terça-feira, 17 de maio de 2016

Epidemia de overdoses faz aumentar doadores de órgãos nos EUA



 


Em 2015, 848 doadores de órgãos nos EUA morreram por conta de overdose (Foto: Divulgação)

Nº de doadores que morreram por overdose aumentou 270% em 9 anos.

Em média, 78 americanos morrem por dia por conta dos opiáceos.

Do G1, em São Paulo
A epidemia de morte por overdose de drogas aumentou expressivamente o número de doadores de órgãos nos Estados Unidos, segundo reportagens do portal de notícias "U.S. News & World Report" e do jornal "The Washington Post".

Cada vez mais pessoas morrem por overdose nos Estados Unidos. Desde 2000, esse número cresceu 137%, de acordo com o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos EUA. Grande parte das mortes estão ligadas ao uso de remédios à base opiáceos, como alguns analgésicos, e pelo uso de heroína.

Em média, 78 americanos morrem por dia por conta dos opiáceos. Em 2014, foram quase 19 mil casos, segundo o CDC.

Por conta disso, houve um aumento de 270% no número de doadores de órgãos que morreram por overdose, entre 2006 e 2015, passando de 230 para 848 casos, revelou uma pesquisa da United Network for Organ Sharing (UNOS).

“O aumento de doadores de órgãos nos últimos anos é substancial”, falou ao "Washington Post", David Klassen, diretor médico da United Network for Organ Sharing. “Uma parte significante disso pode ser explicado pelas overdoses de drogas, mas não toda. Há um grande esforço na comunidade de transplante para aumentar a consciência da doação, completou.

Há mais 80 mil americanos na fila de transplantes. Em média, morrem 20 pessoas da lista de espera por dia, por não encontrarem um doador, segundo as estatísticas da UNUS.

Muitos hospitais e candidatos a receber transplantes estão cautelosos em usar órgãos do chamado “grupo de risco”, como os de usuários de drogas, por temerem a contaminação por hepatite C e outros doenças infeciosas.

“Doadores de órgãos [em geral] são examinados para HIV, Hepatite B e Hepatite C. Doadores de alto risco recebem exame complementar”, disse Klassen. "Alto risco é uma coisa relativa. O risco de transmissão da doença de alguém que é rastreada por esse processo é relativamente baixo. Ainda assim, é impossível eliminar completamente o risco de transmissão de doenças, mesmo a partir de doadores não-alto risco”, completou.

Apesar de representar um grande problema de saúde pública, as mortes por overdose fazem surgir um novo público de doadores. “Temos que convencer as pessoas que esses órgãos podem ser usados por representarem um baixo risco [de saúde]. Essa é uma nova população de doadores, que inclui jovens, pessoas saudáveis, estudantes e trabalhadores”, disse a vice-presidente do Banco de Órgãos de New England, Helen M. Nelson, ao U.S. News & World Report.

terça-feira, 10 de maio de 2016

Vocês sabiam????

... O abuso de drogas afeta negativamente o desempenho sexual nos homens, mesmo depois de anos de abstinência[+]
... Jovens que começam a beber antes de completar 15 anos são mais susceptíveis a abusar do álcool ou a tornar-se dependentes depois[+]
... Drogas internam 2,4 mil pessoas e custam 2,5 milhões por mês à Saúde de SP[+]

A idade de início do consumo de álcool e as características do uso na vida adulta


A idade de início do consumo de álcool e as características do uso na vida adulta   

 

A idade de início do consumo de bebidas alcoólicas tem demonstrado associação com problemas decorrentes do uso de álcool na vida adulta, mas se conhece pouco sobre a relação entre a idade de início e outras características associadas ao uso de álcool.

Este estudo teve como objetivo determinar a relação entre a idade de início de consumo de bebidas alcoólicas com variáveis que tradicionamente têm sido medidas e variávies novas que foram pela primeira vez introduzidas na investigação sobre o consumo de álcool na população geral norte-americana.

Foram coletados dados sobre a idade de início do consumo de bebidas alcoólicas, diagnóstico de abuso e dependência de álcool e quantidade consumida em situações consideradas típicas de uso de bebidas alcoólicas.

As novas informações incluídas na investigação foram a duração destas "situações típicas" e o nível máximo de álcool no sangue atingido durante estas ocasiões.

Uma amostra nacional norte-americana composta por 2631 pessoas foi entrevistada por telefone através de um sistema computadorizado.

Um total de 2276 entrevistados referiu a idade de início de consumo de bebidas alcoólicas. Os homens e pessoas que apresentaram diagnóstico de dependência ou abuso de álcool em algum momento da vida referiram menor idade de início para o consumo de bebidas alcoólicas do que as mulheres e pessoas sem o mesmo diagnóstico.

Diversas características do consumo corrente de álcool mostraram associação significativa com a idade de início deste consumo. Quanto mais jovens os indivíduos mais significativas eram as correlações.

Os autores concluíram que a idade de início de consumo de bebidas alcoólicas pode ser útil para predizer diversas características ligadas ao consumo corrente de álcool, como o nível máximo de álcool no sangue e o diagnóstico de abuso e dependência de álcool.

Os dados reforçam também a hipótese de que nos EUA as mulheres têm apresentado padrões de consumo de álcool cada vez mais semelhantes aos dos homens.
Fonte:CISA - Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool 

Maconha na gravidez faz bebê nascer abaixo do peso, diz análise

Maconha na gravidez faz bebê nascer abaixo do peso, diz análise   

 


Planta cannabis sativa, usada para cigarros de maconha - Fabio Seixo/01.10.2014

O GLOBO
Droga também aumenta em 36% risco de anemia na mãe, segundo pesquisadores

RIO — O uso de maconha durante a gravidez está associado a um baixo peso do bebê ao nascer, afirma uma revisão de estudos publicada na noite de terça-feira, 5, no periódico científico online “BMJ Open”. A análise também conclui que, em caso de uso da droga, o recém-nascido tem mais riscos de precisar de cuidados intensivos logo após o parto.

Os pesquisadores, todos da Universidade do Arizona, nos EUA, ressaltam que a cannabis sativa é uma droga escolhida tanto por habitantes de países em desenvolvimento quanto por aqueles de países desenvolvidos, sendo usada por até 5% das pessoas entre 15 e 64 anos em todo o mundo. Tendo isso em vista, e com a crescente aceitação social e médica que a substância vem adquirindo, os cientistas destacam que é importante as futuras mães e os profissionais clínicos saberem os possíveis efeitos da droga durante a gestação.

A equipe analisou sete bancos de dados de estudos publicados até 2014 sobre os impactos da maconha na gestante e no bebê em até seis meses após o parto. No total, foram avaliados 24 pesquisas, que se debruçavam sobre dados relativos a anemia na mãe, peso e comprimento do bebê, perímetro cefálico e risco de parto prematuro, por exemplo.

Os principais resultados desses estudos indicam que crianças expostas à cannabis durante a gravidez foram 77% mais propensas a nascer com o peso abaixo do ideal, e duas vezes mais necessitadas de cuidados intensivos nos dias que se seguem ao parto.

Além disso, as futuras mamães que fizeram uso da maconha tiveram 36% a mais de risco de desenvolver anemia, em comparação com aquelas que não usaram a substância no período da gestação.

OUTRAS DROGAS, COMO ÁLCOOL, PODEM TER INFLUENCIADO

Entretanto, as pesquisas analisadas incluíram dados observacionais, o que torna difícil tirar conclusões sobre causa e efeito. Os pesquisadores ponderam, também, que não foi possível saber se as participantes dos estudos usaram, ao longo da gravidez, outras drogas ilícitas ou lícitas, como o álcool — droga já sabidamente relacionada a um maior risco de baixo peso do recém-nascido e parto prematuro.

Eles concluem, portanto, que “parece” haver consequências negativas associadas com a exposição à cannabis dentro do útero. Como o uso médico e social da droga “está rapidamente se tornando mais aceitável nos EUA e ao redor do mundo”, completam os pesquisadores, “compreender os seus efeitos sobre a saúde materna e fetal deve se tornar uma prioridade global”. Assim, mulheres e seus médicos podem fazer opções mais seguras com mais informações, dizem eles.
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Atitudes restritivas dos pais pode prevenir o uso de álcool por menores de idade?



 

O consumo de álcool por menores de idade implica sérios riscos para a saúde, com maior chance de abuso e dependência de álcool e outras substâncias no futuro, para acidentes de trânsito e mortes prematuras. Entre as medidas preventivas ao consumo precoce de álcool, destaca-se uma vertente promissora, cujo foco são pais de adolescentes, com ações realizadas especialmente em escolas. Acredita-se que a alteração do comportamento, normas e atitudes dos pais pode impactar positivamente na redução do consumo de álcool por adolescentes.

A estratégia elaborada pelo programa Örebro Prevention Programme (OPP) consiste em reuniões com pais e professores com 30 minutos de duração, realizadas semestralmente em escolas. Nessas reuniões é indicado que os pais adotem postura de tolerância zero para o consumo de álcool pelos adolescentes, deixando claro para os menores de idade quais são as regras e possíveis sanções aplicadas caso o combinado não seja cumprido. O programa demonstrou resultados positivos em estudos anteriores para a prevenção do uso nocivo de álcool, reduzindo a frequência de episódios de embriaguez.

Com o objetivo de entender o mecanismo responsável pelo sucesso do OPP, o presente estudo analisou qual seria o papel das atitudes restritivas dos pais na obtenção dos resultados positivos, os quais foram redução dos episódios de embriaguez e o retardamento do beber regular (ao menos um episódio de embriaguez por mês). Para isso, 653 adolescentes com idade entre 12 e 13 anos e 524 pais preencheram questionários no início do estudo, após 18 meses e 30 meses. Além disso, variáveis que pudessem confundir os resultados, como gênero, status imigratório, qualidade de relacionamento com pais e uso de álcool por pais e colegas foram incluídas nas análises.

As atitudes dos pais foram classificadas conforme quatro opções, desde “muito lenientes” (consideram natural a curiosidade dos filhos para experimentar álcool e acreditam que fazem uso responsável) até “muito rigorosas” (consideram que menores de idade jamais podem consumir de álcool e nem deveriam se preocupar com isso). Os adolescentes responderam quantas vezes consumiram álcool até se sentirem alcoolizados no último mês, o que foi acompanhado ao longo do estudo para observar mudanças no padrão daqueles que iniciaram o hábito de beber mensalmente. Os adolescentes também responderam com qual frequência observam os pais e colegas consumirem álcool e sobre a qualidade de relacionamento com os pais. Para comparações de resultados, um grupo de pais recebeu a intervenção, isto é, participou das reuniões, e o outro não recebeu.

Constatou-se que no grupo sem intervenção os adolescentes evoluíram com mais episódios de embriaguez, enquanto no grupo com intervenção, adolescentes reduziram a frequência de episódios de embriaguez ou iniciaram mais tardiamente. Como resultado principal, cerca de 50% do resultado positivo do programa foi atribuído às atitudes restritivas dos pais, o que representa um papel robusto. Por outro lado, demais mecanismos adjacentes podem ser fonte de futuras pesquisas. Por exemplo, de forma interessante, os pais que receberam a intervenção mantiveram mais atitudes restritivas ao longo do tempo, enquanto o grupo que não recebeu evoluiu com menos atitudes restritivas frente ao uso de álcool por seus filhos. Além disso, foi observado que pais imigrantes ou que possuem má relação com filho tendem a adotar posturas menos restritivas. Talvez, pais que vivenciam relacionamento ruim com os filhos se sintam menos empoderados e tenham menor expectativa em relação a eles.

Conclui-se que atitudes mais restritivas dos pais, em vigência da intervenção do OPP, criaram ambiente desfavorável ao consumo de álcool e foram assim eficientes na prevenção do uso nocivo, ao reduzir e retardar o consumo de álcool por menores de idade.
Fonte:CISA - Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool 

Mortalidade entre motociclistas alcoolizados envolvidos em acidentes de trânsito





Motocicletas são os veículos automotores que mais colocam em risco a vida dos motoristas. Os acidentes fatais envolvendo este tipo de veículo atingem taxas de 35 acidentes por 100 milhões de milhas percorridas - para os automóveis esta taxa é de 1,7 acidente por 100 milhões de milhas.

Pesquisas têm detectado aumento no número de acidentes fatais entre motociclistas provocados pelo uso de álcool, principalmente entre pessoas com idade em torno dos 40 anos.

Esta pesquisa teve como objetivo estimar as tendências de acidentes fatais envolvendo consumo de álcool nas diversas faixas etárias nos anos de 1983, 1993 e 2003 nos EUA.

Os pesquisadores detectaram que, entre 1983 e 2003, a prevalência de concentração elevada de álcool no sangue de motociclistas mortos em acidentes diminuiu. No entanto, neste mesmo período, a maior parte dos motociclistas que morreram em acidentes e haviam consumido álcool passou da faixa etária dos 20 a 24 anos para a dos 40 a 44 anos. Em 1983, 8,3% dos motociclistas mortos após terem ingerido álcool encontrava-se na faixa dos 40 aos 44 anos. Em 2003, este número cresceu para 48,2% dos casos.

A taxa de mortalidade entre motociclistas passou de 1,6 por 100.000 habitantes em 1983 para 0,9 em 1993 e cresceu para 1,2 em 2003. Os maiores declínios foram observados entre motoristas com idade em torno de 30 anos e as maiores incidências entre motoristas com mais de 40 anos.

Os autores concluíram que motociclistas mais velhos apresentam com maior frequência o comportamento de beber antes de dirigir do que os motoristas mais jovens. Entre os motociclistas mais velhos, o uso de motocicleta é mais comum nos finais-de-semana ou em viagens recreativas, situações que muitas vezes incluem o consumo de bebidas alcoólicas.
Fonte:CISA - Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool


OMS: Cannabis é droga ilícita mais consumida no mundo, com 180 milhões de usuários

  

 


Somente na Europa, 11,7% dos jovens (com idade entre 15 e 34 anos) usaram cannabis no ano passado. Foto: EBC

A cannabis é a droga psicoativa ilícita mais usada no mundo, com mais de 180 milhões de usuários globalmente. Apesar disso, segundo novo relatório divulgado este mês pela Organização Mundial de Saúde (OMS), ainda há menos conhecimento sobre seus efeitos sociais e na saúde quando comparado ao álcool e ao tabaco.

A cannabis é a droga psicoativa ilícita mais usada no mundo, com mais de 180 milhões de usuários globalmente. Apesar disso, segundo novo relatório divulgado este mês pela Organização Mundial de Saúde (OMS), ainda há menos conhecimento sobre seus efeitos sociais e na saúde do que em relação ao álcool e ao tabaco.

A estimativa da OMS é de que haja 181,8 milhões de usuários de cannabis — em suas preparações mais comuns, como maconha e haxixe — com idade entre 15 e 64 anos no mundo.

Somente na Europa, 11,7% dos jovens (com idade entre 15 e 34 anos) usaram cannabis no ano passado, percentual que sobe para 15,2% no grupo entre 15 e 24 anos. Do total de usuários globais, estima-se que 13,1 milhões sejam dependentes.

No Brasil, a estimativa da agência é que 2,5% na população adulta usou cannabis nos últimos 12 meses, percentual que sobe para 3,5% entre os adolescentes — taxa semelhante a de outros países da América Latina.

Em seu primeiro relatório sobre o tema em 20 anos, a OMS disse haver menos conhecimento disponível sobre os efeitos sociais e na saúde do uso não médico da cannabis do que o existente em relação ao álcool e ao tabaco.

O que se sabe

Segundo a OMS, usuários regulares de cannabis têm maior risco de desenvolver dependência da droga, sendo que esse risco é de 1 em 10 entre aqueles que nunca usaram, de 1 em 6 entre adolescentes e de 1 em 3 entre usuários diários.

“O uso regular da cannabis durante a adolescência (14 a 16 anos) está associado a consequências mais severas e persistentes do que seu uso durante a vida adulta”, disse o texto.

De acordo com o relatório, as taxas de dependência da cannabis também são maiores entre indivíduos que reportaram problemas psiquiátricos durante a vida, como hiperatividade, desordens de humor, de ansiedade e de personalidade.

O estudo indicou que houve um forte aumento da concentração do composto químico tetraidrocanabinol (THC) nas preparações de cannabis na última década. Nos Estados Unidos, a concentração de THC passou de menos de 2% nos anos 1980 para 8,8% em 2008, diante de avanços nos métodos de cultivo indoor da planta.

Entre os efeitos de curto prazo, o relatório disse que há alguma evidência na comunidade científica mundial de que o uso de cannabis pode causar problemas coronários. Além disso, a associação entre cannabis e a piora de doenças como psicose e esquizofrenia tem sido reconhecida nas últimas duas décadas.

O relatório afirmou ainda que o uso diário de cannabis durante anos e décadas parece produzir perdas persistentes de memória e cognição, especialmente quando seu uso começa na adolescência.

No entanto, a OMS declarou que ainda precisa ser estabelecido se o uso de cannabis no longo prazo produz sintomas de bronquite crônica, assim como infartos do miocárdio e derrames em jovens usuários.

“Fumar tanto tabaco como cannabis pode aumentar o risco de câncer e outras doenças respiratórias, mas é difícil estabelecer se os fumantes de cannabis enfrentam risco maior do que os usuários de tabaco”, disse o relatório.

O documento enfatizou também que, apesar de haver cada vez mais evidências sobre os efeitos da cannabis para os motoristas, elas ainda são pequenas quando comparadas às evidências sobre os efeitos do álcool no trânsito.

O potencial uso médico, incluindo farmacológico, toxicológico e possíveis aplicações terapêuticas da planta não foram analisadas no relatório da OMS.
Fonte: ONUBR