terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

As drogas que afligem a ONU


 


(Imagem reprodução)
Extra Globo / Rio de Janeiro
Por: Victor Poubel

Segundo um relatório divulgado pelo Conselho Anti-Narcóticos da ONU, o consumo mundial de drogas estabilizou, mas continua sendo um problema global. Estima-se que entre 162 e 324 milhões de pessoas, que corresponde entre 3,5 e 7 por cento da população mundial com idades entre 15 e 64 anos, tenham usado drogas ilícitas pelo menos uma vez.

As principais substâncias consumidas listadas foram a cannabis (maconha), o ópio, a cocaína e o ecstasy, sendo esta última, a segunda droga ilícita mais consumida no mundo, com índice de 23,4%. Um dado positivo do relatório foi ter apontado o Brasil como o país que mais apreendeu ecstasy no mundo, com cerca de 339 mil tabletes da droga sintética.

Um problema persistente é a utilização da "Internet Negra", que movimenta um mercado ilícito e virtual do tráfico e comércio de drogas, gerando dificuldades de rastreamento por parte das autoridades. Os traficantes ali buscam permanecer ocultos através de softwares sofisticados e provedores estabelecidos em países sem qualquer controle da rede.

Apesar de o consumo mundial parecer estável, o de cocaína no Brasil dobrou em quase 10 anos e já é quatro vezes maior que a média mundial. O índice de usuários era de 0,7 da população brasileira entre 12 e 65 anos em 2001, passou para 1,75 no final de 2011, ultrapassando a taxa mundial de 0,4%.

Na contramão do mundo está o Afeganistão que possui o maior cultivo de papoula do mundo, viu ainda aumentar sua área de cultivo de 154 mil hectares em 2012, para 209 mil hectares em 2013. E ainda, o relatório mostra a Bolívia como o maior fornecedor de cocaína do Brasil, além da Colômbia e o Peru.

O relatório também constata ser incipiente o tratamento dos usuários de drogas, diante do estrago que produz à saúde humana. Nos últimos anos, apenas um em cada seis consumidores de drogas a nível mundial teve acesso ou recebeu serviços de tratamento de dependência de drogas a cada ano.

Um outro dado interessante revela que, nos Estados Unidos, o risco percebido inferior do uso de cannabis levou a um aumento do seu consumo. Ao mesmo tempo, mais pessoas que consomem estão procurando tratamento a cada ano, numa clara evidência dos danos provocados à saúde.

Com os meios legais disponíveis no Brasil, não resta outra alternativa senão aliar a repressão aos traficantes com parte preventiva, no que tange à informação. A prevenção necessita estender seus tentáculos em todos os segmentos da sociedade para se criar um ciclo de informações capaz de gerar consciência sobre a questão das drogas e seus malefícios, o que serviria para inibir voluntariamente o consumo. Baixando a procura, reduz a demanda.
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

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