quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Dependência química: o descaso da necessidade de tratamento!

Dependência química: o descaso da necessidade de tratamento!                                                                                              

Jornal da Paraíba
O que será que realmente pensam os políticos desse país que nós elegemos imaginando que os mesmos farão com que a qualidade de vida de cada indivíduo brasileiro melhore?

O que será que pensam as pessoas responsáveis pela saúde pública do povo brasileiro com relação aos dependentes químicos? O que será que pensam os diretores, professores e todos os responsáveis pela educação do povo brasileiro com relação à dependência química? O que se passa na cabeça do povo brasileiro que assiste ao vivo e em cores toda a podridão das “cracolândias” espalhadas por nosso país?

A partir de questionamentos como este se chega à conclusão que as drogas estão vencendo a parada! Nossa sociedade sofre atônita. O poder público omisso e ineficiente se torna conivente com o avanço da degradação social imposta pelo crime de tráfico e distribuição dos mais variados tipos de entorpecentes, com destacado “mérito” para o crack.

Estudos mais recentes apontam que a dependência química é multifatorial, ou seja, existem vários fatores relacionados. São fatores de natureza biológica, psicológica e social. Pesquisas comprovam que ninguém nasce dependente de uma droga, mas pode tornar-se um dependente experimentando-a ou usando-a em determinado contexto social e familiar. A pessoa desenvolve uma relação com ela que evolui para a dependência. A dependência é uma doença, mas tem tratamento.

O fato mais importante na ressocialização/recuperação de um dependente de drogas é a garantia na seqüência do tratamento, com início, meio e fim, não apenas porque é o mais adequado ou menos oneroso aos cofres públicos, mas principalmente porque através das fases do programa é que o recuperando vai aprendendo o passo a passo para se autodisciplinar e atingir o autocontrole sobre suas emoções, sentimentos e pensamentos, disciplina que o conduzirá à libertação da dependência. E isso, salvo qualquer engano de minha parte, é o que ainda não parece bem definido por parte dos Governos ou talvez essa falta de definição ainda esteja acontecendo devido ao grande número de dependentes, à falta de espaço físico adequado, além de pessoal capacitado e em número suficiente para atender adequadamente à demanda. O avanço das drogas no Brasil é um fato que ainda está longe de encontrar uma solução que nos permita atingir um patamar aceitável, já que a erradicação é uma utopia. No ritmo e da maneira como o problema vem sendo tratado em especial pelo poder público, as drogas tendem a causar ainda muitos danos tanto para o indivíduo dependente, como para as famílias e toda a sociedade. Isso ocorre não apenas porque se trata de um assunto complexo, polêmico, mas devido à irresponsabilidade e omissão de décadas por parte dos Governos, em diferentes escalas de poder, que insistem em banalizar o caráter social, educacional, familiar, espiritual, de saúde pública e privada, e de segurança pública que está por trás do uso de drogas.

Em Parnaíba o problema é extremamente delicado. Jovens cada vez mais cedo experimentam as drogas, ficam viciados e não se tem notícia de uma política pública que ofereça tratamento ao dependente químico, especialmente os de baixa renda. Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) infelizmente ainda não têm um critério de atendimento que possibilite fácil acesso ao paciente de forma a assegurar que o recuperando receba tratamento adequado e contínuo, como deve ser. Uma prova de que os Governos não priorizam essa questão é que nos oito anos de Lula (2003-2010), foram perdoados US$ 436,7 milhões em dívidas de quatro países: Moçambique (US$ 315,1 milhões), Nigéria (US$ 84,7 milhões), Cabo Verde (US$ 1,2 milhão) e Suriname (US$ 35,7 milhões).

