terça-feira, 9 de fevereiro de 2016
Diretrizes no tratamento do delirium tremens
Embora os sintomas possam ser leves e sem alterações importantes da consciência, casos graves podem ocorrer, inclusive fatais. Dentre as recomendações das diretrizes destacamos as seguintes:
1. A principal classe de drogas a ser usada para o controle da síndrome são os benzodiazepínicos, sendo os mais estudados o diazepam e o lorazepam.
2. Neuroléticos como o Haloperidol não devem ser usados como primeira escolha, pois os trabalhos científicos mostraram que os benzodiazepínicos são mais eficazes e bem tolerados. Podem, no entanto, ser usados em conjunto com os benzodiazepínicos, caso estes não controlem adequadamente a agitação e confusão mental.
3. Antihipertensivos do grupo dos Betabloqueadores como o propranolol e o atenolol não devem ser usados para o tratamento de todos os pacientes, pois não há trabalhos mostrando que o uso rotineiro destes agentes traz benefícios adicionais aos benzodiazepínicos. Estes medicamentos devem ser utilizados principalmente em indivíduos que mantenham hipertensão e taquicardia mesmo com o uso dos benzodiazepínicos.
O artigo cita que outras drogas tem sido estudadas para o tratamento do problema, incluindo carbamazepina, clonidina, dexametasona, anticonvulsivantes, bromoperidol e álcool etílico, mas até o momento não há evidências científicas sólidas que estas drogas são eficazes.
Fonte:CISA - Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool
As drogas que afligem a ONU
(Imagem reprodução)
Extra Globo / Rio de Janeiro
Por: Victor Poubel
Segundo um relatório divulgado pelo Conselho Anti-Narcóticos da ONU, o consumo mundial de drogas estabilizou, mas continua sendo um problema global. Estima-se que entre 162 e 324 milhões de pessoas, que corresponde entre 3,5 e 7 por cento da população mundial com idades entre 15 e 64 anos, tenham usado drogas ilícitas pelo menos uma vez.
As principais substâncias consumidas listadas foram a cannabis (maconha), o ópio, a cocaína e o ecstasy, sendo esta última, a segunda droga ilícita mais consumida no mundo, com índice de 23,4%. Um dado positivo do relatório foi ter apontado o Brasil como o país que mais apreendeu ecstasy no mundo, com cerca de 339 mil tabletes da droga sintética.
Um problema persistente é a utilização da "Internet Negra", que movimenta um mercado ilícito e virtual do tráfico e comércio de drogas, gerando dificuldades de rastreamento por parte das autoridades. Os traficantes ali buscam permanecer ocultos através de softwares sofisticados e provedores estabelecidos em países sem qualquer controle da rede.
Apesar de o consumo mundial parecer estável, o de cocaína no Brasil dobrou em quase 10 anos e já é quatro vezes maior que a média mundial. O índice de usuários era de 0,7 da população brasileira entre 12 e 65 anos em 2001, passou para 1,75 no final de 2011, ultrapassando a taxa mundial de 0,4%.
Na contramão do mundo está o Afeganistão que possui o maior cultivo de papoula do mundo, viu ainda aumentar sua área de cultivo de 154 mil hectares em 2012, para 209 mil hectares em 2013. E ainda, o relatório mostra a Bolívia como o maior fornecedor de cocaína do Brasil, além da Colômbia e o Peru.
O relatório também constata ser incipiente o tratamento dos usuários de drogas, diante do estrago que produz à saúde humana. Nos últimos anos, apenas um em cada seis consumidores de drogas a nível mundial teve acesso ou recebeu serviços de tratamento de dependência de drogas a cada ano.
Um outro dado interessante revela que, nos Estados Unidos, o risco percebido inferior do uso de cannabis levou a um aumento do seu consumo. Ao mesmo tempo, mais pessoas que consomem estão procurando tratamento a cada ano, numa clara evidência dos danos provocados à saúde.
Com os meios legais disponíveis no Brasil, não resta outra alternativa senão aliar a repressão aos traficantes com parte preventiva, no que tange à informação. A prevenção necessita estender seus tentáculos em todos os segmentos da sociedade para se criar um ciclo de informações capaz de gerar consciência sobre a questão das drogas e seus malefícios, o que serviria para inibir voluntariamente o consumo. Baixando a procura, reduz a demanda.
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas
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