatório, seguido de estado anti-inflamatório. Os impactos clínicos dessas alterações não são totalmente conhecidos, mas para o caso de vítimas de traumas e acidentes com elevada concentração de álcool no sangue, é importante conhecer que haverá maior exposição aos ativadores de inflamação do próprio organismo e aos agentes infecciosos, o que poderia representar risco adicional à saúde.
Fonte:CISA - Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool

Maus hábitos são responsáveis por 80% dos casos de câncer

   
 


Revista Veja
De acordo com um novo estudo, fumar, beber, expor-se ao sol e à poluição estão entre as principais causas da maioria dos tumores malignos

Câncer: apenas entre 10% e 30% dos tumores seriam causados por mutações celulares inevitáveis. Os cânceres mais comuns são desencadeados por fatores externos e, portanto, poderiam ser evitados com mudanças de comportamento e no ambiente(Thinkstock/VEJA)

Fumar, beber, exposição ao sol e poluição do ar, são responsáveis por até nove em cada dez casos de câncer. É o que diz um estudo publicado nesta quinta-feira, na revista científica Nature.

A descoberta contraria uma pesquisa anterior, segundo a qual 65% dos tumores seriam causados por erros aleatórios na divisão celular, o que estaria fora de nosso controle. De acordo com o novo trabalho, realizado por pesquisadores da Universidade Stony Brook, em Nova York, nos Estados Unidos, estas mutações seriam responsáveis por, no máximo, 30% dos tumores. Dessa forma, muitos casos seriam evitáveis se "eliminássemos" todos os fatores externos de risco.

Os pesquisadores utilizaram diversas abordagens, incluindo modelos de computação, dados populacionais e genéticos. "Fatores externos desempenham um papel importante e as pessoas não podem mais utilizar a ´má sorte` como desculpa [para o câncer]", disse Yusuf Hannun, um dos autores, à rede britânica BBC.

Outras evidências utilizadas pelos cientistas vieram de estudos anteriores que mostraram que imigrantes provenientes de locais de baixa incidência de câncer, ao se mudarem para países com alta incidência da doença, acabavam desenvolvendo as mesmas taxas de ocorrência de tumores da população local. Isso salienta o fator ambiental, em detrimento do biológico ou genético.

Os pesquisadores ressaltaram que alguns cânceres são de fato desencadeados por mutações genéticas, mas isso é raro. Os mais prevalentes são causadas por fatores ambientais. Por isso, eles ressaltaram a importância de considerá-los na prevenção e diagnóstico.
(Da redação)
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas


quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Reflexão do dia 16 de Dezembro


PARCEIROS NA RECUPERAÇÃO
... não há nada melhor, para assegurar nossa imunidade contra a bebida, do que o trabalho intensivo com outros alcoólicos... Ambos, você e o novo homem, devem andar passo a passo no caminho de um Poder Superior e brevemente estará vivendo num novo e maravilhoso mundo, não importa qual seja sua situação atual.
ALCOÓLICOS ANÔNIMOS PG. 118 119


Fazer as coisas certas pelas razões certas - esta é a minha maneira de controlar meu egoísmo e meu auto-centrismo. Percebo que minha dependência de um Poder Superior limpa o caminho para a paz de espírito, a felicidade e a sobriedade.
Rezo todo o dia para evitar minhas antigas ações, a fim de que eu seja de utilidade para os outros.

Pesquisa foi realizada com mais de 8,8 mil alunos e 500 pais de instituições públicas da cidade

  
 


A Notícia - Joinville - Leandro S. Junges

O acesso às drogas nas escolas públicas de Joinville é uma realidade que começa antes dos 12 anos de idade. Essa é uma das conclusões de uma pesquisa sobre o uso de drogas realizada com mais de 8,8 mil alunos e quase 500 pais da rede pública de educação da cidade.

Mais de 36% dos alunos que responderam ao questionário disseram que já viram “ao vivo” drogas ilegais e tiveram esse contato antes dos 12 anos. Mais da metade (53%) deles teve esse contato antes dos 15 anos.

Entre os pais, esses valores se invertem: mais de 32% dos que já viram drogas ao vivo só tiveram acesso depois dos 15 anos. A maioria dos alunos, porém, diz que nunca usou drogas, nem tem vontade (86%).

O estudo é um dos mais abrangentes do País em relação ao percentual de estudantes ouvidos, já que quase 20% de todo o universo de alunos da rede pública foi consultado. Dos 8,8 mil jovens que responderam à pesquisa, a grande maioria (82%) tem entre 10 e 15 anos.

— É o maior estudo sobre uso de drogas já realizado em âmbito municipal no País. Para se ter uma ideia, a maior pesquisa é a nacional, que ouviu 50 mil estudantes num universo de 39 milhões — diz Roberto Freitas, idealizador do estudo dentro do Rotary Club Colon, de Joinville.

O estudo completo foi entregue nesta quarta-feira ao prefeito Udo Döhler. O álcool, o cigarro, a maconha, o LSD e o ecstasy são as drogas mais consumidas pelos estudantes das escolas públicas de Joinville.

Quase 80% dos que já experimentaram algum tipo de droga consumiram álcool. Em segundo lugar, aparece o cigarro, com 31,63%, e, em terceiro, a maconha, com 29,18%.

O levantamento é uma reedição do que foi feito no ano passado em sete dos maiores colégios particulares da cidade: Bom Jesus Ielusc, Elias Moreira, Exathum, Positivo, Santos Anjos, Sociesc e Univille.

Entre os alunos das escolas particulares, o cigarro não aparece entre as drogas mais consumidas, e a maconha aparece em segundo lugar, atrás do álcool. A pesquisa foi realizada pelo Rotary e teve a participação da Secretaria de Proteção Civil da Prefeitura. Alunos e pais de todas as regiões de Joinville participaram do estudo.

Outros números

O levantamento também indica algumas considerações sobre a relação familiar e o papel da escola. Mais de 60% dos alunos raramente ou nunca fala sobre drogas em casa com os pais. Essa conclusão também estava presenta na pesquisa feita com os alunos de escolas particulares.

De uma maneira geral, os pais dos estudantes joinvilenses não estão vendo – ou não querem ver – o quanto as drogas estão próximas de seus filhos. Os estudantes também informaram que, se quisessem, conseguiriam comprar drogas na escola, entre familiares, no bairro, com amigos e até em redes sociais.


Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

Tratamento da dependência de drogas: da coerção à coesão


 

Por Gilberto Gerra, Chefe do Departamento de Prevenção às Drogas e Saúde do UNODC

Pensar políticas públicas relacionadas ao uso problemático de drogas é um dos grandes desafios globais da atualidade. Respostas eficazes e balanceadas também devem focar na necessidades de saúde dos dependentes sem estigma nem discriminação.

Yuri Fedotov, Diretor Executivo do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), afirmou na abertura da 56ª Sessão da Comissão de Narcóticos em março que "considerações a respeito de direitos humanos e saúde pública precisam estar no centro da resposta internacional ao uso de drogas e ao HIV".
Como um dos objetivos das convenções sobre drogas é a proteção da saúde dos indivíduos e da sociedade dos efeitos adversos associados ao consumo, fica evidente a importância de ações que promovam o deslocamento de uma lógica da penalidade para uma do cuidado em saúde.

Recentemente o Brasil recebeu duas importantes missões da ONU: o Relator Especial sobre Tortura, Juan E. Méndez; e o Grupo de Trabalho sobre Detenção Arbitrária. Ambas evidenciaram o quanto o tratamento do usuário de drogas no país está se confundindo com a penalização no campo da justiça criminal. As duas missões alertaram para o risco de que a internação involuntária de usuários de drogas atravesse o "limiar de maus-tratos, equivalentes à tortura, ou a tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes", como colocou Méndez.

O Grupo de Trabalho sobre Detenção Arbitrária mostrou preocupação com o confinamento involuntário de usuários de crack, especialmente de crianças e adolescentes em situação de rua, cujos familiares teriam relatado dificuldades no acesso à informação sobre o local de internação. Vladimir Tochilovsky, membro do Grupo, destacou: "Durante a visita nos apresentaram casos de pessoas que moram nas ruas e são dependentes de drogas, e que são apreendidos, detidos e aprisionados pela polícia, não por crimes cometidos, mas por uma questão de saúde."

O tratamento para a dependência química deve ser baseado em evidências, voluntário, confidencial e com consentimento informado, além de ser realizado na comunidade através de intervenções clínicas e sociais no âmbito do sistema de saúde, com uma abordagem que siga os princípios da ética do cuidado em saúde. Ações de apoio social que atendam às necessidades básicas de acolhimento e alimentação também são essenciais, assim como o acesso a programas de educação, geração de renda, micro-crédito e orientação vocacional para promover a reintegração social dos indivíduos.

O confinamento involuntário de usuários de drogas em prisões ou em centros de tratamento deve ser somente uma medida emergencial por alguns dias e com base em laudos de pelo menos dois profissionais de saúde, para proteger o indivíduo e a comunidade em situações de intoxicação aguda, ou caso o indivíduo possa colocar em risco a sua própria segurança ou a de outros. Vários estudos mostram que não há evidências da eficácia dessas medidas, que pelo contrário, fortalecem o estigma, contribuem para o processo de exclusão, fragilizam vínculos sociais e aumentam o risco de infeçcões pelo HIV.

O UNODC e a Organização Mundial de Saúde destacam a disponibilidade e a acessibilidade como princípios necessários para o tratamento efetivo da dependência química. Serviços mais acessíveis, com maior capacidade de acolhimento, qualificados e com menos estigma podem ajudar a reduzir o uso de medidas legais para fazer com que as pessoas que necessitam de tratamento o iniciem.

Engajamento pessoal e envolvimento emocional são essenciais para desenvolver um projeto conjunto de tratamento humanizado que motive pacientes, familiares e comunidades, apresentando assim um caminho para transformar espaços de tratamento involuntário em espaços comunitários de coesão.
Fonte:UNODC - Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime