segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Maus hábitos são responsáveis por 80% dos casos de câncer

   
 


Revista Veja
De acordo com um novo estudo, fumar, beber, expor-se ao sol e à poluição estão entre as principais causas da maioria dos tumores malignos

Câncer: apenas entre 10% e 30% dos tumores seriam causados por mutações celulares inevitáveis. Os cânceres mais comuns são desencadeados por fatores externos e, portanto, poderiam ser evitados com mudanças de comportamento e no ambiente(Thinkstock/VEJA)

Fumar, beber, exposição ao sol e poluição do ar, são responsáveis por até nove em cada dez casos de câncer. É o que diz um estudo publicado nesta quinta-feira, na revista científica Nature.

A descoberta contraria uma pesquisa anterior, segundo a qual 65% dos tumores seriam causados por erros aleatórios na divisão celular, o que estaria fora de nosso controle. De acordo com o novo trabalho, realizado por pesquisadores da Universidade Stony Brook, em Nova York, nos Estados Unidos, estas mutações seriam responsáveis por, no máximo, 30% dos tumores. Dessa forma, muitos casos seriam evitáveis se "eliminássemos" todos os fatores externos de risco.

Os pesquisadores utilizaram diversas abordagens, incluindo modelos de computação, dados populacionais e genéticos. "Fatores externos desempenham um papel importante e as pessoas não podem mais utilizar a ´má sorte` como desculpa [para o câncer]", disse Yusuf Hannun, um dos autores, à rede britânica BBC.

Outras evidências utilizadas pelos cientistas vieram de estudos anteriores que mostraram que imigrantes provenientes de locais de baixa incidência de câncer, ao se mudarem para países com alta incidência da doença, acabavam desenvolvendo as mesmas taxas de ocorrência de tumores da população local. Isso salienta o fator ambiental, em detrimento do biológico ou genético.

Os pesquisadores ressaltaram que alguns cânceres são de fato desencadeados por mutações genéticas, mas isso é raro. Os mais prevalentes são causadas por fatores ambientais. Por isso, eles ressaltaram a importância de considerá-los na prevenção e diagnóstico.
(Da redação)
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas


quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Reflexão do dia 16 de Dezembro


PARCEIROS NA RECUPERAÇÃO
... não há nada melhor, para assegurar nossa imunidade contra a bebida, do que o trabalho intensivo com outros alcoólicos... Ambos, você e o novo homem, devem andar passo a passo no caminho de um Poder Superior e brevemente estará vivendo num novo e maravilhoso mundo, não importa qual seja sua situação atual.
ALCOÓLICOS ANÔNIMOS PG. 118 119


Fazer as coisas certas pelas razões certas - esta é a minha maneira de controlar meu egoísmo e meu auto-centrismo. Percebo que minha dependência de um Poder Superior limpa o caminho para a paz de espírito, a felicidade e a sobriedade.
Rezo todo o dia para evitar minhas antigas ações, a fim de que eu seja de utilidade para os outros.

Pesquisa foi realizada com mais de 8,8 mil alunos e 500 pais de instituições públicas da cidade

  
 


A Notícia - Joinville - Leandro S. Junges

O acesso às drogas nas escolas públicas de Joinville é uma realidade que começa antes dos 12 anos de idade. Essa é uma das conclusões de uma pesquisa sobre o uso de drogas realizada com mais de 8,8 mil alunos e quase 500 pais da rede pública de educação da cidade.

Mais de 36% dos alunos que responderam ao questionário disseram que já viram “ao vivo” drogas ilegais e tiveram esse contato antes dos 12 anos. Mais da metade (53%) deles teve esse contato antes dos 15 anos.

Entre os pais, esses valores se invertem: mais de 32% dos que já viram drogas ao vivo só tiveram acesso depois dos 15 anos. A maioria dos alunos, porém, diz que nunca usou drogas, nem tem vontade (86%).

O estudo é um dos mais abrangentes do País em relação ao percentual de estudantes ouvidos, já que quase 20% de todo o universo de alunos da rede pública foi consultado. Dos 8,8 mil jovens que responderam à pesquisa, a grande maioria (82%) tem entre 10 e 15 anos.

— É o maior estudo sobre uso de drogas já realizado em âmbito municipal no País. Para se ter uma ideia, a maior pesquisa é a nacional, que ouviu 50 mil estudantes num universo de 39 milhões — diz Roberto Freitas, idealizador do estudo dentro do Rotary Club Colon, de Joinville.

O estudo completo foi entregue nesta quarta-feira ao prefeito Udo Döhler. O álcool, o cigarro, a maconha, o LSD e o ecstasy são as drogas mais consumidas pelos estudantes das escolas públicas de Joinville.

Quase 80% dos que já experimentaram algum tipo de droga consumiram álcool. Em segundo lugar, aparece o cigarro, com 31,63%, e, em terceiro, a maconha, com 29,18%.

O levantamento é uma reedição do que foi feito no ano passado em sete dos maiores colégios particulares da cidade: Bom Jesus Ielusc, Elias Moreira, Exathum, Positivo, Santos Anjos, Sociesc e Univille.

Entre os alunos das escolas particulares, o cigarro não aparece entre as drogas mais consumidas, e a maconha aparece em segundo lugar, atrás do álcool. A pesquisa foi realizada pelo Rotary e teve a participação da Secretaria de Proteção Civil da Prefeitura. Alunos e pais de todas as regiões de Joinville participaram do estudo.

Outros números

O levantamento também indica algumas considerações sobre a relação familiar e o papel da escola. Mais de 60% dos alunos raramente ou nunca fala sobre drogas em casa com os pais. Essa conclusão também estava presenta na pesquisa feita com os alunos de escolas particulares.

De uma maneira geral, os pais dos estudantes joinvilenses não estão vendo – ou não querem ver – o quanto as drogas estão próximas de seus filhos. Os estudantes também informaram que, se quisessem, conseguiriam comprar drogas na escola, entre familiares, no bairro, com amigos e até em redes sociais.


Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

Tratamento da dependência de drogas: da coerção à coesão


 

Por Gilberto Gerra, Chefe do Departamento de Prevenção às Drogas e Saúde do UNODC

Pensar políticas públicas relacionadas ao uso problemático de drogas é um dos grandes desafios globais da atualidade. Respostas eficazes e balanceadas também devem focar na necessidades de saúde dos dependentes sem estigma nem discriminação.

Yuri Fedotov, Diretor Executivo do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), afirmou na abertura da 56ª Sessão da Comissão de Narcóticos em março que "considerações a respeito de direitos humanos e saúde pública precisam estar no centro da resposta internacional ao uso de drogas e ao HIV".
Como um dos objetivos das convenções sobre drogas é a proteção da saúde dos indivíduos e da sociedade dos efeitos adversos associados ao consumo, fica evidente a importância de ações que promovam o deslocamento de uma lógica da penalidade para uma do cuidado em saúde.

Recentemente o Brasil recebeu duas importantes missões da ONU: o Relator Especial sobre Tortura, Juan E. Méndez; e o Grupo de Trabalho sobre Detenção Arbitrária. Ambas evidenciaram o quanto o tratamento do usuário de drogas no país está se confundindo com a penalização no campo da justiça criminal. As duas missões alertaram para o risco de que a internação involuntária de usuários de drogas atravesse o "limiar de maus-tratos, equivalentes à tortura, ou a tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes", como colocou Méndez.

O Grupo de Trabalho sobre Detenção Arbitrária mostrou preocupação com o confinamento involuntário de usuários de crack, especialmente de crianças e adolescentes em situação de rua, cujos familiares teriam relatado dificuldades no acesso à informação sobre o local de internação. Vladimir Tochilovsky, membro do Grupo, destacou: "Durante a visita nos apresentaram casos de pessoas que moram nas ruas e são dependentes de drogas, e que são apreendidos, detidos e aprisionados pela polícia, não por crimes cometidos, mas por uma questão de saúde."

O tratamento para a dependência química deve ser baseado em evidências, voluntário, confidencial e com consentimento informado, além de ser realizado na comunidade através de intervenções clínicas e sociais no âmbito do sistema de saúde, com uma abordagem que siga os princípios da ética do cuidado em saúde. Ações de apoio social que atendam às necessidades básicas de acolhimento e alimentação também são essenciais, assim como o acesso a programas de educação, geração de renda, micro-crédito e orientação vocacional para promover a reintegração social dos indivíduos.

O confinamento involuntário de usuários de drogas em prisões ou em centros de tratamento deve ser somente uma medida emergencial por alguns dias e com base em laudos de pelo menos dois profissionais de saúde, para proteger o indivíduo e a comunidade em situações de intoxicação aguda, ou caso o indivíduo possa colocar em risco a sua própria segurança ou a de outros. Vários estudos mostram que não há evidências da eficácia dessas medidas, que pelo contrário, fortalecem o estigma, contribuem para o processo de exclusão, fragilizam vínculos sociais e aumentam o risco de infeçcões pelo HIV.

O UNODC e a Organização Mundial de Saúde destacam a disponibilidade e a acessibilidade como princípios necessários para o tratamento efetivo da dependência química. Serviços mais acessíveis, com maior capacidade de acolhimento, qualificados e com menos estigma podem ajudar a reduzir o uso de medidas legais para fazer com que as pessoas que necessitam de tratamento o iniciem.

Engajamento pessoal e envolvimento emocional são essenciais para desenvolver um projeto conjunto de tratamento humanizado que motive pacientes, familiares e comunidades, apresentando assim um caminho para transformar espaços de tratamento involuntário em espaços comunitários de coesão.
Fonte:UNODC - Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Reflexão do dia 9 de Dezembro


AMOR QUE NÃO TEM PREÇO
Quando conseguimos ver o Décimo Segundo Passo no conjunto de todas as suas implicações, estamos na verdade falando de um tipo de amor que não tem preço.
OS DOZE PASSOS E AS DOZE TRADIÇÕES. PG. 94


Para começar a praticar o Décimo Segundo Passo, precisei trabalhar em minha sinceridade e honestidade e aprender a agir com humildade. Transmitir a mensagem é uma dádiva de mim mesmo, não importa quantos anos de sobriedade tenha acumulado. Meus sonhos podem tornar-se realidade.
Reforço minha sobriedade compartilhando o que recebi de graça. Quando olho para trás naquele tempo em que comecei minha recuperação, já havia uma semente de esperança de que poderia ajudar outro alcoólico a sair de seu lamaçal. Meu desejo de ajudar outro alcoólico é a chave para minha saúde espiritual. Mas nunca esqueço que Deus age através de mim. Sou somente Seu instrumento.
Mesmo quando a outra pessoa não está pronta, existe sucesso, porque meu esforço em seu benefício ajuda-me a ficar sóbrio e a me tornar mais forte. Agir, nunca ficar cansado no trabalho do Décimo Segundo Passo, é a chave. Se sou capaz de rir hoje, não posso esquecer aqueles dias em que chorava. Deus me lembra que posso sentir compaixão?

A surpreendentes formas de se levar drogas para os Estados Unidos

A surpreendentes formas de se levar drogas para os Estados Unidos   


BBC Brasil - Da BBC Mundo

Submersíveis com motores e tripulação de até quatro pessoas são usados por traficantes

Túneis de 600 metros com iluminação e sistema de ventilação, submarinos camuflados para uma navegação mais discreta.

Estas são apenas algumas das formas mais inovadoras que as organizações criminosas encontraram para inundar os Estados Unidos com drogas.

A situação é tão grave que a Administração Para o Controle de Drogas (DEA, na sigla em inglês) confirmou que, por ano, morrem no país mais pessoas devido a overdose - de drogas ou medicamentos com receita - do que por acidentes nas estradas ou por armas de fogo.

Por isso, a BBC consultou quatro especialistas na luta contra a entrada de drogas nos Estados Unidos para conhecer as novas formas de tráfico e como as autoridades combatem este contrabando.

O contra-almirante Christopher Tonmey é o diretor do Comando Conjunto Interinstitucional Sul para a Guarda Costeira dos Estados Unidos e cobre mais de 100 milhões de quilômetros quadrados em sua área de vigilância, entrando "no profundo Atlântico desde o norte até o centro e sul dos Estados Unidos, passando até a zona leste do Pacífico".

"A droga que mais circula por esta zona é a cocaína. No ano passado conseguimos detectar em um tubo 191 toneladas desta substância", disse.

Tonmey afirma que os cartéis inovam muito para contrabandear a droga e, graças aos lucros com o tráfico, conseguem investir em inovação tecnológica.

"Neste monento 95% da droga é transportada por vias aquáticas, através de cargueiros, embarcações particulares, iates, veleiros e barcos pequenos. Também têm lanchas rápidas, projetadas para deixar para trás as embarcações da autoridades", afirmou.

"Recentemente observamos o uso mais frequente de embarcações semissubmersíveis feitas de madeira compensada e fibra de vidro, com motores comerciais. Os contrabandistas gastam até US$ 1 milhão para construir uma destas embarcações que, em geral, usam uma vez", acrescentou.


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Atualmente 95% da droga é transportada por via aquática

Tonmey afirma que seu departamento está sendo eficaz com os recursos que tem, mas admite que seria melhor ter mais barcos e aeronaves.

"Apenas por não sermos capazes de deter todos os envios de drogas, temos que pensar que estamos perdendo esta batalha. (...) Temos que derrubar estes cartéis. Até que não o façamos, teremos muito trabalho pela frente", acrescentou.

Tons de azul

O tenente comandante Devon Brennan é o supervisor de políticas contra narcóticos para a Guarda Costeira dos Estados Unidos. Em setembro ele monitorou a operação que conseguiu fazer a maior apreensão de drogas em um submersível.


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Imagem feita pela Guarda Costeira dos Estados Unidos interceptando um semissubmersível de madeira e fibra de vidro

Em um trabalho coordenado com aeronaves, a Guarda Costeira conseguiu detectar uma embarcação perto da costa da Guatemala.

"Assim que você escuta estas palavras, sua pressão sanguínea começa a se elevar", disse.

Eles usaram um helicóptero e pequenos botes que se colocaram atrás da embarcação para surpreendê-la.

"Apreendemos 6,8 mil quilos de cocaína nesta embarcação. Também havia um adicional de 1,2 mil quilos que deixamos dentro da embarcação pois, quando retira toda a carga, estes submersíveis ficam instáveis. Quando estávamos rebocando-o, entrou água e ele afundou."

"Se você analisa a embarcação, ela está apenas com um pé acima da superfície da água e está pintada com várias tonalidades de azul para que se misture com a cor do mar, o que faz com que seja muito difícil detectá-la até a uns 30 metros de distância", afirmou.

Brennan afirmou que a embarcação foi projetada para levar drogas pois a maioria do espaço é para carga e a tripulação é para quatro pessoas, que viajam amontoadas na cabine, uma área do tamanho de uma cama.

O risco de esta embarcação afundar é alto e, de acordo com ele, pilotá-la é uma atividade muito perigosa.


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De acordo com as autoridades estas embarcações custam em torno de US$ 1 milhão

"Não há falta de criatividade nas organizações criminosas que traficam drogas. Obviamente estão tentando desenvolver uma nave que fique totalmente submersa, o que será um desafio totalmente novo para nós", disse.

Rede de túneis

Eric Feldman é um agente especial do departamento de Investigações de Segurança Nacional e líder da Força Especial de combate aos túneis.

Ele afirma que os cartéis sempre buscam formas novas de entrar com a droga nos Esados Unidos e um túnel sofisticado permite o transporte de grandes quantidades.

"No mês passado foi detectado em San Diego um túnel onde foram apreendidas mais de 10 toneladas de maconha", disse.


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Este túnel tinha 600 metros de extensão e cruzava a fronteira entre México e EUA

"Este túnel em particular tinha 600 metros e se encontrava a 12 metros da superfície. Estava iluminado, com mecanismos de ventilação e um sistema de transporte de mercadoria que permitia carregar o produto no México e levá-lo através de trilhos até o ponto de saída nos Estados Unidos, onde havia um sistema de roldanas para levar a droga até um armazém."

E as formas que Feldman descobriu que eram usadas para disfarçar entradas de túneis também são criativas: mesas de sinuca, painel elétrico, banheiras, elevadores.

"Descobrimos uma saída de túneis nos Estados Unidos onde, depois da saída de cada carregamento, vinha uma equipe que fechava o acesso com cimento, fazia a pintura e colocava um tapete."

A equipe de Feldman obteve um sucesso relativo encontrando estes túneis. Mas ele lembra que, desde 2006, els só encontraram 11 destes.

Sofisticação

Para Rodrigo Canales, professor associado da Escola de Administração da Universidade de Yale, é preciso mudar a forma como pensamos nos traficantes.

"Nossas referências tradicionais é que os narcotraficantes são loucos, criminosos cruéis. Mas acredito que eles estão praticando um esporte muito mais sofisticado", afirmou.

Canales afirma que os traficantes querem controlar o território por onde transportam a droga, para garantir que ela seja entregue.

"A forma de neutralizar seus competidores é por meio da violência. Para controlar as autoridades se utiliza o que no México chamam de ´lei do dinheiro e do chumbo`: se você é uma autoridade local você quer ganhar muito dinheiro ou quer ser morto?"

Além disso, eles também querem a confiança dos moradores do território que operam e do que querem controlar.

"Ajudam a controlar outro tipo de crime. Investem na comunidade e desenvolvem estratégias elaboradas de comunicação para explicar às pessoas a razão de fazerem o que fazem."


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Os cartéis estão cada vez mais sofisticados com organização que copia estruturas militares e de empresas

"As organizações que são eficientes têm uma estrutura bem definida, uma cultura organizacional e valores. Têm canais no YouTube. Usam as redes sociais para recrutar e para se comunicar", afirmou o professor.

Ele afirma que a Federação de Sinaloa, geralmente citada como a organização criminosa mexicana mais poderosa, tem muita disciplina quanto ao envolvimento em outras atividade que não seja o tráfico, o que permite boas relações com moradores locais.

"Querem se posicionar como uma organização multinacional dedicada à droga."

Os membros dos Los Zetas estão em outro extremo e mantém uma estrutura militar.

"Desenvolveram sua própria marca para serem percebidos como os mais cruéis e violentos. Se criou no México um ambiente onde apenas a organização mais sanguinária, violenta e sofisticada sobrevive."

Canales afirma que o problema tem que ser abordado com um "enfoque estrutural e integral" senão esta organizações sempre estarão um passo à frente das autoridades.
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

Contribuir para clima social favorável ao uso de maconha pode ser tão danoso quanto vender a droga

   

Todos sabemos que a percepção das massas sobre determinado produto influencia muito no seu consumo. Este é o princípio do marketing: criar um produto com um diferencial a partir do qual se construa uma fama que sustente a marca. Parece lógico: quanto mais se reforça a fama, melhor é a percepção das pessoas sobre o produto, maior a procura e maior o consumo.

Com a maconha não é diferente. Alguns estudos demonstram que a onde de legalização se assenta num caldo social de aceitação ao uso que antecede a lei. É um processo de convencimento que vai se construindo lentamente e por meio de vários mecanismos, apresentando-se a cada um de nós por recortes de estudos, casos e evidências de que o risco do uso é baixo, de que o uso é comum, de que o efeito colateral da proibição é maior do que o de usar, de que a regulação do uso é fácil, e por aí vai.

Não são estratégias necessariamente premeditadas e conspiradas por um único grupo organizado favorável ao uso da maconha, mas uma sequência de fatos que naturalmente se seguem uma vez que o processo se iniciou, com alguns oportunistas entrando aqui, outros ali, como andar de bicicleta – depois das primeiras pedaladas, inevitavelmente consegue-se ir longe. E, assim como com a bicicleta – quando você menos percebe, já está andando –, com a maconha acontece o mesmo: quando você menos percebe, sua atitude sobre o uso mudou e você está mais condescendente, menos assustado, achando normal e que nem é tão arriscado assim. Essa mudança faz parte do processo social e de convencimento que antecede a legalização.

Isso é o que mostram alguns estudos. Um deles, chamado “Monitorando o futuro” e conduzido pela Universidade de Michigan (Estados Unidos) desde 1975, entrevista jovens estudantes do 8º, do 10º e do 12º ano Anualmente, são entrevistadas amostras dos cerca de 41.600 estudantes secundaristas. Eles são avaliados sobre o seu consumo de drogas, entre elas a maconha, e sobre a percepção de risco que têm em relação ao uso daquela droga, bem como sobre quanto eles aprovam ou desaprovam o consumo. O resultado levou a uma série histórica de 40 anos de pesquisa. Durante esse período, principalmente na década de 1980, houve uma diminuição acentuada da percepção de risco e aumento da aprovação do consumo. Nessa década, o consumo aumentou bastante. Depois, houve um aumento da percepção de risco e da desaprovação do consumo, resultando na diminuição do uso da droga.

No âmbito individual, parece bastante óbvio: se você acha que alguma coisa vai lhe causar dano, sua tendência é evitá-la. No social, por analogia, a atitude permissiva leva à diminuição da percepção de risco e ao aumento do consumo.

As questões que se impõem são as seguintes: com base em quais dados e evidências estamos construindo a percepção social atual sobre o risco do uso da maconha? Estamos informados sobre todos os aspectos de saúde? E sobre os riscos que a nossa própria atitude social exercerá sobre os adolescentes, por exemplo? Não estamos trabalhando em cima de dados de recortes que interessam a grupos de usuários eventuais, mas não a adolescentes predispostos à esquizofrenia, por exemplo? Não deveríamos proteger os mais vulneráveis? Não é esse o papel das políticas públicas de saúde?

São inúmeras as outras questões, mas que fogem ao escopo desta discussão. O que interessa aqui é que a atitude social que se constrói é de tamanha seriedade que no debate não se pode omitir nenhum detalhe. Não é um assunto banal. Não se trata de resolver um único problema, como o tráfico, ou de um único grupo, como o de usuários eventuais. Trata-se de administrar todos os fatores envolvidos na questão, incluindo o de saúde pública. Todos sabemos os riscos potenciais para a saúde, exatamente? Não só para a sua saúde, mas para a saúde de todos – dos mais vulneráveis, inclusive. É preciso pensar em uma política para o bem comum.

Por isso devemos ter cuidado: contribuir para um clima social favorável a uma atitude positiva sobre a maconha aumenta o uso e pode ser tão danoso quanto vender a droga.
Referência: Lloyd D. Johnston; Patrick M. O´Malley; Jerald G. Bachman; John E. Schulenberg. MONITORING THE FUTURE – NATIONAL SURVEY RESULTS ON DRUG USE, 1975-2014. The National Institute on Drug Abuse at National Institutes of Health.

Conad divulga resultado de contribuições da sociedade para UNGASS 2016



  

Brasília, 4/12/15 – Após consulta e audiência pública conselho avalia as contribuições da sociedade para compor a posição do Conselho a respeito da Sessão Especial das Nações Unidas sobre o Problema Mundial das Drogas - UNGASS 2016. Clique e confira o material na íntegra.

Entre as principais contribuições feitas pela sociedade por meio de uma consulta e uma audiência públicas, temos o aprimoramento das políticas de prevenção em matéria de drogas, por meio do desenvolvimento de programas transversais, multidisciplinares e integrados; ampliação e fortalecimento de redes públicas de saúde e de assistência social; promoção de diretrizes internacionais para prevenção do consumo de drogas entre crianças, adolescentes e adultos jovens; estímulo à realização de pesquisas científicas; fortalecimento da formação de profissionais para prevenção ao uso prejudicial e cuidado; aumento do controle e da regulamentação da produção, da comercialização e da propaganda de bebidas alcoólicas, com destaque às medidas de restrição de acesso. O documento tem ainda sugestões na área criminal, direitos humanos, desenvolvimento alternativo e novos enfoques para a questão das drogas.

O secretário nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça, Luiz Guilherme Mendes de Paiva, acredita que a UNGASS 2016 será "um importante evento para o debate dos atuais desafios que se apresentam ao sistema internacional de controle de drogas".

UNGASS 2016

Realizada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, a UNGASS 2016 vai possibilitar a discussão das principais diretrizes globais sobre a questão das drogas a serem seguidas pelos Estados membros da ONU.

Quem participou da Consulta Pública teve a oportunidade de preencher este Guia e enviá-lo ao Conad. Para saber mais sobre a sessão, prazos e procedimentos, visite o sítio oficial do evento.

A UNGASS 2016 será um importante evento para discutir os atuais desafios que se apresentam ao sistema internacional de controle de drogas. Para saber mais sobre a sessão, prazos e procedimentos, visite o sítio oficial do evento.
Ministério da Justiça

domingo, 6 de dezembro de 2015

Liberação da maconha no Uruguai não acabou com o tráfico

   

site deputado Osmar Terra
Quando o Parlamento do Uruguai aprovou, no dia 10 de dezembro de 2013, a lei 19.172 - que deu ao governo o controle sobre produção, consumo e distribuição de maconha, o objetivo era derrubar tráfico de drogas, por intermédio de uma política de mercado. A ideia da liberação foi do então presidente Pepe Mujica. O texto entrou em vigor em 6 de maio de de 2014 e lá para cá o resultado não foi exatamente o programado.

Dados oficiais do Instituto Técnico Forense (ITF), onde chegam as drogas apreendidas por ordem judicial, apontam que a policia duplicou o recolhimento de plantas de maconha em cultivos ilegais. Ao mesmo tempo em que continuou a entrada livre de maconha vinda do Paraguai, aumentou o consumo de pasta base de cocaína – que o mesmo Mujica acreditava que cairia com a liberação da maconha.

No Brasil, o deputado federal Osmar Terra (PMDB-RS) que acompanhou o processo de legalização da droga no Uruguai, comentou:

- O mesmo ITF constatou um crescimento no consumo de cocaína e extasis. É a prova que a liberação da maconha fracassou, não deu o resultado esperado. É bom lembrar que durante a campanha eleitoral, seu sucessor, Tabaré Vazquez, da mesma Frente Ampla, disse ser contra a liberação, mas que seria obrigado a cumprir a lei aprovada no Parlamento.

Vazquez tenta segurar a venda livre de maconha nas farmácias – a associação dos químicos-farmacêuticos já se manifestou contra o negócio - e controla de perto os clubes de plantação e consumo da erva. Autoridades ainda debatem a regulamentação da lei, como controlar o tráfico – que não parou e cresceu -, como evitar seu uso no ambiente de trabalho.

Osmar Terra apontou dados preocupantes:

- Em 2013, a polícia uruguaia apreendeu 261pés de maconha, em 2014, foram 621; e nos primeiros dez meses de 2015, 1.058. Isto prova que, mesmo com a legalização do plantio, a plantação ilegal cresceu muito.

Na esteira da liberação da maconha, o êxtasis ganha espaço. Se em 2014, a polícia recolheu 140 comprimidos (40 gramas), de janeiro a outubro de 2015 foram 17 quilos – uma verdadeira invasão da droga.

A questão da maconha liberada não está resolvida no Uruguai. Há grandes resistências, até mesmo no governo eleito pela Frente Ampla:

- Já se sabia que o presidente eleito Tabaré Vázquez é contra a lei. A novidade é que seu irmão Jorge, subsecretario do Ministério do Interior que lidera a luta contra o crime organizado também desaprova a lei. Durante entrevista à TV Ciudad, de Montevidéu, revelou ter ido contra a regulação, mas teve que aceitar o resultado.
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

Lição de felicidade

 

Foi num dia desses. Eram dois irmãos vindos da favela. Um deles deveria ter cinco anos e o outro dez. Pés descalços, braços nus. Batiam de porta em porta, pedindo comida. Estavam famintos.

Mas as portas não se abriam. A indiferença lhes atirava ao rosto expressões rudes, em que palavras como moleque, trabalho e filhos de ninguém se misturavam.

Finalmente, em uma casa singela, uma senhora atenta lhes disse: Vou ver se tenho alguma coisa para lhes dar. Coitadinhos.

E voltou com uma caixinha de leite. Que alegria!

Os garotos se sentaram na calçada. O menor disse para o irmão: Você é mais velho, tome primeiro...

Estendeu a caixa e ficou olhando-o, com a boca semiaberta, mexendo a ponta da língua, parecendo sentir o gosto do líquido entre seus dentes brancos.

O menino de dez anos levou a caixa à boca, no gesto de beber. Mas, apertou fortemente os lábios para que nenhuma gota do leite penetrasse. Depois, devolveu a caixinha ao irmãozinho: Agora é a sua vez. Só um pouco, recomendou.

O pequeno deu um grande gole e exclamou: Como está gostoso.

Agora eu, disse o mais velho. Tornou a levar a caixinha, já meio vazia, à boca e repetiu o gesto de beber, sem beber nada.

Agora você. Agora eu. Agora você.

Depois de quatro ou cinco goles, talvez seis, o menorzinho, de cabelo encaracolado, barrigudinho, esgotou o leite todo. Sozinho.

Foi nesse momento que o extraordinário aconteceu. O menino maior começou a cantar e a jogar futebol com a caixinha. Estava radiante, todo felicidade. De estômago vazio. De coração transbordando de alegria.

Pulava com a naturalidade de quem está habituado a fazer coisas grandiosas sem dar importância.

Observando aqueles dois irmãos e o Agora você, Agora eu, nossos olhos se encheram de lágrimas.

Que lição de felicidade! Que demonstração de altruísmo! O maior, em verdade, demonstrou, pelo seu gesto, que é sempre mais feliz aquele que dá do que aquele que recebe.

Este é o segredo do amor. Sacrificar-se a criatura com tal naturalidade, de forma tão discreta, que o amado nem possa agradecer pelo que está recebendo.

Enquanto os dois irmãos desciam a rua, cantarolando, abraçados, em nossa mente vários ensinos de Jesus foram sendo recordados.

Fazer ao outro o que gostaria que lhe fosse feito.

O óbolo da viúva.

Amai-vos uns aos outros...

* * *

Coloca, nas janelas da tua alma, o amor, a bondade, a compaixão, a ternura para que alcances a felicidade.

Amando, ampliarás o círculo dos teus afetos e serás, para os teus amigos, uma bênção.

Faze o bem, sempre que possas. E, se a ocasião não aparecer, cria a oportunidade de servir. Deste modo, a felicidade estará esperando por ti.
Fonte: (www.momento.com.br)


Prevenção de recaídas



O consumo de álcool é um hábito milenar e cultural entre diversos povos. Uma pequena parcela dos consumidores pode desenvolver transtornos por uso de álcool, inclusive com síndrome de dependência ou alcoolismo e consequentes danos sociais e à saúde. Para esses indivíduos, é importante aderir a uma longa jornada de tratamento, com muita determinação, ajuda profissional e apoio de familiares e amigos.

O tratamento para pessoas com transtornos por uso de álcool é um processo delicado e contínuo e, muitas vezes acontecem recaídas, especialmente no primeiro ano de tratamento. Para garantir melhores resultados, é necessário trabalhar para que o paciente se mantenha motivado, com persistência, determinação, que tenha incentivo e apoio por parte da família e de amigos para então enfrentar o momento de recaída e se reestabelecer no tratamento o mais rápido possível.

Quando a recaída acontece, o paciente não deve se sentir envergonhado ou fracassado; é preciso compreender que ela será contemplada pelo tratamento, e que quanto mais curta e menos intensa ela for, menores os danos.

Nesse sentido, é importante compreender a dependência do álcool como doença crônica, assim como diabetes, hipertensão ou asma, doenças que acompanham o indivíduo durante muitos anos, com momentos de melhora e piora dos sintomas, para as quais existem tratamentos efetivos quando feitos de forma continuada. Assim, é essencial perceber as recaídas como parte do curso natural do transtorno por uso de álcool, para que sejam vistas como momentos de aprender sobre as dificuldades do indivíduo, avaliar a presença de fatores estressores e reavaliar as estratégias terapêuticas.

Para transtornos por uso de álcool, indica-se acompanhamento psicológico e psiquiátrico, e muitas vezes o uso de medicamentos poderá colaborar na prevenção de recaídas. Terapias comportamentais, como a técnica de Mindfulness (para saber mais, clique aqui), podem ser ferramentas úteis especialmente no monitoramento e enfrentamento do desconforto associado à fissura e a sensações subjetivas desagradáveis, como estresse, angústia ou ansiedade.

Outro ponto importante na prevenção é auxiliar na recuperação de forma integrada, buscando uma vida equilibrada, com a criação de hábitos saudáveis, estruturação familiar, psicológica, boas condições de moradia e emprego, construção de sólido círculo social para apoio, estabelecimento de metas alcançáveis e aprendizado para evitar situações que sejam motivos para recaídas em cada caso particular. Datas festivas, como Carnaval, Natal e Ano Novo, também merecem avaliação cuidadosa para instrumentalizar o indivíduo para lidar com as pressões sociais ao consumo de álcool, além de serem datas potencialmente difíceis para quem tem situações de conflito familiar. As chances de recaídas são maiores nestes períodos, quando o uso do álcool é cultural e socialmente mais aceito e há maior oferta de bebidas. Portanto, quem sofre de dependência alcoólica, ou está sob tratamento para esse transtorno, deve ter cuidado redobrado e não sentir vergonha em recusar quando alguém oferecer alguma bebida alcoólica, nem que seja somente para brindar.

Sabemos que o paciente é, em última instância, o responsável pelo seu tratamento. Entretanto, é necessário reconhecer a relevância que o apoio de amigos e familiares pode exercer na motivação do indivíduo para superar seus anseios e conseguir aderir a um tratamento a longo prazo. Pode ser útil para os envolvidos com o indivíduo, buscar ajuda profissional, considerando as dificuldades que comumente acontecem para lidar com a doença crônica chamada alcoolismo.
Fonte:CISA - Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

CONHEÇA MAIS SOBRE O CRACK E SEUS DEVASTADORES MALES...

Crack

Leva 10 segundos para fazer o efeito, gerando euforia e excitação; respiração e batimentos cardíacos acelerados, seguido de depressão, delírio e "fissura" por novas doses. "Crack" refere-se à forma não salgada da cocaína isolada numa solução de água, depois de um tratamento de sal dissolvido em água com bicarbonato de sódio. Os pedaços grossos secos têm algumas impurezas e também contêm bicarbonato. Os últimos estouram ou racham (crack) como diz o nome.
Cinco a sete vezes mais potente do que a cocaína, o crack é também mais cruel e mortífero do que ela. Possui um poder avassalador para desestruturar a personalidade, agindo em prazo muito curto e criando enorme dependência psicológica. Assim como a cocaína, não causa dependência física, o corpo não sinaliza a carência da droga.
As primeiras sensações são de euforia, brilho e bem-estar, descritas como o estalo, um relâmpago, o "tuim", na linguagem dos usuários. Na segunda vez, elas já não aparecem. Logo os neurônios são lesados e o coração entra em descompasso (de 180 a 240 batimentos por minuto). Há risco de hemorragia cerebral, fissura, alucinações, delírios, convulsão, infarto agudo e morte.
O pulmão se fragmenta. Problemas respiratórios como congestão nasal, tosse insistente e expectoração de mucos negros indicam os danos sofridos.
Dores de cabeça, tonturas e desmaios, tremores, magreza, transpiração, palidez e nervosismo atormentam o craqueiro. Outros sinais importantes são euforia, desinibição, agitação psicomotora, taquicardia, dilatação das pupilas, aumento de pressão arterial e transpiração intensa. São comuns queimaduras nos lábios, na língua e no rosto pela proximidade da chama do isqueiro no cachimbo, no qual a pedra é fumada.
O crack induz a abortos e nascimentos prematuros. Os bebês sobreviventes apresentam cérebro menor e choram de dor quando tocados ou expostos à luz. Demoram mais para falar, andar e ir ao banheiro sozinhos e têm imensa dificuldade de aprendizado.

O caminho da droga no organismo

Do cachimbo ao cérebro

1. O crack é queimado e sua fumaça aspirada passa pelos alvéolos pulmonares
2. Via alvéolos o crack cai na circulação e atinge o cérebro
3. No sistema nervoso central, a droga age diretamente sobre os neurônios. O crack bloqueia a recaptura do neurotransmissor dopamina, mantendo a substância química por mais tempo nos espaços sinápticos. Com isso as atividades motoras e sensoriais são superestimuladas. A droga aumenta a pressão arterial e a frequência cardíaca. Há risco de convulsão, infarto e derrame cerebral
4. O crack é distribuído pelo organismo por meio da circulação sanguínea
5. No fígado, ele é metabolizado
6. A droga é eliminada pela urina

Ação no sistema nervoso

Em uma pessoa normal, os impulsos nervosos são convertidos em neurotransmissores, como a dopamina (1), e liberados nos espaços sinápticos. Uma vez passada a informação, a substância é recapturada (2). Nos usuários de crack, esse mecanismo encontra-se alterado.
A droga (3) subverte o mecanismo natural de recaptação da substância nas fendas sinápticas. Bloqueado esse processo, ocorre uma concentração anormal de dopamina na fenda (4), superestimulando os receptores musculares - daí a sensação de euforia e poder provocada pela droga. A alegria, entretanto, dura pouco. Os receptores ajustam-se às necessidades do sistema nervoso. Ao perceber que existem demasiados receptores na sinapse, eles são reduzidos. Com isso as sinapses tornam-se lentas, comprometendo as atividades cerebrais e corporais

O crack nasceu nos guetos pobres das metrópoles, levando crianças de rua ao vício fácil e a morte rápida. Agora chega à classe média, aumentando seu rastro de destruição

Fonte: Anjos Caídos, Içami Tiba. Editora Gente, 6ª edição
Fonte: Globo Ciência/1996 Ano 5 nº 58

Status do consumo de álcool nas Américas

  


A Organização Panamericana de Saúde (OPAS, o escritório regional da Organização Mundial da Saúde – OMS, para as Américas) divulgou em julho de 2015 o relatório “Status do consumo de álcool nas Américas”, que examinou os padrões e consequências do uso de álcool nos 36 países da região.

Com dados de 2010 a 2012, corresponde a um primeiro desdobramento do relatório lançado em 2014 pela OMS, que reforça a meta voluntária de redução do consumo nocivo* em 10% até o ano de 2025 (para saber mais, clique aqui). Destacou-se a necessidade de novas e mais amplas pesquisas epidemiológicas nacionais consistentes, tendo em vista que a falta de dados oficiais de qualidade é o principal fator limitante do levantamento adequado da questão.

Perfil de consumo

O consumo de álcool na região das Américas é maior do que a média mundial. A frequência do Beber Pesado Episódico** (BPE, também chamado neste relatório de “episódios de consumo excessivo”) nas Américas é de 1 em cada 5 bebedores (22%), enquanto a média mundial é de 16%. Em especial, nos últimos cinco anos houve aumento expressivo do BPE: as mulheres aumentaram de 4,6 a 13% e homens de 17,9 para 29,4%.

Notam-se ainda grandes diferenças entre os gêneros nos países americanos em termos de consumo de álcool. Por exemplo, as mulheres chilenas praticamente não incorrem em episódios de consumo excessivo (0,1%), enquanto entre homens a frequência é de 13,5%. Na Guatemala, por exemplo, homens bebem até 15 vezes mais que mulheres, enquanto no Brasil essa diferença é de 3 vezes.

Com relação aos tipos de bebida, a cerveja é a bebida de preferência nas Américas, ainda que em alguns países caribenhos predomine destilados e em países como Argentina, Chile e Uruguai predomine o vinho.

Álcool e saúde

O uso nocivo de álcool contribui para desenvolvimento de mais de 200 doenças, incluindo lesões, alguns tipos de câncer, infecções - como HIV - e transtornos mentais. É ainda o principal fator associado aos índices de incapacidade e morte entre pessoas de 15 a 49 anos no mundo. Nas Américas, complicações ligadas ao consumo de álcool foram responsáveis por cerca de 300 mil mortes em 2012, das quais 80 mil podem ser diretamente atribuíveis ao uso nocivo de tal substância. Ainda que muitas condições estejam relacionadas ao uso pesado e prolongado, até 35% das mortes e incapacidades têm relação com efeitos agudos do uso excessivo, principalmente acidentes e lesões.

Em 2010, as três principais causas de adoecimento relacionadas ao álcool foram cirrose hepática, transtornos por uso de álcool (TUA) (para saber mais, clique aqui) e violência interpessoal. A cirrose foi a principal complicação para ambos os gêneros e os homens tendem a sofrer mais lesões e acidentes. A frequência de TUA nas Américas é relativamente alta quando comparada às demais regiões, sendo equivalente a 9% para homens (atrás apenas dos europeus) e 3,2% para as mulheres (maior que nas demais regiões do mundo).

O Brasil está em 3º lugar no índice de mortalidade atribuível ao álcool entre homens (74 por 100 mil habitantes) e em 11º lugar entre mulheres (12 por 100 mil habitantes). Quando comparados os resultados de 1990 e 2010, nota-se diminuição do índice de mortalidade para mulheres, de aproximadamente 6%, e aumento de aproximadamente 23% para homens. O relatório destaca que, embora tenha ocorrido redução na mortalidade relacionada ao álcool em quase todos os países que compõem a região das Américas, a maior parte das mortes acontece na faixa dos 30 a 59 anos, período em que é esperada maior produtividade pessoal e profissional dos indivíduos.

Juventude

Sabe-se que o consumo de álcool por adolescentes, além de prejudicar a formação do cérebro, aumenta o risco de consequências negativas como gravidez precoce e indesejada, violência, e acidentes. Quanto mais cedo ocorre o primeiro contato com uso de álcool, maiores os riscos de problemas. Por exemplo, consumir a primeira dose antes dos 15 anos aumenta em cinco vezes o risco de desenvolvimento de dependência e em sete vezes o risco de se envolver em acidentes de trânsito ou luta física. Preocupa o fato de que em muitos países americanos a maior parte dos jovens consome a primeira dose aos 14 anos.

Em 2010, cerca de 14 mil mortes de jovens com menos de 19 anos foram atribuídas ao álcool. O Brasil apresenta, entre os países das Américas, o maior índice de mortes relacionadas ao consumo de álcool por adolescentes com idade entre 15 e 19 anos, seguido por Guatemala e Venezuela. Constatou-se que os jovens das Américas costumam ingerir uma ou duas doses a mais por ocasião quando comparado aos adultos. Mais de 60% dos adolescentes homens em sete países (inclusive o Brasil) apresentaram perfil de BPE. Já para adolescentes mulheres os valores são menores; porém ainda elevados em alguns países, chegando ao máximo de 40% no Canadá. A frequência de BPE entre adolescentes na região das Américas só fica atrás da Europa, tanto para mulheres (7,1% versus 22%) como para homens (29,3% versus 40%).

Mulheres

O consumo de álcool pelas mulheres tem crescido em vários países e vem se aproximando ao dos homens, que historicamente sempre foi maior. Sabe-se que as mulheres tendem a apresentar problemas sociais e de saúde ligados ao consumo de álcool com doses menores, pois fisiologicamente são mais vulneráveis, fato que levanta uma série de preocupações tendo em vista esta mudança no perfil das consumidoras de álcool. Como mencionado no tópico Álcool e Saúde, o índice de TUA entre mulheres americanas é maior que no resto do mundo.

Perfil socioeconômico

O perfil socioeconômico da região das Américas é bastante heterogêneo, o que dificulta estudos comparativos entre os países. Apesar disso, constatou-se que em países de menor renda o álcool tem maior impacto negativo na saúde, mesmo se em intensidade semelhante a outros países mais ricos, diferença atribuída ao menor acesso aos serviços de saúde e a estratégias de prevenção com grupos de maior risco.

Povos indígenas

Povos indígenas são muito presentes nos países americanos, representando 13% da população, e são mais vulneráveis às consequências negativas do álcool por questões socioeconômico-culturais. Apesar de escassos, os dados referentes a essa população mostram maior risco para desenvolvimento de TUA, depressão, suicidalidade e outras complicações relacionadas ao álcool.

Álcool e direção

A combinação de álcool e direção é uma das principais causas de morte em jovens no mundo. A criação de limites de concentração sanguínea de álcool máxima permitida é considerada outra medida efetiva para redução do número de acidentes no trânsito.

No Brasil, a mudança da legislação relacionada ao beber e dirigir vem ocorrendo desde 1998 (para saber mais, clique aqui). Atualmente, nosso país é um dos 25 do mundo que estabeleceram a tolerância zero para o consumo de álcool por motoristas e um dos 130 que usam o etilômetro (teste do “bafômetro”) como forma de monitoramento do cumprimento da lei. Alguns países da América ainda não têm limites estabelecidos (Bolivia, Paraguai e alguns caribenhos) e 5 possuem limite acima de 0,04 g/dL, o que é considerado alto por já ser capaz de impactar o risco de acidente.

Apesar das blitz policiais aleatórias serem consideradas custo-efetivas e colaborarem na diminuição de acidentes relacionados ao álcool, sua frequência e formas de execução são fatores essenciais para exercerem tal papel protetor. Assim sendo, o que se observa é que quando não há continuidade nas medidas fiscalizadoras, o impacto na redução de mortes viárias tende a desaparecer, apesar da existência de leis. Segundo este relatório da OPAS, o Brasil ainda apresenta altos índices de morte no trânsito, a despeito da implementação das medidas restritivas ao consumo de álcool por condutores (para saber mais, clique aqui).

*Consumo nocivo é definido pela OMS como aquele capaz de gerar algum problema social e/ou de saúde ao indivíduo e/ou a terceiros.

**O beber pesado episódico (BPE) é definido pela OMS como a ingestão de 60 g ou mais de álcool (cerca de 5-6 doses) em uma única ocasião nos últimos 30 dias. É um padrão de consumo que expõe o indivíduo a um maior risco para danos sociais e de saúde, como prejuízos nas atividades acadêmicas e laborais, envolvimento em relações sexuais desprotegidas ou não consensuais, brigas e violência, acidentes automotivos, entre outros.
Fonte:CISA - Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool

Jovens dos países mais pobres são mais vulneráveis à propaganda de cigarro

Jovens dos países mais pobres são mais vulneráveis à propaganda de cigarro   

Agência Brasil - Da Agência Lusa
Os jovens dos países mais pobres são mais vulneráveis à publicidade das empresas fabricantes de cigarro e correm o risco de ser fumantes prematuros, alerta hoje (1º) estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Em geral, os produtores de cigarros expõem a população dos países com menos recursos econômicos a uma publicidade mais intensa e agressiva do que a dos que vivem em países com um nível de vida superior, acrescenta o relatório.

O estudo, que começou em 2005, é o primeiro a comparar os níveis de publicidade das empresas em 16 países.

A data de início do estudo coincide com a entrada em vigor da Convenção-Marco sobre o Tabaco, que, entre outros aspectos, inclui controle rigoroso da publicidade de cigarros.

Os dados mostram que apesar das proibições, a publicidade continuar a ser um aspecto fundamental na adesão de novos fumantes.

Os anúncios dirigem-se especialmente aos jovens, pois está demonstrado que se forem submetidos a uma maior publicidade, começam a fumar antes e continuam a fazê-lo quando adultos.

Uma maneira de atrair consumidores mais jovens é a forma como se vende o produto. Segundo o relatório, nos países mais pobres mais de 64% das lojas selecionadas vendem cigarro avulso, muito acima dos quase 03% de estabelecimentos que o fazem nos países desenvolvidos.

Essa fórmula de venda permite que as crianças e os adolescentes comprem o produto mais barato, já que, muitas vezes, não podem comprar um maço completo.

O relatório destaca ainda uma queda na venda de tabaco nos países desenvolvidos. Entre 2009 e 2012, observou-se que as nações mais pobres têm 81 vezes mais publicidade nas ruas que as mais avançadas.

Os peritos da OMS alertam que a publicidade é uma “ameaça iminente”.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Reflexão 02/12/15

SERENIDADE

02-12-2015
Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a estes Passos...
OS DOZE PASSOS E AS DOZE TRADIÇÕES
À medida que continuei indo às reuniões e praticando os Passos, algo começou a me acontecer. Me sentia confuso porque não estava seguro do que estava sentido, e então percebi que estava sentido serenidade. Era uma sensação agradável mas, de onde vinha? Então percebi que ele tinha vindo "... como resultado destes Passos".
O programa pode não ser sempre fácil de praticar, mas precisei reconhecer que minha serenidade veio após praticar os Passos. Quando pratico os Passos em tudo que faço e os aplico em todos o meus negócios, descubro que estou acordado para Deus, para os outros e para mim mesmo. O despertar espiritual que desfruto como resultado de trabalhar os Passos, é a consciência de que eu não estou mais sozinho.

Saiba sobre a cocaína e seus males...

Cocaína 

É uma das drogas ilegais mais consumidas no mundo.
A cocaína é um psicotrópico, pois age no Sistema Nervoso Central, isto é, sua atuação é no cérebro e na medula espinhal, exatamente nos órgãos que comandam os pensamentos e as ações das pessoas.
Há dois tipos de envenenamento pela cocaína: um caracterizado pelo colapso circulatório e, o outro, pela intoxicação do Sistema Nervoso Central - o cérebro, que é o órgão da mente.
A respiração, primeiro é estimulada e, depois decai. A morte advém devido ao colapso cardíaco.
As alucinações cocaínicas são terríveis: no início, um pouco de prazer, mas com o decorrer do tempo, o usuário pode ouvir zumbidos de insetos, queixando-se de desagradável cheiro de carrapatos; sente pequenos animais imaginários, como vermes e piolho, rastejando embaixo de sua pele, e as coceiras ou comichões quase o levam à loucura. Nos casos agudos de intoxicação, pode haver perfuração do septo nasal, quando a droga é aspirada ou friccionada nas narinas; e queda dos dentes, quando a fricção for nas gengivas.
A maneira como a cocaína é usada pode ter influência nos efeitos. Quanto mais rápido a cocaína é absorvida e enviada para o cérebro, maior será a euforia experimentada. O reforço do próprio uso e a possibilidade de efeitos colaterais também são maiores.

Mascar folhas de cocaína devagar e continuamente. As folhas de coca apresentam apenas o equivalente a 1% do seu peso de cocaína, portanto são engolidas quantidades relativamente pequenas ao mascar. Estes fatores contribuem para manter níveis baixos de cocaína no sangue e, portanto, significamente menos euforia do que a obtida com a cocaína através de outras formas.

A cocaína extraída das folhas e purificada como um sal (hidroclorido). Nesta forma, a cocaína pode ser absorvida por inalação e pode ser injetada. A inalação (cheirar) produz níveis rápidos e também declives rápidos. Os níveis de cocaína no cérebro, suficientes para surtir efeitos, são atingidos de 3 a 5 minutos. Os efeitos da injeção intravenosa são ainda mais rápidos, menos de um minuto.

Fumar produz efeitos em um tempo mais curto ainda do que o da injeção intravenosa, normalmente abaixo de 10 segundos. Duas formas de base para a cocaína têm sido usadas para fumar - "freebase" e "crack". Estas formas são quimicamente idênticas, mas são preparadas de forma diferente. "Freebase" refere-se a base isolada em éter depois de tratada com sal dissolvido em água com amônia. O éter é evaporada para obter uma droga muito pura e sólida. "Crack" refere-se à forma não salgada da cocaína isolada numa solução de água, depois de um tratamento de sal dissolvido em água com bicarbonato de sódio. Os pedaços grossos secos têm algumas impurezas e também contêm bicarbonato. Os últimos estouram ou racham (crack) como diz o nome.
( Fonte: Como agem as drogas, Gesina L. Longenecker,PH.D. Quark books. Ilustrações de Nelson W.Hee)

Tempo Necessário para alcançar o cérebro através de formas comuns de dependência
Fumar6-8 segundos
Injeção intravenosa10-20 segundos
Cheirar3-5 minutos
Mascar produz um nível mais baixo e estável da droga

Cocaína na gravidez causa perda de neurônios em cérebro de bebêSegundo um estudo publicado no Journal of Comparative Neurology, o uso de cocaína durante a gravidez pode resultar na perda de mais de metade dos neurônios do córtex cerebral dos bebês. Os cientistas estudaram os cérebros de macacos rhesus, mas acadêmicos acreditam que a descoberta pode ter implicações para os seres humanos, no que se refere aos reais danos fisiológicos para o cérebro do bebê associados ao uso de cocaína pela mãe durante a gravidez. Metade dos oito macacos usados nos experimentos nasceu de mães que consumiram 20mg/Kg de cocaína por dia durante o segundo trimestre de gravidez. A outra metade não recebeu cocaína, mas teve alimentação e cuidados pré-natais similares. O estudo mostrou que o córtex cerebral dos macacos nascidos de mães que usaram a droga tinha cerca de 60% menos neurônios e era cerca de 20% menor do que aqueles do grupo controle. "Esse é o primeiro estudo que mostra claramente a possibilidade da cocaína afetar a estrutura cerebral. Ele mostra que isso pode ocorrer", disse Michael Lidow, do Programa de Neurociência da Universidade de Maryland, um dos autores do trabalho.

Fonte: site antidrogas.com.br