Em Moçambique, foram perdoados 95% da dívida, a maior proporção da década. Em dois anos e dez meses, Dilma reestruturou a dívida de cinco países - US$ 431,2 milhões -, dos quais US$ 280,3 milhões foram perdoados. Foram beneficiados Gabão, Senegal, Sudão, República do Congo e São Tomé e Príncipe - neste último, a dívida foi reescalonada e os prazos de pagamento alterados. O Governador Wilson Martins pagou um patrocínio de R$ 1 milhão para a gravação do filme sobre a vida de Frank Aguiar. O Prefeito Florentino Neto este ano já gastou cerca de R$ 4 milhões em eventos, feiras e coquetéis. Não que alguns destes eventos não tenha importância, mas o que é prioridade mesmo para esses governantes?! Quanto custa cuidar de nossos jovens?! Quanto custa tratar dos dependentes químicos?! Como enfrentar um problema de saúde reconhecido pela Organização Mundial da Saúde, além de ser um problema social e educacional? Será que os nossos governantes vão continuar imersos na omissão? Precisaremos perder ainda quantas vidas para eles se tocarem?!
Fernando Gomes, sociólogo, cidadão, eleitor e contribuinte parnaibano.

Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

Debate sobre regularizar maconha no Uruguai preocupa os vizinhos

Debate sobre regularizar maconha no Uruguai preocupa os vizinhos                                                                                              

G1
´Brasil não está preparado`, diz presidente da Câmara dos Deputados.
Lei preocupa também Argentina, Uruguai e México.

A regulação do consumo de maconha no Uruguai, que será votado nesta terça-feira (10) pelo Senado, provoca cautela entre seus vizinhos, que preferem evitar o tema ou reforçar a proibição, apesar da droga também estar sendo consumida em seus país.

"Creio que o Brasil não está preparado para isso. Não acho que vá ocorrer (uma legalização da maconha). É um tema que tem muita rejeição agora, muitas distorções. Pode-se discutir, mas só isso", afirmou Henrique Eduardo Alves, presidente da Câmara de Deputados brasileapoio da governista coalizão esquerdista Frente Ampla, que controla as duas câmaras.

A lei promovida por José Mujica, presidente do Uruguai, que tem um pouco mais de três milhões de habitantes, preocupa alguns setores no Brasil, com seus 200 milhões de habitantes. Também deixou abismada a Argentina, assustou o Paraguai e causou ceticismo no México, cuja violenta guerra contra o narcotráfico deixou cerca de 70.000 mortos desde 2006.

"Muitas cidades na fronteira do Brasil (com o Uruguai) podem ser uma porta de entada para a maconha, especialmente o Rio Grande do Sul", advertiu o deputado brasileiro Osmar Terra, do PMDB.

Depois dos Estados Unidos, o Brasil é o segundo consumidor mundial de cocaína e crack, abastecido por importantes produtores de coca, como Peru e Colômbia.

E, apesar do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) defender a legalização da maconha depois de sua saída do poder, o governo da presidente Dilma Rousseff enfrentou a alta do consumo de drogas com maior repressão ao tráfico nas fronteiras. No entanto, a possibilidade de que a maconha uruguaia seja exportada para seus vizinhos parece distante. Oitenta por cento da maconha no Brasil provém do Paraguai, segundo a Polícia Federal.

A nova lei uruguaia prevê um registro dos consumidores de maconha e um limite de compra de 40 gramas mensais em farmácias: será um mercado fechado e controlado pelo Estado. Os preços serão módicos - quase um dólar o grama - e não diferenciados para evitar a concorrência entre fornecedores.

Vizinhos cautelosos

A Argentina está na vanguarda da região em temas como aprovação do casamento homossexual, mas não parece ainda pronta para seguir os passos de seu vizinho uruguaio.
Recentemente, o secretário de Segurança argentino, Sergio Berni, considerou esta possibilidade "digna de ser estudada", mas acrescentou que é um tema muito complexo, que deve ser analisado com responsabilidade.

"A Argentina está muito mais atrasada que o Uruguai em relação à políticas de drogas. Enquanto que no Uruguai os usuários não são criminalizados e se discute a forma mais eficaz para que possam exercer seu direito, na Argentina mais de 8.000 consumidores de drogas são criminalizados todos os anos há mais de duas décadas". afirmou à AFP Sebastián Basalo, diretor da THC, "a revista argentina da cultura canábica".

No Chile, o cultivo de maconha é punido com até cinco anos de prisão, assim como sua venda, ao contrário de seu consumo pessoal e em particular. Os usuários se queixam, no entanto, de não saberem direito o "quanto" significa este uso pessoal.
Mas o programa da ex-presidente chilena Michelle Bachelet, favorita para vencer o segundo turno de 15 de dezembro, propõe revisar a conveniência de manter a maconha como droga ilícita, tal como foi considerada em uma lei ditada quando governou o país de 2006 a 2010.

No Paraguai, o maior produtor de maconha da região, o presidente Horacio Cartes é contrário à legalização. "A situação do tráfico de drogas não vai mudar com a legalização de uma droga. É uma utopia", afirmou.

Enquanto isso, seu governo promove um centro de pesquisa para estudar as propriedades da maconha visando a elaborar políticas de Estado com uma base científica.

O México se mostra cético. "As mudanças de estratégias unilaterais não oferecerão uma solução para um problema de ultrapassa fronteiras", afirmou recentemente o chanceler mexicano José Antonio Meade.

Turismo ecológico

Para alguns setores conservadores uruguaios, assim como existem ´tours gastronômicos` em Lima ou do vinho em Santiago, Montevidéu poderá converter-se num paraíso para consumidores de maconha que não podem obter a droga em seu próprio país.

"Virão do Brasil, da Argentina, para consumir no Uruguai", afirmou Pedro Bordaberry, senador uruguaio do Partido Colorado e um dos presidenciáveis para 2014, falando ao canal Globo News. Apesar de a norma proibir a compra de maconha por parte de estrangeiros não residentes, Bordaberry considera que os uruguaios que não consumirem sua parte vão comprar e revender o produto aos visitantes. ´Como fazer para controlar isso?`, questiona.

Dessa forma, enquanto o pequeno país progressista pode fumar maconha, o resto da região parece aplicar as duas regras que muitos consumidores usam em Brasília quando são abordados pela polícia: a primeira, negar sempre que consumiu maconha e, a segunda, jamais quebrar a primeira regra.

Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Reflexão do dia 11 de Dezembro

Reflexão do dia 11 de Dezembro
 
...uma genuína humildade...
 
 que devemos conduzir-nos com genuína humildade. Isto para que nossas grandes bênçãos jamais nos estraguem; para que vivamos eternamente em grata contemplação d'Aquele que reina sobre todos nós.
ALCOÓLICOS ANÔNIMOS PG. 178
 
A experiência me ensinou que minha personalidade alcoólica tem tendência para o grandioso. Mesmo que tiver, aparentemente, boas intenções, posso sair pela tangente atrás de minha "causas". Meu ego toma conta e perco de vista o meu propósito primeiro. Posso até tomar o crédito pela obra de Deus em minha vida. Esse sentimento exagerado de minha própria importância é perigoso para a minha sobriedade e pode causar grande dano a A.A. como um todo.
Minha salvaguarda, a Decima Segunda Tradição, serve para manter-me humilde. Percebo, tanto como um indivíduo, como um membro da Irmandade, que não posso me gabar de minhas façanhas, e que "Deus faz por nós o que não podemos fazer por nós mesmos".
 
Força, fé e esperança,
Clayton Bernardes

Só por hoje 11-12...

Meditação do Dia

Quarta, 11 de dezembro de 2013


A infelicidade é uma opção
"Ninguém está a forçar-nos a deixarmos a nossa miséria." Texto Básico, p. 34

É engraçado recordarmos a nossa relutância em rendermo-nos à recuperação. Parecia que achávamos que tínhamos vidas maravilhosas e preenchidas quando usávamos, e que deixar as drogas seria pior do que cumprir uma pena perpétua de trabalhos forçados. Na realidade, o oposto era verdadeiro: as nossas vidas eram miseráveis, mas receávamos trocar essa miséria familiar pelas incertezas da recuperação. É possível, também, ser-se infeliz em recuperação, embora não seja necessário. Ninguém vai forçar-nos a trabalhar os passos, a ir a reuniões, ou a falar com um padrinho ou madrinha. Não há nenhuma milícia em NA que nos force a fazer as coisas que nos irão libertar da dor. Mas nós temos uma escolha. Já escolhemos largar a miséria da adicção activa, trocando-a pela sanidade da recuperação. Agora, se estamos prontos a trocar a nossa infelicidade hoje por uma paz ainda maior, temos os meios para fazê-lo - se na realidade quisermos.

Só por hoje: Não preciso de me sentir infeliz a não ser que realmente queira. Hoje vou trocar a minha infelicidade pelos benefícios da recuperação.
 
Força, fé e esperança,
Clayton Bernardes

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Saiba o que é Dependência e pováveis idades de início de consumo de álcool e outras drogas!!

Dependência

Dependência Física
Consiste na necessidade sempre presente, a nível fisiológico, o que torna impossível a suspensão brusca das drogas. Essa suspensão acarretaria a chamada crise da "abstinência". A dependência física é o resultado da adaptação do organismo,independente da vontade do indivíduo. A dependência física e a tolerância podem manifestarem-se isoladamente ou associadas, somando-se à dependência psicológica. A suspensão da droga provoca múltiplas alterações somáticas, causando a dramática situação do "delirium tremens".
Isto significa que o corpo não suporta a síndrome da abstinência entrando em estado de pânico. Sob os efeitos físicos da droga, o organismo não tem um bom desenvolvimento.

Dependência Psicológica
Em estado de dependência psicológica, o indivíduo sente um impulso irrefreável, tem que fazer uso das drogas a fim de evitar o mal-estar. A dependência psicológica indica a existência de alterações psíquicas que favorece a aquisição do hábito. O hábito é um dos aspectos importantes a ser considerado na toxicomania, pois a dependência psíquica e a tolerância significam que a dose deverá ser ainda aumentada para se obter os efeitos desejados. A tolerância é o fenômeno responsável pela necessidade sempre presente que o viciado sente em aumentar o uso da droga.
Em estado de dependência psíquica, o desejo de tomar outra dose ou de se aplicar, transforma-se em necessidade, que se não satisfeita leva o indivíduo a um profundo estado de angústia, (estado depressivo). Esse fenômeno não deverá ser atribuído apenas as drogas que causam dependência psicológica. O estado de angústia, por falta ou privação da droga é comum em quase todos os dependentes e viciados.

Requisitos Básicos da Dependência
1 - forte desejo ou compulsão para consumir a substância;
2 - dificuldade no controle de consumir a substância em termos do seu início, término ou níveis de consumo;
3 - estado de abstinência fisiológica quando o uso cessou ou foi reduzido (sintomas de abstinência ou uso da substância para aliviá-los);
4 - evidência de tolerância, de tal forma que doses crescentes da substância psicoativa são requeridas para alcançar efeitos originalmente produzidos por doses mais baixas;
5 - abandono progressivo de prazeres ou interesses alternativos em favor do uso da substância psicoativa, aumento do tempo necessário para obter ou tomar a substância psicoativa ou para se recuperar dos seus efeitos;
6 - persistência no uso da substância, a despeito de evidência clara de consequências manifestamente nocivas, tais como dano ao fígado por excesso de álcool, depressão consequênte a período de consumo excessivo da substância ou comprometimento cognitivo relacionado à droga.

Uso de Droga em Adolescentes
Idade de início
Substância
Tempo para uso problemático
11 anos
álcool
2,5 anos
12 anos
maconha
1 ano
13 anos
cocaína
6 meses
14 anos
crack
1 mês



Perfil dos Usuários
81%
são de classe média
46,8%
cursam o nível superior
50%
mencionam apenas os efeitos positivos da droga
84%
já tiveram episódios depressivos após o uso
65,6%
acreditam que o ecstasy é seguro
15,6%
já tiveram problemas financeiros pelo uso do ecstasy
100%
usam a droga em grupo
100%
são usuários de outras drogas como maconha, cocaína e LSD

Fumo passivo afeta memória e aprendizado

Fumo passivo afeta memória e aprendizado                                                                                              

Experimentos realizados na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP demonstraram que a exposição à fumaça de cigarro no período pós-natal (logo após o nascimento) induziu alterações em processos críticos do desenvolvimento do sistema nervoso central (SNC) e a diminuição da atividade locomotora na infância e na adolescência. Os testes foram feitos em camundongos durante a pesquisa de doutorado da farmacêutica Larissa Helena Lobo Torres.

Segundo a OMS, 40% das crianças no mundo são expostas ao fumo passivo Segundo o estudo, a fumaça de cigarro prejudicou os processos de mielinização (formação da bainha de mielina que é a camada protetora dos neurônios) e de sinaptogênese (formação e refinamento das sinapses). “Nossos resultados sugerem que, com a exposição à fumaça do cigarro não há reversão dos efeitos observados no aprendizado e memória ou mesmo nos níveis das proteínas pré-sináptica na adolescência e na fase adulta”, aponta a farmacêutica. “Até o momento, este é o único estudo experimental em roedores que associa dados bioquímicos e comportamentais ao avaliar os efeitos do fumo passivo no inicio do desenvolvimento do SNC e as possíveis consequências na adolescência e na fase adulta, dos animais”, destaca a pesquisadora. De acordo com a pesquisadora, a exposição à fumaça do cigarro ocorreu durante as duas primeiras semanas de vida dos camundongos “pois esse período é crítico para os processos de sinaptogênese e mielinização”.

Cigarros 3R4F
Os animais foram expostos à fumaça de cigarros 3R4F, que foram produzidos pela Universidade de Kentucky (EUA) exclusivamente para pesquisa. “Realizamos a exposição com uma mistura de fumaça central e fumaça lateral numa câmara de polipropileno”, explica. A fumaça lateral é a que sai pela ponta acesa do cigarro e a central é aquela que é tragada pelo fumante. Os animais foram expostos à fumaça duas vezes por dia, durante uma hora no período da manhã (8 horas) e uma hora à tarde (16 horas). Foi utilizado um sistema que produz vácuo e que permitiu que a fumaça fosse ‘tragada’ pelos animais.

Os camundongos foram avaliados na infância, com 15 dias de vida; na adolescência, com 35 dias; e na fase adulta, com 65 dias. Para avaliar a sinaptogênese, foram quantificadas proteínas sinápticas (sinapsina I e sinaptofisina) e o BDNF, um fator neurotrófico envolvido na manutenção da sobrevivência neuronal e na plasticidade sináptica. Essas análises foram realizadas em diferentes estruturais do encéfalo: hipocampo, cerebelo, córtex pré-frontal e estriado.

O processo de mielinização foi avaliado por meio de microscopia eletrônica de transmissão do nervo óptico e da quantificação da proteína básica de mielina no telencéfalo, diencéfalo, cerebelo e tronco encefálico. “Realizamos ainda estudos comportamentais para avaliar os efeitos da fumaça do cigarro na aprendizagem e memória, na atividade locomotora e ansiedade”, conta.

Resultados
Os resultados indicaram diminuição dos níveis de BDNF e de sinapsina e sinaptofisina no hipocampo, cerebelo, córtex pré-frontal e estriado. A fumaça também induziu a diminuição na porcentagem de fibras mielinizadas no nervo óptico e aumento da proteína básica de mielina (PBM) no cerebelo na infância, além de diminuição da PBM no telencéfalo e tronco encefálico na adolescência e no cerebelo na fase adulta. “Estes dados são condizentes com outra pesquisa que demonstrou que crianças e adolescentes expostos ao fumo passivo apresentam deficiência de aprendizado evidenciado por um pior desempenho escolar. Em conjunto, esses resultados representam uma ferramenta que pode direcionar futuras pesquisas que visem a prevenção dos danos causados pelo fumo passivo”, estima a pesquisadora.

Fumo Passivo
O fumo passivo é um problema de saúde pública e diversos trabalhos comprovam os prejuízos causados por essa exposição, principalmente no sistema respiratório. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 40% das crianças no mundo são expostas ao fumo passivo, que é responsável por elevada morbidade respiratória e mortalidade em crianças de baixa idade.“Apesar desses dados, poucos trabalhos têm como foco os efeitos do fumo passivo no SNC, em especial, durante o período de desenvolvimento”, finaliza a farmacêutica.

Autor
OBID Fonte: Adaptado de Portal RR4