sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Estudo revela por que a maconha prejudica a memória




Maconha: ninguém sabia explicar exatamente o que causava esse curto-circuito (OpenRangeStock/Thinkstock)
Revista Exame

A ciência finalmente desvendou por que a maconha atrapalha tanto na hora de lembrar das coisas
Por Ana Carolina Leonardi, da Superinteressante

Um novo estudo publicado na Nature acredita que conseguiu explicar, pela primeira vez, por que é difícil lembrar das coisas para quem fuma maconha.

A cannabis afeta a memória de curto prazo, impedindo que essas lembranças sejam solidificadas no cérebro. O efeito é temporário: parando de usar, o processo de armazenamento de informações volta ao normal rapidamente. O problema é que ninguém sabia explicar exatamente o que causava esse curto-circuito.

A mais nova descoberta mostra que as mitocôndrias são as responsáveis por esse bug cerebral. Para quem precisa de um lembrete das aulas de biologia da escola, mitocôndrias são organelas que ficam dentro de todas as nossas células. Sua função é prover energia através da respiração celular.

Para conseguir causar a “brisa” e os demais efeitos da cannabis, o THC, princípio ativo da maconha, se “prende” aos receptores de canabinoides que temos nos nossos neurônios.

Essa ligação vai acontecendo em todo o sistema nervoso. O que os cientistas não sabiam é que as mitocôndrias também têm receptores de THC nas suas membranas. Ou seja: mitocôndrias também ficam chapadas e isso afeta a energia produzida nos seus neurônios.

O Instituto Neurocentre Magendie, na França, desenvolveu um estudo com ratinhos para analisar esse fenômeno. Os animais foram acostumados com um labirinto até saber percorrê-lo de cor.

Depois, os pesquisadores injetaram THC no hipocampo dos ratos, região responsável pela memória. Quando os ratos chapados voltaram ao labirinto, agiram como se nunca tivessem estado lá antes.

Depois, os cientistas repetiram o experimento com ratos geneticamente modificados para não ter receptores de THC em suas mitocôndrias – e o defeito na memória deles não ocorreu.

Levando essas mitocôndrias para as placas de Petri, eles notaram que o THC interrompia o sistema de transporte de elétrons, que é uma etapa essencial no processo de produção de energia que ocorre dentro das mitocôndrias.

Os neurônios do hipocampo, com as mitocôndrias prejudicadas, começavam a se comunicar menos entre si e, por isso, formavam menos memórias.

A mini-amnésia causada pela maconha é como se fosse, então, um regime de racionamento de energia que os neurônios adotam para conseguir manter sua atividade normal.

Então, se você for do tipo que tem certeza que descobriu o significado da vida, do Universo e tudo o mais, tenha papel e caneta em mãos – ou então nem do número 42 você vai lembrar.
*Esta matéria foi originalmente publicada na Superinteressante.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

O Brasil gasta US$ 8 milhões por ano para tratar males provocados pelo alcoolismo


 


Revista Época

Os brasileiros bebem demais. Ao menos, é o que diz a Organização Mundial da Saúde (OMS). Num ranking de consumidores de álcool, divulgado pela OMS em 2014, o Brasil ocupava a 53ª posição em um universo de 195 países. Se todo o álcool consumido no Brasil fosse dividido pelos brasileiros com mais de 15 anos, cada um teria para si cerca de 8 litros para beber em um ano. A quantidade talvez não o assuste, mas está acima da média mundial, de 6,2 litros por pessoa.

Esses números preocupam porque o consumo excessivo de álcool é apontado como causa importante para o desenvolvimento de 200 enfermidades. Males que variam de cirrose a câncer de mama. Um levantamento organizado por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde tentou estimar qual o impacto financeiro de tratar essas doenças associadas ao alcoolismo pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Algo em torno de US$ 8,2 milhões por ano. O esforço foi coordenado pelo professor Denizar Vianna, da Uerj.

