segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Quando o álcool e a droga destroem uma família




VEJA - Blog Letra de Médico
por Ronaldo Laranjeira
Se hoje o Brasil não dispõe de uma política de drogas eficiente no que diz respeito à prevenção e tratamento para usuários, o que dizer então de iniciativas voltadas aos seus familiares?

Sempre que falamos sobre o problema da dependência química, obviamente, uma das primeiras coisas que vem à mente é o usuário de drogas. Porém, ele não é o único impactado por essa tragédia social. No âmbito familiar, para cada usuário de drogas existem mais quatro pessoas afetadas, em média, segundo dados do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Álcool e outras Drogas (Inpad), atingindo 28 milhões de brasileiros aproximadamente.

Pela minha experiência, reforçada por Maria de Fátima Padin, coautora deste texto, posso afirmar que o mais curioso é que a dimensão da consequência que o uso de drogas provoca no núcleo familiar é raramente abordada pela mídia e governantes, ou estudada por pesquisadores na proporção que deveria. A família, ao mesmo tempo em que é um dos pilares na luta contra a dependência química, é um dos grupos mais afetados por ela em diversos aspectos, necessitando de apoio específico.

Um dos maiores estudos feitos até o momento sobre o tema foi o Levantamento Nacional de Famílias dos Dependentes Químicos (Lenad Família), conduzido pelo Inpad. E os dados levantados são, no mínimo, preocupantes: 22% da população brasileira foi vítima de violência doméstica na infância, sendo que, em 20% dos casos, o abusador estava alcoolizado. A cocaína está associada a 31% dos casos de violência física na infância, enquanto a maconha está ligada a 12% das ocorrências do tipo.

Se hoje o Brasil infelizmente não dispõe de recursos e de uma política de drogas eficiente no que diz respeito à prevenção e tratamento para usuários, o que dizer então de iniciativas voltadas aos seus familiares? Os números acima mostram apenas parte do problema, e por si só já são alarmantes. Estamos falando de pessoas que necessitam de suporte para lidar com o uso de substâncias psicoativas por um pai, mãe ou filho, enfim, diminuindo as possibilidades de violência e desenvolvimento de transtornos emocionais, provocados pela situação.

Como mencionado antes: a família é um dos principais pilares na luta contra a dependência química e nossos governantes têm de prestar atenção nesse público específico, que, comumente não sabe lidar com tal circunstância. A qualificação de pessoas, para se comunicar assertivamente com seus parentes sobre drogas é crucial; porém nas metrópoles os programas públicos que oferecem esse tipo de recurso são escassos.

Um dos poucos que existem está em São Paulo e tem o objetivo de orientar e apoiar os familiares de dependentes químicos, oferecendo acesso a dados sobre tratamento, atendimentos individuais, além de terapia em grupo.

(Para saber mais, acesse o site: www.programarecomeco.sp.gov.br)

Ainda segundo dados do Lenad Família, 8% da população foi exposta ao consumo de drogas ilícitas no ambiente familiar, o que, sem dúvidas, contribui para a preocupação com o modelo que nossas crianças estão vivenciando.

Aproximadamente metade dos jovens que têm entre 14 e 25 anos consome bebidas alcoólicas, número que passa a 26% entre menores de idade, de acordo com dados do Inpad. Já 36% dos jovens que informaram o consumo fazem uso nocivo do álcool semanalmente. Passando para as drogas ilícitas, a porcentagem da população jovem que afirmou ter usado maconha chega a quase 5%.

Quando analisamos o quadro por completo, vemos um problema complexo, porém, com solução. Parte dela deve começar na escola, com a aplicação de orientações sobre prevenção ao uso de substâncias e à violência, como parte do currículo escolar. Além disso, é fundamental propiciar às famílias orientações sobre como lidar com as drogas, principalmente às que tiverem integrantes usando substâncias psicoativas, Os pais são os melhores “agentes de prevenção” que temos. Isso é investir em prevenção e tratamento, que se caracteriza como uma das principais formas de combater o problema das drogas, evitando inclusive o encarceramento de usuários, que está longe de ser a solução.

Mas tais medidas só serão eficazes se os governos, em seus diversos âmbitos, adotarem políticas claras de prevenção. Do jeito que o debate é conduzido hoje, de forma improdutiva e sem ações concretas, continuaremos apostando em políticas que simplesmente não dão resultados. Agora, ações como a conscientização e educação da população sobre uso de substâncias psicoativas, aliadas à oferta de atendimento de qualidade contra a dependência química, essas sim, provocarão uma profunda mudança em nosso país.
por Ronaldo Laranjeira
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

Abuso de drogas e suas consequências na saúde bucal: uma revisão de literatura


 


Portal Metodista - Faculdade de Odontologia /2016
Lídia Audrey Rocha Valadas, Edilson Martins Rodrigues Neto, Mara Assef Leitão Lotif, Antônio Pergentino Nunes Neto, Joelma Martins Mororó, Patrícia Leal Dantas Lobo

Resumo: O abuso de drogas é um dos principais problemas sociais e de saúde pública do mundo. Alguns estudos sugerem um aumento significativo do número de dependentes químicos com manifestações orais decorrentes do consumo de drogas, bem como a falta de conhecimento por parte dos cirurgiões-dentistas quanto ao assunto. Objetivou-se nesse artigo realizar um levantamento na literatura acerca das principais consequências na cavidade bucal decorrentes do consumo das drogas lícitas e ilícitas mais utilizadas. Para isso, realizou-se uma revisão de literatura de artigos publicados sobre o assunto, sobretudo, por meio dos bancos de dados MEDLINE e LILACS, utilizando como descritores as seguintes palavras: “manifestações bucais”, “drogas de abuso”, “alterações bucais”. Dessa forma, foram selecionados 25 artigos publicados entre 1985 e 2012. O uso de substâncias psicoativas pode gerar vários danos a saúde oral que vão desde halitose e gengivite ao câncer de boca. Com o cirurgião dentista realizando o reconhecimento inicial, o dependente químico pode receber tanto o tratamento odontológico quanto ser encaminhado aos demais profissionais da saúde, visando o acompanhamento multidisciplinar de acordo com as necessidades individuais de cada paciente.

Palavras-chave
Manifestações orais; Drogas de abuso; Álcool.

Texto completo:
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Insegurança faz garota beber mais


 


Jornal o Estado de S. Paulo
Estudo indica aumento do uso e do abuso de álcool entre os mais jovens, particularmente entre as meninas
Jairo Bouer
Foto: Michaela Rehle/Reuters

Levantamentos recentes já haviam apontado o fenômeno do aumento proporcional do consumo e abuso de álcool entre mulheres mais jovens

Garotas que têm uma percepção distorcida da sua imagem corporal correm maior risco de abusar do álcool. Estudos divulgados na semana passada mostram avanços importantes na abordagem do uso e do abuso de álcool entre os mais jovens, particularmente entre as meninas.

Pesquisadores da Universidade de Tufts, nos Estados Unidos, investigaram 6,5 mil garotas entre 14 e 18 anos e concluíram que uma autoimagem negativa aumenta a chance de comportamentos de risco. Quase 68% das entrevistadas já tinham bebido pelo menos uma vez na vida, 38% tinham uma percepção distorcida de si mesmas e 18% abusaram de álcool nos 30 dias antes da pesquisa. O risco de abuso foi quase 20% maior entre aquelas inseguras com seu corpo. O consumo mais pesado do álcool foi mais comum entre as meninas mais velhas, nas de origem latina, nas que já fumavam e entre aquelas que tinham iniciado sua vida sexual.

Precocemente. Os resultados vão ser publicados na edição de janeiro do periódico médico Journal of Studies on Alcohol and Drugs e foram antecipados pelo jornal inglês Daily Mail.

O trabalho não investigou especificamente as causas desse abuso de álcool, mas é possível que esse seja um comportamento adotado na tentativa de elas relaxarem, ficarem mais confortáveis com seu corpo e se sentirem mais aceitas pelo grupo. Ainda existe uma relação possível do uso de bebida como um recurso para diminuir ou controlar a fome naquelas que se enxergam acima do peso.

Levantamentos recentes já haviam apontado o fenômeno do aumento proporcional do consumo e abuso de álcool entre as mulheres mais jovens, sendo que em alguns países elas já bebem mais do que os garotos. Interessante pensar que parte desse fenômeno, além das transformações sociais que deixaram o comportamento entre os dois gêneros cada vez mais parecido, pode ter relação com a insatisfação com questões físicas e corporais, que tendem a ser mais frequentes entre as mulheres.

Geração mais “limpa”. Novos dados também divulgados na última semana revelam que uma nova geração de 8 a 15 anos, que bebe e fuma menos, pode estar a caminho. Números do NHS(Sistema Nacional de Saúde, do Reino Unido), mostram que apenas um em cada seis jovens (17%) nessa faixa etária já bebeu. Em 2003, esse índice era de 45%. Em relação ao cigarro, 4% já fumaram. Em 2003, 19% já tinham experimentado o tabaco. A pesquisa avaliou 5.700 crianças.

Segundo os especialistas, o fenômeno se deve, em parte, ao fato de crianças e jovens ficarem cada vez mais tempo conectados na internet, dentro de suas casas. Eles têm frequentado menos festas, parques, ruas e pubs e, portanto, ficam menos expostos à influência dos pares para o consumo de álcool e cigarro.

Os alertas em relação aos riscos das substâncias podem ter chegado, também, com mais força a essa geração, sinalizando que a educação nas escolas para o consumo responsável e as campanhas de informação complementam as estratégias de prevenção. O maior controle nos pontos de venda também pode ter efeito na queda do consumo por menores de 18. Assim, os jovens têm hoje mais subsídios para fazer melhores escolhas.

Nos Estados Unidos, existe tendência semelhante. Um novo levantamento divulgado pela Universidade de Michigan,Monitoring the Future (Monitorando o Futuro), que contou com a participação de mais de 45 mil estudantes americanos de 14, 16 e 18 anos, mostra que apesar de o álcool continuar sendo a droga mais utilizada no país pelos jovens, seu consumo está em queda nos últimos anos. Os dados são da agência de notícia Efe e doDaily Mail.

Em 2016, pouco mais de um terço dos adolescentes de 18 anos já bebeu nos EUA (37%). Em 2001, esse valor era de 53%. O consumo de outras drogas também caiu no geral. A única exceção é a maconha, cujo consumo se manteve estável nos últimos anos.

Por aqui, além de um melhor controle da venda de álcool para menores, ações nas escolas, mais campanhas de prevenção e engajamento de jovens em projetos que focam no consumo responsável podem trazer resultados semelhantes em um futuro próximo.
Jairo Bouer é Psiquiatra
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas 

sábado, 26 de novembro de 2016

ANVISA aprova critérios para uso de medicamento à base de maconha


 


Cultivador mostra flor seca da planta
Jornal Folha de S. Paulo
Felix Lima/Folhapress
NATÁLIA CANCIAN DE BRASÍLIA

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou nesta terça-feira (22) critérios para permitir o registro, a venda e o uso de medicamentos à base de compostos da maconha no Brasil.

A medida ocorre diante do pedido feito pela empresa GWPharma para comercializar, no país, um medicamento composto por CBD (canabidiol) e THC (tetrahidrocanabinol), dois princípios ativos da maconha.

A aprovação dos novos critérios abre espaço para que a Anvisa conceda o registro do medicamento, que deve ser o primeiro à base de maconha a chegar às farmácias do país. O produto é indicado para tratamento de esclerose múltipla.

Atualmente, o pedido está em fase final de análise na agência, segundo a Folha apurou. "Fizemos isso de maneira que, quando houver o registro, ele já tenha o regulamento pronto para utilização", explica o diretor-presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa.

No exterior, o produto é chamado de Sativex. Por aqui, o remédio, composto por 25mg/ml de canabidiol e de 27 mg/ml de THC, deve chegar ao mercado com o nome de Mevatyl.

Com os novos critérios definidos nesta terça, a agência passará a autorizar o registro e comercialização de medicamentos com concentração de até 30 mg/ml de canabidiol e THC.

"Estamos nos antecipando e dizendo as normas em que ele pode ser utilizado. Será somente até essa concentração, que é considerada segura para uso, exclusivo para uso humano e com a prescrição exigida hoje para substâncias psicotrópicas, de controle especial", afirma Barbosa.

TARJA PRETA

A mudança atinge a portaria 344/1998 da Anvisa, que define quais substâncias são proibidas no país e quais liberadas para uso, e em quais casos.

Medicamentos com canabidiol e THC acima de 30 mg/ml continuam na lista de proscritos, ou seja, de utilização proibida no país.

Ainda segundo o diretor, os novos critérios seguem parâmetros semelhantes aos aplicados em países como Reino Unido e Bélgica, "que já tem medicamentos assim registrados".

"Será tratado como os demais de tarja preta, os medicamentos controlados, que precisam de receituário especial e têm um sistema de controle", explica.

Além do Mevatyl, a norma também abre caminho para novos pedidos de registro de outros medicamentos com concentração semelhante desses canabinóides.

OUTRAS MEDIDAS

Em outra decisão, diretores também aprovaram nesta terça uma simplificação nas regras para importação de produtos a base de canabidiol para uso medicinal no país.

Hoje, esses produtos precisam de autorização especial da Anvisa para serem importados e utilizados pelos pacientes. O pedido é feito mediante apresentação de laudo técnico que informa sobre a doença, receita médica e termo de responsabilidade.

A ideia, agora, é diminuir o tempo de análise dos pedidos para alguns produtos cuja autorização é solicitada com maior frequência. Ou seja: enquanto pedidos por produtos menos conhecidos demoram até cinco dias para serem analisados, esses teriam autorização quase imediata, desde que apresentados os demais documentos.

Entram nessa lista óleos e cápsulas à base de canabidiol, mas que também possuem traços ou menor concentração de THC, por exemplo.

"Fizemos uma formalização para simplificar esse processo e não precisar passar um por um com análise excepcional. Se já tem 1.500 [autorizações], já se tem uma certa regra", afirma o diretor-presidente, Jarbas Barbosa.
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas


Iniciada no Brasil a coleta de dados do Levantamento Global De Drogas 2017





(Global DrugSurvey - GDS)
O Levantamento Global de Drogas (GDS) é a maior pesquisa online, independente e neutra sobre consumo de substâncias (legais e ilegais) no mundo. Organizado por pesquisadores do Kings College London no Reino Unido, ele conta com a colaboração de pesquisadores experts em dependência química para a sua realização ao redor do mundo.

Sua coleta de dados é feita anualmente desde 2000, explorando, a cada ano, temas relacionados ao uso de drogas que requerem atenção imediata, como por exemplo, a penetração de novas drogas em cada país.

O GDS investiga de forma neutra e sigilosa os padrões de uso de drogas lícitas e ilícitas, seus efeitos, riscos e tendências em cada um dos 20 países participantes. Seus resultados são usados para a formulação de políticas públicas e estratégias de prevenção, redução de danos e tratamento.

Em 2015 o Brasil participou pela primeira vez, entrando na lista de 20 países integrantes do estudo. Nossos resultados surpreenderam a equipe internacional de experts, despontando no consumo acima da média mundial de cocaína, inibidores de apetite, anabolizantes e principalmente álcool. Em 2016 porém, perdemos a oportunidade de ter, gratuitamente, dados valiosos sobre o consumo de drogas no nosso país por falta de participantes.

Colabore para que esse ano o Brasil tenha uma participação representativa.

Todos indivíduos com 16 anos ou mais podem responder o inquérito, independente de ser ou não usuário de qualquer droga.

O questionário (em português) fica disponível no link abaixo até Janeiro.

Levantamento Global De Drogas 2017

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Tempo para os amigos




Hoje, ao atender o telefone, o meu mundo desabou. Entre soluços e lamentos, a voz do outro lado da linha me informava que a minha melhor amiga, minha compaheira de turma na faculdade, havia sofrido um grave acidente e morrido instantaneamente.

Lembro de ter desligado o telefone e caminhado a passos lentos para o meu quarto.

As imagens de minha juventude vieram quase que de imediato à mente. A faculdade, as conversas até altas horas da noite, as confidências ao pé do ouvido, os sorrisos.

Lembrei da formatura, de um novo horizonte surgindo. Das lágrimas e despedidas e, principalmente, das promessas de novos encontros.

Lembro perfeitamente de cada feição da melhor amiga que já tive em toda a vida. Em seus olhos a promessa de que eu nunca seria esquecido.

E, realmente, nunca fui. Perdi a conta das vezes em que ela, carinhosamente, me ligava quando eu estava quase no fundo do poço. E das mensagens, que nunca respondi. As mensagens que ela enviava, cheias de esperanças e promessas de um futuro melhor.

Lembro que foi em seu ombro que chorei a morte de meu pai. Foi em seu ouvido que derramei as lamentações do noivado desfeito.

Apesar do esforço, não consegui me lembrar de uma só vez em que tivesse pego o telefone para ligar e dizer a ela o quanto era importante para mim a sua amizade.

Afinal, eu era um homem muito ocupado. Não tinha tempo.

Não lembro de uma só vez que me preocupei em procurar um texto edificante e enviar para ela. Ou mesmo para qualquer outro amigo, com o objetivo puro e simples de tornar o seu dia melhor. Não tinha tempo.

Não lembro de ter feito qualquer tipo de surpresa para ela, como por exemplo, aparecer disposto a ouvir. Eu não tinha tempo.

Acho que nunca imaginei que ela tivesse problemas. Talvez ela, que sempre encheu o meu mundo com sua iluminada presença, estivesse se sentindo sozinha.

Até mesmo as mensagens engraçadas que deixava em minha secretária eletrônica, poderiam ser seu jeito de pedir ajuda. Aquelas mesmas mensagens que apaguei, jamais se apagarão da minha consciência.

Todas as perguntas que agora me faço, foi a simples falta de tempo que me impediu de responder antes.

Agora, me preparo para o seu enterro. Aviso o meu chefe que não irei trabalhar hoje. Preciso ir ao enterro da minha amiga. Digo a ele que irei tirar o dia para homenagear uma das pessoas que mais amei nesta vida.

Neste instante, com surpresa eu vejo, entre lágrimas, que para isto, para acompanhar um dia inteiro o seu corpo sem vida, eu tive tempo.

* * *

Não permita que o tempo escravize você. Tome as rédeas de sua vida. Trabalhe durante o expediente normal, com muita disposição.

Mas não deixe de responder às mensagens da secretária eletrônica, nem que seja somente com um oi.

Escolha mensagens de amizade e otimismo e envie aos seus amigos e colegas.

Escreva cartas ou bilhetes, dizendo às pessoas como elas são importantes para você.

Abrace seus irmãos, sua família. Distribua sorrisos a todos os que o rodeiam.

Viver é a mais emocionante de todas as chances que nosso Pai nos oferece.

fonte: antidrogas.com.br

Brasil apresenta avanços na redução do tabagismo e defende implementação de medidas na COP7


 


A convergência da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT) com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, propostos pela Organização das Nações Unidas até 2030, e a implementação de medidas para garantir que representantes das delegações dos países não tenham conflito de interesses com a indústria do tabaco foram destaque na 7° Sessão da Conferência das Partes sobre a CQCT (COP 7). O encontro aconteceu em Nova Délhi (Índia) entre os dias 7 e 12 de novembro.

“Mostramos na COP 7 o quanto o Brasil avançou na redução do tabagismo com a implementação da CQCT, especialmente devido ao aumento da tributação sobre cigarros e o progresso feito com a política de diversificação produtiva de áreas cultivadas com tabaco", revelou Tânia Cavalcante, secretária-executiva da Comissão Nacional para a Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (Conicq).

Lançado em 2005, o programa brasileiro de diversificação apoia a implantação de projetos que viabilizem alternativas economicamente viáveis à produção de fumo para gerar novas oportunidades de renda e melhorar a qualidade de vida dos agricultores e também protegê-los do impacto econômico da esperada redução global do tabagismo. Ticiana Imbroisi, consultora da Secretaria Especial de Agricultura Familiar da Presidência da República, ressaltou que 32 mil famílias deixaram a cadeia produtiva do tabaco entre 2009 e 2015, com redução de 17% da área plantada no País.

Uma das negociações mais complexas da COP7 foi sobre a regulação de produtos de tabaco, especialmente dos que não produzem fumaça, como narguilé e dispositivos eletrônicos que liberam nicotina (conhecidos como cigarros eletrônicos). Embora as negociações tenham acontecido de forma intensiva até o último dia do evento, alguns dos temas não alcançaram consenso e serão retomados na COP8 que acontecerá em 2018.

O Brasil também teve posição de destaque em outros temas da agenda, como a maximização da transparência com as organizações intergovernamentais e não governamentais e grupos da sociedade civil durante as sessões da COP (em conformidade com o artigo 5.3 da CQCT); debate sobre a distribuição dos recursos orçamentários do secretariado da OMS; e andamento do Protocolo para Eliminação do Comércio Ilícito de Produtos do Tabaco, cujo princípio básico é a cooperação entre os países que assumirem este compromisso. De acordo com a delegação brasileira, o Protocolo foi encaminhado para o Congresso para iniciar o processo de ratificação. O investimento pelos países em um sistema nacional de rastreamento, inclusive com as Partes que já possuem seus próprios sistemas, entre as quais o Brasil, e como esses sistemas poderiam interagir uns com os outros, fica sendo um ponto-chave na implementação do artigo 8 da CQCT.

Em atendimento aos princípios do artigo 4.7 da CQCT (a participação da sociedade civil é essencial para atingir o objetivo da Convenção e de seus protocolos), a delegação do Brasil estabeleceu contato permanente com os observadores cadastrados da sociedade civil que atuam em defesa dos temas de relevância para o País e promoveu seminários abertos aos seus representantes e imprensa sobre a posição brasileira em relação aos temas debatidos ao longo da Conferência.

A delegação brasileira foi composta por representantes do Ministério da Saúde, INCA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Ministério da Fazenda, Secretaria Especial de Agricultura Familiar, Casa Civil, Advocacia Geral da União, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Ministério das Relações Exteriores.
Fonte:INCA - Instituto Nacional de Câncer, Ministério da Saúde