Maconha na gravidez faz bebê nascer abaixo do peso, diz análise

Planta cannabis sativa, usada para cigarros de maconha - Fabio Seixo/01.10.2014
O GLOBO
Droga também aumenta em 36% risco de anemia na mãe, segundo pesquisadores
RIO — O uso de maconha durante a gravidez está associado a um baixo peso do bebê ao nascer, afirma uma revisão de estudos publicada na noite de terça-feira, 5, no periódico científico online “BMJ Open”. A análise também conclui que, em caso de uso da droga, o recém-nascido tem mais riscos de precisar de cuidados intensivos logo após o parto.
Os pesquisadores, todos da Universidade do Arizona, nos EUA, ressaltam que a cannabis sativa é uma droga escolhida tanto por habitantes de países em desenvolvimento quanto por aqueles de países desenvolvidos, sendo usada por até 5% das pessoas entre 15 e 64 anos em todo o mundo. Tendo isso em vista, e com a crescente aceitação social e médica que a substância vem adquirindo, os cientistas destacam que é importante as futuras mães e os profissionais clínicos saberem os possíveis efeitos da droga durante a gestação.
A equipe analisou sete bancos de dados de estudos publicados até 2014 sobre os impactos da maconha na gestante e no bebê em até seis meses após o parto. No total, foram avaliados 24 pesquisas, que se debruçavam sobre dados relativos a anemia na mãe, peso e comprimento do bebê, perímetro cefálico e risco de parto prematuro, por exemplo.
Os principais resultados desses estudos indicam que crianças expostas à cannabis durante a gravidez foram 77% mais propensas a nascer com o peso abaixo do ideal, e duas vezes mais necessitadas de cuidados intensivos nos dias que se seguem ao parto.
Além disso, as futuras mamães que fizeram uso da maconha tiveram 36% a mais de risco de desenvolver anemia, em comparação com aquelas que não usaram a substância no período da gestação.
OUTRAS DROGAS, COMO ÁLCOOL, PODEM TER INFLUENCIADO
Entretanto, as pesquisas analisadas incluíram dados observacionais, o que torna difícil tirar conclusões sobre causa e efeito. Os pesquisadores ponderam, também, que não foi possível saber se as participantes dos estudos usaram, ao longo da gravidez, outras drogas ilícitas ou lícitas, como o álcool — droga já sabidamente relacionada a um maior risco de baixo peso do recém-nascido e parto prematuro.
Eles concluem, portanto, que “parece” haver consequências negativas associadas com a exposição à cannabis dentro do útero. Como o uso médico e social da droga “está rapidamente se tornando mais aceitável nos EUA e ao redor do mundo”, completam os pesquisadores, “compreender os seus efeitos sobre a saúde materna e fetal deve se tornar uma prioridade global”. Assim, mulheres e seus médicos podem fazer opções mais seguras com mais informações, dizem eles.
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas
O consumo de álcool por menores de idade implica sérios riscos para a saúde, com maior chance de abuso e dependência de álcool e outras substâncias no futuro, para acidentes de trânsito e mortes prematuras. Entre as medidas preventivas ao consumo precoce de álcool, destaca-se uma vertente promissora, cujo foco são pais de adolescentes, com ações realizadas especialmente em escolas. Acredita-se que a alteração do comportamento, normas e atitudes dos pais pode impactar positivamente na redução do consumo de álcool por adolescentes.
A estratégia elaborada pelo programa Örebro Prevention Programme (OPP) consiste em reuniões com pais e professores com 30 minutos de duração, realizadas semestralmente em escolas. Nessas reuniões é indicado que os pais adotem postura de tolerância zero para o consumo de álcool pelos adolescentes, deixando claro para os menores de idade quais são as regras e possíveis sanções aplicadas caso o combinado não seja cumprido. O programa demonstrou resultados positivos em estudos anteriores para a prevenção do uso nocivo de álcool, reduzindo a frequência de episódios de embriaguez.
Com o objetivo de entender o mecanismo responsável pelo sucesso do OPP, o presente estudo analisou qual seria o papel das atitudes restritivas dos pais na obtenção dos resultados positivos, os quais foram redução dos episódios de embriaguez e o retardamento do beber regular (ao menos um episódio de embriaguez por mês). Para isso, 653 adolescentes com idade entre 12 e 13 anos e 524 pais preencheram questionários no início do estudo, após 18 meses e 30 meses. Além disso, variáveis que pudessem confundir os resultados, como gênero, status imigratório, qualidade de relacionamento com pais e uso de álcool por pais e colegas foram incluídas nas análises.
As atitudes dos pais foram classificadas conforme quatro opções, desde “muito lenientes” (consideram natural a curiosidade dos filhos para experimentar álcool e acreditam que fazem uso responsável) até “muito rigorosas” (consideram que menores de idade jamais podem consumir de álcool e nem deveriam se preocupar com isso). Os adolescentes responderam quantas vezes consumiram álcool até se sentirem alcoolizados no último mês, o que foi acompanhado ao longo do estudo para observar mudanças no padrão daqueles que iniciaram o hábito de beber mensalmente. Os adolescentes também responderam com qual frequência observam os pais e colegas consumirem álcool e sobre a qualidade de relacionamento com os pais. Para comparações de resultados, um grupo de pais recebeu a intervenção, isto é, participou das reuniões, e o outro não recebeu.
Constatou-se que no grupo sem intervenção os adolescentes evoluíram com mais episódios de embriaguez, enquanto no grupo com intervenção, adolescentes reduziram a frequência de episódios de embriaguez ou iniciaram mais tardiamente. Como resultado principal, cerca de 50% do resultado positivo do programa foi atribuído às atitudes restritivas dos pais, o que representa um papel robusto. Por outro lado, demais mecanismos adjacentes podem ser fonte de futuras pesquisas. Por exemplo, de forma interessante, os pais que receberam a intervenção mantiveram mais atitudes restritivas ao longo do tempo, enquanto o grupo que não recebeu evoluiu com menos atitudes restritivas frente ao uso de álcool por seus filhos. Além disso, foi observado que pais imigrantes ou que possuem má relação com filho tendem a adotar posturas menos restritivas. Talvez, pais que vivenciam relacionamento ruim com os filhos se sintam menos empoderados e tenham menor expectativa em relação a eles.
Conclui-se que atitudes mais restritivas dos pais, em vigência da intervenção do OPP, criaram ambiente desfavorável ao consumo de álcool e foram assim eficientes na prevenção do uso nocivo, ao reduzir e retardar o consumo de álcool por menores de idade.
Fonte:CISA - Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool

Motocicletas são os veículos automotores que mais colocam em risco a vida dos motoristas. Os acidentes fatais envolvendo este tipo de veículo atingem taxas de 35 acidentes por 100 milhões de milhas percorridas - para os automóveis esta taxa é de 1,7 acidente por 100 milhões de milhas.
Pesquisas têm detectado aumento no número de acidentes fatais entre motociclistas provocados pelo uso de álcool, principalmente entre pessoas com idade em torno dos 40 anos.
Esta pesquisa teve como objetivo estimar as tendências de acidentes fatais envolvendo consumo de álcool nas diversas faixas etárias nos anos de 1983, 1993 e 2003 nos EUA.
Os pesquisadores detectaram que, entre 1983 e 2003, a prevalência de concentração elevada de álcool no sangue de motociclistas mortos em acidentes diminuiu. No entanto, neste mesmo período, a maior parte dos motociclistas que morreram em acidentes e haviam consumido álcool passou da faixa etária dos 20 a 24 anos para a dos 40 a 44 anos. Em 1983, 8,3% dos motociclistas mortos após terem ingerido álcool encontrava-se na faixa dos 40 aos 44 anos. Em 2003, este número cresceu para 48,2% dos casos.
A taxa de mortalidade entre motociclistas passou de 1,6 por 100.000 habitantes em 1983 para 0,9 em 1993 e cresceu para 1,2 em 2003. Os maiores declínios foram observados entre motoristas com idade em torno de 30 anos e as maiores incidências entre motoristas com mais de 40 anos.
Os autores concluíram que motociclistas mais velhos apresentam com maior frequência o comportamento de beber antes de dirigir do que os motoristas mais jovens. Entre os motociclistas mais velhos, o uso de motocicleta é mais comum nos finais-de-semana ou em viagens recreativas, situações que muitas vezes incluem o consumo de bebidas alcoólicas.
Fonte:CISA - Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool

Somente na Europa, 11,7% dos jovens (com idade entre 15 e 34 anos) usaram cannabis no ano passado. Foto: EBC
A cannabis é a droga psicoativa ilícita mais usada no mundo, com mais de 180 milhões de usuários globalmente. Apesar disso, segundo novo relatório divulgado este mês pela Organização Mundial de Saúde (OMS), ainda há menos conhecimento sobre seus efeitos sociais e na saúde quando comparado ao álcool e ao tabaco.
A cannabis é a droga psicoativa ilícita mais usada no mundo, com mais de 180 milhões de usuários globalmente. Apesar disso, segundo novo relatório divulgado este mês pela Organização Mundial de Saúde (OMS), ainda há menos conhecimento sobre seus efeitos sociais e na saúde do que em relação ao álcool e ao tabaco.
A estimativa da OMS é de que haja 181,8 milhões de usuários de cannabis — em suas preparações mais comuns, como maconha e haxixe — com idade entre 15 e 64 anos no mundo.
Somente na Europa, 11,7% dos jovens (com idade entre 15 e 34 anos) usaram cannabis no ano passado, percentual que sobe para 15,2% no grupo entre 15 e 24 anos. Do total de usuários globais, estima-se que 13,1 milhões sejam dependentes.
No Brasil, a estimativa da agência é que 2,5% na população adulta usou cannabis nos últimos 12 meses, percentual que sobe para 3,5% entre os adolescentes — taxa semelhante a de outros países da América Latina.
Em seu primeiro relatório sobre o tema em 20 anos, a OMS disse haver menos conhecimento disponível sobre os efeitos sociais e na saúde do uso não médico da cannabis do que o existente em relação ao álcool e ao tabaco.
O que se sabe
Segundo a OMS, usuários regulares de cannabis têm maior risco de desenvolver dependência da droga, sendo que esse risco é de 1 em 10 entre aqueles que nunca usaram, de 1 em 6 entre adolescentes e de 1 em 3 entre usuários diários.
“O uso regular da cannabis durante a adolescência (14 a 16 anos) está associado a consequências mais severas e persistentes do que seu uso durante a vida adulta”, disse o texto.
De acordo com o relatório, as taxas de dependência da cannabis também são maiores entre indivíduos que reportaram problemas psiquiátricos durante a vida, como hiperatividade, desordens de humor, de ansiedade e de personalidade.
O estudo indicou que houve um forte aumento da concentração do composto químico tetraidrocanabinol (THC) nas preparações de cannabis na última década. Nos Estados Unidos, a concentração de THC passou de menos de 2% nos anos 1980 para 8,8% em 2008, diante de avanços nos métodos de cultivo indoor da planta.
Entre os efeitos de curto prazo, o relatório disse que há alguma evidência na comunidade científica mundial de que o uso de cannabis pode causar problemas coronários. Além disso, a associação entre cannabis e a piora de doenças como psicose e esquizofrenia tem sido reconhecida nas últimas duas décadas.
O relatório afirmou ainda que o uso diário de cannabis durante anos e décadas parece produzir perdas persistentes de memória e cognição, especialmente quando seu uso começa na adolescência.
No entanto, a OMS declarou que ainda precisa ser estabelecido se o uso de cannabis no longo prazo produz sintomas de bronquite crônica, assim como infartos do miocárdio e derrames em jovens usuários.
“Fumar tanto tabaco como cannabis pode aumentar o risco de câncer e outras doenças respiratórias, mas é difícil estabelecer se os fumantes de cannabis enfrentam risco maior do que os usuários de tabaco”, disse o relatório.
O documento enfatizou também que, apesar de haver cada vez mais evidências sobre os efeitos da cannabis para os motoristas, elas ainda são pequenas quando comparadas às evidências sobre os efeitos do álcool no trânsito.
O potencial uso médico, incluindo farmacológico, toxicológico e possíveis aplicações terapêuticas da planta não foram analisadas no relatório da OMS.
Fonte: ONUBR

Consultor Jurídico
PROIBIÇÃO DA CLT
Bebidas alcoólicas não podem ser parte da remuneração de empregado. Assim, a empresa deve integrar ao salário do trabalhador os valores desses produtos. Esse foi o entendimento firmado pela 16ª Vara do Trabalho de Brasília ao condenar uma companhia de bebidas e alimentos a integrar ao salário de um repositor o valor de R$ 130 por mês por retribuí-lo com caixas de cerveja como prêmio de incentivo pelo atingimento de metas.
O trabalhador acionou a Justiça alegando que, desde que ingressou na empresa, em 2009, até o ano de 2013 — quando foi promovido a promotor de vendas —, recebia remuneração composta de salário fixo mais prêmios de incentivo pagos em bebidas alcoólicas — em torno de 15 caixas de cerveja ou refrigerante ao mês. De acordo com ele, a prática viola a natureza alimentar dessa verba. Por isso, o repositor pediu a integração dela na remuneração.
A empresa contestou a alegação de que usava bebidas para complementar o salário. Além da parte variável da remuneração, paga em dinheiro, ela diz que concedia eventualmente incentivos por meio de prêmios vinculados ao cumprimento de metas, tais como voucher de compras ou caixas de cerveja, os quais não possuiriam natureza salarial, não cabendo, assim, a sua integração à remuneração.
O preposto da companhia confirmou que a empresa concedia incentivos aos empregados mediante a entrega de voucher de compras ou de caixas de bebidas, o que aconteceu até meados de 2013, quando a empresa suspendeu a concessão de cerveja. A primeira testemunha do autor comprovou que a premiação pela entrega de caixas de cerveja era feita mensalmente, confirmando também que a prática foi abolida em 2013. A segunda testemunha, por sua vez, afirmou, expressamente, que já houve pagamento com bebidas alcoólicas em virtude de metas batidas e que isso acontecia mensalmente.
Com base nessas provas, o juiz Luiz Fausto Marinho de Medeiros entendeu que a empresa, antes de promover reestruturação funcional e salarial em 2013, entregava habitualmente mercadorias, principalmente caixas de cerveja, como parte da remuneração. Assim, Medeiros verificou “nítida índole salarial [no benefício], uma vez que mensalmente retribuída pelo atingimento de metas, ou seja, pelo efetivo trabalho prestado”. Com isso, ele concluiu que tais produtos deveriam integrar a remuneração até julho de 2013.
Ao determinar o pagamento de R$ 130 por mês, referente ao período não prescrito, com reflexos em férias com terço constitucional, décimos terceiros salários, descanso semanal remunerado e FGTS com a multa de 40%, o magistrado salientou que o pagamento salarial com bebidas alcoólicas é expressamente vedado pelo artigo 458 da CLT, “o que corrobora, por irregular, a compreensão pela sua integração do valor médio mensal na remuneração do obreiro”.
Como a ação trabalhista foi ajuizada em dezembro de 2014, reconheceu a prescrição quinquenal dos valores anteriores a dezembro de 2009. Com informações da Assessoria de Imprensa do TRT-10.
Processo 0002173-57.2014.5.10.016
Nova Iorque, 19 de Abril de 2016 - Durante a abertura da Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre Drogas (UNGASS), hoje, em Nova Iorque, o Diretor Executivo do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), Yury Fedotov, ressaltou a necessidade de estratégias integradas para discutir o desafio das drogas.
Durante a plenária, Fedotov convidou os Estados Membros a adotarem um documento final, intitulado "Nosso compromisso conjunto de enfrentar de forma efetiva o problema mundial das drogas".
No documento final, os Estados Membros reafirmam seus compromissos com os objetivos das três convenções internacionais de drogas, assim como seus compromissos de enfrentar o problema mundial das drogas e promover de forma efetiva uma sociedade livre do uso abusivo de drogas.
O documento contem recomendações operacionais voltadas para a redução da demanda e do fornecimento; acesso a medicamentos controlados, questões de direitos humanos, jovens, crianças, mulheres e comunidades; desafios emergentes, incluindo substâncias psicoativas; fortalecimento da cooperação internacional; e desenvolvimento alternativo.
Em seu discurso de abertura, Fedotov afirmou que espera que as recomendações feitas no documento possam ajudam a promover uma "ação urgente, unificada e centrada".
"Essa UNGASS é uma oportunidade critica, em um momento crítico, para construir uma compreensão coletiva dos desafios que enfrentamos," afirmou Fedotov, enfatizando a necessidade de uma política global de drogas que "coloca as pessoas em primeiro lugar".
"Colocar as pessoas em primeiro lugar significa estratégias integradas que respeitem a saúde e os direitos humanos, e promovam a segurança das nossas sociedades", assim como reafirmam "o foco na saúde e no bem-estar social que são preceitos fundamentais das convenções internacionais de drogas", disse Fedotov.
Ele reafirmou o engajamento do UNODC, como líder da agência da ONU que trabalha os desafios impostos pelas drogas ilícitas, apoiando os governos na implementação das recomendações do documento final, incluindo tomar ações para:
* Assegurar o acesso a medicamentos controlados para aliviar a dor e o sofrimento
* Promover estratégias de prevenção, tratamento, reabilitação e reintegração baseadas em evidências cientifica, na saúde pública e nos direitos humanos.
* Prevenir e enfrentar o cultivo e a produção ilícitas e o tráfico;
* Combater o crime organizado, lavagem de dinheiro e transações ilícitas, utilizando ferramentas das convenções de drogas, corrupção, crime organizado transacional e terrorismo, assim como normas, padrões e diretrizes das Nações Unidas.
Ele destacou ainda as relações existentes entre as repostas ao problema mundial das drogas e a implementação da Agenda 2030 e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
Conclamando os governos a reconhecerem que o desafio das drogas é uma responsabilidade comum e compartilhada, Fedotov, pediu mais financiamento, principalmente para países com recursos e capacidades limitadas..
"Nossa estratégia integrada para o problema mundial das drogas tem uma chance mínima de avançar se os compromissos políticos não forem apoiados por um financiamento adequado de recursos", afirmou.
Mais informações:
UNODC Executive Director Yury Fedotov´s Opening Statement
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença crônica e frequente, que se não for prevenida e tratada, pode causar lesões em artérias e orgãos vitais, como coração, cérebro e rins.
Trata-se de uma doença silenciosa, ou seja, que não costuma manifestar sintomas apesar da pressão estar elevada. Por isso a Associação Americana de Cardiologia recomenda que pessoas com mais de 20 anos tenham sua pressão arterial aferida anualmente.
O valor da pressão arterial sofre variações normais ao longo do dia, e assim o diagnóstico de HAS precisa ser feito pelo médico, após aferições feitas em condições adequadas. De acordo com as medidas, a pressão arterial pode ser categorizada conforme quadro abaixo:

Diversos fatores são implicados no risco para hipertensão, como história familiar, idade avançada, sedentarismo, dieta inadequada (principalmente se houver excesso de sal), sobrepeso, obesidade e uso excessivo de álcool. Apesar da relação da HAS com o uso de álcool ter sido notada há 100 anos, somente em 1970 evidências foram capazes de confirmá-la, independente do sexo e de outros potenciais fatores de confusão (como etnia, ingestão de sódio, percentual de gordura ou tabagismo).
Os estudos ainda não são conclusivos quanto às variações da pressão arterial relacionadas ao consumo leve-moderado* de álcool; porém, para os consumidores pesados a prevalência de HAS equivale ao dobro da observada em abstêmios e consumidores leves, sendo possível observar redução da pressão arterial após uma semana de abstinência.
Não há efeito agudo do álcool na pressão arterial dentro de minutos a horas - inclusive pode haver redução, após 8 horas de sono, nas pessoas que bebem à noite. As pesquisas mostram que a pressão arterial tende a se elevar de forma subaguda, dentro de dias a semanas. Além disso, há evidências que o consumo de álcool pode reduzir o efeito de medicamentos para HAS, e que a redução deste consumo pode exercer papel semelhante ou maior na HAS que a perda de peso, atividade física e redução na ingestão de sal. O mecanismo implicado nesta relação ainda não foi esclarecido, mas observa-se que o tipo de bebida, cerveja, vinho ou destilado não interfere consideravelmente, concluindo-se ser devido ao próprio etanol.
A Associação Americana de Cardiologia recomenda que, se a pessoa consome bebidas alcoólicas, o faça com moderação. Isso significa uma média de 1 a 2 doses por dia para homens e 1 por dia para as mulheres. Alerta também que beber acima destes limites aumenta os riscos para o alcoolismo, hipertensão arterial, obesidade, acidente vascular cerebral, câncer de mama e acidentes.
*Consumo pesado e leve-moderado foram definidos neste estudo, respectivamente, como a ingestão de ao menos 3, e menos que 3 doses de álcool por dia. A Organização Mundial de Saúde estabelece que 1 dose padrão contém aproximadamente 10 a 12 g de álcool puro, o equivalente a uma lata de cerveja (330 ml), ou uma taça de vinho (100 ml) ou uma dose de destilado (30 ml).
Fonte:CISA - Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool