quarta-feira, 20 de julho de 2016

Combinado de drogas e álcool pode ser fatal para o coração


 


Jornal Hoje
Cardiologistas estudaram casos de infartos em pessoas com menos de 40.

Eles descobriram que 25% deles estão ligados ao consumo de cocaína.

César Menezes São Paulo
Estudo do Instituto Dante Pazanezze, em São Paulo, referência no tratamento de doenças cardíacas, mostrou que o uso combinado de drogas e álcool pode ser fatal para o coração, principalmente de pessoas jovens. Cardiologistas estudaram os casos de infartos em pessoas com menos de 40 anos e descobriram que 25% deles estão ligados ao consumo de cocaína.

Hoje o vendedor Anderson Lima malha, prefere comidas saudáveis, bebe pouco. Tudo ao contrário do que fazia há quatro anos: “Eu fazia bastante combinação com vodca, com uísque, com bebida destilada, cocaína. Eu cheguei, em alguns momentos, a usar lança-perfume também e tive alguns episódios de arritmia cardíaca, problema com pressão arterial”.

Ele foi ao médico e ouviu que, se não mudasse de vida, ia acabar morrendo cedo. “O médico me encaminhou para o cardiologista, mediu minha pressão e deu 19 por 8”, relata.
Anderson provavelmente foi salvo pela informação do médico. Se ele não tivesse ido àquela consulta e não tivesse mudado o estilo de vida, a chance de ele ter um infarto fulminante seria muito grande.

Os médicos do Instituto Dante Pazanezze analisaram mais de 400 casos de pacientes com menos de 40 anos, que deram entrada no hospital com infarto, nos últimos cinco anos. Um em cada quatro usava cocaína.

As coronárias levam sangue para o músculo do coração funcionar. Um infarto provocado pelo acúmulo de gordura na parede da artéria é um processo que leva décadas. Mas em quem usa cocaína, pode acontecer em meses. A droga provoca uma inflamação na parede da coronária. Ela incha e estrangula a passagem do sangue.

O perigo aumenta quando cocaína e álcool são usados ao mesmo tempo. A combinação gera uma substância chamada de cocaetileno, que acelera o processo de inflamação. O jovem não imagina que possa ter um problema no coração e, normalmente, a crise acontece logo depois de usar a droga.

“Ele não está alerta para os sinais que o organismo manda e que está sofrendo um infarto. E esse atraso pode ser fatal”, explica Ibraim Masciarelli, presidente da Sociedade de Cardiologia de São Paulo.

“Eu tinha visão turva, arritmia cardíaca, tontura, problema com pressão arterial, muita dor de cabeça, pressão alta e às vezes uma queda de pressão, sensação de desmaio, náusea”, conta Anderson.

Ibraim faz um aleta: “É importante que, diante da suspeita ou de sintomas que possam sugerir problemas cardíacos, esse jovem procure uma assistência médica o mais rapidamente possível para tentar evitar a progressão do infarto”.
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas


domingo, 17 de julho de 2016

Ficando por dentro do Amor Exigente



Surgido em Campinas, através da iniciativa concomitante de Pe. Haroldo Rahm e familiares de Dependentes, em 18 de novembro de 1984, o Amor Exigente é um grupo de Ajuda Mútua que desenvolve preceitos para a organização da família, que são praticados por meio dos 12 Princípios Básicos e Éticos, da espiritualidade e dos grupos que através de seus voluntários, sensibilizam as pessoas, levando-as a perceberem a necessidade de mudar o rumo de suas vidas e do mundo, a partir de si mesmas.

O Programa eficaz estendeu-se também ao trabalho com Prevenção ao uso de drogas e outras substâncias, passando a atuar como um movimento de proteção social já que Amor-Exigente desestimula a experimentação, o uso ou abuso de tabaco, do álcool e de outras drogas, assim como luta contra tudo o que torna os jovens vulneráveis, expostos à violência, ao crime, aos acidentes de trânsito e à corrupção em todas as suas formas; são também propostas do Amor-Exigente.

As Reuniões geralmente são semanais e atendem tanto a família como os dependentes, em ambientes distintos e separados. Amor Exigente, diferente das outras irmandades, principalmente as anônimas, conta com um corpo de serviço hierárquico e uma estrutura verticalizada, tendo no seu topo a presença de um Presidente e Vice que administram a entidade em âmbito nacional e internacional.

De início, o Amor Exigente tinha o objetivo específico de acolher e ajudar famílias vitimadas pela codependência, mas o raio de ação da entidade foi, com o passar dos anos, tomando vulto de forma vertiginosa. Hoje, além dos codependentes, os próprios Dependentes têm acolhimento em reuniões específicas de AE destinada para eles e mais que isso, qualquer família que visa uma melhora substancial na sua estrutura, no seu funcionamento e no seu crescimento espiritual e comportamental pode, sem reservas, procurar os Grupos de AE disponíveis. AE não discrimina nem aparta. É uma entidade bastante democrática e solidária.

Atualmente, o movimento conta com 11 mil voluntários, que realizam, aproximadamente, 100 mil atendimentos mensais por meio de reuniões, cursos e palestras. São mais de mil grupos no Brasil, 1 na Argentina, e 14 no Uruguai, além de cerca de 259 Subgrupos de frutos de Amor-Exigente.

A Filosofia de Amor Exigente se baseia no seguimento de Doze Princípios. Estes princípios são de ordem espiritual e comportamental, funcionam como a espinha dorsal da entidade e é por meio deles que se dá a Recuperação e a retomada da Qualidade de Vida de seus membros. Embora o AE tenha sido fundado e visionado pelo Pe. Haroldo, evidentemente um sacerdote Católico Romano, o Amor Exigente está disponível para pessoas de todas as crenças e religiões. Não que seja ecumênico na sua origem, mas o é na sua prática cotidiana.

São os Doze Princípios:

Identificador, Humanizador, Protetor, Valorizador, Libertador, Influenciador, Praparador, Esperançador, Apoiador, Cooperador, Organizador e Compensador!

São valores aos quais os membros se remetem para lidar consigo mesmos e com seus filhos, ou entes queridos adoecidos pela adicção, alcoolismo ou desestruturas comportamentais.

Para saber mais (e detalhadamente) sobre cada um dos Princípios acima citados, convido a todos para acessar o site oficial de Amor Exigente, no endereço eletrônico abaixo:
http://amorexigente.com.br/principios/

Além dos Doze princípios Básicos, que são estes dos quais falamos acima, existem também Doze Princípios Éticos, que margeiam e “controlam” de certa forma as ações dos membros de AE. São, além da prática do programa, a estrutura filosófica que o AMPARA. Eles falam de Respeito, Sigilo, Fidelidade, Respeito Estatutário, Multiplicar a Mensagem, Fraternidade, Voluntariado, Respeito Hierárquico à FEAE, Espiritualidade, Humildade e por fim, evitar as Divergências.

Maiores informações, assim como os textos completos de todos os princípios são encontrados no site acima. É interessante salientar que atualmente a entidade é gerida e administrada pela FEAE, Federação de Amor Exigente, hoje presidida pelo Senhor Luiz Fernando Cauduro e tendo como presidente de honra o próprio Padre Haroldo Rahm!

Agora que você já conhece um pouco mais sobre o Amor Exigente, não hesite em procurar ajuda. Os Grupos e Voluntários estão esperando a sua visita. Tenha certeza, você será muito bem vindo(a). Familiar ou adicto!
Juntos somos mais fortes!
Autor: Prof. Esp. Rodrigo Augusto Fiedler (Filósofo e Educador)

Uso de maconha altera sistema de recompensa




Revista Veja
Um novo estudo mostrou que uso prolongado da droga é capaz de alterar a forma como as pessoas lidam com as conquistas
Por Da redação

O estudo mostrou que a quantidade de dopamina produzida pela parte do cérebro responsável pelas recompensas foi diminuindo ao longo do tempo nos usuários de maconha. (David Bebber/Reuters/VEJA/VEJA)

Fumar maconha pode afetar o modo como as pessoas lidam com as conquistas. De acordo com um estudo publicado recentemente na revista científica JAMA Psychiatry, a droga amortece a capacidade do cérebro reagir positivamente a recompensas em dinheiro, por exemplo.

Pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, analisaram os efeitos do uso prolongado da maconha no centro de recompensa do cérebro de 108 jovens com cerca de 20 anos. Ao longo de quatro anos, os participantes foram submetidos três vezes a um experimento enquanto tinham suas respostas cerebrais monitoradas por ressonância magnética.

O experimento consistia em um jogo associado a uma recompensa monetária. Os participantes precisavam apertar um botão cada vez que um alvo aparecesse na tela à sua frente. Antes de cada partida, os pesquisadores diziam aos voluntários que, dependendo de sua performance, haveria as seguintes possibilidades: ganhar 20 centavos de dólar ou cinco dólares, perder as mesmas quantias anteriores ou não ter perda nem ganho.

Os resultados mostraram que a quantidade de dopamina, conhecida como a substância do prazer, diminuiu de forma gradativa ao longo do tempo nos usuários de maconha. Além disso, quanto maior o uso da droga, menor a resposta.

“Isso significa que algo que seria gratificante para a maioria das pessoas não era mais gratificante para os usuários de maconha. O estudo sugere que o sistema de recompensa foi ‘sequestrado’ pela droga. Ou seja, eles precisam da droga para se sentir recompensados.”, afirmou Mary Heitzeg, principal autora do estudo.

A nova pesquisa sugere também que quanto mais cedo uma pessoa começa a usar maconha, mais rápida será a possibilidade de ela se tornar dependente desta ou de outras substâncias. Outras pesquisas também já sugeriram uma associação entre o uso de maconha e problemas para lidar com as emoções, desempenho acadêmico e até mesmo mudanças na estrutura do cérebro.

Francesca Filbey, professora da Universidade do Texas em Dallas, escreveu um editorial acompanhando o estudo no qual ela sugere que existam fatores genéticos subjacentes que tornam as pessoas mais propensas a começar a usar maconha. Estes mesmos fatores, por sua vez, podem torná-las mais suscetíveis a certas alterações cerebrais.

“Algumas pessoas podem acreditar que a maconha não é viciante ou que é ‘mais leve’ que outras drogas. Mas este estudo fornece evidências de que ela altera o funcionamento do cérebro, impactando no comportamento e o senso de recompensa”, acrescentou Mary.
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

A relação perigosa do brasileiro com o álcool e o volante


 


Revista Exame
Valéria Bretas, de EXAME.com

São Paulo – Desde 2012, quando o governo aplicou uma política de tolerância zero para quem insistir em dirigir depois do consumo de bebidas alcoólicas, a proporção de adultos que admitem manter tal hábito nas capitais brasileiras caiu em 22%.

De acordo com a pesquisa Vigilância de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), em 2015, 5,5% dos moradores das capitais admitiram que pegavam no volante depois de ingerir qualquer quantidade de álcool.

A mistura de álcool e volante é mais comum entre os homens: 9,8% afirmaram cometer a infração, enquanto que apenas 1,8% da população feminina abusava da combinação.

O endurecimento da Lei 11.705/2008, também conhecida como Lei Seca, veio em dezembro de 2012. Com a decisão, o valor da multa para o motorista que bebe antes de dirigir passou de R$ 957,65 para R$ 1.915,30 – no caso de reincidência dentro de 12 meses, o valor é dobrado.

Além disso, a regra anterior livrava o condutor da multa caso o nível alcoólico detectado pelo bafômetro fosse de até 0,1 miligrama de álcool por litro de ar. A política de tolerância zero reduziu o limite para 0,05 mg/l de ar expelido.

Entre as capitais, Fortaleza é a que apresentou o maior percentual (13%) de entrevistados com mais de 18 anos que declararam assumir a direção após o consumo de álcool. Em contrapartida, Recife (2,6%), Maceió (2,9%) e Vitória (3,2%) são as que menos arriscam.
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Consumo de tabaco e álcool é um dos principais fatores de risco para câncer de boca


 


(imagem reprodução)
Jornal do Brasil
Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) revelam que o hábito de beber e fumar aumenta em até 20 vezes a chance de uma pessoa desenvolver algum tipo de câncer de cabeça e pescoço. Tumores nessa região correspondem a 3% de todos os tipos de câncer. Os de cavidade oral, que incluem lábios, língua, assoalho de boca, céu da boca, orofaringe como amígdalas, e de laringe são os tumores mais comuns. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Brasil, as estimativas de 2016 apontam a ocorrência de 15.490 novos casos de câncer bucal, sendo 11.140 em homens e 4.350 em mulheres.

Além do tabagismo e o álcool, outros fatores estão associados mais fortemente ao aparecimento do câncer de boca, como a exposição solar (para o câncer no lábio) e a infecção por HPV (subtipo 16 principal). De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, 14 milhões de brasileiros podem desenvolver a doença. Há também os fatores de baixo risco, dentre os quais estão a dieta pobre em frutas e vegetais, má higiene oral, próteses mal ajustadas ou adaptadas, genéticos e outros aspectos em associação que determinam uma queda na imunidade do hospedeiro, levando ao aparecimento do tumor.Os sintomas do câncer de boca, às vezes, são nítidos, como feridas com ardor na boca, e às vezes não, sendo indolores no início, como uma ferida que não cicatriza e não dói.

De acordo com o Dr. Giulianno Molina de Melo, Cirurgião de Cabeça e Pescoço da Beneficência Portuguesa de São Paulo, entre as lesões suspeitas estão a ferida na boca que não cicatriza em duas semanas; os nódulos persistentes no pescoço e em mucosa da bochecha, lábio, assoalho de boca e língua; as manchas esbranquiçadas ou avermelhadas, indolores ou com leve ardor local em mucosa da boca; os dentes que apresentam amolecimento sem causa aparente; o inchaço na gengiva que dificulta uso de prótese; a dificuldade para engolir, falar, mastigar; mau hálito e perda de peso. “Apesar de quase 90% das lesões malignas de boca estarem localizadas na língua, assoalho, mucosa jugal e palato, ou seja, de fácil suspeita e reconhecimento, ainda diagnosticamos pacientes, em sua maioria, em estádios avançados, o que dificulta muito o tratamento, levando a cirurgias complexas, prolongadas, envolvendo reconstruções para a reabilitação mais adequada e invariavelmente seguidas de radioterapia e quimioterapia, apresentando-se até o momento com índices mais baixos de sobrevida”, explica Dr. Giulianno Molina.

No Brasil, cerca de 70% dos casos ainda apresentam-se em estádios avançados: III e IV, onde as chances de cura ou controle são menores, porém podem ser atingíveis. Já os casos iniciais I e II possuem alta chance de cura/controle.Os dados demográficos preocupam e se este ritmo continuar, a incidência do câncer de boca, no Brasil, tende a aumentar, ultrapassando outras doenças. Com isto os gastos em saúde como um todo também aumentarão. Hoje ocupa a quinta posição entre os homens e a sexta entre as mulheres. Segundo o cirurgião, a prevenção de fatores de risco ainda é a medida mais simples e eficaz para evitar o aparecimento desses tumores.

“A recomendação médica, portanto, é a de cessar o consumo de tabaco e álcool, pois associados e com a presença dos outros fatores já descritos aumenta-se muito a possibilidade de desenvolver esta doença”, conclui o Dr. Giulianno Molina.
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

A (des)Qualidade das Internações


 


Na última década, por conta do advento do crack, ainda nos anos 90, surgiu uma enxurrada de Clínicas e Comunidades Terapêuticas por todo Brasil oferecendo tratamento a Dependentes Químicos em estado crônico. A questão que abordamos neste artigo é justamente a qualidade e a eficiência destas internações e quiçá dos tratamentos por elas oferecidos.

Nos anos 70, em Campinas, o Padre Haroldo Hanz trouxe da Europa um modelo de internação que vinha funcionando na Alemanha para dependentes de heroína. Um tratamento baseado na tríade – Trabalho, Oração, Desintoxicação. Aos poucos foram agregados os Doze Passos dos Alcoólicos Anônimos e outras filosofias. Este modelo foi o único por muito tempo e teve, no início de suas atividades, uma alta taxa de aderência. Lembrando que em meados dos anos 70 e 80, a droga que mais levava dependentes às clínicas e comunidades era o álcool, em raros casos a cocaína.

Cabe lembrar, que Nelson Giovanelli (evangelista voluntário) e Frei Hans Stapel (pároco de Guaratinguetá), ainda nos anos 80, fundaram a Fazenda da Esperança, que funcionava em moldes semelhantes à Fazenda de Campinas. Foi aí que tudo realmente começou.

Daí para frente, com um modelo pronto e funcional, muitas pessoas seguiram o exemplo e montaram diversas Comunidades Brasil a fora. Espiritualidade, Trabalho e Terapias alternativas eram, a princípio, a “fórmula mágica” da Recuperação. O que não se podia prever ou contar é que o número de dependentes carentes de internação fosse subir desproporcionalmente ao número de vagas oferecidas em Comunidades. Nisto, fundou-se a FEBRACT, Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas e, com ela, surgiram parâmetros para que a qualidade das internações fosse de alguma forma equilibrada e equitativa. Paralelamente, surgiu a FEAE, Federação Brasileira de Amor Exigente, dando às famílias dos dependentes internados, um modelo de suporte também trazido da Europa onde havia logrado muito êxito.

Entretanto com a onda do crack e com o crescimento latente de dependentes em cocaína – duas drogas cujo tratamento é muito mais delicado e trabalhoso – foram surgindo diversas propostas distantes daquilo que a FEBRACT julgava correto, e, com isso, instalaram-se muitas clínicas e comunidades ditas fantasmas, irregulares ou clandestinas. Muitas sequer sem autorização da ANVISA e do Ministério da Saúde.

Com a dificuldade de tratar os dependentes destas drogas químicas, falta de preparo entre outros fatores, situações de violência física, moral e espiritual começaram a ser vislumbradas numa grande fração de instituições. Espancamentos, cárceres, humilhações tornaram-se “lugar comum” na grande maioria destas comunidades. Na realidade, o dependente se internava buscando tratamento e encontrava agruras para manter-se limpo e em tratamento. E não se resume apenas nisso. Alimentações pouco nutritivas (muitas comunidades oferecem sopas com pé de frango todos os dias, salsicha de baixa qualidade no almoço, ´por exemplo), falta de atendimento médico, psicológico e terapêutico e acomodações extremamente desconfortáveis engrossam o caldo de desventuras encontradas na grande maioria das clínicas e comunidades espalhadas pelos 27 estados brasileiros.

Muitas destas comunidades foram denunciadas e, de certa forma, estes atos acenderam uma luz junto ao Poder Público, à ANVISA, OnG’s e lideranças religiosas. Nos primeiros anos da década de 2000, mais de mil comunidades foram fechadas e seus responsáveis foram punidos na forma da lei.

Hoje, 2016, nem só os padrões FEBRACT são levados em conta. É sabido que as drogas químicas e até mesmo o álcool e a maconha causam o que a medicina chama de co-morbidades, ou seja, transtornos mentais gerados pelo uso abusivo de drogas. Para tanto, o Ministério da Saúde e a ANVISA criaram uma série de prerrogativas para o bom funcionamento de clínicas e comunidades especializadas em dependência química. Exige-se a presença de Auxiliares de Enfermagem, Psicólogos, Terapeutas Ocupacionais, Psiquiatras e Conselheiros da Dependência Química. Exige-se um número mínimo de refeições diárias – 4 – todas elas acompanhadas por nutricionistas e, recentemente, estuda-se a possibilidade de tornar laicas (independentes de religiões) as formas de tratamento oferecidas. Isto porque, ainda há um número excessivo de tratamentos religiosos que apelam exclusivamente para a fé como forma de “cura”.

Orientamos então, que em caso de necessidade de internação, todos estes quesitos sejam analisados: Registros na ANVISA em dia, possível filiação à FEBRACT, profissionais oferecidos e condições de acomodação. Se a comunidade tentar desviar o assunto, justificando qualquer uma destas premissas, tenha a certeza de que não se trata de um tratamento qualificado.

Aposte em tratamento! Não interne seu ente querido em situação de ímpeto ou imediatismo. Você pode colocar o dependente em uma situação de risco. Há tratamento e a escolha quem faz é você. Saiba escolher!
Autor: Prof. Esp. Rodrigo Augusto Fiedler (Filósofo e Educador)


Fumar causa danos ao esperma


 


Revista Veja
Um estudo brasileiro sugere que o tabagismo gera alterações no esperma que podem reduzir a chance de fecundação e até causar problemas de saúde no bebê
Por Da redação

Os pesquisadores da Unifesp encontraram diversas alterações, como fragmentação de DNA, e ausência ou excesso de determinadas proteínas, no sêmen de fumantes associadas a problemas de fecundação e até mesmo de saúde no bebê. (Thinkstock/VEJA)

Não é novidade que mulheres que planejam engravidar devem parar de fumar. Agora, um estudo publicado recentemente no periódico científico BJU International sugere que o futuro pai também largue o vício.

No estudo, pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) analisaram o esperma de 20 fumantes e 20 não fumantes. Os resultados mostraram que o sêmen dos fumantes foi danificado de maneiras que podem reduzir a chance de fecundação ou levar ao desenvolvimento de problemas de saúde no bebê.

As análises mostraram que o DNA no esperma dos fumantes estava fragmentado, o que está relacionado a um aumento do risco de problemas genéticos no feto e ao desenvolvimento de câncer infantil. Os pesquisadores acreditam que essa fragmentação seja resultado de um stress oxidativo ocasionado pelo cádmio e pela nicotina presentes no cigarro. Além disso, as mitocôndrias, que são o centro de energia das células, também estavam menos ativas no esperma desses voluntários.

Os fumantes apresentaram também uma porcentagem maior de acrossomos (parte da cabeça do espermatozoide que libera enzimas que permitem sua penetração no escudo do óvulo) alterados. Os autores ainda encontraram outras alterações nas proteínas do plasma seminal que podem prejudicar a fertilização. Das 422 proteínas analisadas, nos fumantes, uma estava faltando, outras 27 estavam sub representadas e seis super representadas.

“Mais e mais estudos estão demonstrando um efeito nocivo do tabaco sobre a fertilidade masculina. Nossos resultados apontam na direção de alterações importantes no sêmen. O esperma dos fumantes apresenta uma natureza inflamatória associada à diminuição da capacidade de fertilização e de uma gravidez saudável.”, disse Ricardo Pimenta Bertolla, um dos autores do estudo.

A mensagem, segundo ele, é simples: fumar altera a capacidade de um homem produzir espermatozoides que podem fecundar um óvulo com sucesso.
Veja Aqui o Estudo
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas