
Joel Silva/Folhapress
Jornal Folha de S. Paulo
EMILIO SANT´ANNA DE SÃO PAULO
Atrás de uma das tantas lonas estendidas na alameda Dino Bueno, uma mulher corta pedras de crack e as coloca em um prato sobre uma mesa, ao lado de uma vela. É uma parte ínfima dos cerca de 100 quilos da droga que irrigam todos os meses a região da cracolândia, na Luz, centro de São Paulo, de acordo com o que a Folha apurou com a segurança pública.
Isso pode render aos traficantes cerca de R$ 1 milhão por mês, arrecadados no bairro e no "fluxo" —quarteirão onde está a jovem, fechado por 250 usuários e traficantes durante o dia e até 500 à noite. Três vezes por dia a via é liberada para ser limpa.
As lonas tentam impedir que se registre a venda da droga. Apesar das ações da prefeitura e do Estado no local, que já chegou a reunir até 1.500 pessoas, a "cena de uso" permanece.
O Denarc (departamento de narcóticos), da Polícia Civil, mapeou a ação do tráfico na Luz. O Estado, porém, não divulga os resultados obtidos "por motivos estratégicos".
À Folha, em janeiro, o diretor do departamento, Ruy Ferraz Fontes, afirmou que precisaria de mais dois anos, "no mínimo", para conseguir desmontar a rede de tráfico local, onde ao menos 40 grupos atuam simultaneamente.
Em 2015, foi preso um traficante responsável por fornecer ao menos 90 kg da droga, que lucrava cerca de R$ 1 milhão bruto por mês.
As pedras de crack têm peso variado —de 0,25 g a mais de 1 grama. A quantidade que entra todos os meses na região é capaz de produzir mais de cem mil unidades. O preço da pedra: R$ 10. Um trago no cachimbo alheio vale R$ 1.
Para o secretário municipal da Segurança Pública, Benedito Domingos Mariano, apesar de ser esta a parte mais evidente da cracolândia, o combate ao tráfico —atribuição do Estado— deve ser feito, prioritariamente, em toda a região da Luz, onde estão os "peixes grandes". "Qualquer ação dentro do fluxo só tem um nome: fracasso", diz.
Ações da polícia no local costumam terminar em confronto com os usuários.

Nesse universo do fluxo, 220 pessoas estão cadastradas pela prefeitura para fazer parte do De Braços Abertos. Criado em 2014 pela gestão Haddad (PT), o programa é baseado na redução de danos, em que o dependente é incentivado a diminuir gradativamente o uso, sem internação e com oferta de emprego e renda.
A gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) tem visão e projeto diferentes. O Recomeço recorre a tratamentos que incluem internações.
PESQUISA
O perfil dos beneficiários do De Braços Abertos foi traçado pela Plataforma Brasileira de Políticas de Drogas. São pessoas com fragilidades sociais que as levaram até ali, diz o antropólogo e consultor do levantamento, Maurício Fiore, que afirma que o programa tem bons resultados.
A maior parte não terminou o ensino fundamental, já fez algum tratamento para o vício e diminuiu o uso de crack após ingressar no programa.
Os problemas: 19% têm tuberculose, 18%, hepatite e 12%, HIV. Além disso, 66% já passaram pela prisão e 25% pelo sistema socioeducativo.
O contato com regras da prisão é útil. Apesar de a droga não ser distribuída pelo crime organizado, ele está presente no fluxo com os "disciplinas", que mantêm a ordem.
Na noite de quarta-feira (8), fazia 13º C, mas o frio não espanta os usuários. Ali, a jovem, bem vestida, cabelos negros compridos, se destaca entre maltrapilhos. Mesmo assim, a situação dela não é tão diferente. Vende e usa. Assim é para boa parte deles. Vendem, usam, compram mais, voltam a usar. Ciclo sem fim.
Essa dinâmica é vista, em tempo real, em uma televisão na parede do gabinete de Mariano. "Passamos mensalmente as imagens mais importantes para o Denarc", diz.
A Secretaria da Segurança Pública afirma que o "patrulhamento e a investigação são ininterruptos e que foram 140 flagrantes de tráfico neste ano na região da rua Helvétia e das alamedas Dino Bueno, Cleveland, Barão de Piracicaba e Glete. Em 2015, foram presos 58 traficantes.
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas
Criminosos adicionam adrenalina à cocaína e deixam droga mais perigosa

Polícia do Rio apreendeu 2 mil ampolas de adrenalina nos últimos dois meses.
Substância induz o usuário a consumir ainda mais a droga.
G1
A polícia do Rio descobriu uma estratégia dos traficantes para aumentar o lucro na venda de cocaína. Como mostrou o Bom Dia Brasil, eles estão adicionando adrenalina que potencializa os efeitos da droga e pode levar à morte quem usa.
O titular da Delegacia de Combate às Drogas disse que o fenômeno é recente, mas não só no Brasil. Felipe Curi afirmou que nos últimos dois meses, já foram apreendidas duas mil ampolas de adrenalina, provavelmente roubadas de caminhões que transportam medicamentos.
“Um quilo de cocaína após trabalhado dessa forma ele vira na verdade sete, oito quilos lá no final e isso gera uma grande margem de lucro para o traficante”, contou o delegado Felipe Curi.
A adrenalina é um hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais — ela aumenta os batimentos cardíacos, a frequência respiratória e coloca o corpo em sinal de alerta. Normalmente é liberada em situações de risco, em atividades esportivas ou sob forte estresse.
Sem ela, a cocaína inalada ou injetada já desperta euforia, desinibição, perda de apetite e insônia. Mas pode também provocar arritmia, infarto e derrame.
A mistura de adrenalina na cocaína potencializa os efeitos e torna a droga muito mais perigosa e mortal, mais até do que a cocaína com alto teor de pureza.
O chefe de laboratório de química biológica do Inmetro, Rodrigo Borges, explicou que a adrenalina induz o usuário a consumir mais. “Quando se adiciona adrenalina, você só vai ter aquele efeitos aumentados de excitabilidade e isso é perigoso, porque o usuário vai sentir falta desse efeito e vai acabar buscando mais droga”, afirmou.
Para o psiquiatra Jorge Jaber, a mistura é ainda mais perigosa para quem não usa regularmente a cocaína. “Ele pode ser alguém que esteja experimentando, esses são os mais perigosos porque eles ainda não sabem o efeito que essa droga, a cocaína ainda mais adicionada com adrenalina, pode causar no seu organismo”.
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas
Jovens usam combustível com refrigerante para se embriagar

De acordo com o CDC, a ingestão de metanol combustível pode causar náusea, vômito, diarreia, visão embaçada, danos na retina, cegueira, convulsão, coma e até morte – dependendo da quantidade ingerida.
VEJA
Autoridades americanas alertam para os perigos da ingestão da mistura após a morte de dois estudantes
Por Da redação
De acordo com o CDC, a ingestão de metanol combustível pode causar náusea, vômito, diarreia, visão embaçada, danos na retina, cegueira, convulsão, coma e até morte – dependendo da quantidade ingerida.
Jovens americanos estão bebendo uma mistura de combustível com refrigerante em busca do efeito da embriaguez. O hábito pode ser fatal. Em janeiro, dois estudantes morreram após ingerir a combinação e outros dois foram hospitalizados com intoxicação.
O caso mais emblemático aconteceu em janeiro, no estado americano do Tennessee. Dois adolescentes, ambos com 16 anos, morreram após ingerir a combinação de refrigerante e metanol (combustível utilizado em corridas de arrancada) durante uma festa. Outros dois jovens foram hospitalizados com sintomas de intoxicação, mas sobreviveram.
Segundo as autoridades locais, a mistura fatal, que recebeu o nome de “Dewshine” (uma alusão ao refrigerante Mountain Dew, utilizado no composto), é comumente consumida pelos jovens da cidade. Os adolescentes em questão teriam comprado um galão (1,9 litros) de combustível de corrida e misturado a dois litros do refrigerante. Os jovens que tiveram intoxicação relataram terem bebido cerca de 60 ml da mistura. Não se sabe a quantidade ingerida pelos adolescentes que faleceram.
Agora, autoridades de saúde do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) estão alertando sobre os perigos dessa mistura. De acordo com o CDC, o combustível de corrida é composto 100% por metanol – um solvente orgânico comumente encontrado em laboratórios, produtos residenciais e em indústrias e a ingestão de uma colher de sopa (15 ml) da substância já seria fatal. Ainda segundo o órgão, a mistura pode causar náusea, vômito, diarreia, visão embaçada, danos na retina, cegueira, convulsão, coma e até morte – dependendo da quantidade ingerida.
“Ao ser ingerido, o metanol é metabolizado em um ácido muito forte. O mecanismo faz com que o PH do sangue fique muito baixo, o que leva a morte. Um dos efeitos imediatos é a cegueira”, explicou Donna Seger, diretora do Centro de Envenenamento do Tennessee, em entrevista a um noticiário local.
A prática parece não ter chegado ao Brasil ainda, embora existam relatos de jovens que foram obrigados a beber álcool combustível (etanol) durante trote de faculdades.
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

Agência O GLOBO
Arrecadação tributária aumentaria, mas efeito sobre a saúde dos usuários é motivo de preocupação
POR ISABEL BRAGA / RENAN XAVIER
Legalização da maconha traria arrecadação tributária anual de R$ 5 bilhões - Miguel Rojo/AFP/6-5-2014
BRASÍLIA — Líderes do governo Michel Temer reagiram com cautela ao estudo feito por profissionais da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados sobre o impacto econômico da legalização da maconha no Brasil. Mesmo impressionados com o valor elevado de arrecadação e economia apresentados pelo estudo — arrecadação tributária anual de R$ 5 bilhões e de redução de R$ 997,3 milhões de gastos anuais com o sistema prisional — eles afirmam que há outras consequências a serem consideradas, não apenas a econômica.
O líder do PSD, Rogério Rosso (DF), diz que para liberar a maconha no país é preciso levar em conta outros fatores e não apenas o econômico. Segundo ele, é preciso considerar os efeitos que o uso da maconha gera no âmbito da família, da sociedade, as consequências de liberar seu consumo.
— Esse estudo precisa ser complementado em razão do utilização do psicotrópico, a maconha. Eventuais acidentes provocados pelo uso dela junto com bebida alcoólica. Temos que ver se o custo benefício. O estudo é superficial, tem que saber os problemas que a maconha gera no âmbito da família, da própria sociedade, do tráfico, eu vejo com cautela — afirma Rosso.
Indagado se o governo deveria debater neste momento esse tema, Rosso foi categórico:
— O governo tem outras prioridades. É preciso aprofundar esse estudo e ver qual o custo que a liberação da maconha iria gerar na sociedade.
Líder do PMDB, maior partido na Câmara, o deputado Baleia Rossi (SP), diz que apesar do retorno financeiro, não acredita que seria uma pauta positiva para o governo Temer:
— Pessoalmente, eu não sou favorável. É algo que não trará benefícios, mas não sou contra o debate. Porém, acredito que não será uma pauta positiva para o governo, mesmo que haja um retorno financeiro. Temos outras maneiras de arrecadar. O governo tem que economizar e fazer o dever de casa.
O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), preferiu não se posicionar sobre o tema.
— É uma discussão que ainda não posso adiantar aqui. É uma matéria que, pelo menos eu, não tenho a posição do governo. É uma questão que não posso dar uma posição nossa — afirmou Moura.
Autor de projeto que regulamenta o plantio, o uso recreativo e a comercialização da maconha no Brasil, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) diz que foi ele quem encomendou à consultoria da Câmara o estudo para trazer um novo argumento ao debate sobre a mudança na política de drogas do país. Ele minimiza a reação de líderes aliados do governo Temer e diz que quer debater com empresários e a própria sociedade os resultados obtidos pelo estudo.
— Já temos fortes argumentos relativos aos benefícios sociais. Da proibição, nasce o tráfico. Sem a proibição, haverá redução de mortes, do número de encarcerados, hoje somos a quarta população carcerária do mundo. A legalização permitiria o uso medicinal da maconha. Mas quis também buscar um argumento econômico para tentar sensibilizar os segmentos liberais da política e da sociedade — diz Jean Wyllys.
O deputado do PSOL disse que já tinha visto estudo sobre o impacto econômico da legalização da maconha na Califórnia, por isso pediu que os consultores levantassem dados sobre o Brasil. Além do aumento da arrecadação tributária, a regulamentação do uso também também traz consigo, Jean Wyllys, aumento de empregos.
— Se não querem legalizar pelas questões humanitárias, de saúde, pela questão das liberdades individuais, compreendam os impactos financeiros dessa legalização. Minha intenção é sensibilizar os liberais da sociedade. Quero dialogar com o empresariado, profissionais liberais — diz o deputado. — Hoje muitos fumam escondido. Será melhor fazer uso da maconha legalizada, fiscalizada, sem constrangimento. Além de deixar a hipocrisia de lado, tem um ganho para a sociedade.
Integrante da bancada evangélica, o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) diz que nem mesmo o volume de recursos justifica a legalização do uso da maconha no país:
— Prefiro acreditar que não são soluções de governo, de setores que falam isolados, tanto isso quanto a jogatina, acho um dois absurdo, não são fontes que vão dar sustentação a nenhum governo no mundo, muito menos o nosso que passa por grande turbulência. Espero que isso não prospere nenhuma semana nos noticiários brasileiros.
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

(imagem reprodução)
Por conter substâncias que atuam no Sistema Nervoso Central, a maconha tem um grande potencial para o bem e para o mal. Ela é composta de diversos tipos de canabinoides – os mais conhecidos são o Tetrahidrocanabinol (THC) e o Canabidiol(CBD). O THC se destaca para o mal: é responsável pelos efeitos psicoativos e neurotóxicos. Já o CBD funciona para o bem: possui diversas possibilidades terapêuticas e até efeitos protetores contra os danos do próprio THC, incluindo efeitos antipsicóticos. O problema é que os efeitos benéficos do CBD não compensam os maléficos do THC quando a maconha é fumada.
Além disso, nas últimas décadas, tem se observado aumento nos níveis de THC e diminuição nos níveis de CBD nas variedades de maconha consumidas. As consequências são desastrosas para os usuários, principalmente na esfera mental. Especificamente, usuários de variedades ricas em THC e pobres em CBD estão sob risco maior de quadros psicóticos, de diminuição volumétrica de áreas cerebrais responsáveis pela memória, planejamento e execução de tarefas e de diversos tipos de prejuízos cognitivos. Já o modo pelo qual o CBD protege os neurônios da degeneração induzida por THC permanece incerto, mas esse potencial tem despertado interesse em estudar o CBD para tratamento de várias doenças.
Sobre o THC, acumulam-se evidências de que é o responsável não apenas pela dependência, mas por todos aqueles diversos outros efeitos maléficos. Um estudo de revisão publicado em abril de 2016 naBiological Psyhicatry, uma das mais conceituadas revistas de Psiquiatria, ressaltou as principais alterações cerebrais encontradas em estudos com usuários de longo prazo de maconha. A maioria deles iniciou o uso entre 15 e 17 anos de idade, por períodos que variam entre 2 e 23 anos. As áreas cerebrais mais afetadas são aquelas também com maior densidade de receptores canabinoides CB1: ocorrem diminuições volumétricas e de densidade de matéria cinzenta no hipocampo (associado à memória), nas amígdalas, no estriado ( região cerebral ligada ao sistema motor e comportamento), no córtex orbitofrontal, no córtex insular e no cerebelo. São regiões cerebrais relacionadas à memória, à emoção, à tomada de decisão e ao equilíbrio motor.
Pode-se concluir que não é possível fumar maconha para obter os efeitos benéficos do CBD. É preciso separá-lo do THC. Exatamente por isso que a maconha não deve ser considerada remédio. O potencial efeito terapêutico está apenas no CBD .
Ref: Lorenzetti, V Solowij N, YucelnM.The role of cannabinoids in neuroanatomic alterations in cannabis users.Bio Psychiatrtry . 2016;79 (7): e17-31
Dr. Claudio Jerônimo Silva - Psiquiatra e Diretor da Unidade Recomeço Helvetia ( Com foto)
Dr.Marco Antonio N. Echevarria ( Psiquiatra especialista em dependência química – AME Psiquiatria Jandira Masur)

Cocaína: "A cocaína é embarcada da América Latina até Europa em navios que saem do Brasil e outros países, como o Equador e Venezuela"
Revista Exame
Da EFE
Carlos Jasso / Reuters
Lisboa - As redes de narcotraficantes utilizam grande variedade de métodos e rotas para transportar a cocaína da América Latina até a Europa, com o Brasil estando cada vez mais consolidado como um ponto de saída relevante.
Esta é uma das conclusões do estudo: "O tráfico de cocaína à Europa", elaborado pelo Observatório Europeu de Drogas e Toxicomanias (OEDT) e divulgado nesta terça-feira, no qual se analisa a rota que segue a droga até sua chegada ao continente.
Os especialistas lembram que a produção de cocaína tem lugar "quase exclusivamente" em três países sul-americanos: Bolívia, Colômbia e Peru.
No entanto, os laboratórios nos quais são processados também foram detectados em outros de seu entorno e em outras partes do mundo, incluindo a própria Europa.
O relatório aponta a que a cocaína é levada para o continente europeu por via aérea e marítima, embora este segundo trajeto é aparentemente o mais usado, já que entre 2011 e 2013 representou quase dois terços das apreensões.
"A cocaína é embarcada da América Latina até Europa em navios que saem do Brasil e outros países, como o Equador e Venezuela. O crescente uso do Brasil como ponto de saída reflete a cada vez maior importância da Bolívia e Peru como fonte da cocaína que é enviada para o continente europeu", revelou o documento.
O capítulo de pontos de partida alerta para a importância crescente da Venezuela, citando o Cone Sul - particularmente a Argentina -, e adverte que Colômbia seguirá sendo "um ponto importante de saída via marítima da cocaína" com direção ao Velho Continente.
Sobre as rotas, a análise do OEDT revela que os envios de cocaína para a Europa não costumam ser diretos e transitam por "duas áreas principalmente": pela região do Caribe e África Ocidental.
Do lado do Caribe, República Dominicana e Jamaica são os focos mais importantes, apesar das operações policiais "têm empurrado traficantes para usar a zona leste" na região.
"O aparente aumento do uso da rota caribenha pode ser um reflexo dos fortes medidas (legais e policiais) aplicadas no México e América Central", afirmam os especialistas.
Do Caribe, a cocaína é geralmente transferida para a Europa por via marítima, através do arquipélago português dos Azores, ou por via aérea "tanto com voos diretos como com diferentes escalas", afirmou.
A outra rota mais usada inclui países da África Ocidental, assim como as ilhas de Cabo Verde, Madeira e Canárias, embora nestas últimas foram registradas "uma redução das apreensões".
Do continente africano, a droga é enviada para a Europa por terra, mar ou ar. Os traficantes aproveitam as rotas que já existem para o transporte de cocaína no norte da África.
Os principais portos de entrada da cocaína são Espanha, Portugal, Holanda e Bélgica, de acordo com o Observatório.
Sobre os métodos de transporte, o estudo lembra que os narcotraficantes utilizam desde iates privados até contêineres em navios mercantes, o que dificulta sua detecção.
Além disso, sempre inovam na hora de esconder a droga, juntando a plásticos e outros materiais para que não se perceba a primeira vista, passando depois por um tratamento químico para "recuperar" sua forma original.
Os traficantes tentam disfarçar cada vez mais em envios de bens perecíveis, com o objetivo de passar pelos portos da forma mais rápida.
A cocaína transportada por via aérea chega através de aviões privados ou de pessoas físicas em voos comerciais.
Apesar da quantidade transportada é sensivelmente menor que quando se utiliza a via marítima, o elevado número de confiscos confirmam que é um método bastante utilizado.
A droga, nestes casos, costuma estar camuflada na bagagem, embora também há exemplos de pessoas que a levam presa em seu corpo, que engolem ou mesmo passam por uma cirurgia para escondê-la em suas próteses mamarias.
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

Ministério da Saúde gasta 23 bilhões de reais todos os anos para tratar doenças associadas ao fumo
Campo Grande, Porto Alegre e Florianópolis estão entre as capitais que concentram maior proporção de adolescentes que já fumaram
por Portal Brasil
O Ministério da Saúde divulgou, nesta semana, um estudo sobre o uso do cigarro entre jovens. A pesquisa constatou que 1,8 milhão de adolescentes entre 12 e 17 anos já experimentou cigarro ao menos uma vez, o que representa 18,5% dos jovens nessa faixa etária em todo o País.
Apesar do número ainda alto, o dado pode indicar uma tendência de queda na experimentação de cigarro entre os adolescentes do País. Estudos anteriores, como a Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE), de 2009, haviam detectado que 24% dos adolescentes de 13 a 15 anos nas capitais brasileiras tinham tido ao menos um contato com o cigarro.
“A redução no número de fumantes é um avanço nas políticas realizadas pelo Ministério da Saúde e pelo Inca. O dado do estudo destaca a importância de se cortar o mal pela raiz, já que quanto menos jovens estiverem fazendo uso do cigarro, menos adultos fumantes teremos no futuro e consequentemente menos doenças e mortes ocasionadas pelo tabagismo”, assinalou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
As capitais Campo Grande (26,8%), Porto Alegre (26,5%), Florianópolis (25,1%) e Curitiba (23,4%) estão entre as localidades onde foram registradas as maiores proporções de jovens que já haviam fumado alguma vez na vez.
O estudo mostrou também que, independente do sexo, as prevalências foram maiores em adolescentes que não moravam com os dois pais e que referiram ter tido contato com fumante em casa ou fora e que já trabalhavam. Outra constatação do estudo foi o de que as meninas estudantes de escolas públicas (5,7%) fumam mais do que as de escolas privadas (3,7%).
O Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (Erica) ouviu 74.589 adolescentes de 1.251 escolas públicas e privadas em 124 municípios com mais de 100 mil habitantes, incluindo todas as capitais. É o primeiro levantamento feito com coleta de dados de jovens entre 12 e 17 anos para fornecer estimativas nacionais sobre a prevalência de fatores de riscos cardiovasculares, tais como hipertensão arterial, dislipidemia e de síndrome metabólica.
Fumo entre adultos
Entre os adultos, os resultados do mais recente levantamento do Ministério da Saúde, o Vigitel 2015, são otimistas. Segundo os dados da pesquisa, houve redução de 33,8% no número de fumantes adultos nos últimos dez anos: 10,4% da população das capitais brasileiras ainda mantêm o hábito de fumar. Em 2006, esse percentual era de 15,7% para o conjunto das capitais. Os homens continuam sendo os que mais fazem uso do tabaco (12,8%), ao passo que as mulheres fumantes são 8,3% dentro do total da população feminina das capitais. Há 10 anos, esse número era de 20,3% entre os homens e 12,8% nas mulheres.
“A redução na prevalência de fumantes nas últimas décadas tornou nosso País um caso mundial de sucesso no controle do tabagismo”, salienta o ministro Ricardo Barros.
Consequências
Apesar disso, de acordo com o ministério da Saúde, as doenças geradas pelo tabagismo são responsáveis por quase 200 mil mortes por ano no Brasil. No mundo, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), são seis milhões de mortes anuais.
O tabaco é um fator importante no desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) como câncer, doenças pulmonares e cardiovasculares. Ainda de acordo com o Inca, os custos para o sistema de saúde são de R$ 23 bilhões ao ano.
Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Saúde