terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Fumo Passivo e Desenvolvimento Infantil: um perigo para o crescimento das crianças

Fumo Passivo e Desenvolvimento Infantil: um perigo para o crescimento das crianças                                                                                              

Há muito se descobriu que o fumante passivo, aquele que aspira a fumaça do cigarro de outra pessoa, desenvolve tantos problemas de saúde quanto os tradicionais fumantes. Isso quer dizer que basta que apenas um dos pais tenha o vício para que a criança carregue consequências ao longo da vida.

As estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que uma em cada quatro crianças brasileiras estão expostas aos efeitos nocivos do cigarro dentro de casa. O dado é ainda mais preocupante pelo fato de que o fumante passivo corre, na verdade, mais riscos do que o ativo, já que a fumaça do cigarro contém concentrações maiores de nicotina e outras substâncias tóxicas em relação à tragada dada pelo fumante. E, não adianta fumar em um quarto onde a criança não esteja ou, mais comum, no quintal de casa. As substâncias não se dissipam com o ar, pelo contrário, elas permanecem na pele, nas roupas, no cabelo e podem ser passadas para as outras pessoas.As infecções respiratórias estão no topo das causas de morte por fumo passivo, mas existem outras complicações que o cigarro pode trazer. Separamos cinco delas para você se informar e aproveitar a chegada do próximo ano para repensar nos velhos hábitos. Confira:

- Perda da capacidade auditiva
Um levantamento recente da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa (SP) descobriu, ao analisar 145 estudantes de 8 a 10 anos, que os alunos cujos pais eram fumantes (41% dos analisados) tinham maior risco de perdas de audição. A fonoaudióloga Alessandra Durante, uma das autoras, conta que a nicotina causa falta de oxigenação nas células auditivas, que adoecem e morrem. Em longo prazo, isso pode significar diminuição na capacidade auditiva da criança. “Essa perda não significa necessariamente surdez, mas pode afetar a maneira como a criança processa a informação. Em sala de aula, por exemplo, um aluno com essas condições pode ter dificuldade de prestar atenção no que a professora fala se houver outros ruídos ao fundo”, explica a especialista.

- Agressividade e isolamento social
Quanto mais cedo a criança é exposta à fumaça do cigarro, maiores são as chances de desenvolver problemas de comportamento, como agressividade e isolamento social. É o que diz um estudo da Universidade de Montreal, no Canadá, que analisou dados de 2.055 crianças desde o nascimento até os 10 anos, além de informações de pais fumantes e o do comportamento em sala de aula. Os pesquisadores acreditam que as estatísticas provem que é possível atribuir uma relação causa e consequência, como explica a psicoeducadora Linda Pagani, uma das autoras. “Nós sabemos que o período do pós-nascimento é muito importante para a formação do cérebro. A exposição aos agentes nocivos da fumaça retarda o crescimento do cérebro e podem alterar as características neurológicas”.

- Doenças do coração
Se você ou seu companheiro fumam dentro de casa, o coração do seu filho sente. Esse foi um dos temas abordados no Congresso Anual de Cardiologia, que aconteceu nos Estados Unidos em março de 2013. Um dos estudos apresentados mostrou que adultos de 40 a 80 anos que tiveram contato com cigarro de forma passiva na infância ou juventude eram mais propensos a sofrer um ataque do coração. Isso porque o tabaco forma placas nas artérias coronárias que, com o tempo, danificam a região e podem levar ao ataque cardíaco. Isso sem contar em outras consequências que podem aparecer por conta da fumaça tóxica, entre elas, o diabetes, colesterol alto e hipertensão.

- Mais faltas na escola
Cientistas do Hospital Infantil da Califórnia, nos Estados Unidos, descobriram que crianças que convivem com pais fumantes são mais propensas a sofrer com doenças respiratórias. Em época escolar, essas complicações, como rinite ou asma, podem levar a quatro vezes mais faltas na escola, de acordo com a pesquisa. “As crianças tendem a ter mais infecções respiratórias, consultas médicas, atendimento de emergências e internações hospitalares, por isso, se ausentam de boa parte das aulas”, defende Frank Gilliland, um dos pesquisadores.- Sintomas de dependênciaNove instituições canadenses assinam esse estudo publicado no periódico Addictive Behaviors. Cerca de 1.800 crianças foram avaliadas e as conclusões apontaram que 5% daquelas cujos pais fumavam em casa ou no carro enquanto elas estavam junto relatavam, mesmo sem nunca ter colocado um cigarro na boca, sintomas típicos da dependência de nicotina, como humor deprimido, dificuldade para dormir, irritabilidade, ansiedade, inquietação, dificuldade de concentração e aumento de apetite.

Autor:
OBID Fonte: Adaptado de Revista Crescer

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