sexta-feira, 18 de julho de 2014

REVISÃO SISTEMÁTICA - PERFIL DOS USUÁRIOS DE COCAÍNA E CRACK NO BRASIL

REVISÃO SISTEMÁTICA - PERFIL DOS USUÁRIOS DE COCAÍNA E CRACK NO BRASIL



Esta tese tem como objetivo sintetizar o perfil dos usuários de cocaína e crack no Brasil. Foi construído por meio de revisão da literatura em base de dados (MEDLINE, LILACS e Biblioteca Cochrane), e no Banco de Teses da CAPES. Os dados foram agrupados em categorias temáticas, quais sejam: levantamentos domiciliares nacionais, populações específicas, perfil dos pacientes que procuram tratamento, mortalidade e morbidade. Dentro de cada categoria os principais achados da literatura nacional foram descritos e posteriormente discutidos. Os resultados indicam que informações relacionadas ao consumo de cocaína e crack no Brasil ainda são incipientes, mas já temos à disposição da comunidade científica um conjunto teórico relevante que pode ser utilizado visando à atualização das atuais políticas públicas referentes a este tema.
Após a identificação do Δ9-tetraidrocanabinol (Δ9-THC) na CB1 e consequente descoberta do sistema endocanabinoide na década de 60 e com a posterior clonagem do receptor canabinoide década de 90, um volume crescente de pesquisas tem emergido Abuso de cannabis em pacientes com transtornos psiquiátricos focalizando o papel deste sistema em transtornos psiquiátricos, tais como esquizofrenia, transtorno afetivo bipolar (TAB), depressão maior e ansiedade, entre outros1-4.
Vários estudos epidemiológicos têm verificado que indivíduos com transtornos mentais graves estão mais propensos a fazer uso, abuso e dependência de substâncias psicoativas - especialmente a cannabis - quando comparados à população geral4-6.Por exemplo, pacientes com esquizofrenia são mais prováveis de fazerem uso abusivo de cannabis do que indivíduos saudáveis, sendo que há descrição de aumento de risco de abuso em 10,1% nesta população1,2,4. Nos pacientes em episódio maníaco esta taxa pode chegar a 14,5%, sendo que pode ocorrer em até 4,1% em sujeitos com depressão maior, 4,3% para transtorno do pânico e 2,4% em portadores de fobias1,2,4.
A associação entre o abuso de cannabis (idade de início, quantidade e duração da exposição) em pacientes com transtornos psiquiátricos vem sendo reconhecida como um possível fator de risco independente para o desencadeamento de episódios psicóticos agudos, prejuízos cognitivos, alterações comportamentais, exacerbação de sintomas e consequências negativas no curso dos transtornos7-9. Isto certamente pode ter implicações como fonte de novas linhas de pesquisas e para organização de serviços para pacientes portadores de diagnóstico comórbido10,11. Apesar das mudanças ocorridas nos serviços de saúde mental12, nota-se que as propostas de tratamento para aqueles pacientes que apresentam transtornos psiquiátricos comórbidos permanecem ainda sem uniformidade e frequentemente são incompatíveis com algumas intervenções psicofarmacológicas. Do mesmo modo, existe deficiência de propostas direcionadas a subgrupos específicos em diferentes settings de assistência. Como exemplo, apenas 12% dos pacientes com problemas relacionados à cannabis e com outras comorbidades recebem intervenções para os dois transtornos nos Estados Unidos da América (EUA)11, sendo que há uma carência de dados empíricos populacionais em países em desenvolvimento4.

Só por hoje 18-07...

SEXTA, 18 DE JULHO DE 2014


A dádiva do desespero 
"A nossa doença voltava sempre à superfície ou continuava a progredir até que, em desespero, procurámos ajuda em Narcóticos Anónimos." Texto Básico, p. 15 
Quando pensamos em desespero, vemos uma situação indesejável: uma pobre alma, de roupas sujas, a agarrar-se furiosa a algo que anseia profundamente, um ar de desespero no seu olhar. Pensamos em animais perseguidos, em crianças com fome e em nós próprios antes de encontrarmos NA. Contudo, foi o desespero que sentimos antes de chegarmos a NA que nos forçou a aceitar o Primeiro Passo. As nossas ideias haviam-se esgotado, e ficámos, por isso, abertos a novas. A nossa insanidade havia finalmente submergido o nosso muro de negação, obrigando-nos a ser honestos quanto à nossa doença. Os nossos melhores esforços para controlar haviam-nos cansado; ficámos, por isso, dispostos a render-nos. Havíamos recebido a dádiva do desespero e, como resultado, pudemos aceitar os princípios espirituais que nos permitem recuperar. O desespero é aquilo que leva, por fim, muitos de nós a pedir ajuda. Uma vez chegados a esse ponto, podemos dar meia volta e começar de novo. Tal como o animal desesperado e perseguido procura um abrigo seguro, nós também procuramos um: em Narcóticos Anónimos. 

Só por hoje: A dádiva do desespero tem-me ajudado a tornar-me honesto, com uma mente aberta e boa-vontade. Sinto-me grato por essa dádiva, pois tornou a minha recuperação possível.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Só por hoje 17-07...

QUINTA, 17 DE JULHO DE 2014


Usar os nossos "sonhos de uso" 
"Aceitamos inteiramente o fato de terem falhado todas as nossas tentativas para parar de usar ou para controlar o nosso uso?" Texto Básico, p. 22 
O quarto está escuro. A tua testa está a transpirar. O teu coração bate com força. Abres os olhos, certo de que acabas de deitar por terra o teu tempo limpo. Tiveste um "sonho de uso" e foi como se estivesses lá - as pessoas, os sítios, a rotina, o mal-estar no estômago, tudo. São apenas alguns momentos até te aperceberes de que foi apenas um pesadelo, que nada daquilo aconteceu. A pouco e pouco acalmas e voltas a adormecer. Na manhã seguinte deverás examinar aquilo que de facto aconteceu durante a noite. Não chegaste a usar - mas quão perto estás de usar hoje? Tens algumas ilusões acerca da tua capacidade de controlares o teu uso? Tens alguma dúvida quanto àquilo que te aconteceria se tomasses a primeira droga? O que é que te impedirá uma recaída verdadeira? Qual é a força do teu programa? E as tuas relações com o teu padrinho ou madrinha, com o teu grupo-base, e com o teu Poder Superior? Os sonhos de uso não indicam necessariamente uma deficiência no nosso programa; para um adicto não há nada mais natural do que sonhar com drogas. Alguns de nós vêem os sonhos de uso como dádivas do nosso Poder Superior, lembrando-nos vivamente a insanidade da adicção ativa e encorajando-nos a fortalecer a nossa recuperação. Visto assim, podemos sentir-nos gratos pelos sonhos de uso. Por muito assustadores que sejam, eles podem tornar-se uma grande benção se os utilizarmos para reforçar a nossa recuperação. 

Só por hoje: Vou examinar o meu programa pessoal. Vou falar com o meu padrinho ou madrinha sobre aquilo que encontrar, e descobrir formas de fortalecer a minha recuperação.

“A FALTA DE POLÍTICAS PÚBLICAS É UM REFLEXO DA FORÇA DA INDÚSTRIA”

“A FALTA DE POLÍTICAS PÚBLICAS É UM REFLEXO DA FORÇA DA INDÚSTRIA”


“A prevenção é necessária para não onerar os serviços de saúde”
Investir em pesquisas e promover intervenções eficazes para a melhoria da saúde pública são estratégias que norteiam, desde 2005, as ações do Departamento de Saúde, Comportamento e Sociedade do Centro de Álcool, Marketing e Juventude Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, em Baltimore (EUA). O trabalho, dirigido por David H. Jernigan, PhD e professor associado da instituição, contribui para o desenvolvimento de políticas e ambiente social que favoreçam uma mudança de comportamento, reduzindo problemas, como a dependência do álcool, tabaco e outras drogas, doenças sexualmente transmissíveis, lesões decorrentes de atos violentos, dentre outros. Em entrevista exclusiva ao Jornal do Cremesp — concedida durante a Conferência Internacional sobre Álcool e Violência, Jernigan falou sobre o papel da indústria no aumento do consumo de bebidas alcoólicas e quais estratégias podem ser adotadas para reverter esse quadro no País.

Estudo da Organização Mundial de Saúde indica que o consumo de álcool no Brasil é maior que a média mundial. Qual a razão desse quadro?
Isso acontece porque os rendimentos da população estão aumentando no Brasil, e o consumo de bebidas alcoólicas tende a crescer em conformidade com o aumento da renda da população. Se os países não se sensibilizarem e adotarem controles sensatos, a disponibilidade e o consumo de álcool tendem a expandir-se ainda mais.

Apesar da restrição da publicidade, o consumo no País não só é maior, como continua a crescer. Isso se dá pela ineficácia das políticas públicas de saúde ou se trata de uma estratégia bem sucedida da indústria do álcool?
A falta de políticas públicas de saúde é, muitas vezes, um reflexo da força da indústria do álcool. No Brasil, um só grupo empresarial vende dois terços de cerveja do País. Esse tipo de concentração permite que uma empresa possa obter lucros mais elevados. E, em seguida, uma maior parte desse dinheiro é destinado tanto para o marketing como para fazer lobby junto ao governo e instituições, além de outras atividades que visam influenciar as políticas públicas de saúde.

As falhas na regulamentação do setor favorecem a atuação da indústria do álcool?
Em ambos os casos, tanto no segmento da indústria da cerveja como no de bebidas destiladas, um pequeno número de grandes conglomerados controla a maior parte do comércio em todo o mundo. Como o desenvolvimento ocorre em nível global, e os países tendem a liberalizar seus ambientes de negociação, essas empresas têm aproveitado a falta de regulamentação para comer­cializar seus produtos de forma agressiva. Isso acaba por minar os esforços de diferentes países no sentido de colocar em prática estratégias baseadas em evidências para reduzir o consumo de álcool e danos relacionados.

Que estratégias poderiam contribuir para a redução dessa influência e, conse­quentemente, do consumo?
A Organização Mundial de Saúde identificou três grandes estratégias para reduzir os malefícios relacionados com o álcool. São medidas eficazes e de baixo custo que os governos podem utilizar e que compreendem a adoção de impostos mais elevados, a diminuição dos horários de comercialização de bebidas, a limitação da disponibilidade física dos produtos – com a redução de pontos de venda, e a restrição da comer­cia­liza­ção do álcool – e a adoção de políticas que controlem a ação da indústria na divulgação de seus produtos.

As atividades de marke­ting da indústria do álcool são mais agressivas nos países em desenvolvimento?
Em todo o mundo, encontramos empresas que fabricam e comercializam bebidas alcoólicas usando mensagens e estratégias que em alguns países seriam permitidas e, em outros, não. Por exemplo, nas Filipinas, uma bebida orientada para os jovens usa a linha de comunicação: “É tão bom que você vai ficar viciado” em sua campanha publicitária. Em outros países, as empresas do setor fazem referências à promoção de saúde para os seus produtos. Essas práticas não seriam permitidas nos Estados Unidos.

As políticas públicas devem estar mais focadas na prevenção ou no tratamento dos dependentes químicos?
O tratamento é responsabilidade ética da sociedade, que permite o aumento da oferta de um produto altamente viciante. Enquanto o álcool estiver livremente disponível, nunca estaremos longe do problema. A prevenção é absolutamente necessária porque, do contrário, estaremos aumentando os custos dos serviços públicos de saúde, pois cada vez mais e mais pessoas precisarão de atendimento, o que se pode comprovar também no Brasil.

FONTE:UNIAD

PROJETO AUMENTA PUNIÇÃO PARA TRÁFICO DE CRACK

PROJETO AUMENTA PUNIÇÃO PARA TRÁFICO DE CRACK

Agência Senado - Soraya Mendanha
Tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) proposta do senador Ciro Nogueira (PP-PI) que agrava as penas relacionadas ao tráfico de crack. O PLS 137/2014 altera a Lei Antidrogas (Lei 11.343/2006) aumentando em um terço a pena para o tráfico se a droga em questão for o crack. Atualmente, a lei prevê reclusão de 5 a 15 anos e pagamento de 500 a 1500 dias-multa para quem fabricar, adquirir, vender, transportar, guardar ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal. Com a mudança proposta pelo senador, a pena aumenta em um terço.
Ciro Nogueira argumenta que o aumento do consumo e os efeitos devastadores da droga são os principais motivos que o levaram a apresentar o projeto.
"Ele [o crack] causa dependência já no primeiro uso e acarreta estragos físicos e mentais iguais ou piores do que os produzidos pela cocaína. Estima-se que, em todo o país, o número de viciados chegue a mais de um milhão", ressalta.
Ciro Nogueira acrescenta que o uso do crack também leva ao aumento de homicídios, roubos e sequestros nas grandes cidades, “sendo necessário tratar com mais rigor os traficantes dessa substância tão maléfica”.
"Acreditamos que somente com uma reprimenda mais rigorosa é que a lei poderá efetivamente exercer a prevenção geral do delito, o que certamente terá como reflexo a diminuição dos crimes patrimoniais e contra as pessoas praticados pelos dependentes dessa droga", afirma o senador.

FONTE:UNIAD

quarta-feira, 16 de julho de 2014

PESQUISA DA UNESP APONTA RISCO DE MILHARES DE MORTES DEVIDO AO TABACO

PESQUISA DA UNESP APONTA RISCO DE MILHARES DE MORTES DEVIDO AO TABACO


Para evitar problemas de saúde, a única medida é largar o vício.

Efeitos do cigarro podem ir além da concepção humana, diz estudo.

Do G1 Presidente Prudente
Fumantes devem se conscientizar e optar por deixar o cigarro (Foto: Reprodução/Tv Fronteira)
Uma pesquisa realizada pela Universidade Estadual Paulista “Julio Mesquita Filho” (Unesp), de Presidente Prudente, apontou que o cigarro pode reduzir a duração da vida a ponto de que nenhuma medida isolada de saúde pública tem tanto impacto para reverter essa situação do que o próprio ato de parar de fumar. Além disso, o estudo ressalta que mesmo com as campanhas contra o fumo, a projeção é de que ocorram milhares de mortes relacionadas ao tabaco caso os fumantes não se conscientizem.
Os efeitos do cigarro podem ir além da concepção humana, ainda segundo a pesquisa. A fumaça passa pela traqueia e paralisa temporariamente os cílios que limpam o muco e outras partículas invasoras do sistema respiratório. Ao mesmo tempo, a nicotina passa para a corrente sanguínea e pelos milhares de capilares dos pulmões. A substância provoca no corpo uma descarga de energia, liberando a adrenalina, aumentando a pressão do sangue e os batimentos cardíacos.
Dessa forma, o risco de um derrame aumenta, ainda mais para quem tem predisposição genética.
O frentista, Alex Nicoluci Cardoso, fumante há cerca de 12 anos, se definiu como um jovem saudável mesmo sentindo os malefícios que o vício pode causar. “Eu vejo que quando vou fazer uma atividade física, dependendo de qual for, sinto falta de ar devido ao cigarro e isso me prejudica”, relatou.
Ele ainda disse que já tentou parar de fumar, mas devido a dependência, acabou retornando para o cigarro. De acordo com a orientadora da pesquisa realizada, Ercy Mara Cipulo Ramos, um erro dos fumantes é acreditar que a saúde está “em dia”. “Mesmo que o indivíduo vá ao médico e tenha como normal a frequência cardíaca, a pressão arterial, a radiografia do tórax ou um exame de sopro, ainda assim, esse sistema pode estar alterado”, explicou.
As pessoas que procuram por tratamento, normalmente é porque sentiram alguma alteração na saúde. O sistema respiratório é o primeiro a emitir os sinais de que a dependência química está afetando. Em outros casos, os tabagistas nem percebem os problemas provocados pelo cigarro.
“A pessoa começa a fumar com 14 anos e não tem a noção de como é a vida sem o vício. Então, a gente tenta alertar da seguinte maneira: se você der a chance de tentar parar de fumar e permanecer por algum tempo em abstinência, com apoio, é possível ter a sensação de como é bom parar”, ressaltou.
As consequências do fumo podem vir a longo prazo ou surpreender quando menos se espera, como foi o caso do estudante, Lucas França Bressanin, que aos 23 anos teve um início de infarto.
“A gente quando é criança que se fazer de adulto. Muitas pessoas avisam e falam para não fumar, mas a gente não liga. Em decorrência disso e com o passar do tempo, eu me tornei viciado. Diante do susto e depois da recomendação do cardiologista eu optei por parar e ter mais saúde”, refletiu.

fonte:UNIAD

REDUZIR CONSUMO DIÁRIO DE ÁLCOOL MELHORA DOENÇA CORONÁRIA

REDUZIR CONSUMO DIÁRIO DE ÁLCOOL MELHORA DOENÇA CORONÁRIA


Agência Brasil A redução do consumo diário de álcool diminui os riscos de doença coronária, de pressão arterial elevada e ajuda a perder peso, mostra estudo publicado hoje (10) no British Medical Journal. Ao contrário dos conselhos que muitos médicos dão aos pacientes, de que um copo ou dois de álcool por dia é bom para o coração, a pesquisa vai em sentido oposto e diz que essa medida "passa da marca". O trabalho foi feito por pesquisadores que se basearam em 50 estudos sobre hábitos de consumo de bebidas alcoólicas e sua relação com a saúde em mais de 260 mil europeus. Os especialistas deram atenção especial às pessoas que tinham uma variante de um gene chamado ADH1B e correm menos risco de alcoolismo. O novo estudo apurou que os indivíduos com essa variante genética bebiam 17% menos por semana e tinham 78% menos probabilidade de ir bebendo ao longo do dia. Paralelamente, mostravam um risco 10% mais baixo de doença coronária, além de pressão arterial e índice de massa corporal mais baixos. "Esses resultados sugerem que a redução do consumo de álcool, mesmo sendo o consumo diário baixo a moderado, é benéfico para a saúde cardíaca", conclui o estudo. No entanto, o assunto não é consensual, visto que outros especialistas têm alertado para o fato de que os consumidores com a variante genética podem ter outros fatores de saúde que influenciem a diminuição dos riscos causados pela bebida.

Fonte: UNIAD