domingo, 13 de março de 2016

Padrões de consumo de álcool e drogas em jovens torcedores de futebol

  
 



O consumo de álcool e drogas entre jovens torcedores tem sido associado à violência no contexto do futebol. Este estudo buscou determinar os padrões de consumo das substâncias álcool, maconha e cocaína numa amostra de 1.130 torcedores de futebol residentes no Estado do Rio Grande do Sul, bem como verificar se existem diferenças relacionadas ao gênero, à faixa etária e ao pertencimento ou não a torcidas organizadas. A partir de um questionário disponibilizado na internet, os torcedores determinaram a frequência de consumo habitual e em dias de jogos de futebol. Adota-se metodologia quantitativa, e são realizadas análises descritivas, correlacionais e multivariadas
dos dados.

Os resultados apontam diferenças significativas nos padrões de consumo dos torcedores, sendo os homens na faixa etária de 23 a 25 anos, em dias de jogos, os que apresentam maior consumo. Verificam-se ainda diferenças significativas entre integrantes de torcidas organizadas e não integrantes.

Veja Aqui Publicação Completa

Fonte: Revista Psicologia: Teoria e Prática, 17(3), 52-65. São Paulo, SP, set.-dez. 2015. ISSN 1516-3687 (impresso), ISSN 1980-6906 (on-line).
http://dx.doi.org/10.15348/1980-6906/psicologia.v17n3p52-65. Sistema de avaliação: às cegas por pares (double blind review).
Universidade Presbiteriana Mackenzie.


quarta-feira, 9 de março de 2016

VOCÊ SABIA??????


... Fumar pesadamente na meia-idade pode aumentar grandemente o risco de desenvolver a doença de Alzheimer[+]

... Jovens iniciam o hábito de fumar cada vez mais cedo[+]

... Os casos de alcoolismo entre as adolescentes, principalmente universitárias, estão ficando tão numerosos quanto entre os garotos[+]

... O consumo precoce de álcool e cigarros pode atrasar o início da puberdade[+] 

... Os cigarros comercializados com a marca “light” afetam o crescimento das células-tronco embrionárias mais que os demais[+]

... Fumo utilizado no narguilé contém as mesmas características tóxicas do tabaco e sua fumaça contem também os aditivos aromatizantes e substâncias nocivas do carvão[+]

Ações de prevenção são fundamentais nas universidades

Ações de prevenção são fundamentais nas universidades    
 

Segundo o Censo da Educação Superior, do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), no Brasil, os chamados “calouros” entram na faculdade por volta dos 18 anos. Com o ingresso e o regresso às aulas, o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool – CISA, uma das principais fontes no país em relação ao binômio saúde e álcool, alerta para a necessidade de prevenção ao uso excessivo de álcool por universitários.

Para os jovens, a entrada na universidade simboliza o início de uma nova fase repleta de mudanças e curiosidades e de expectativas nos âmbitos pessoal e profissional. “Naturalmente, o aluno tende a procurar ser socialmente aceito e viver intensamente as ocasiões para aproveitar esta etapa tão promissora. Entre outros desafios, existe o de reconhecer seus próprios limites – inclusive o de consumo de bebidas alcoólicas, para que não se exponha ao risco de uma trajetória de abuso de álcool”, afirma Dr. Arthur Guerra, Presidente Executivo do CISA.

Nesse contexto, não são raras as festas universitárias nas quais o consumo de bebidas alcoólicas é realizado entre alunos, e deve-se considerar sua exposição às chamadas pressões de grupos, quando o comportamento dos pares é capaz de influenciar o jovem. Por exemplo, após as primeiras doses, se o coletivo continuar bebendo, o jovem pode tender a fazer o mesmo, perdendo sua capacidade de controle e apreciação do momento. Este quadro merece especial atenção quando há envolvimento de calouros menores de 18 anos, uma vez que a oferta de álcool para este público é proibida em todo Brasil.

“As consequências do consumo excessivo de álcool abrangem desde queda no desempenho acadêmico, perda de vivências sociais e cognitivas apropriadas, relações sexuais sem proteção ou ainda indesejadas, até a morte, seja por acidentes, lesões ou mesmo coma alcoólico – grau tão severo de intoxicação que afeta de forma fatal o funcionamento de todo o corpo e do cérebro”, alerta Guerra.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os padrões de consumo de álcool mais nocivos, como o “beber para se embriagar” e o beber pesado episódico (correspondente ao consumo de 4/5 ou mais doses* em uma ocasião), estão fortemente associados aos comportamentos de risco, como dirigir alcoolizado, violência, sexo desprotegido, entre outros. Estes são padrões de consumo frequentes entre os jovens, o que merece atenção. Dados do I Levantamento Nacional sobre o Uso de Álcool, Tabaco e Outras Drogas entre Universitários das 27 Capitais Brasileiras revelam que 25% dos estudantes relataram o padrão de beber pesado episódico em pelo menos uma ocasião no mês anterior à entrevista, ou seja, um em cada quatro estudantes está frequentemente exposto a comportamentos de risco e outros prejuízos.

Dessa forma, o CISA ressalta a importância do papel de todos na sociedade junto aos estudantes, especialmente com uma maior orientação e supervisão nas festas; através do exemplo, por meio de atitudes responsáveis; e a implementação de programas sérios de prevenção, acolhimento e atendimento clínico dentro das universidades.

* A OMS estabelece que uma dose padrão contém aproximadamente de 10 g a 12 g de álcool puro, o equivalente a uma lata de cerveja (330 ml) ou uma dose de destilados (30 ml) ou uma taça de vinho (100 ml).
Fonte:CISA - Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool

Crack se tornou uma epidemia, portanto, uma questão de saúde pública

Crack se tornou uma epidemia, portanto, uma questão de saúde pública   
 


Diário da Manhã
Esperança para quem precisa - POR MOISÉS CARVALHO PEREIRA
A história se repete todos os dias. Na verdade, se multiplica. Por diversão, curiosidade e até mesmo desilusão, alguém se entrega ao perverso mundo das drogas e do álcool. E as consequências são devastadoras. Em função da dependência, que surge rapidamente como no caso do crack (variação mais barata da cocaína), o usuário oscila entre a depressão e a agressividade, chegando a ficar paranóico e podendo até mesmo desenvolver sérios problemas mentais. Perde-se a dignidade, a moral, os valores e o amor por si mesmo e pelo outro.
Quando o consumo chega a um padrão compulsivo, o indivíduo passa a ter graves problemas econômicos, o que o leva a roubar seus familiares, agravando ainda mais os conflitos dentro de casa. O próximo passo todo mundo já conhece. Aliás, está estampado nas ruas das grandes cidades. É impossível circular pelos bairros centrais de Goiânia, por exemplo, sem se deparar com um usuário de droga. Alguns mais se parecem com zumbis, jogados nas calçadas ou vagando pelas ruas, extremamente mal tratados e subnutridos.

O fato é que o crack se tornou uma epidemia, portanto, uma questão de saúde pública. Pesquisa do Lenad (Levantamento Nacional de Álcool e Drogas), realizada em 2012 pela Unifesp, aponta que, no País, mais de dois milhões de pessoas já usaram a droga. Só o Brasil representa 20% do consumo mundial do crack e é o maior mercado do entorpecente no mundo. Hoje, 98% dos municípios brasileiros declaram possuir algum dependente da droga. Isso demonstra que o crack não é uma exclusividade dos grandes centros urbanos. Pelo contrário, marca presença nas cidades do interior e até mesmo nas comunidades indígenas.

Outro recente estudo da Fiocruz revela que 80% dos usuários de crack no País são homens, não brancos (negros ou pardos), sem ensino médio e sem emprego ou renda fixa. Ou seja, em flagrante situação de marginalização social. A pesquisa, realizada com 30 mil pessoas, em 26 capitais, indica ainda que 40% dos usuários estão em situação de rua, 60% são solteiros, e geralmente sem vínculo familiar, com média de 28 anos e que metade já esteve preso. Entre as mulheres, metade tem filhos ou se prostitui.

A situação é angustiante, principalmente para a família do dependente químico, que se sente perdida, adoecida e sem saber a quem recorrer. Aquelas que têm condições financeiras, buscam tratamento para o usuário na rede particular seja por meio de planos de saúde ou via pagamento integral das despesas. Mas e as que não têm recursos? Essas, que representam a maioria, pedem socorro ao Sistema Único de Saúde (SUS), cuja porta de entrada são os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), onde é realizado acompanhamento diário dos dependentes com quadro clínico considerado menos grave. Contudo, há apenas 67 unidades espalhadas pelos 246 municípios de Goiás.

Os casos mais graves são encaminhados para clínicas e hospitais da rede conveniada. Mas os leitos de internação são insuficientes para atender a demanda crescente. Calcula-se que Goiás disponha de 1.014 leitos do SUS, porém estes não são exclusivos para usuários de álcool e drogas. A solução para o problema da fila de espera por vagas pode estar nos Centros de Referência e Excelência em Dependência Química (Credeqs), do governo estadual. Contudo, eles ainda não foram entregues.

É nesse cenário que se destaca a atuação das entidades sem fins lucrativos, ligadas ou não a instituições religiosas. A Fazenda da Esperança, por exemplo, faz um trabalho excepcional. Ela oferece tratamento gratuito para dependentes químicos, o qual dura em média um ano. Sua ação se baseia no tripé: convivência em família, trabalho como processo pedagógico e espiritualidade para encontrar um sentido na vida. O projeto, criado pelo missionário Nelson Rosendo Giovanelli (Nelsinho) e Frei Hans Stapel, franciscano de origem alemã, conta hoje com 101 unidades no mundo, sendo 71 no Brasil. Em Goiás, está presente nos municípios de Aurilândia e São Luis de Montes Belos.

Em Redenção, no Pará, a Fazenda da Esperança, inaugurada no final de 2014, também já virou referência. Com capacidade para 20 internos, acolhe pessoas com idade entre 15 e 45 anos que desejam, livremente, se recuperar de drogas, álcool e outros vícios. Os internos realizam várias atividades, dentre elas criação de porcos, galinhas, peixes; além do plantio de milho. A produção de bolos e biscoitos, entre outros produtos, também fazem parte da rotina dos dependentes e voluntários. A produção é vendida para os visitantes da comunidade terapêutica e pelos familiares dos internos.

Entretanto, para que essa oportunidade de reabilitação se tornasse realidade por lá, foi necessário o empenho de outros atores da sociedade. Primeiramente, veio a Buriti Empreendimentos, que acreditou no projeto e doou um terreno de dois alqueires para a implantação da comunidade terapêutica. Já a estrutura foi erguida através de doações e trabalhos voluntários. Essa experiência sinaliza que, com boa vontade, podemos contribuir no combate às drogas e na recuperação dos dependentes. Se cada um fizer a sua parte, sem jogo de “empurra-empurra”, é possível sim oferecer esperança para quem precisa. Afinal de contas, essa responsabilidade é de todos nós!
Moisés Carvalho Pereira é diretor da Buriti Empreendimentos
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

sexta-feira, 4 de março de 2016

Reflexão...


Se eu Soubesse   

"Se algum dia eu soubesse que nunca mais veria você...Eu lhe daria um abraço mais forte. Se eu soubesse que seria a última vez a ouvir a sua voz...Eu gravaria cada movimento e cada palavra, para revê-los depois todos os dias.

Se eu soubesse que hoje seria o último dia a compartilhar com você... O sentiria muito mais intensamente em vez de deixá-lo simplesmente passar.

Sempre acreditamos que haverá o amanhã para corrigir um descuido...Para ter uma segunda chance de acertar. Será que haverá uma chance para dizer: "posso fazer alguma coisa por você"?

O amanhã não é garantido para ninguém, seja para jovens, ou mais velhos, e hoje pode ser a última chance de abraçarmos aqueles que amamos. Então, se estamos esperando pelo amanhã, por que não agirmos hoje?

Assim, se o amanhã nunca chegar, não teremos arrependimentos de não termos aproveitado um momento para um sorriso, para um abraço, para um beijo por uma gentileza, porque estávamos muito ocupados, para dar a alguém o que poderia ser o seu último desejo.

Abracemos hoje aqueles que amamos, dizendo-lhes o quanto nos são raros e que sempre os amamos. Encontremos tempo para dizer: "Desculpe-me", "Perdoe- me", "Obrigado", "Eu perdôo você".

Sempre há tempo para amarmos. E se não houver amanhã, também não haverá remorsos de hoje para carregarmos."

Pense nisso AGORA...
Fonte:(Autorizado por www.rivalcir.com.br) 

Motoristas profissionais farão teste do cabelo para detecção de drogas


 

Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
Os motoristas profissionais de todo o Brasil terão, a partir de hoje (2), que fazer exames toxicológicos de larga janela de detecção, em cumprimento à deliberação 145, de dezembro de 2015, do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Conhecido como teste do cabelo, esse exame permite identificar o uso de drogas por um período de, pelo menos, 90 dias antes da coleta.

Na avaliação do coordenador do SOS Estradas, Rodolfo Rizzotto, trata-se de uma medida “extraordinária”. “É a primeira medida que se toma no país desde 1998, quando entrou em vigor o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Não havia nenhuma medida para combater o uso de drogas por quem dirige de forma profissional”, disse. Ele destacou que o exame não visa à fiscalização, mas à prevenção.

Autor do estudo "As drogas e os motoristas profissionais", Rizzotto informou que, nos Estados Unidos, as próprias empresas tiveram, há dez anos, a iniciativa de fazer o teste do cabelo e conseguiram praticamente zerar os acidentes envolvendo motoristas sob efeito de drogas. Naquele país, o teste de urina é obrigatório há 30 anos, mas apresenta detecção de menor número de dias.

Rizzotto ressaltou a importância da medida para a saúde dos motoristas, porque “quem é usuário de drogas vai ter que parar e, se for dependente, vai ter que buscar um tratamento. É importante, do ponto de vista de saúde pública", afirmou. Em termos de segurança, a medida é importante, porque vai diminuir os acidentes. O teste vai beneficiar toda a população brasileira, porque é exigido também dos motoristas de ônibus, de vans e de transporte escolar."

Exames clínicos feitos em caminhoneiros brasileiros voluntários que transportam as chamadas cargas de horário, do tipo perecível, mostraram que chega a 50% o número de motoristas que fazem uso de drogas. Desse total, 80% já são dependentes químicos e necessitam de tratamento, disse Rizzotto. Ele afirmou que muitos motoristas entram nas drogas porque são explorados, começam a usar rebite (droga sintética produzida em laboratório) e, atualmente, cocaína; enquanto outros são “irresponsáveis”.

O coordenador do SOS Estradas disse acreditar que o teste do cabelo vai ajudar também a combater a concorrência desleal. “Porque aquele que não usa drogas não aceita fazer determinadas viagens." Se um motorista faz, em 22 horas, por exemplo, uma viagem que dura normalmente 30 horas, “é porque o cara não vai dormir”, explicou. No fundo, ele está baixando o valor do frete e trabalhando em condições sub-humanas. Para ele, que a transportadora, se for uma empresa séria, e não explorar o empregado, também não vai aceitar determinados tipos de carga, nem condições adversas de transporte.

Situações

O exame toxicológico de larga janela vale apenas para motoristas profissionais nas categorias C, D e E e será exigido em quatro situações: renovação da carteira, mudança de categoria, admissão e desligamento da empresa. Como o custo do exame apresenta média de R$ 300 a R$ 350, Rizzotto acredita que deverão ser fechados acordos entre as empresas e os sindicatos. No caso dos autônomos, o custo deve ser bancado pelo próprio motorista profissional.

O Denatran credenciou alguns laboratórios que, por sua vez, fizeram acordos com outros laboratórios especializados na coleta da amostra para o exame, em todo o país. Rodolfo Rizzotto informou que esses laboratórios têm que ter uma creditação forense, para que o teste tenha valor judicial, porque se trata de drogas, além de uma creditação internacional que indica que ele respeita determinados protocolos. Os laboratórios credenciados deverão inserir o resultado no Sistema de Registro Nacional de Condutores Habilitados (Renach).

O motorista cujo exame der resultado positivo pode buscar tratamento e efetuar um novo teste 90 dias depois. O coordenador do SOS Estradas acredita que o teste do cabelo vai criar um estímulo para o abandono do uso de drogas, entorpecentes ou qualquer medicamento que possa alterar a condição de consciência dos motoristas.

No estudo que fez sobre motoristas profissionais, Rizzotto constatou que os motoristas que usam drogas começam a se relacionar com traficantes, para os quais acabam devendo dinheiro. “Com isso, eles passam a entrar no tráfico de entorpecentes para pagar ao traficante, começam a se envolver no roubo de cargas e, como qualquer viciado, eles estão mais próximos de fazer roubo dos próprios colegas nos postos onde param”, ressaltou.

Os caminhões e ônibus representam 5% da frota nacional de veículos que, em janeiro deste ano, somou quase 91 milhões de unidades, de acordo com dados do Denatran, e estão envolvidos em mais de 40% dos acidentes nas rodovias com vítimas fatais.

Riscos

O teste do cabelo é usado no Brasil desde o ano 2000 por forças de segurança e algumas companhias aéreas, que o utilizam junto com o teste de urina, informou à Agência Brasil o professor da Universidade Estadual de Londrina (PR) nas áreas de farmácia e medicina e doutor em toxicologia, Tiago Severo Peixe.

Ele vê com bons olhos a adoção do teste do cabelo para motoristas profissionais, porque detecta a presença de substâncias psicoativas em até 180 dias. “Dificilmente, um motorista conseguiria ficar abstêmio durante 90 dias ou 180 dias”. Lembrou que nos Estados Unidos, a Casa Branca publicou um ato em dezembro passado, colocando o teste de cabelo como alternativa ao teste de urina para motoristas profissionais. Tiago Peixe observou que no teste do cabelo são coletadas amostras de cabelo, pelo ou unhas.

O pesquisador destacou que as drogas causam modificações no sistema nervoso central e autônomo. Isso faz com que os motoristas tendam a perder autonomia, a capacidade de tomar decisões ao volante. “Ele pode, por exemplo, avistar um objeto que não está na pista, fazer um movimento brusco com a direção (do veículo) e causar um acidente”. Algumas substâncias são alucinógenas e podem causar alucinações. Outras levam a uma sobrecarga do sistema cardiovascular. “O indivíduo pode ter uma síncope ao volante”.

Tiago Peixe disse que em algumas classes de substâncias, como as anfetaminas, entre as quais o rebite, a tendência é a substituição pela cocaína ou ´crack`, como se têm observado nas pesquisas com urina. “São substâncias preocupantes”, afirmou.
Edição: Maria Claudia
Fonte: Agência Brasil

Adolescentes sentem mais prazer com drogas – e são mais inclinados ao vício


 


Revista Época - RAFAEL CISCATI
A inclinação dos adolescentes para o vício intriga a ciência. De acordo com um grupo de pesquisadores, a susceptibilidade é provocada pela falha na síntese de proteínas no cérebro

Usar drogas na adolescência costuma ser pior que usar drogas na idade adulta. A ciência sabe disso há tempos. No cérebro dosadolescentes, os danos provocados por essas substâncias costumam ser mais devastadores – elas podem fazer o órgão desviar de sua trajetória de desenvolvimento saudável, e provocar prejuízos duradouros. O uso de drogas na adolescência é considerado fator de risco para o desenvolvimento de transtornos mentais na maturidade, como esquizofrenia e transtorno bipolar. Os adolescentes também são mais vulneráveis ao vício. As razões dessa suscetibilidade são, por enquanto, um mistério. Um grupo de cientistas americanos diz ter uma explicação.

O professor Mauro Costa-Mattioli, da escola de medicina da universidade Baylor, ofereceu cocaína em pequenas concentrações para ratos adultos e adolescentes. A ideia era observar o cérebro dos animais enquanto eles estivessem sob o efeito da droga. Costa-Mattioli percebeu que, nos ratos jovens, a substância reprimia a ação de uma molécula chamada
eIF2. Ela é a responsável pela criação de algumas proteínas no cérebro. Quando para de funcionar, o funcionamento do cérebro muda. Alguns neurônios são ricos em dopamina, um neurotransmissor capaz de induzir a comportamentos frenéticos e,quando em excesso no organismo, à paranoia. Na ausência da eIF2 – ou quando ela para de funcionar por causa da droga - as conexões entre esses neurônio ficam mais fortes. O resultado é que o adolescente fica mais agitado, e sente mais prazer. “A maior comunicação entre esses neurônios ricos em dopamina faz a droga parecer ainda mais prazerosa, e encoraja novos comportamentos relacionados ao vício”, diz o professor Wei Huang, um dos cientistas que participam do estudo.

Para tirar a prova, os cientistas usaram engenharia genética e alteraram a síntese proteica no cérebro dos ratos adultos. Fizeram o cérebro se comportar como se a eIF2 não estivesse funcionando. Esses ratos se viciaram mais facilmente. Na contramão, os ratos jovens alterados para produzir proteínas normalmente desenvolveram resistência ao vício.

Os cientistas agora estudam como a eIF2 se comporta na presença de outras drogas. Os resultados foram semelhantes para nicotina. Os experimentos só foram realizados com ratos, e há a possibilidade de que os mecanismos que regem o cérebro dos humanos sejam diferentes. Os pesquisadores sustentam, no entanto, que imagens dos cérebros de pessoas de diferentes idades levam a crer que o processo é semelhante em humanos – e que esse conhecimento, um dia, poderá ser útil para o desenvolvimento de novos tratamentos contra o vício.
RC
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas