quarta-feira, 5 de julho de 2017

Estatísticas mundiais de saúde - 2017


 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou recentemente o relatório World Health Statistcs 2017. O documento faz parte de uma série de publicações anuais de estatísticas de saúde dos 194 Estados-Membros da OMS. A edição de 2017 centra-se nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que reúne dados sobre uma vasta gama de indicadores relevantes e está organizado em três partes.

Na primeira parte, são descritas as 6 linhas de ação promovidas pela OMS para ajudar a construir melhores sistemas para a saúde e alcançar os ODSs relacionados à saúde. Na segunda, os status de alguns indicadores de ODS relacionados à saúde são resumidos, tanto no nível global como regional. Por fim, a última parte traz uma seleção de casos que destacam os recentes esforços bem-sucedidos para melhorar e proteger a saúde de suas populações através de uma ou mais das seis linhas de ação.

Status dos ODSs relacionados à saúde - Doenças não transmissíveis e saúde mental:

O consumo mundial de álcool em 2016 foi de 6,4 L de álcool puro por pessoa com 15 anos ou mais, com variação considerável entre as regiões da OMS. Os dados disponíveis indicam que a cobertura do tratamento para os transtornos do álcool e do uso de drogas é inadequada, embora sejam necessários mais trabalhos para melhorar a medição dessa cobertura.


Casos de sucesso

Na última parte do relatório foram apresentados casos de sucesso para ilustrar a ampla gama de ações adotadas por diferentes países para alcançar as metas relacionadas à saúde propostas na Agenda para o Desenvolvimento Sustentável de 2030. São citados exemplos de ações intersetoriais que contribuíram com o fortalecimento do Regulamento Sanitário Internacional (RSI) e reduziram a mortalidade por doenças não-transmissíveis, suicídios, uso nocivo do álcool e consumo de tabaco, respectivamente.


A Federação Russa se destacou na prevenção de mortes precoces devido ao consumo de álcool. O país, que viveu uma escalada de problemas relacionados com o álcool, devido à desregulamentação do mercado nos anos 90, reformulou políticas de saúde pública para controlar o problema. Muitas das políticas implementadas foram baseadas em evidências, de acordo com a Estratégia Global da OMS para reduzir o uso nocivo do álcool e o Plano de Ação Global da OMS para a prevenção e controle de doenças não-transmissíveis 2013-2020. Algumas das medidas adotadas:

• Fortalecimento do sistema de controle de produção, distribuição e venda de álcool; não vender em determinados locais públicos;
• Restrições de venda de bebidas com mais de 15% de teor alcoólico e preço mínimo para bebidas com teor alcoólico acima de 28%;
• Proibição de propagandas em toda infraestrutura dos meios de transporte público, internet e mídias eletrônicas e impressas;
• Aumento de impostos sobre as bebidas alcoólicas;
• Adoção de um programa nacional para reduzir danos relacionados ao álcool e prevenção do alcoolismo entre 2010-2020;
• Alcoolemia zero para direção de veículos automotores;
• Maior fiscalização e punição administrativa para a venda de bebidas alcoólicas para menores de idade; responsabilidade criminal para reincidentes;
• Implementação de iniciativa para aprimorar o sistema de tratamento para transtornos relacionados ao uso de álcool e drogas;

Os resultados das mudanças foram bastante positivos: entre 2007 e 2016 houve a redução do consumo total em 3,5 L de álcool puro por pessoa, queda de novos casos de psicose alcoólica (de 52,3 para 20,5 por 100.000 habitantes) e queda da taxa de mortalidade de homens. Padrões semelhantes foram observados para pacientes com dependência e outras doenças relacionadas ao álcool. O consumo de álcool ilegal não parece ter aumentado em resposta às novas limitações no mercado formal.



FONTE:WWW.ANTIDROGAS.COM.BR

Efeitos analgésicos podem levar a uso impróprio do álcool


 


Foto: Gilmar de Souza / Agencia RBS
Pesquisadores alertam que a redução na sensação da dor só acontece com ingestão de bebidas alcoólicas em níveis considerados perigosos

A ingestão de álcool não é mais recomendada do que o uso de paracetamol para o alívio da dor. O estudo que avaliou essa tese apontou que tal percepção pode levar ao uso impróprio de bebidas alcoólicas como analgésicos.

Um estudo internacional destinado a avaliar as propriedades analgésicas do álcool apontou que essa percepção pode levar ao mau uso da substância em pacientes com dor. Publicada no periódico americano Journal of Pain, a pesquisa mostrou que o efeito analgésico da bebida alcoólica é mais forte em doses altas (a partir de três a quatro drinques), que representam níveis considerados perigosos.

Com isso, os pesquisadores destacaram que é preciso sensibilizar a população em relação a intervenções que proponham usar o álcool no tratamento da dor. O objetivo da meta-análise — um estudo feito a partir de 18 experimentos controlados, com voluntários em que a dor e o uso do álcool foram induzidos — é mostrar que esse efeito analgésico das bebidas alcoólicas em altas doses pode levar ao uso impróprio da substância em pacientes com dor.

— Não faz qualquer sentido indicar álcool para pessoas com dor, pois aumenta o risco de uso impróprio do álcool em si, ou da combinação com medicação para dor, potencializando seus efeitos — pondera o psiquiatra Flávio Pechansky, diretor do Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas do Hospital de Clínicas em Porto Alegre.

— Álcool faz mal para a saúde em qualquer dose, para qualquer pessoa — completa o médico Sérgio de Paula Ramos, ex-presidente da Associação Brasileira de Álcool e outras Drogas (Abead).

Os estudos de laboratório envolveram a indução de dor a pacientes e posterior medição em escalas de sensação de dor e alívio, comparando medicação e álcool. Os pesquisadores alertaram, ainda, que é preciso avançar em mais análises para atestar essas descobertas.
Fonte: ZH Vida, ClicRBS


quinta-feira, 29 de junho de 2017

A dependência química aumenta apesar de tanto acesso à informação


 


A dependência química é algo bastante preocupante e apesar de tantas informações as pessoas usam e continuarão usando drogas. Não nos esqueçamos que primeiramente a palavra droga nos remete a algo ruim, e o que dizem sobre esse tema sempre nos apresentam aspectos destrutivos e nocivos.

Não devemos esquecer de que a droga é “boa” inicialmente para quem usa, ela traz um prazer físico, mental, um bem estar psicológico e, claro que essa sensação vai mudando conforme a sequência, a quantidade e a forma de uso da pessoa, mas ela proporciona um bem estar temporário então é boa pra quem está usando, caso contrário usaria, primeiramente temos que enxergar essa questão.

Outra questão que devemos lembrar é de que em toda a história da humanidade (sociedade, desenvolvimento), o uso do marketing, da valorização do bem estar, vem primordialmente antes do respeito à pessoa. E temos o forte apelo das imagens nos desenhos, nas propagandas, de várias marcas de cigarro.

E levantaremos algumas questões, por exemplo: quem não lembra do Popeye que fazia uso do espinafre para ficar forte, pois ele era um velhinho e lutava contra o Brutus para defender-se e ficar com sua amada Olivia. Logo, como ensinado lá no desenho que se você come algo que lhe dá força, terá energia, será forte e poderoso. E aquela propaganda de cigarro, onde surge um homem montando um belo cavalo, cavalgando por belas montanhas, vendendo a ideia de liberdade, bem estar, num cenário grandioso… Acaba sendo mais um incentivo.

A empresa do Marketing incentiva à busca do bem estar

Ainda observando como são as propagandas, você nunca verá pessoas reunidas para consumir cerveja ou outras bebidas alcoólicas que estejam tristes, feios ou sozinhos, não! São imagens que sempre mostram que as pessoas que bebem estão bem acompanhadas, belas mulheres, locais lindos como a praia, baladas, bares, etc. Mostra tudo como se fosse somente bom, prazeroso e encantador. E nisso é vendida a sensação de prazer, de relacionamentos perfeitos, de bem estar, de estar tendo convivência social naturalmente, descontraído. Então se eu bebo consigo me relacionar, consigo me soltar, consigo ser feliz.

Devido à essa massiva campanha de marketing, acabamos por aceitar como cultura coletiva, do inconsciente, onde vamos absorvendo essas informações que vão penetrando no modo como vamos seguindo a vida.

Outra questão que é importante saber que os adolescentes e jovens buscam, inicialmente o uso das drogas pela curiosidade. Esses dias tive a oportunidade de participar de um grupo de discussão e através de palestras conheci o Weliton, e ele me disse algo interessante, “ quando você tem um grupo de amigos, e um destaca-se por ser o mais descolado, mais extrovertido, quando ele chega no grupo, de maneira diferente, os outros começam a perguntar como verdadeiros jornalistas, fazendo uma entrevista:

– E aí, porque você está diferente? O que está acontecendo? O que você fez?”

E assim o amigo acaba oferecendo e compartilhando as drogas ao seu filho porque ele é o mais próximo dele.

Outra questão com a curiosidade, é que o mesmo jovem descolado, ele acaba se desviando, ele vai encarando novos desafios e não tem muito limite. É importante que o adolescente o jovem seja independente mas o fato de desafiar e romper os limites trazem grande riscos de vir a ser um dependente pois a ideia é: “ porque vou usar, não vai acontecer nada comigo” e claro entrar na droga é muito fácil e o difícil depois é sair.

Temos que ter um olhar atento a timidez que observa-se em alguns adolescentes e jovens, pois aquele adolescente que é muito quieto, tem dificuldade de se comunicar, não consegue enturmar-se em algum grupo, então o uso das drogas acaba sendo um motivo para criar e estabelecer essas relações.

Os modelos Familiares influenciam no estilos de seus filhos

Sobre todos esses aspectos que favorecem o uso de drogas, mesmo que tenham diariamente notícias trágicas e terríveis, existe outra relação que não devemos esquecer: os modelos de famílias.

Devemos tratar com cuidado diferenciado a família para que não se sintam culpadas e comecem a se cobrar demais, lembrando que o modelo de família exageradamente estruturado pode trazer algum tipo de alteração no comportamento do adolescente, ou daquele jovem pelo excesso de preocupação, de superproteção resolva dar o seu “grito de liberdade”.

E por outro lado, o modelo de família desestruturado, onde não funcionam os papéis de cada membro da , não se tem as funções básicas de proteção das crianças e dos adolescentes pode proporcionar a busca do uso das drogas devido à sua total liberalidade.

Porque os dois modelos de família, sendo estruturado ou não, vem como referência para nós, desde quando nascemos, somos criados e vamos crescendo trazendo essa referência como modelo para nossas vidas.

E se, em algum deles, o adolescente não conseguir enfrentar os desafios, as situações que está vivendo, acabará por recorrer ao mecanismo do uso das drogas.

E por que devemos tomar cuidado com as famílias que desenvolvem o sentimento de culpa? Porque a desculpa usada (dos diferentes núcleos familiares) para usar a drogas não deve ser motivo para manter o uso da mesma. Nós todos temos dificuldades, pois no nosso amadurecimento enfrentamos desafios, como evolução enquanto pessoa, mas não devemos justificar as coisas erradas que nós vamos fazer por outras situações.

Devemos ter calma e clareza para aprender a separar tudo aquilo que é de nossa responsabilidade e também separar o que é responsabilidade do outro, do nosso filho, e daquilo que ele este escolhendo para a vida. Senão vamos atropelando as situações, não vamos conseguir lidar com aquilo está à nossa frente e facilitaremos a manutenção do uso das drogas.

Na sua vida a problema atingiu sua família? O desespero bateu na porta? Você não consegue tomar atitudes?
Fonte: André Nunes - Psicólogo



Meu Filho é Dependente de Drogas E NÃO QUER AJUDA?


 


O primeiro movimento das famílias deve ser buscar alternativas para resolver o problema do núcleo familiar e não isoladamente de quem está usando drogas.

Muitas vezes a família pensa em alternativas imediatas, com soluções milagrosas, isso não existe. O uso das drogas, do álcool e a consequente dependência química (algo sério) é necessário que seja olhado, trabalhado e cuidado de uma forma muito responsável e atenciosa.

Além de se buscar profissionais e clínicas com suporte necessário para cuidar da dependência química; tomar cuidado com aqueles locais que dão resultados milagrosos, dizendo que irão curar seu filho, que resolverão o problema em pouco tempo, de maneira fantástica…aprenda que não irá funcionar.

Lembrando que a dependência química é uma doença, que é progressiva, que avança sempre exigindo uma quantidade cada vez maior de uso e o preço é o aumento de seus efeitos negativos, é crônica, pois o dependente químico irá ser dependente a vida inteira, o que faz ser diferente se ele vai ser ativo ou em abstinência das drogas e do álcool, não podendo nunca mais fazer uso de nada para que não possa ativar sua doença; além de ser fatal, podendo levar o dependente químico a morte, a cadeia por causa dos atos que acaba cometendo para manter seu uso; ou na melhor das hipóteses, ser internado em clínicas por tempo indeterminado.

As famílias não devem ficar presas com o Medo

Aí você pensa que deverá ficar preso ao seu filho para o resto da vida com medo de que ele faça uso de drogas ou não. Respondo: Não! As famílias devem cobrar seu familiar sobre ele ter consciência da sua doença, devendo evitar lugares, pessoas e circunstâncias que possam prejudicá-lo no processo de reabilitação.

Dessa forma o dependente químico irá conseguir se manter limpo, se manter adequado, e ter uma vida saudável.

Ressaltando de que a família em sua maioria sempre busca alternativas imediatas para resolução do problema do uso das drogas do seu ente querido e isso não resolve nada. Devemos primeiramente mudar nossas atitudes, porque nós erramos quando achamos que vamos transformar as ações do dependente, que vamos impor à ele regras, limites, controle, no momento onde nada mais funciona, de que isso bastará para que ele não use mais drogas e as coisas não funcionam assim na prática.

Ou ainda mais, tem famílias que começam a dizer; “você não tem amor aos seus pais”, “você não lembra do seu filho que está em casa”, “ não cuida e nem lembra da sua esposa que está sozinha”, sempre nos momentos que eles estão usando as drogas, pois família traz todo esse repertório, ficando uma falação em torno do problema e não consegue resolver nada, por que?

Porque primeiramente, temos que mudar nossas atitudes: eu, enquanto pai ou mãe, enquanto família, tenho que me cuidar, mudar minha atitude e nessa minha mudança, criar uma mudança no dependente que está na minha casa.

Parece ser um absurdo, pois seu filho está usando drogas, não conseguem ter controle, ficam desesperados porque ele sai para a rua, não volta de madrugada e ninguém consegue dormir. Você consegue entender e perceber que está no ponto de adoecer junto com o dependente, com uma diferença: ele está usando a droga, e você está em casa sofrendo, não tem hora para dormir, para descansar… e o pior de tudo isso é que no dia seguinte a pessoa precisa estar disposta para ir ao trabalho e cuidar dos outros membros da família, e mais: estar disposta para seguir a sua vida.

Só que não vamos percebendo essa situação, não vamos nos dando conta do nosso envolvimento, e acabamos nos isolando, nos entregando, ficando cada vez mais preocupados com aquela situação e depois de um tempo esquecemos de tudo e só vivemos a vida do dependente.

Então convido você a partir de hoje fazer pequenas mudanças na sua vida e na rotina da sua casa, sugiro ainda que hoje você olhe pra sua vida, e realize imediatamente alguma mudança em você.

Mas você quer cuidar do seu parente que está usando drogas, e só isso que você quer. Você pode fazê-lo, aliás, você deve cuidar do seu familiar, mas deve cuidar de você primeiramente, não importa qual mudança você irá fazer, a partir do que você definir e resolver, precisa mantê-la.

Esse é o segundo passo: manter a mudança estabelecida para que haja consistência, sabemos que fazer mudanças na nossa vida é difícil, não dá para mudar no automático, de uma hora para outra, com um simples botão. Te convido a fazer uma pequena mudança, lembrando que é com você primeiramente, pois filho precisa que você melhore e possa ajudá-lo. Fazendo uma mudança e, claro, mantendo-a, conseguirá ajudar seu parente. Não importa qual seja a mudança, ela deve ser mantida, quando escolhida não pode deixar de ser cumprida, pois se você institui uma mudança e não mantém perde o valor e vira novamente falação, e não irá funcionar nada.

Por exemplo: seu filho está acostumado que você fique acordada na sala esperando-o chegar, e muitas vezes ele chega, então você fala, fala, e depois cuida dele, dá comida, em alguns momentos, até banho, e como ele chegou em casa tão alterado que nem se lembra do estado que chegou, pois acorda na cama limpo e cheiroso. Ou: você estava na sua cama e na madrugada seu filho chega e você começa a fazer o sermão, falando da sua raiva, da sua dor, da sua preocupação e o dependente não está nem escutando tudo isso.

E se você tiver a paciência de ficar na cama quando ele chegar e não se levantar, mesmo que esteja acordada, não vai falar com ele, com certeza seu filho irá achar que alguma coisa estranha está acontecendo, “ tem alguma coisa errada com minha mãe”…

Por mais difícil que seja para você ficar na sua cama, mesmo que seja difícil ver que seu filho chegou naquela hora, se você tomou a decisão de sair do quarto, se mantenha, não volte atrás. Porque com certeza essa pequena mudança irá gerar um movimento no seu filho.

E de mudança em mudança você acabar por fazer que seu filho busque ajuda, e que peça apoio, do contrário ele irá se manter usando drogas, pois se encontra em posição confortável.
Fonte: André Nunes - Psicólogo

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Cidade dos EUA abalada pela heroína processa empresas farmacêuticas


 


BC
Uma cidade americana adotou uma estratégia pouco ortodoxa para combater o número crescente de mortes por overdose entre seus habitantes.

Huntington, no Estadp da Virgínia Ocidental, decidiu processar nove empresas farmacêuticas por considerar que elas contribuem para o uso indiscriminado de receitas médicas, sobretudo de remédios que causam dependência.

As autoridades locais argumentam que isso levou as pessoas a se viciarem em substâncias como analgésicos e, posteriormente, em heroína.

“Huntington é uma cidade com pouco menos de 50 mil habitantes. Nosso condado tem 96 mil habitantes. E, ainda assim, em um período de cinco anos, foram distribuídas 4 milhões de doses de opioides só nesta regiáo”, diz Steve Williams, prefeito de Huntington.

“Os números falam por si mesmos.”

A cidade, no noroeste dos EUA, tem um índice de mortes por overdose que supera em dez vezes a média dos Estados Unidos. Um em cada dez bebês nasce com sintomas de abstinência.

Essa epidemia sobrecarregou as equipes de emergência locais. Hoje, a maioria das chamadas recebidas estão relacionadas ao uso abusivo de drogas.

O bombeiro Michael está concedendo uma entrevista para a BBC, em que explica que o abuso de substâncias químicas está por trás de “cerca de de um terço das ligações, enquanto incêndios respondem por 15% a 10%”, quando é interrompido pelo soar do alarme.

“É uma overdose. Vamos, pessoal, vamos!”

Ao chegar em um supermercado, ele e sua equipe são direcionados ao banheiro do estabelecimento, onde um cliente teve uma overdose de heroína.

Depois de atendido, o paciente é questionado sobre como ele começou a usar a droga.

“Estava tomando analgésicos e, na verdade, tentava parar...”

O prefeito de Huntington diz que as empresas acionadas na Justiça devem assumir sua responsabilidade e colaborar com o combate à epidemia de drogas.

“Espero que não percam tempo dizendo: ´Não é nossa culpa. Somos apenas um negócio`”, afirma Williams.

“Quando eu estava no mercadode investimentos, se eu desse desse um conselho que prejudicasse alguém, isso acabaria com minha carreira, me faria perder minha licença e, possivelmente, teria de pagar uma multa.”

Quatro das empresas dizem que contestarão a ação na Justiça. Cinco não responderam ao contato da BBC.
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

A cracolândia pode ter fim, afinal?


 


Usuários de crack na praça Princesa Isabel, no centro de São Paulo, que foi tomada por frequentadores da cracolândia
(Ricardo Matsukawa/VEJA.com)
Revista Veja - Letra do Médico

A somatória de ações pode levar à melhora da situação. Mas, isso só ocorrerá com uma resposta sustentada por medidas permanentes

Por Ronaldo Laranjeira
No último dia 21 de maio, teve início uma grande operação contra o tráfico de drogas na região conhecida como cracolândia, no bairro da Luz, centro da capital paulista, contando com agentes das polícias civil e militar de São Paulo. Tratou-se do primeiro passo para acabar com o tráfico na região, que agora é seguido de diversas ações de saúde e sociais por parte dos governos estadual e municipal.

Esta ação demonstrou-se fundamental, devido à situação em que se encontrava a região, por causa do crime, que gerava mais e mais problemas em outros setores, como saúde e social. É preciso reconhecer que o tráfico tornou-se cada vez mais sofisticado e organizado no decorrer dos anos, exigindo também mais dados e ações de inteligência das autoridades policiais para combatê-lo.

O exemplo dos EUA

Combater o tráfico é importante para solucionarmos o problema da cracolândia? Não tenha dúvidas. Podemos usar como exemplo disso as ações tomadas no combate ao crack pelo FBI e demais autoridades americanas nos anos 90. Na época, um caso emblemático demonstrou o alcance da droga na sociedade – a prisão de Marion Barry, prefeito da cidade de Washington, capital do país, por porte e consumo de crack.

As décadas de 80 e 90 podem ser consideradas como os períodos de maior ascensão do consumo de crack em território americano, exigindo uma resposta à verdadeira epidemia que assolava os EUA. Em Washington e outras cidades, foram adotadas medidas contra o tráfico e as chamadas “casas de crack” – leis pesadas contra o crime, reforço de policiamento nas ruas, dentre outras. Mais de duas décadas depois, os índices de criminalidade relacionados às drogas caíram drasticamente, assim como esses pontos de consumo, o que, em parte, pode servir de exemplo para o Brasil.

Digo em parte, pois, o policiamento e o combate ao tráfico são alguns dos fatores que, somados a outros, podem levar à uma solução. Não podemos esquecer nunca de prevenção e tratamento. Nos Estados Unidos, apesar de existirem campanhas que alertam para os perigos de algumas drogas, outras acabam não recebendo a mesma atenção.

Esse é um dos fatores que explicam porque aproximadamente metade dos pacientes em tratamento contra a dependência química no mundo está hoje nos Estados Unidos. Com programas de prevenção eficazes, com certeza esse número diminuiria drasticamente. Ao mesmo tempo, este dado demonstra que não podemos esquecer jamais do tratamento. A oferta de serviços de acolhimento social e de saúde (com tratamento contra a dependência e medidas de reinserção social) é parte crucial para o combate às drogas.

Assim, no mundo inteiro temos exemplos de erros e acertos de governos em políticas de combate às drogas e de pontos de consumo, o que nos permite imaginar que sim, utilizando as melhores práticas, é possível acabar com as cracolândias.

É possível acabar com a cracolândia?

No caso específico da cracolândia no centro da capital, a região está sendo cada vez mais beneficiada com a linha de cuidados estruturada pelo programa Recomeço, que inclui medidas de baixa complexidade, até procedimentos terapêuticos de alta complexidade, contando, inclusive, com o suporte da rede de clínicas e comunidades terapêuticas no Estado, voltada tanto para a desintoxicação como ao apoio social aos usuários de drogas. Aliado ao Recomeço agora está também o programa Redenção, anunciado pela prefeitura de São Paulo.

Atualmente, os governos estadual e municipal buscam aliar as melhores práticas e ações de seus respectivos programas, buscando formas para complementar suas ações em prol de quem mais precisa – os usuários de drogas e a sociedade afetada pelo problema. Uma medida que pode pautar o Brasil no tema, tendo em vista que não existe atualmente uma parceria entre município e estado nesse nível em nosso território.

A somatória de ações policiais, sociais e de saúde, com trabalho integrado entre estado e município, pode sim levar à melhora da situação. Porém, isso só ocorrerá com uma resposta sustentada por medidas permanentes, como desarticulação e combate ao tráfico, apoio social e também prevenção e oferta de tratamento de qualidade a todos afetados pela dependência química em São Paulo.
Por Ronaldo Laranjeira

terça-feira, 13 de junho de 2017

Dobra o número de mulheres na cracolândia, diz pesquisa


 


Pequisa mostra perfil dos usuários da Cracolândia (Foto: TV Globo/Reprodução)
G1

Levantamento feito entre 2016 e 2017 com 139 dependentes químicos da região mostra que a área ocupada por usuários de crack aumentou mais de 50%.
Por G1 SP

O número de mulheres que frequentam a Cracolândia dobrou em um ano, informou pesquisa feita a pedido da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de São Paulo, com especialistas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em consultoria com o Programa das Nações Unidas (Pnud), disponibilizada com exclusividade para o SP1. O levantamento, feito entre 2016 e 2017 com 139 dependentes químicos da região, mostra que a área ocupada por usuários de crack aumentou mais de 50%.

Em 2016, 16% dos dependentes eram mulheres. Neste ano, elas correspondem a 32% dos frequentadores. As mulheres são mais vulneráveis do que os homens na Cracolândia, segundo os pesquisadores da Unifesp.

Sobre este aumento, a psicóloga da Unifesp Clarice Madruga explica que provavelmente tenha ocorrido uma rotatividade dos homens. “Os homens entram, mas muitos deles conseguem sair, conseguem retomar, entrar em um tratamento e sair da Cracolândia. E as mulheres que chegam acabam ficando.”

Ela alerta que as mulheres acabam ficando mais expostas à violência. “A razão pela qual elas chegam lá sempre também tem a ver com violência dentro de casa, abandono da família. A dependência química em mulher é muito mais severa. É muito mais difícil tratar dependência química em mulher”, disse.

“Existem fatores hormonais que interferem. Uma mulher, por exemplo, em função do ciclo hormonal, ela tem muito mais dificuldade de se manter abstinente no tratamento. E também o fato de que para mulher é muito mais difícil buscar o tratamento, tem muito mais estigma”, explicou.

Os pesquisadores dizem ainda que as mulheres estão mais expostas à violência sexual e à prostituição, que são uma das formas de conseguirem a droga.

Ao todo, 14% das entrevistadas estavam grávidas no momento da pesquisa. Os pesquisadores explicam que este é um problema crônico, porque, muitas vezes, as crianças crescem num ambiente degradado.

Área

Outro dado apresentado é o de que a área da Cracolândia aumentou 52% em apenas um ano. Em 2016 os usuários ficavam em cerca de 4,6 mil metros quadrados. Em 2017, porém, a área aumentou, chegando a 7 mil metros quadrados.

Perfil

A pesquisa traçou um perfil do usuário da Cracolândia. Confira abaixo:

* Idade média do frequentador é de 37,3 anos;
* 63,3% é homem;
* 36% de cor preta;
* 67,4% mora na rua há mais de 5 anos;
* 71,65% estão há um ano ou mais na Cracolândia.
* 74% vivia em uma casa ou morava com a família;
* 44,7% ainda mantém contato com a família.

O levantamento mostrou ainda que os dependentes de crack consomem outras drogas, como maconha e cocaína, e que a dependência começa antes, com o álcool.


fonte:www.antidrogas.com.br