sábado, 26 de março de 2016

Reflexão...!!!



A Diferença   


Conta-se que vários bichos decidiram fundar uma escola.
Se reuniram e começaram a escolher as disciplinas.
O pássaro insistiu para que o vôo entrasse.

O peixe, para que o nado fizesse parte do currículo também. O esquilo achou que a subida perpendicular em árvores era fundamental.

O coelho queria de qualquer jeito a corrida. E assim foi. Incluíram tudo, mas cometeram um grande erro. Insistiram para que todos os bichos praticassem todos os cursos.

O coelho foi magnífico na corrida, ninguém corria como ele.
Mas queriam ensiná-lo a voar. Colocaram-no numa árvore e disseram: "Voa, coelho". Ele saltou lá de cima e quebrou as pernas.
Não aprendeu a voar e acabou sem poder correr também.

O pássaro voava como nenhum outro, mas o obrigaram a cavar buracos como uma toupeira. Quebrou o bico e as asas, e depois não conseguia voar tão bem, nem cavar buracos.

MORAL DA HISTÓRIA: todos nós somos diferentes.
Cada um tem uma coisa de bom. Não podemos forçar os outros a serem parecidos conosco. Vamos acabar fazendo com que eles sofram, e no final, não serão nem o que nós queríamos, nem o que eles eram...
Fonte:(Autorizado por www.rivalcir.com.br) 

Vocês sabiam?????

... Cigarro está ligado a 70% dos casos de câncer de bexiga, aponta estudo[+]
... Oficinas de artesanato, música, poesia e teatro despontam como ferramentas para o tratamento da dependência química[+]
... O consumo exagerado de álcool de uma vez só,como a ingestão de 4 a 5 doses de bebida num período de 2 horas,é suficiente para elevar o risco da pessoa desenvolver diabetes[+]
... O abuso de drogas afeta negativamente o desempenho sexual nos homens, mesmo depois de anos de abstinência[+]

Cérebro adolescente é bom de memória, mas sensível a estresse e drogas


 


Do UOL, em São Paulo
Um estudo realizado pela UCL (University College London) indica que a adolescência é a fase em que a plasticidade cerebral é mais significativa. Por isso, os jovens possuiriam como características uma melhor memória recente. Contudo, estariam mais suscetíveis a pressões sociais e estresse e mais propensos ao uso de drogas.

Os pesquisadores argumentam que os seres humanos sofrem mudanças no cérebro em resposta a transformações do corpo e a experiências por que passam ao longo da vida. E se o cérebro muda, o comportamento também é alterado. "Os adolescentes, por exemplo, são muito mais hábeis do que as crianças para escolher o que querem fazer e onde querem estar", diz Delia Fuhrmann, pesquisadora do Instituto de Neurociência da University College London. As informações estão em reportagem do site "Medical News Today".

Durante períodos mais sensíveis, a plasticidade do cérebro é maior, fazendo com que o órgão "espere" ser exposto a maiores estímulos. A adolescência é uma dessas fases críticas. Para notar diferenças que evidenciam a ligação entre mudanças no cérebro e mudanças no comportamento, basta perceber a quantidade de música que um jovem entre 18 e 20 anos consegue memorizar em um curto período de tempo em comparação com crianças ou adultos.

O estudo feito pelo grupo de pesquisadores da UCL evidencia que, além da melhor formação de memória recente, a adolescência é marcada pelo início de muitos transtornos mentais, possivelmente desencadeados pela exposição a situações de estresse.

"Os adolescentes demoram mais para esquecer experiências negativas", diz Fuhrmann. "Isso pode significar que alguns tratamentos para distúrbios de ansiedade, que são baseados na exposição controlada ao que provoca medo em um paciente, podem ser menos eficazes em adolescentes e tratamentos alternativos podem ser necessários", completa.

Por fim, os estudos indicam que a maior propensão ao uso de drogas também possui explicação na plasticidade cerebral do adolescente. Esta fase da vida seria de engajamento maior em comportamentos de risco, tais como experiências com álcool e outras drogas. Os adolescentes seriam mais influenciáveis em sua percepção sobre o que é ou não é perigoso.

Memória e escola

O caminho apontado pelo estudo da UCL pode levar à criação de currículos escolares mais adequados ao cérebro de cada fase da vida.

Os aspectos simples de processamento de informações são formados durante a infância, enquanto a memória mais complexa e auto-organizada ocorre na adolescência. Nessa fase, regiões frontais do cérebro passam a ser utilizadas.

"A memória mais complexa pode ser treinada em adolescentes, mas ainda não sabemos como esses efeitos de formação cerebral diferem em cada faixa etária", diz Fuhrmann. "Com pesquisas nessa área, poderíamos planejar currículos escolares de acordo com o que seria mais indicado ensinar em cada período da vida da criança e do adolescente".
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

quarta-feira, 23 de março de 2016

Consumo de drogas mata 200 mil pessoas por ano, diz ONU

Consumo de drogas mata 200 mil pessoas por ano, diz ONU   
 

Da Agência Lusa
Quase 200 mil pessoas morrem anualmente devido ao consumo de narcóticos ilegais, entre sobredoses e outros problemas associados, afirmou hoje, em Viena, o diretor executivo do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, sigla inglês), Yuri Fedotov.

Yuri Fedotov discursou na abertura de uma reunião da Comissão de Estupefacientes das Nações Unidas (CEONU), iniciada hoje na capital austríaca, que conta com a presença de ministros e de altos responsáveis de 53 países. Participaram também instituições e organismos internacionais, com vistas a consensualizar posições para a próxima sessão especial sobre drogas da Assembleia Geral da ONU, de 19 a 21 de abril.

Segundo Fedotov, atualmente existem 27 milhões de toxicodependentes com problemas graves de saúde, em que 12 milhões deles utilizam drogas injetáveis, como a heroína.

O diplomata russo sublinhou que o tráfico de drogas e as enormes receitas que gera constituem um "grande problema" em várias regiões do mundo, entre elas a América Central.

"As crescentes ligações entre os grupos do crime organizado e a violência extremista e terrorista se beneficiam do tráfico de drogas", lembrou Fedotov, que lamentou que os programas de prevenção, tratamento e reabilitação de consumidores "continuem escassos em muitos países".

Apelando aos vários países para que apliquem medidas baseadas no respeito pelos direitos humanos, com base em programas de prevenção e de reinserção social, Fedotov afikrmou que há alternativas à detenção por delitos menores, como a posse de droga para consumo pessoal.

Com essas medidas, disse, evita-se que os indivíduos vulneráveis na prisão possam ser recrutados por criminosos ou mesmo por terroristas.

Fedotov destacou também que a aplicação da pena de morte por delitos relacionados com drogas "não está nem na letra nem no espírito das convenções internacionais".

Numerosas organizações não governamentais mostraram-se críticas ao atual enfoque internacional no combate ao tráfico de drogas e têm defendido uma revisão na próxima reunião da Assembleia Geral da ONU, em abril, a primeira em quase duas décadas.

Segundo um relatório recente da ONG Harm Reduction International, com sede em Londres, anualmente, em todo o mundo, são investidos 100 mil milhões de dólares (cerca de 89.670 milhões de euros) no combate repressivo às drogas, quando 83% dos delitos relacionados com estupefacientes são apenas a posse de pequenas quantidades para consumo próprio.

Apesar dos esforços internacionais, o número de consumidores aumentou quase 20%, passando de 206 milhões em 2006 para 246 milhões em 2013, indica a ONG britânica, citando dados das próprias Nações Unidas.
Edição: Maria Claudia

Jornalistas ingleses investigam, por dentro, Narcotráfico Latino-Americano

Jornalistas ingleses investigam, por dentro, Narcotráfico Latino-Americano   
 


Ulises Rodriguez - 20.mai.2013/Reuters
Membro encarcerado da gangue Mara 18 na cadeia Izalco
SYLVIA COLOMBO - DE SÃO PAULO

"Por que as Américas se encontram afundadas em sangue no amanhecer do século 21?", pergunta o jornalista britânico Ioan Grillo em "Gangster Warlords".

Radicado no México, o autor de El Narco, que esteve na Flip 2015, viajou pela América Latina em busca de respostas. Investigou quatro grupos criminosos do continente, voltados ao narcotráfico: Mara Salvatrucha (El Salvador, Guatemala e Honduras), Shower Posse (Jamaica), Comando Vermelho (Brasil) e Cavaleiros Templários (México).

Grillo mostra como a atuação dessas gangues e seu enfrentamento com polícia e Forças Armadas foram responsáveis pelo assassinato de mais de um milhão de pessoas, desde o começo do milênio até 2010.

Como esse número só faz crescer, Grillo rotula o que a América Latina está vivendo hoje como um Holocausto movido pela cocaína.

Outros números estarrecedores são mostrados, como o aumento de 11% das taxas de homicídio no continente entre 2000 e 2011, enquanto no resto do mundo esse número vem caindo. Já o montante de dinheiro que o narcotráfico movimenta por ano é de US$ 300 bilhões, tornando a atividade irresistível para empresários e políticos corruptos sem medo de molhar as mãos em sangue.

Grillo volta no tempo e explica o surgimento de cada uma das facções estudadas. No caso do Comando Vermelho, regressa ao tempo da ditadura militar brasileira (1964-1985), quando presos políticos foram trancafiados junto a criminosos comuns no Rio de Janeiro. Para Grillo, foi nesse ambiente que bandidos adotaram uma hierarquia, e até um glossário, parecidos aos que usava a guerrilha política de então.

Do mesmo modo, Grillo mergulha também nas raízes históricas das gangues e cartéis da América Central, México e Jamaica.

Ainda que existam particularidades em cada caso, Grillo mostra que há muitos paralelos. Das entrevistas com sicários e chefões do tráfico, obtidas a muito custo e com risco para sua integridade física, Grillo conclui que as semelhanças estão na formação das hierarquias de poder, na tomada e manutenção de territórios, no modo como se realizam julgamentos e justiçamentos e na aparente generosidade na relação entre traficantes e as comunidades em que vivem.

Para Grillo, ainda, existem alguns lugares-comuns no tratamento da mídia e dos governos do Primeiro Mundo para o tema do narcotráfico. Por exemplo, o autor não concorda com a ideia de que "o narcotráfico estaria relacionado a algum aspecto intrínseco da cultura da América Latina".

Primeiro, porque a própria Europa já viveu períodos tão ou mais violentos. Depois, por acreditar que a "extrema pobreza, a desigualdade, os Estados fracos diante da corrupção" têm um papel crucial na equação.

E chama, ainda, a atenção para o efeito limitador que existe ao rotular os chefes de cartéis como líderes narco. Na verdade, há muito que essas figuras se transformaram em um "híbrido de empresários do crime, rockstars, gângsters e generais paramilitares". Por consequência, os cartéis latino-americanos, hoje, fazem mais do que "apenas" vender drogas. Muito de sua renda vem de extorsões, sequestros, roubo de petróleo, tráfico de pessoas e o comando da mineração em algumas zonas.

NARCONOMIA

Outro título recém-lançado é o do também britânico Tom Wainwright, "Narconomics". Igualmente baseado em viagens e pesquisas de primeira mão, o objetivo do jornalista, ex-correspondente da "The Economist" no México, é mostrar como o negócio da droga se estrutura aos moldes de empresas capitalistas.

"Os cartéis determinam os preços das drogas e os mantêm estáveis porque têm sob controle os produtores de suas matérias-primas, assim como a Walmart e o McDonald´s, e também entregam franquias ou terceirizam operações, como faz a Coca-Cola e outras empresas."

Ao irônico subtítulo do livro "como administrar um cartel", Wainright fornece a explicação: "é, sim, um guia para os barões da droga, mas sobretudo um conjunto de boas pistas sobre como derrotá-los".

Ulises Rodriguez - 27.mai.2013/Reuters

Armas entregues pelas gangues Mara 18 e MS-13 após trégua proposta pela polícia salvadorenha

O jornalista chama o narcotráfico de "indústria mais brutal da terra", e contabiliza o número de clientes em mais de 250 milhões de pessoas no mundo.

Numa das passagens mais interessantes da obra, Wainright explica as razões pelas quais o narcotráfico vem sempre acompanhado de tanto sangue. "Este não é um negócio regulado por contratos, portanto não está isento de traições internas, infiltrações, e há um problema evidente para os barões da droga que é como controlar o pessoal que trabalha para eles. Portanto, a única maneira para garantir que os carregamentos cheguem, que não se desviem, que não haja deserções é o uso da força", explica.

Para o autor, as penas e o sistema carcerário, em todos os países atingidos, precisam mudar. E descreve uma situação que o Brasil conhece bem. "As prisões oferecem um lugar para esconder-se e para recrutar e treinar novos membros, coisas que são extremamente difíceis para as organizações criminosas quando estão livres, pois fora da prisão existem as restrições impostas pela ilegalidade de seu negócio".

Tanto Wainwright como Grillo defendem alternativas à guerra militar contra o narcotráfico. Pontuam iniciativas não bélicas iniciadas por alguns países e apontam para a necessidade urgente de discussão sobre a legalização das drogas, talvez a única saída para conter esse o fluxo de sangue que vem manchando o continente de forma ininterrupta.

GANGSTER WARLORDS - DRUG DOLLARS, KILLING FIELDS, AND THE NEW POLITICS OF LATIN AMERICA
AUTOR Ioan Grillo
EDITORA Bloombsbury (importado)
PREÇO U$28
NARCONOMICS - HOW TO RUN A DRUG CARTEL
AUTOR Tom Wainwright
EDITORA PublicAffairs (importado)
PREÇO U$26.99
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

Largar cigarro de repente é mais fácil do que redução gradual, diz estudo

Largar cigarro de repente é mais fácil do que redução gradual, diz estudo   
 



(Foto: Patrik Stollarz/AFP)
G1
Redução gradual dificulta tentativa de cessar o tabagismo, sugere estudo

Pessoas que deixam de fumar de repente têm mais chance de obter sucesso na tentativa de largar o cigarro do que aquelas que reduzem o consumo de tabaco gradualmente, afirma um novo estudo.

"Para muitas pessoas, a maneira mais óbvia de largar o fumo parece ser reduzindo gradualmente, até parar", afirma Nicola Lindson-Hawley, pesquisadora da Universidade de Oxford (Reino Unido), autora do estudo.

"Com o tabagismo, porém a norma é aconselhar as pessoas a pararem tudo de uma vez, e nosso estudo encontrou apoio para tal", afirmou. "O que descobrimos é que mais pessoas conseguiram parar quando deixaram de fumar de uma vez do que tentando reduzir a dose gradualmente para tentar parar."

A pesquisa da cientista acompanhou quase 700 fumantes adultos divididos em dois grupos: um tentaria largar o cigarro de maneira abrupta, outro de maneira gradual. Cada pessoa determinava um prazo para zerar o consumo de cigarro, dentro de até duas semanas, e tinha encontros com uma enfermeira uma vez por semana.

Metade das pessoas preferiram a redução gradual, um terceiro preferiu o corte brusco, e o restante não manifestou preferência de estratégia antes de o estudo começar. A preferência pessoal não foi levada em conta pelos cientistas na hora de designar que tipo de estratégia (brusca ou gradual) cada voluntário teria de adotar.

Nicotina de substituição

No grupo gradual, a enfermeira criou uma agenda de redução para os participantes cortarem 75% dos cigarros ao longo de duas semanas, antes da data limite para deixar o cigarro. Forneceram a eles também adesivos de nicotina, além de outros substitutos. Os voluntários poderiam escolher entre um chiclete de reposição de nicotina, um spray nasal, tabletes sublinguais, inalador ou spray bucal durante o período de redução.

No grupo de corte abrupto, os participantes também receberam adesivos de nicotina de 21 mg por dia, já que há alguma evidência de que isso aumentava as chances de sucesso da interrupção. Os voluntários não tiveram acesso a produtos de ação curta, e podiam fumar como sempre fizeram até a data da interrupção.

Quatro semanas após o dia em que o prazo se encerrou, 40% do grupo que tentou abandonar o cigarro gradualmente ainda conseguia se manter longe do fumo. Entre aqueles que passaram por um corte abrupto, 49% mantiveram abstinência por esse período. Aqueles que disseram preferir uma mudança gradual antes de o estudo começar eram, no geral, menos propensos a obter sucesso até aquele ponto.

Seis meses depois, apenas 15% do grupo gradual conseguiu manter a decisão, contra 22% do grupo abrupto. O resultado foi descrito em estudo na revista médica "Annals of Internal Medicine".
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

sábado, 19 de março de 2016

Chá de ayahuasca pode, sim, causar psicose e até matar

Chá de ayahuasca pode, sim, causar psicose e até matar 
 


Veja - Por: Giulia Vidale
O consumo do chá teria contribuído para a morte do neto de Chico Anysio. Especialistas ouvidos pelo site de VEJA explicam que a substância é alucinógena e, como qualquer outra droga com esse efeito, pode causar distúrbios psiquiátricos permanentes e até matar

Rian Brito, neto de Chico Anysio, foi encontrado morto em uma praia do Rio de Janeiro. Segundo seus pais, o rapaz passou a apresentar distúrbios psiquiátricos após consumir chá de ayahuasca em reuniões da seita Porta do Sol(Reprodução/Facebook)

Recentemente, Brita Brazil e Nizo Neto - filho de Chico Anysio - atribuíram a morte do filho Rian Brito ao chá de ayahuasca. De acordo com a família, o rapaz teria mudado muito após tomar a bebida.

"Começou com uma questão espiritual. Ele logo entrou num delírio que tinha uma missão e que para essa missão não podia comer. Consumindo o mínimo para sobreviver, chegou a pesar 45 quilos. Existe o Rian antes e depois da ayahuasca, embora ele só tenha tomado quatro doses. Com toda certeza foi uma coisa que o levou a esse final. Três psiquiatras também fizeram essa afirmação", disse Nizo Neto, em entrevista ao site Ego.

O chá de ayahuasca ou Santo Daime, como é conhecido, é uma bebida alucinógena feita a partir de uma combinação de duas plantas amazônicas: o cipó jagube e o arbusto chacrona. Embora seja considerado um alucinógeno, seu uso em cultos religiosos como o Santo Daime , Porta do Sol (frequentada por Rian), Céu de Maria (fundada pelo cartunista Glauco e onde seu assassino, Carlos Eduardo,consumia a bebida) e União do Vegetal é permitido no Brasil pelo Conselho Nacional de Políticas sobre Droga (Conad).

Apesar da liberação, o Conad impõe algumas regras para o consumo do chá: pessoas com histórico de transtornos mentais ou sob efeito de bebidas alcoólicas ou outras substâncias psicoativas estão proibidas de ingerir a droga. Também é obrigatório que as seitas do Daime "exerçam rigoroso controle sobre o sistema de ingresso de novos adeptos".

Para Ronaldo Laranjeira, professor titular de psiquiatria da Unifesp, essa autorização é bastante problemática. Segundo ele, os integrantes da seita não têm capacidade para discriminar quem pode ou não ingerir a substância sem apresentar problemas. Além disso, como acontece com o uso de qualquer outra droga, não é possível afirmar quem vai ficar psicótico ou, caso já tenha algum problema mental, quem vai piorar.

"O grande problema dessa resolução é que não é possível prever quem terá problemas psiquiátricos após beber o chá ou quem ficará viciado. Claro que algumas pessoas, por seu histórico médico ou familiar, já têm predisposição, mas qualquer um pode ser afetado. É uma questão de genética e vulnerabilidade sobre a qual ainda não temos um conhecimento sólido", afirma o psiquiatra.

A combinação de plantas e ervas do líquido espesso e amarronzado contém DMT (n-dimetiltriptamina) e inibidores da monoamina oxidase. Essas substâncias agem no sistema nervoso central promovendo visões psicodélicas e euforia. Seus usuários acreditam que o chá proporciona iluminações transcendentais.
"A ideia é promover uma comunhão com a natureza, uma união com o universo. O efeito alucinógeno altera a percepção sensorial de todos os sentidos permitindo aos usuários essa sensação de fazer de parte um todo no universo", explica Analice Gigliotti chefe do Setor de Dependência Química da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro e diretora da clínica psiquiátrica Espaço Clif.

Embora o chá de ayahuasca possa desencadear surtos psicóticos em qualquer indivíduo, alguns grupos são considerados de risco, como pessoas com depressão, transtorno bipolar e esquizofrenia. "As substâncias presentes no chá, como o DMT, agem como perturbadores do sistema nervoso central, alterando a percepção sensorial de todos os sentidos. Isso faz com que a pessoa possa ter alucinação, o que pode desencadear quadros psicóticos", diz Analice.

Além da deflagração de surtos psicóticos, quando combinado com outras substâncias, o chá pode causar confusão e tremores - em usuários de antidepressivos, devido ao excesso de serotonina no sistema nervoso central - e até mesmo morte súbita. A função cardiovascular de pessoas que já têm problemas cardíacos também pode ser alterada, o que traz riscos para a saúde destes indivíduos.

Estudos - Nos últimos anos houve uma popularização do chá de ayahuasca, aumentando o interesse, inclusive científico, em relação aos efeitos da substância. Um estudo publicado em 2014 na Revista Brasileira de Psiquiatria mostrou que o líquido pode ser um potencial tratamento para depressão.

De acordo com pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto (SP), a ingestão de uma dose do chá (2,2ml/kg de peso) ajuda a reduzir em 66% os sintomas da doença. O estudo foi realizado com seis pacientes com histórico de depressão. Sete dias após o uso, a diminuição dos sintomas foi superior a 72%. Em relação aos efeitos adversos, os participantes relataram apenas vômito, que é comum em usuários do chá.

Outras linhas preliminares de pesquisa realizadas por cientistas espanhóis analisam o uso do chá no tratamento de vícios de outras drogas. Entretanto, todos os estudos, inclusive o brasileiro, ainda são limitados e preliminares, e os pesquisadores ainda estão tentando entender o modo como a substância afeta o cérebro.
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas