quarta-feira, 8 de abril de 2015

Se o problema fosse só a nicotina

Se o problema fosse só a nicotina   

El País
Os melhores perfumes vêm em pequenos frascos. Pode ser. Mas também os venenos mais potentes. Um pequeno cilindro com tabaco (um cigarro) contém ingredientes que geram até 7.000 produtos diferentes, dos quais 69 são comprovadamente cancerígenos. De fato, aproximadamente 85% dos tumores no pulmão se devem ao tabaco. Mas seus efeitos não param por aí.

Respire fundo: além de ser o principal responsável pela doença já mencionada, consumir tabaco aumenta a probabilidade de desenvolver câncer de boca, laringe e esôfago, e até de outros órgãos aparentemente distantes da fumaça fatal, como o estômago, o fígado, a bexiga, a mama e o cólon. E o cigarro não está relacionado apenas com o câncer. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), ele também provoca doenças cardiovasculares como anginas, infarto do miocárdio e isquemia cerebral, ao promover a arteriosclerose (depósito de substâncias lipídicas nas artérias), a diabetes e o aumento da pressão arterial. Também está claro que o tabaco aumenta as alterações pulmonares ao facilitar as infecções, piorar a asma e irritar e destruir os alvéolos, as finas paredes onde se capta o oxigênio, o que acaba dando lugar a uma insuficiência respiratória conhecida como enfisema. Ainda de acordo com a OMS, fumar é a principal causa de morte evitável no planeta (Volte a respirar fundo).

Em geral, são três os componentes do cigarro: nicotina, alcatrão e monóxido de carbono, justamente o três ingredientes sobre os quais os fabricantes devem alertar. No entanto, o alcatrão é na realidade um mistura imprevisível, que pode conter vários compostos com diferentes toxicidades. Por isso sua quantidade total não serve como medida de controle. E nas regulamentações não estão incluídos os aditivos – substâncias acrescentadas ao tabaco natural e das quais mais de 100 mostraram ter efeitos farmacológicos em geral pouco desejáveis. “É um dos poucos produtos ao consumidor para o qual deveria haver uma lista completa de ingredientes”, afirma Esteve Fernández, diretor da Unidade de Controle do Tabagismo do Instituto Catalão de Oncologia e presidente da Sociedade Espanhola de Epidemiologia.

A grosso modo, estes são os componentes de um cigarro:

Nicotina

A nicotina é uma molécula muito parecida com a acetilcolina, um dos principais neurotransmissores naturais, e é a grande responsável pelo fato de o tabaco provocar vício. Assim que chega aos pulmões, a nicotina leva apenas sete segundos para alcançar o cérebro e, uma vez ali, estimula as áreas de compensação, semelhante ao que outras drogas fazem. Mas essa não é sua única ação: ela também aumenta a frequência cardíaca e a pressão arterial, provoca resistência à insulina (favorecendo a diabetes) e, acredita-se, aumenta o agrupamento de plaquetas (efeito contrário ao da aspirina), segundo a American College Cardiology Foundation. Conclusão: a nicotina aumenta o risco de doenças cardiovasculares.

Monóxido de carbono

O tabaco é uma fonte relativamente significativa desse gás, cuja origem está na combustão incompleta de uma grande quantidade de substâncias e que é, por exemplo, o responsável pelas mortes por asfixia em casas com aquecedores defeituosos ou garagens mal ventiladas. Sua particularidade é que ele se junta à hemoglobina com uma avidez até 200 vezes maior do que a do oxigênio. Os glóbulos vermelhos que coletarem essas moléculas, e cuja vida média é de três meses, passarão o resto de seus dias transportando monóxido de carbono, inútil para a respiração. Isso não só cria um déficit de oxigênio, como também aumenta o número de glóbulos vermelhos para compensar (o que produz um sangue mais viscoso). Além disso, o gás prejudica diretamente a membrana das células e ajuda o colesterol a se depositar nos vasos sanguíneos. Para Fernández, “sua gravidade tem sido menosprezada ao longo dos anos”.

“É um dos poucos produtos ao consumidor para o qual deveria haver uma lista completa de ingredientes”

Alcatrão

É a caixa de surpresas dos cigarros. Em geral, refere-se a todas as partículas que permanecem em alguns filtros depois de se extrair a nicotina e a água: é a massa escura e pegajosa que se deposita nos pulmões e que contém grande parte dos agentes cancerígenos. Segundo Esteve Fernández, existe uma boa quantidade de partículas finas (de tamanho inferior a 2,5 micrômetros) – como as produzidas pelos motores dos carros –, que penetram em profundidade nos pulmões, sendo absorvidas e possibilitando a ocorrência de vários (e nefastos) efeitos secundários (especialmente respiratórios e cardiovasculares).

Outras substâncias prejudiciais

Fazendo ou não parte do alcatrão, o tabaco contém uma lista de inúmeras substâncias prejudiciais para a saúde. Estas são algumas delas, segundo o National Cancer Institute, dos Estados Unidos:

Tolueno: É um hidrocarboneto que ocorre naturalmente no petróleo. É usado como aditivo na gasolina e como solvente. No corpo, tem efeito irritante e é tóxico para o sistema nervoso central. É um possível cancerígeno.

Aldeídos como o formaldeído e o acetaldeído: Os aldeídos são compostos orgânicos presentes em alguns produtos naturais mas utilizados também para a fabricação de plásticos e tintas. O formaldeído foi considerado pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer como um cancerígeno pertencente ao grupo 1 (os que têm maior evidência). O acetaldeído é produzido naturalmente durante a combustão do tabaco, mas aumenta com a adição de açúcares, e contribui para incrementar o vício em nicotina.

Acrilamida: É um composto orgânico tóxico para o sistema nervoso central e classificado como provável carcinógeno (do grupo 2A).

Metais como arsênico ou cádmio, e isopreno: O arsênico foi relacionado com o aumento do risco de diabetes, doenças cardiovasculares e danos ao tecido nervoso. É um cancerígeno do grupo 1. O cádmio é usado na fabricação de baterias e foi ligado a doenças pulmonares, cardiovasculares e renais. É um cancerígeno do grupo 1.

De acordo com a OMS, fumar é a principal causa de morte evitável no planeta.

Polônio-210: É um elemento radioativo cuja existência no tabaco é conhecida desde os anos 60. Trata-se de um potente carcinógeno (e, em doses muito mais altas, foi a substância usada no envenenamento do espião russo Alexander Litvinenko).

Aditivos

Com o passar dos anos, os fabricantes de cigarro foram refinando seu produto, acrescentando até 600 aditivos (aqui está a lista completa, em inglês) para “melhorar seu sabor e torná-lo menos amargo”, segundo declararam as próprias empresas. Esses componentes representam atualmente 10% do conteúdo de um cigarro, e alguns deles (até 100 estão catalogados) não parecem tão inócuos. Destacamos os seguintes:

Amoníaco: Acrescentado, a princípio, para melhorar a consistência e o sabor do tabaco. No entanto, ele também aumenta seu pH, o que em tese (há estudos que negam que as doses sejam suficientes), possibilita que a nicotina seja absorvida em mais quantidade e aumente seu poder viciante.

Açúcares, adoçantes artificiais e mentol: Segundo Fernández, esses componentes foram adicionados “para atrair o consumo por jovens e mulheres, ao melhorar e suavizar o sabor do cigarro”. O problema é que, ao serem queimados junto com o tabaco, os açúcares produzem acetaldeído, que não só é cancerígeno como também, dependendo da dosagem, pode aumentar o vício provocado pela nicotina. Já o mentol permite diminuir a tosse e a irritação das mucosas, o que leva o usuário a menosprezar os riscos. Portanto, o mentol foi proibido pela recente diretriz europeia sobre produtos de tabaco, “ainda que com uma moratória de quatro anos”, comenta Fernández.

Outros produtos da lista: derivados da lactona, que entorpecem o metabolismo da nicotina e aumentam seu tempo de ação; derivados do alcaçuz e do cacau, broncodilatadores que podem aumentar a absorção nos pulmões; e substâncias como o propilenoglicol, que demonstraram alterar (e favorecer) o padrão de resposta cerebral ao tabaco.