Há anos, Vianna e seus colegas tentam estimar os custos gerados pelo tratamento de doenças crônicas para o SUS. Problemas provocados por obesidade ou diabetes e que, em alguns casos, poderiam ter sido evitados por meio de ações de prevenção e mudança de hábitos. Nos últimos anos, Vianna diz ter começado a dar mais atenção para o alcoolismo: “Nós temos dois grandes problemas de saúde com os quais vamos ter de lidar neste século”, diz o professor. “Um deles é a obesidade, e todas as questões relacionadas a ela. O outro problema é o alcoolismo, cujo peso tende a aumentar.”

Tomado de maneira moderada, o álcool pode ser benéfico: “Ele confere uma coisa chamada proteção cardiovascular”, diz Vianna. Faz bem ao coração. É o argumento que ampara a recomendação de tomar uma taça de vinho por dia, por exemplo (além do álcool, o vinho reúne outras substâncias que, em quantidades modestas, podem fazer bem). O consumo seguro – embora esses limites possam variar de acordo com cada organismo – vai até os 25 gramas diários de álcool. É o que cabe em uma taça, diluído em meio aos outros componentes da bebida. Acima disso, o álcool deixa de ser benéfico para se tornar potencialmente deletério. Quantidades acima de 25 gramas por dia podem aumentar os riscos de a pessoa desenvolver certos tipos de câncer.

Para avaliar o impacto do alcoolismo no sistema de saúde, os pesquisadores primeiro selecionaram quais doenças, dentre as mais comuns na população brasileira, têm maiores chances de ser provocadas pelo consumo de álcool além da conta. Cirrose, por exemplo, foi a doença – dentre os males estudados – com maiores chances de ser provocada pelo consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Oito doenças foram selecionadas: câncer de laringe, câncer de orofaringe, câncer de esôfago, câncer de fígado, câncer de mama, hipertensão, cirrose e pancreatite crônica. Tratar essas doenças custa aos cofres públicos brasileiros, anualmente, US$ 344 milhões. Deste total, 2,4% são atribuídos ao tratamento de casos que foram provocados pelo alcoolismo – US$ 8.262.762,00 por ano, na estimativa dos pesquisadores.

É difícil estabelecer se isso é muito ou pouco porque, segundo Vianna, não é possível comparar o gasto brasileiro com o investimento feito por outros países com o mesmo fim. Países diferentes têm estruturas de custo diferentes – os preços dos medicamentos e aparelhos usados em tratamentos variam. Mesmo assim, diz Vianna, é importante prestar atenção a esse valor: “Nós fizemos um recorte – esse é o custo de tratar somente oito doenças”, diz ele. O valor não inclui, ainda, os prejuízos provocados por motoristas alcoolizados nem o tratamento de pessoas que sofrem com dependência alcoólica.

Para Vianna, é importante prestar atenção para a questão porque cresce o número de brasileiros que bebem em excesso. Segundo dados do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas, no período entre 2006 e 2012, cresceu em 31% o número de pessoas com mais de 15 anos que consomem mais de 4,5 doses de bebida alcoólica em duas horas – um comportamento que os pesquisadores chamam de “beber em binge”. Justamento o comportamento que pode trazer prejuízos – para a saúde individual e para as contas públicas. “Não se trata de condenar o consumo de álcool”, diz Vianna. “Mas é importante estar atento para os malefícios de beber demais.”
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

Após consumo, a maconha fica no cabelo, nas unhas e até no tártaro do dente


 


UOL Notícias
Maria Júlia Marques Do UOL, em São Paulo
Você sabia que seu cabelo pode contar se você consumiu maconha nos últimos meses? Pois é, se o fio for comprido o suficiente dá para descobrir até se você fumou a droga no ano passado.

Raspou o cabelo? Sem problemas, as unhas, pelos e até o tártaro no seu dente guardam indícios que podem confirmar o uso. A droga sai do organismo com o tempo, mas alguns resquícios ficam no corpo e exames podem encontrá-los.

"Fatores como a quantidade, o grau de pureza e o teor ativo da droga influenciam os exames, tanto quanto o peso, a gordura e as atividades hepática e renal, que aceleram a eliminação. Mas sempre há como saber se houve uso ou não", afirma Fábio Alonso, farmacêutico toxicologista e diretor do laboratório Contraprova, no Rio de Janeiro.

Os testes buscam pelo THC, princípio ativo da maconha, e pelo THC-COOH, que é o composto metabolizado, que prova que a substância foi realmente ingerida, passou pelo fígado e se transformou. Isso evita que alguém que esteve em uma festa onde pessoas fumaram maconha, mas não fez uso, seja erroneamente apontada como usuário.

Abra a boca, por favor

iStock

Com a saliva é possível detectar se houve uso de maconha nas últimas horas e no máximo no dia anterior. "O teste é usado quando precisamos saber se naquele instante a pessoa está influenciada pela droga", explica Maristela Andraus, diretora do ChromaTox laboratórios, em São Paulo.

O exame é confiável e lembra um teste de gravidez: uma fita é molhada na saliva e, dependendo da cor que aparece, é possível saber se houve consumo ou não. "Depois desta triagem, confirmamos o resultado no laboratório com equipamentos mais potentes", diz Andraus.

O teste é aplicado em momentos decisivos, como após um acidente de carro ou antes de um piloto que parece drogado pilotar um avião. E não adianta escovar os dentes ou passar enxaguante bucal, a substância psicoativa continuará na saliva.

Fez exercícios? O suor vira prova

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O suor também contém substâncias que entregam o uso de maconha. "O teste determina o uso em curtíssimo prazo, se for feito em até 12 horas depois", afirma Alonso. Ele explica que o exame tem pouca aplicabilidade, já que o suor é difícil de coletar e que no Brasil ainda não existem laboratórios que analisem essa matriz.

A droga aparece no xixi

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Andraus diz que na urina é possível detectar o consumo até três dias depois do consumo, em média. O exame é bastante eficaz e preciso e é bem avaliado pelos laboratórios por ser um método não invasivo que garante uma grande quantidade de amostrar e que pode ser congelado e conservado.

Obviamente, também está no sangue

Getty Images/iStockphoto/jarun011

O exame de sangue detecta a maconha na janela de até 15 dias, segundo Alonso. O exame é confiável e pode ser requisitado depois de um teste rápido, como o de saliva.

O farmacêutico afirma que o THC, princípio ativo da maconha, tem afinidade pelo tecido adiposo e a gordura vira um "depósito". Com o tempo, o THC se desprende e é liberado na corrente sanguínea. "É muito comum quando testamos pacientes em reabilitação que a pessoa dê positivo por até 20 dias, mesmo sem ter usado recentemente. É o corpo eliminando a substância", diz Alonso.

O cabelo é uma linha do tempo

iStock

Quando a maconha entra no seu corpo ela fica na corrente sanguínea e ao passar pela raiz do cabelo deixa ali depositado o THC. Conforme o fio cresce, ele leva consigo pedacinhos da substância. "Depois de uns cinco dias de ter fumado, a maconha começa a aparecer no cabelo. Avaliamos que cada um centímetro do fio equivale a um mês de vida e conseguimos saber como foi consumo no período", diz Andraus.

O último mês é o mais próximo do couro cabeludo e se o cabelo for longo é possível analisar anos. Quanto maior a concentração de THC, mais constante era o uso. Passar shampoo não muda nada, pois as substâncias estão dentro do cabelo e não na superfície. "O que pode afetar, mas não é certo, é clarear o cabelo, pois o procedimento mexe na estrutura do cabelo".

Se o cabelo tiver menos de um centímetro ou se tiver passado a máquina zero, os laboratórios testam em pelos, que funcionam da mesma forma.

Unhas? Dente? Tártaro?

iStock

Já deu para perceber que ao fumar maconha a substância não deixa o corpo tão fácil assim, mas não paramos por ai. As unhas também armazenam o THC, já que são tecidos queratinizados como os cabelos. Se a pessoa não cortar as unhas, como o Zé do Caixão, todo o histórico de uso de maconha pode ser descoberto na unha.

"Existem muitos métodos novos sendo estudados. Confirmar o uso pelo dente ainda é novidade. Mas fui em um congresso recentemente onde provavam o uso de maconha ao analisar o tártaro, uma vez que ele fica embebido na saliva e fica impregnando pelo THC", diz Andraus.
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas 

Cuidado com as garotas!




(imagem reprodução)
Jairo Bouer
Estudos mostram que garotas mais jovens parecem hoje muito mais vulneráveis a transtornos emocionais que podem provocar impactos importantes na saúde e comportamento

Novos trabalhos divulgados na última semana mostram a necessidade de cuidados e atenção redobrados com as garotas mais jovens. Esse grupo parece hoje muito mais vulnerável a transtornos emocionais que podem provocar impactos importantes na saúde e no comportamento.

O primeiro estudo aponta que garotas com déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) apresentam maior risco de desenvolver transtornos mentais. Essa condição elevaria a chance de problemas como gravidez na adolescência, pior desempenho na escola e abuso de drogas. Pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), nos EUA, avaliaram trabalhos anteriores com cerca de 2 mil garotas de 8 a 13 anos: 40% delas tinham diagnóstico de TDAH. Ansiedade, depressão, transtorno desafiador opositivo (raiva, hostilidade, dificuldade de lidar com regras), distúrbios de conduta e violência foram mais comuns entre essas meninas do que naquelas que não tinham sintomas de TDAH. Os dados foram publicados no periódico médico Pediatrics.

Segundo os especialistas, é mais difícil diagnosticar TDAH nas meninas. Em geral, elas apresentam menos sintomas de hiperatividade do que os garotos. Em contrapartida, sinais de falta de atenção são frequentes. Se um acompanhamento cuidadoso for feito desde cedo, é mais fácil monitorar e controlar melhor as eventuais dificuldades emocionais e, portanto, reduzir os riscos para a vida dessas garotas.

Outra pesquisa da última semana, feita pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), revela que as adolescentes britânicas estão se tornando o grupo com mais problemas com o álcool. Elas apresentam risco duas vezes maior do que os garotos de se embriagar. Um terço delas já ficou “de porre” pelo menos duas vezes antes dos 15 anos. Além delas, apenas as garotas suecas e canadenses bebem mais do que os meninos. Nos demais países, os garotos ainda ingerem mais álcool. Os dados foram divulgados pelo jornal inglês Daily Mail.

Os números contrastam com tendências apontadas por outros trabalhos atuais, que sugerem uma queda do consumo de álcool entre os menores nos países desenvolvidos, já que eles estariam ficando cada vez mais tempo em suas casas, usando redes sociais, do que na rua, bebendo com os amigos. É importante lembrar que, quanto mais cedo se inicia o contato com o álcool, maiores os riscos de padrões complicados de uso, como o abuso (tomar porres, por exemplo) e a dependência.

Juntando os dois trabalhos citados, percebe-se que as garotas com mais questões emocionais, como as que apresentam depressão, ansiedade e dificuldades de adaptação, correm maior risco de abusar da bebida. E, como se sabe, o álcool acaba impactando diversos campos da vida do jovem, como desempenho escolar, exposição à violência, uso de cigarro, experiência com outras drogas e comportamento sexual de risco, entre outros.

Outro estudo, divulgado pelo Sistema Nacional de Saúde (NHS Digital) do Reino Unido, também na última semana, mostra que as mulheres mais jovens, de 16 a 24 anos, são três vezes mais propensas do que os homens da mesma faixa etária a desenvolver transtornos mentais, como depressão e automutilação. Uma em cada quatro delas vai enfrentar essas questões ao longo da vida. Os dados foram publicados pelo jornal Daily Mail.

As mesmas redes sociais, que poderiam em teoria proteger as jovens do abuso de álcool, são também grandes vilãs para a saúde emocional dessas meninas, que passam a se comparar o tempo todo com as colegas e sentem fortes pressões para estar sempre bem. O isolamento, o pessimismo e a dificuldade em lidar com problemas acabam minando a autoestima e o bem-estar dessas garotas. Lógico que as redes sociais não são as únicas responsáveis. Outras questões, como desemprego, crise econômica, problemas familiares, exclusão social e machismo, entre outras, também colocam uma carga extra sobre essas meninas hoje. E quem sofre mais acaba bebendo mais!

Os resultados mostram o quanto é importante que os pais e as escolas possam avaliar com frequência o estado psíquico das garotas e procurar ajuda quando necessário. É uma forma de tentar garantir mais saúde e qualidade de vida para essa jovem população feminina hoje mais vulnerável.
Fonte: Estadão Saúde

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Pesquisa: cerca de 3 entre 10 mortes por câncer nos EUA podem ser atribuídas ao cigarro


 


Jornal Extra - Globo
(imagem reprodução)
RIO - Nos Estados Unidos, 167.133 mortes por câncer — 27,6% do total de óbitos pela doença — em 2014 podem ser atribuídas ao fumo de cigarro. O dado foi revelado, nesta segunda-feira, na versão online do periódico científico “JAMA Internal Medicine” em um estudo na Sociedade Americana de Câncer que relaciona também os indicadores por gênero, estado e etnia.

Os autores alertam que os dados para óbitos relacionados ao fumo são subestimados, não apenas pela subnotificação das informações utilizadas: incluem apenas adultos com mais de 35 anos; consideram apenas 12 tipos de câncer; e, finalmente, não englobam o fumo passivo.

A estimativa é que, hoje, existam 40 milhões de fumantes adultos ativos nos Estados Unidos. Os autores apontam que o uso do cigarro permanece sendo a maior causa evitável para mortes por câncer e outras doenças.

Das mortes consideradas, 103.609 ocorreram entre homens (62%) e 63.524 (38%) entre mulheres. Segundo os pesquisadores, a diferença de gênero acontece pela prevalência do fumo entre homens nas gerações mais velhas — o que pode diminuir com o passar das gerações, refletindo dados recentes que mostram uma paridade no uso.

A proporção dos óbitos por câncer atribuídos ao fumo variou de acordo com o estado, mas aqueles no Sul do país se destacaram, chegando a 40% entre os homens em alguns deles. No gênero masculino, 9 dos 10 estados com mais mortes eram do Sul e, entre as mulheres, 6 entre 10. A pesquisa aponta a prevalência histórica do tabagismo na região, e que hoje se associa a políticas de controle do cigarro mais fracas, além de um perfil socioeconômico mais baixo — que se relaciona ao uso mais frequente.
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas
Nacionalmente, negros não-hispânicos tiveram a maior incidência de morte por câncer atribuída ao cigarro (27,2%), seguidos de brancos não-hispânicos (26%) e hispânicos (19,8%).

Na conclusão do estudo, a equipe de cientistas recomenda um fortalecimento no controle do tabaco pelo governo como forma de reduzir as mortes por câncer em todos os estados.

A pesquisa, liderada pela doutora Joannie Lortet-Tieulent, usou dados estaduais, além do Distrito de Columbia (onde fica a capital federal, Washington D.C), sobretudo a partir do Sistema de Monitoramento de Fatores de Risco.
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

Condições adversas de trabalho e uso de álcool entre homens e mulheres


 

Os resultados foram controversos: ora a relação entre estresse e consumo de álcool se mostrava positiva, ora se mostrava negativa e, algumas vezes sequer foi notada. Os resultados também são controversos, quando o foco de estudo é o estresse no trabalho e sua relação com consumo de álcool. Contudo, pesquisas mais recentes referm que a relação entre estresse no trabalho e uso de álcool é indireta e intermediada por uma série de fatores.

Pesquisadores holandeses analisaram como as condições de risco corporal no trabalho, os aumentos de demanda funcional, controle sobre o trabalho realizado e apoio de colegas influenciou no uso de álcool por 18.973 trabalhadores entre 15 e 74 anos.

Os resultados mostraram que os trabalhadores submetidos a condições adversas no ambiente de trabalho tenderam a fazer uso abusivo de álcool. Os entrevistados que eram submetidos a condições de elevado risco corporal, consumiram álcool de maneira abusiva (>21 doses de álcool/semana para homens e >14 doses/semana álcool para mulheres). No caso exclusivo dos homens, houve aumento também do uso de álcool no padrão binge (> 6 doses de álcool por ocasião nos últimos 6 meses).

As mulheres que foram submetidas a aumento na demanda funcional de trabalho apresentaram aumento no uso abusivo de álcool. Os homens, contudo, quando submetidos a um aumento na demanda funcional de trabalho acusaram uma diminuição na frequência de uso binge de álcool. Os entrevistados que foram submetidos a condições adversas de trabalho tenderam a consumir álcool de maneira abusiva.

Há diferentes explicações para o aumento no uso de álcool entre os sujeitos submetidos a condições adversas no ambiente de trabalho. Este aumento pode ocorrer pelo aumento nos índices de estresse. É possível também que o aumento do uso de álcool faça parte de uma “cultura ocupacional”, por meio da qual os trabalhadores colegas de uma mesma categoria compartilham vocabulário, comportamento e hábitos de consumo de álcool em comum.

Concluindo, os autores sugerem que os programas de prevenção tenham preocupações com situações que envolvam condições adversas de trabalho.
Fonte:CISA - Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool 

Mulheres já bebem quase tanto quanto os homens, diz estudo




Garota bebe em festival de música nos EUA (Foto: Lucy Nicholson/Reuters)

Após analisar dados entre 1891 e 2001 em todo o mundo, estudo concluiu que os problemas resultantes do abuso da bebida também já afetam as mulheres quase na mesma medida que os homens.
James Gallagher
Da BBC

As mulheres estão consumindo álcool praticamente na mesma quantidade que os homens - e sentindo os seus efeitos na saúde na mesma intensidade -, de acordo com um estudo conduzido pela Universidade de New South Wales, na Austrália.

A análise se baseou em dados sobre pessoas nascidas entre 1891 e 2001 em todo o mundo, mas provenientes, em sua maioria, da Europa e da América do Norte.

A pesquisa identificou uma mudança substancial nos hábitos desde o início do século 20 até os dias de hoje.

Na geração atual, segundo o estudo, os homens consomem apenas 10% mais álcool do que as mulheres, enquanto no começo dos anos 1900 eles consumiam mais que o dobro (2,2 vezes) do álcool consumido por elas.

Como consequência, os impactos na saúde das mulheres também se assemelha ao que ocorre entre os homens.

Os homens do início do século passado costumavam beber em níveis problemáticos três vezes mais frequentemente que as mulheres. Hoje em dia, essa diferença passou para apenas 1,2 vez.

Alám disso, a população masculina costumava ser 3,6 vezes mais suscetível a problemas de saúde decorrentes do consumo de álcool, como cirrose hepática. Agora, os homens são suscetíveis a esses problemas apenas 1,3 vez mais do que as mulheres.

Mudança social

Os pesquisadores consideram que parte da guinada em direção à paridade pode ser explicada pela mudança nos papéis exercidos por homens e mulheres na sociedade.

Segundo o professor Mark Petticrew, da London School of Hygiene and Tropical Medicine, o aumento da disponibilidade da bebida no mercado e a publicidade de álcool voltada para mulheres - especialmente as mais jovens - também são fatores importantes.

"O consumo de álcool e os problemas relacionados a ele eram historicamente vistos como um fenômeno masculino," alerta Petticrew.

Já não são mais, diz o pesquisador. Por isso, o estudo recomenda que os esforços para moderar o consumo de álcool e reduzir os problemas decorrentes desse abuso sejam também direcionados ao público feminino.

"Os profissionais de saúde precisam ajudar as pessoas – tanto homens quanto mulheres – a compreender os riscos do consumo de álcool e saber como reduzir os seus efeitos maléficos," afirma o professor.
Fonte: Bem Estar G1