As autoridades europeias mostram reservas quanto à maioria dos efeitos desse último parágrafo: apesar de serem todos factíveis, elas têm dúvidas sobre se os aditivos são encontrados em quantidades suficientes para serem prejudiciais. É certo que algumas empresas também introduziram compostos como precursores da vitamina A, em uma tentativa de diminuir o poder cancerígeno do tabaco. Mas parece claro que fracassaram.

Portanto, ao nos perguntarmos sobre o que exatamente está em um cigarro é algo que nos transporta à famosa tragédia de Shakespeare. Condenados a não poderem ficar juntos por causa de seus sobrenomes, Julieta pergunta: “O que há em um nome, Romeu?”. “Coisas demais”, ele poderia ter respondido.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Médicos alertam para os riscos do consumo da droga

Médicos alertam para os riscos do consumo da droga   

Folha de S. Paulo
Fumar maconha, além de prejudicar o desenvolvimento cerebral em jovens, aumenta o risco de desenvolver doenças mentais, como esquizofrenia e depressão, segundo médicos ouvidos pela Folha.

"Um adolescente que fuma um cigarro de maconha por dia tem uma chance três vezes maior de desenvolver psicose", diz Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria.

"Não existe maconha medicinal. O que existe é a possibilidade de sintetizar uma droga à base da maconha, o que é bem diferente", diz, referindo-se ao canabidiol.

"O problema é a visão da maconha como um produto", diz a psiquiatra e presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas, Ana Cecília Marques.

"Vemos a maconha sendo propagandeada como algo que não causa problemas e até que serve como remédio. Há muitas empresas de olho no mercado que pode surgir."

Para os médicos, legalizar a maconha traria efeitos como o aumento do consumo.

"Um médico só defende a legalização de maconha se tem interesses por trás", diz Silva. "Pra mim, é até bom, porque enche o consultório."

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a erva pode ainda prejudicar a performance motora e provocar dependência química e doenças pulmonares.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Crianças que provam bebida alcoólica dos pais podem começar a beber mais cedo

Crianças que provam bebida alcoólica dos pais podem começar a beber mais cedo   

O Globo
Pesquisa americana realizada com 561 jovens apontou que permissão dos responsáveis pode não ser inofensiva.
Deixar que seu filho ou sua filha beba um pouco do seu vinho quando eles ainda são crianças pode não ser tão inofensivo assim, como mostra uma recente pesquisa americana publicada no "Jornal de Estudos sobre Álcool e Drogas", nos EUA. Segundo a publicação, jovens que provam, por exemplo, vinho de seus pais quando mais novos, são mais propensos a começar a beber ainda no ensino médio.

Os pesquisadores descobriram que, de 561 alunos em um estudo de longo prazo, aqueles que deram um gole de álcool até o quinto ano eram cinco vezes mais propensos do que seus colegas a beberem um drink todo até chegarem ao ensino médio. Além disso, tinham quatro vezes mais probabilidade de já terem ficado bêbados. Os resultados não provam que os primeiros goles de álcool são necessariamente os culpados, disse a pesquisadora Kristina Jackson, do Centro de Estudos de Álcool e Dependência na Universidade Brown, em Providence, em Rhode Island, nos Estados Unidos.

“Nós não estamos tentando dizer se é OK ou não que os pais permitam isso”, afirmou Jackson.

Ainda assim, ela notou, alguns pais acreditam no “modelo europeu” - a ideia de que a introdução de crianças ao álcool já cedo, em casa, vai ensiná-las sobre o consumo responsável e, assim, diminuirá o apelo do álcool de ser um “tabu”.

“Nosso estudo fornece evidências do contrário”, disse Jackson.

Os resultados são baseados em alunos do ensino médio que foram examinados periodicamente ao longo de três anos. No início do sexto ano (quando tinham em torno de 11 anos), quase 30% dos alunos disseram que já tinham tomado um gole de álcool. Na maioria dos casos, os pais que tinham fornecido - muitas vezes em uma festa ou outra ocasião especial.

No nono ano, 26% daqueles que tinham bebido um gole quando mais novos disseram que já tinham bebido um drink todo, contra menos de 6% de seus colegas. Além do mais, 9% ou tinha chegado bêbado ou tinha bebido compulsivamente - em comparação com pouco menos de 2% daqueles que não tinham dado goles.

É claro que há muitos fatores que influenciam no ato de beber enquanto se é menor de idade, Jackson observou. Sua equipe tentou explicar o maior número de fatores possíveis - incluindo os hábitos de consumo e qualquer história de alcoolismo dos pais, bem como a disposição das crianças de impulsão e tomadas de risco em geral.

´MENSAGEM MISTA`

De acordo com Jackson, é possível que esses pequenos gostos de álcool passem aos filhos jovens uma “mensagem mista”.

“Nessa idade, algumas crianças podem ter dificuldade em compreender a diferença entre um gole de vinho com uma cerveja cheia”, explicou ela.

Dito isso, ela ressaltou que os pais não devem se assustar se eles já deixaram seus pequenos dar um gole no vinho.

“Não estamos dizendo que o seu filho está condenado”, disse Jackson.

Por fim, ressaltou que as conclusões apontaram para a necessidade de dar às crianças “mensagens claras e consistentes” sobre beber, e ter certeza que eles não podem ter acesso a nenhuma bebida na casa.


Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Ele Não Te Esquece

Ele Não Te Esquece   


Do alto dos problemas que me afligem, sinto-me pequeno diante das dificuldades, e tem hora que realmente dá vontade de parar. Mas quando vejo o sol nascer, eu me paraliso, e digo para mim mesmo:
"alguém acredita em mim", e sigo para mais um dia de muita luta.

Quando a decepção no amor me atinge, penso em nunca mais me apaixonar, a revolta me envolve e quero desistir. Mas quando vejo a lua surgir brilhante, eu fico emocionado e digo para mim mesmo: 
"alguém acredita em mim", e me deixo envolver pelo amor.

Quando os amigos falham, quando agem de maneira inesperada, quando os parentes se afastam, quando tudo lembra solidão, sinto medo, tenho vontade de me esconder, mas quando contemplo o mar, e vejo toda a força que nele reside, eu me revigoro e digo para mim mesmo: "alguém acredita em mim"! e me encho de coragem para seguir.

Se você resolveu parar, se desistiu de lutar, se o amor te decepcionou, se os amigos sumiram, se a solidão te visitou, se a doença se instalou, desista de tudo, mas não desista de você!

Em algum lugar, alguém acredita em você, e se você está aqui, se tem mais um dia para viver, viva-o intensamente, como se fosse o último, sem tempo para lamentações, o dia é a eterna lembrança, de que em algum lugar, Deus nunca se esquece de você!

Eu acredito em você


Fonte:Por Paulo Roberto Gaefke(Autorizado por www.rivalcir.com.br)

segunda-feira, 30 de março de 2015

Acreditar e Agir   


Um viajante ia caminhando em solo distante, as margens de um grande lago de águas cristalinas. 

Seu destino era a outra margem. Suspirou profundamente enquanto tentava fixar o olhar no horizonte. 

A voz de um homem coberto de idade, um barqueiro, quebrou o silêncio momentâneo, oferecendo-se para transportá-lo. 

O pequeno barco envelhecido, no qual a travessia seria realizada, era provido de dois remos de madeira de carvalho. 

Logo seus olhos perceberam o que pareciam ser letras em cada remo. Ao colocar os pés empoeirados dentro do barco, o viajante pôde observar que se tratava de duas palavras, num deles estava entalhada a palavra "acreditar"e no outro "agir".

Não podendo conter a curiosidade, o viajante perguntou as razões daqueles nomes originais dados aos remos. 

O barqueiro respondeu pegando o remo chamado "acreditar" e remando com toda força, o barco então, começou a dar voltas sem sair do lugar em que estava. 

Em seguida, pegou o remo "agir" e remou com todo vigor. Novamente o barco girou em sentido oposto, sem ir adiante. 

Finalmente, o velho barqueiro, segurando os dois remos, remou com eles simultâneamente e o barco, impulsionado por ambos os lados, navegou através das águas do lago chegando ao seu destino, a outra margem. 

Então o barqueiro disse ao viajante: 

- Esse porto se chama "auto-confiança". Simultâneamente, é preciso "acreditar" e também "agir" para que possamos alcançá-lo. 

Seguridade aprova assistência integral pelo SUS a crianças dependentes químicas

Seguridade aprova assistência integral pelo SUS a crianças dependentes químicas   

Agência Câmara de Notícias
Divulgação
Benedita da Silva: uso de crack entre menores de idade aumenta e são criadas poucas vagas em postos de saúde.

A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (18) projeto do Senado Federal (PL 4767/12) que altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – Lei 8.069/90) para garantir assistência integral e multiprofissional para crianças e adolescentes usuários de drogas ou em processo de reabilitação no Sistema Único de Saúde (SUS).

A relatora, deputada Benedita da Silva (PT-RJ), defendeu a aprovação da proposta. Segundo ela, o texto tem o objetivo de corrigir uma disparidade, o “aumento do uso de crack entre menores de idade e a baixa velocidade de criação de vagas em postos de saúdes”. De acordo com pesquisa do Ministério Público, dos 370 mil usuários de crack, 14% (50 mil) são crianças e adolescentes.

Benedita argumenta que a assistência aos jovens dependentes químicos é compatível com o dever do Estado de garantir a saúde previsto na Lei Orgânica da Saúde (Lei 8080/90). Essa lei atribui ao poder público a responsabilidade de formular e executar políticas econômicas e sociais que reduzam os riscos de doenças e assegurem o acesso universal e igualitário aos serviços de saúde.

Atualmente, o SUS não oferece tratamento específico para jovens usuários de drogas. Dentre as atribuições do sistema, está o atendimento integral a crianças e adolescentes, garantindo acesso igualitário e universal aos serviços de promoção e recuperação da saúde.

No entanto, os serviços de saúde pública oferecidos abrangem apenas assistência médica e odontológica, assim como realização de campanhas de educação sanitária, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Tramitação

O projeto, que tramita em regime de prioridade e já havia sido aprovado pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, ainda será analisado de forma conclusiva pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Reportagem – Emanuelle Brasil
Edição – Marcos Rossi

Narguilé pode ser mais nocivo que cigarro, dizem especialistas

Narguilé pode ser mais nocivo que cigarro, dizem especialistas   

Zero Hora
Segundo representante OMS, uma sessão de narguilé pode ser equivalente a fumar de 20 a 30 cigarros
Foto: Artur Moser / Agencia RBS

Especialistas em saúde de todo o mundo, reunidos em Abu Dhabi nesta quinta-feira, alertaram que fumar narguilé, cachimbo de água bastante comum no mundo árabe, pode ser mais prejudicial que o cigarro.

De acordo com o Atlas do Tabaco, lançado nesta quinta-feira durante a Conferência Mundial sobre Tabaco ou Saúde, "um simples sopro de narguilé é quase igual ao volume de fumaça inalada com um cigarro".

— Uma sessão narguilé pode ser equivalente a fumar de 20 a 30 cigarros. Isso pode ser muito perigoso — disse Edouard Tursan Espaignet, da Organização Mundial de Saúde (OMS).

O narguilé, que até recentemente era fumado por homens mais velhos, tornou-se uma grande preocupação para o movimento anti-tabagista, na medida em que está se tornando cada vez mais popular nos campi universitários — o que significa que está alcançando um público mais jovem. O número de adeptos cresceu nos últimos anos nos Estados Unidos e na Europa.

— Os jovens entre 18 e 24 anos, educados e urbanos fumam cada vez mais narguilé — disse Gemma Vestal, que trabalha para a "Iniciativa para um Mundo Livre do Tabaco", um braço da OMS.

Segundo Ghazi Zaatari, da Faculdade de Medicina da Universidade Americana de Beirute, os sabores aromáticos adicionados ao tabaco oferecem aos jovens fumantes uma alternativa "mais suave" ao gosto do tabaco tradicional. As empresas internacionais de tabaco estão investindo mais no nicho do cachimbo de água, de acordo com especialistas. Gemma Vestal adverte contra a grande quantidade de monóxido de carbono no narguilé.

"Seus efeitos adversos incluem um impacto sobre o sistema respiratório, sistema cardiovascular, atividade e dentes oral", afirmou o estudo da OMS.

No entanto, a organização lamenta a falta de medidas tomadas pelos países para coibir o uso do narguilé, em comparação àquelas adotadas contra o cigarro. Vistal observa, por exemplo, que o narguilé não é afetado pelas leis que impedem o fumo em recintos fechados.
*AFP
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas