sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Redução do consumo nocivo do álcool: o que o Brasil tem feito a respeito?


 

O uso nocivo do álcool impacta de maneira importante a saúde do indivíduo e sua família, além de afetar seriamente a sociedade. De acordo com o “Relatório global sobre álcool e saúde” de 2014, da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 5,6% da população brasileira apresente transtornos relacionados ao uso do álcool (abuso e dependência).

Um comportamento preocupante, e mais comum entre os jovens, é o “Beber Pesado Episódico - BPE”, que significa consumir 5 ou mais doses, no caso dos homens e 4 ou mais, no caso das mulheres, em uma única ocasião. Uma dose corresponde a uma taça de vinho de 100 ml, ou uma lata de cerveja de 330 ml ou uma dose de destilado de 30 ml. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostraram que 13,7% da população revelou já ter tido esse comportamento. O impacto do BPE está diretamente relacionado ao maior risco para amnésia alcoólica, quedas, violência, acidentes de trânsito, sexo desprotegido ou sem consentimento, gravidez indesejada, entre outros.

Em 2010, a OMS apresentou a “Estratégia Global para reduzir o uso nocivo do álcool”, e em 2014 estabeleceu como meta mundial a redução de 10% no consumo do álcool até 2025. Para alcançar esse objetivo, medidas sociais e políticas vêm sendo implantadas mundialmente. O Brasil apresentou o “Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não-transmissíveis” na reunião da ONU, em 2011. A redução do consumo de álcool faz parte desse plano, e tem como principais medidas: fiscalizar a venda de bebidas alcoólicas a menores de idade; reforçar os programas de saúde escolar para a prevenção e redução do abuso de álcool; proibir o consumo de álcool antes de dirigir; monitorar anúncios de bebidas alcoólicas na televisão; aumentar o acesso de dependentes e seus familiares aos programas de reabilitação.

Dentre todas as medidas, uma das ações mais importantes do Governo Federal foi a implementação da Lei Seca (Lei nº 11.705/2008) pelo Ministério da Saúde, que instituiu a tolerância zero para o beber e dirigir. A penalidade consiste na suspensão do direito de dirigir, recolhimento da carteira de habilitação, retenção do veículo e multa. Situações em que o motorista apresenta 0,6 g de álcool por litro de sangue, são consideradas como crime. Nesses casos, o condutor fica sujeito à detenção de 6 meses a 3 anos, multa e suspensão ou proibição do direito de dirigir. A Lei Seca sofreu alterações em 2012 (Lei nº 12.760/2012), aumentando o valor da multa para R$1.915,00 e autorizando o uso de provas de embriaguez do motorista em processos penais. Em 2016, nova alteração foi feita (Lei 13.281/2016), e o valor da multa passou a ser de R$2.934,70.

Pesquisas revelaram que, após a implantação da Lei Seca, houve maior redução do número de mortes do que feridos em acidentes de trânsito, sugerindo que a Lei foi mais eficaz para indivíduos com consumo pesado que, geralmente, se envolvem em acidentes mais graves. Em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, as reduções foram mais acentuadas, provavelmente por causa da maior fiscalização policial. Estudos como esse reforçam a necessidade de ações de conscientização da população sobre o beber e dirigir. As leis já existem, porém, a fiscalização e a aplicação das penas ainda está muito aquém do necessário.
Fonte:CISA - Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool

Cerca de 100 crianças são abandonadas a cada ano por mães dependentes de crack em SP


 


Sem condições financeiras e psicológicas, mulheres deixam os filhos nos hospitais após o parto e os bebês são levados para abrigos da cidade.

Cerca de 100 crianças são abandonadas por mães dependentes químicas a cada ano em São Paulo, segundo aponta a juíza da Primeira Vara da Infância e Juventude do estado.

"Eu poderia dizer que nós temos em média umas duas crianças acolhidas nessa situação por semana. Há semanas que nós temos mais bebês, há semanas que nós temos menos. Mas há uma constância dessa situação, né? Que nem é tão recente uma situação que já vem de algum tempo. São mães que na maioria das vezes chegam já em trabalho de parto nos hospitais, muitas até sob efeitos de drogas ou que são atendidas na rua, que dão à luz na porta da maternidade, na praça, são levadas pela polícia militar, enfim”, revela Cristina Ribeiro Leite Balbone Costa.

As histórias se repetem. Cristina já atendeu casos de mulheres com mais de dez filhos. A juíza é responsável pelo serviço da região Central de São Paulo, que concentra a população em situação de rua da cidade. Entre elas, usuárias de drogas da Cracolândia, no bairro da Luz.

“Muitas chegam até nós e não é a primeira passagem. Nós temos a quinta, sétima gestação, décima. Chegamos a ter até uma décima sétima gestação. São mães que já são até conhecidas do nosso setor”, afirma.

É em situação precária que as mulheres engravidam e têm os filhos nos hospitais da região, que acionam o poder judiciário. Sem condições financeiras e psicológicas, com muita frequência elas abandonam os filhos nos hospitais e os bebês são levados para abrigos. Ao todo, são 18 na região central e 200 na capital paulista.

Quando nenhuma pessoa da família é localizada, as crianças ficam disponíveis para adoção. Uma espera que pode demorar meses, anos ou não acontecer.

Depois de dez meses a pediatra Mônica Bittencourt conseguiu adotar a filha que hoje tem pouco mais de dois anos. A concepção e a gestação da menina ocorreram nas ruas.

“A gente encontrou uma criança muito bem cuidada no abrigo, nutricionalmente bem, adequada, uma criança bem estimulada, que estava dentro do desenvolvimento normal. E ela é hoje uma criança de dois anos e cinco meses absolutamente normal”.

Mônica é voluntária no poder judiciário. Faz palestras para pais interessados em adotar e conhece muito bem a realidade desses bebês.

“Algumas crianças de fato são filhas de mãe soropositivas, mas não se tornam soropositivas. O maior problema de filhas de mãe usuárias de droga são a prematuridade, o baixo peso ao nascer, o que não quer dizer que para sempre vão ser desnutridas, vão estar abaixo. Isso com cuidado, alimentação adequada, cuidado pediátrico de rotina, se torna normal, fica dentro dos parâmetros de uma criança normal. ”

Com esse tipo de esclarecimento as restrições para crianças filhas de mães usuárias de drogas e alcoólatras é bem menor.
"O perfil dos pretendentes à adoção é de não encontrarmos esse preconceito. São casos isolados vamos dizer assim, porque eles já vem qdo vem fazer o curso já sabem a realidade, já tem essa informação, já sabem que a realidade dessa região central, que a maioria dos casos que vamos acolher e vamos poder colocar em adoção são crianças nesse sentido.”

Protegidos da vida nas ruas, recebendo alimento e afeto, os bebês se desenvolvem sem problemas mais graves, atesta Antônia Bello Todeschin, coordenadora de abrigo no Centro de SP, que atua há mais de dez anos no serviço.

"[São] Crianças tão fortes que já venceram a primeira batalha da vida ao nascer.” “Elas vêm de uma situação muito difícil, que a gente olha para ele, tão pequeno e pensa o que já aconteceu na vida deles. Então a gente procura amenizar um pouco isso. A gente dá muito carinho, muito colo, muito amor. E eles têm uma capacidade de se recuperar, eles são felizes.”


fonte www.antidrogas.com.br

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Maconha livre, a falsa noção do certo


 

Jornal do Comércio - Porto Alegre
César Augusto Trinta Weber
O artigo US Adult Illicit Cannabis Use, Cannabis Use Discorder, and Medical Marijuana Laws, recentemente publicado no JAMA Psychiatry, um dos mais respeitados periódicos científicos do mundo em psiquiatria reacende o polêmico tema da legalização da maconha. De acordo com o estudo, a liberação da maconha em alguns estados americanos colocou no mercado, para a alegria dos traficantes, mais de 1 milhão de usuários com base na comparação entre as prevalências de consumo de maconha e portadores de transtornos mentais devido a ela, em estados onde foram aprovadas leis autorizando o "uso medicinal" da maconha com os outros estados em que esta lei não existe.

Os argumentos contrários à legalização da maconha ganham força à medida que sustentam a tese de que, regularizada na forma da lei, poderia ter um efeito estimulador ao uso deliberado. A circunstância da legalização associado ao fato de que, em nosso meio, o uso da maconha vem se mostrando culturalmente aceito, representaria um efeito catalisador para o primeiro uso ou o uso esporádico. Amparado por lei, o usuário desfrutaria livremente dessa experiência, aumentando as chances do uso se tornar abuso, podendo-se ter consequências mais nefastas, entre elas o caminho para drogas mais pesadas ou ainda a indesejável dependência.

A maconha usada hoje possui cerca de 20 vezes maior teor de tetraidrocanabidiol (THC) se comparada com a maconha consumida nos anos 1960, fato que confere a esta droga neste século um potencial aditivo significativamente maior. O uso medicinal do canabidiol - substância química encontrada na maconha - ainda que se mostre promissor pelos resultados de estudos científicos que revelavam a boa resposta terapêutica quando em doses adequadas e para determinados quadros clínicos, especialmente, quadros neurológicos, como justificativa para a sua liberação merece cautela. A maconha alçada à condição de "remédio" adquire o status, no inconsciente coletivo, de fazer bem, pela falsa noção de que seja um produto inócuo.
Médico, professor e escritor 

Álcool pode ser mais prejudicial para as mulheres


 


Bebidas alcoólicas: segundo a OMS, deve-se evitar ingerir mais de 30 gramas de álcool por dia (Marcos Santos/USP Imagens/Agência USP)

Estudo sugere que, especificamente no sexo feminino, as bebidas alcoólicas estão associadas a maiores níveis de açúcar no sangue, indicativo do diabetes
Por Vand Vieira, da Saúde

O abuso de cerveja, vinho e afins não faz bem para ninguém — mas, pelo menos quando o assunto é diabetes, parece que a ala feminina sofre ainda mais.

O alerta veio da Universidade de Umeå, na Suécia, onde pesquisadores acompanharam 897 pessoas dos 16 aos 43 anos.

Ao final desse período, os voluntários tiveram a glicemia (açúcar circulante no sangue) medida e preencheram um questionário sobre a quantidade de álcool que costumavam tomar.

As mesmas perguntas foram respondidas aos 18, 21 e 30 anos.

De modo geral, constatou-se que os homens ingeriam mais bebidas alcoólicas e apresentaram uma glicemia maior em comparação às mulheres.

No entanto, foi somente nelas que os cientistas notaram a relação entre um consumo alto e uma quantidade maior de açúcar no sangue após os 40 anos.

Aqui, cabe lembrar que taxas dessa substância cronicamente elevadas definem a presença do diabetes.

Ainda não se sabe por que o organismo feminino reage de maneira diferente aos drinques.

“O etanol, porém, já foi ligado à resistência insulínica em outros trabalhos por favorecer o acúmulo de gordura no fígado”, destaca o endocrinologista João Eduardo Salles, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

Nesse sentido, tão importante quanto a moderação nas doses é adotar bons hábitos, como seguir uma dieta saudável e praticar atividade física regularmente.

Uma noitada por mês regada a quatro ou mais latinhas de cerveja com 5 a 6% de teor alcoólico já extrapolaria o limite mensal observado, que fica na casa dos 48 gramas de etanol segundo o experimento em questão.

Mas, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), as pessoas deveriam evitar ingerir mais de 30 gramas de álcool por dia.
Este conteúdo foi publicado originalmente no site da Saúde.

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Estatísticas mundiais de saúde - 2017


 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou recentemente o relatório World Health Statistcs 2017. O documento faz parte de uma série de publicações anuais de estatísticas de saúde dos 194 Estados-Membros da OMS. A edição de 2017 centra-se nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que reúne dados sobre uma vasta gama de indicadores relevantes e está organizado em três partes.

Na primeira parte, são descritas as 6 linhas de ação promovidas pela OMS para ajudar a construir melhores sistemas para a saúde e alcançar os ODSs relacionados à saúde. Na segunda, os status de alguns indicadores de ODS relacionados à saúde são resumidos, tanto no nível global como regional. Por fim, a última parte traz uma seleção de casos que destacam os recentes esforços bem-sucedidos para melhorar e proteger a saúde de suas populações através de uma ou mais das seis linhas de ação.

Status dos ODSs relacionados à saúde - Doenças não transmissíveis e saúde mental:

O consumo mundial de álcool em 2016 foi de 6,4 L de álcool puro por pessoa com 15 anos ou mais, com variação considerável entre as regiões da OMS. Os dados disponíveis indicam que a cobertura do tratamento para os transtornos do álcool e do uso de drogas é inadequada, embora sejam necessários mais trabalhos para melhorar a medição dessa cobertura.


Casos de sucesso

Na última parte do relatório foram apresentados casos de sucesso para ilustrar a ampla gama de ações adotadas por diferentes países para alcançar as metas relacionadas à saúde propostas na Agenda para o Desenvolvimento Sustentável de 2030. São citados exemplos de ações intersetoriais que contribuíram com o fortalecimento do Regulamento Sanitário Internacional (RSI) e reduziram a mortalidade por doenças não-transmissíveis, suicídios, uso nocivo do álcool e consumo de tabaco, respectivamente.


A Federação Russa se destacou na prevenção de mortes precoces devido ao consumo de álcool. O país, que viveu uma escalada de problemas relacionados com o álcool, devido à desregulamentação do mercado nos anos 90, reformulou políticas de saúde pública para controlar o problema. Muitas das políticas implementadas foram baseadas em evidências, de acordo com a Estratégia Global da OMS para reduzir o uso nocivo do álcool e o Plano de Ação Global da OMS para a prevenção e controle de doenças não-transmissíveis 2013-2020. Algumas das medidas adotadas:

• Fortalecimento do sistema de controle de produção, distribuição e venda de álcool; não vender em determinados locais públicos;
• Restrições de venda de bebidas com mais de 15% de teor alcoólico e preço mínimo para bebidas com teor alcoólico acima de 28%;
• Proibição de propagandas em toda infraestrutura dos meios de transporte público, internet e mídias eletrônicas e impressas;
• Aumento de impostos sobre as bebidas alcoólicas;
• Adoção de um programa nacional para reduzir danos relacionados ao álcool e prevenção do alcoolismo entre 2010-2020;
• Alcoolemia zero para direção de veículos automotores;
• Maior fiscalização e punição administrativa para a venda de bebidas alcoólicas para menores de idade; responsabilidade criminal para reincidentes;
• Implementação de iniciativa para aprimorar o sistema de tratamento para transtornos relacionados ao uso de álcool e drogas;

Os resultados das mudanças foram bastante positivos: entre 2007 e 2016 houve a redução do consumo total em 3,5 L de álcool puro por pessoa, queda de novos casos de psicose alcoólica (de 52,3 para 20,5 por 100.000 habitantes) e queda da taxa de mortalidade de homens. Padrões semelhantes foram observados para pacientes com dependência e outras doenças relacionadas ao álcool. O consumo de álcool ilegal não parece ter aumentado em resposta às novas limitações no mercado formal.



FONTE:WWW.ANTIDROGAS.COM.BR

Efeitos analgésicos podem levar a uso impróprio do álcool


 


Foto: Gilmar de Souza / Agencia RBS
Pesquisadores alertam que a redução na sensação da dor só acontece com ingestão de bebidas alcoólicas em níveis considerados perigosos

A ingestão de álcool não é mais recomendada do que o uso de paracetamol para o alívio da dor. O estudo que avaliou essa tese apontou que tal percepção pode levar ao uso impróprio de bebidas alcoólicas como analgésicos.

Um estudo internacional destinado a avaliar as propriedades analgésicas do álcool apontou que essa percepção pode levar ao mau uso da substância em pacientes com dor. Publicada no periódico americano Journal of Pain, a pesquisa mostrou que o efeito analgésico da bebida alcoólica é mais forte em doses altas (a partir de três a quatro drinques), que representam níveis considerados perigosos.

Com isso, os pesquisadores destacaram que é preciso sensibilizar a população em relação a intervenções que proponham usar o álcool no tratamento da dor. O objetivo da meta-análise — um estudo feito a partir de 18 experimentos controlados, com voluntários em que a dor e o uso do álcool foram induzidos — é mostrar que esse efeito analgésico das bebidas alcoólicas em altas doses pode levar ao uso impróprio da substância em pacientes com dor.

— Não faz qualquer sentido indicar álcool para pessoas com dor, pois aumenta o risco de uso impróprio do álcool em si, ou da combinação com medicação para dor, potencializando seus efeitos — pondera o psiquiatra Flávio Pechansky, diretor do Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas do Hospital de Clínicas em Porto Alegre.

— Álcool faz mal para a saúde em qualquer dose, para qualquer pessoa — completa o médico Sérgio de Paula Ramos, ex-presidente da Associação Brasileira de Álcool e outras Drogas (Abead).

Os estudos de laboratório envolveram a indução de dor a pacientes e posterior medição em escalas de sensação de dor e alívio, comparando medicação e álcool. Os pesquisadores alertaram, ainda, que é preciso avançar em mais análises para atestar essas descobertas.
Fonte: ZH Vida, ClicRBS


quinta-feira, 29 de junho de 2017

A dependência química aumenta apesar de tanto acesso à informação


 


A dependência química é algo bastante preocupante e apesar de tantas informações as pessoas usam e continuarão usando drogas. Não nos esqueçamos que primeiramente a palavra droga nos remete a algo ruim, e o que dizem sobre esse tema sempre nos apresentam aspectos destrutivos e nocivos.

Não devemos esquecer de que a droga é “boa” inicialmente para quem usa, ela traz um prazer físico, mental, um bem estar psicológico e, claro que essa sensação vai mudando conforme a sequência, a quantidade e a forma de uso da pessoa, mas ela proporciona um bem estar temporário então é boa pra quem está usando, caso contrário usaria, primeiramente temos que enxergar essa questão.

Outra questão que devemos lembrar é de que em toda a história da humanidade (sociedade, desenvolvimento), o uso do marketing, da valorização do bem estar, vem primordialmente antes do respeito à pessoa. E temos o forte apelo das imagens nos desenhos, nas propagandas, de várias marcas de cigarro.

E levantaremos algumas questões, por exemplo: quem não lembra do Popeye que fazia uso do espinafre para ficar forte, pois ele era um velhinho e lutava contra o Brutus para defender-se e ficar com sua amada Olivia. Logo, como ensinado lá no desenho que se você come algo que lhe dá força, terá energia, será forte e poderoso. E aquela propaganda de cigarro, onde surge um homem montando um belo cavalo, cavalgando por belas montanhas, vendendo a ideia de liberdade, bem estar, num cenário grandioso… Acaba sendo mais um incentivo.

A empresa do Marketing incentiva à busca do bem estar

Ainda observando como são as propagandas, você nunca verá pessoas reunidas para consumir cerveja ou outras bebidas alcoólicas que estejam tristes, feios ou sozinhos, não! São imagens que sempre mostram que as pessoas que bebem estão bem acompanhadas, belas mulheres, locais lindos como a praia, baladas, bares, etc. Mostra tudo como se fosse somente bom, prazeroso e encantador. E nisso é vendida a sensação de prazer, de relacionamentos perfeitos, de bem estar, de estar tendo convivência social naturalmente, descontraído. Então se eu bebo consigo me relacionar, consigo me soltar, consigo ser feliz.

Devido à essa massiva campanha de marketing, acabamos por aceitar como cultura coletiva, do inconsciente, onde vamos absorvendo essas informações que vão penetrando no modo como vamos seguindo a vida.

Outra questão que é importante saber que os adolescentes e jovens buscam, inicialmente o uso das drogas pela curiosidade. Esses dias tive a oportunidade de participar de um grupo de discussão e através de palestras conheci o Weliton, e ele me disse algo interessante, “ quando você tem um grupo de amigos, e um destaca-se por ser o mais descolado, mais extrovertido, quando ele chega no grupo, de maneira diferente, os outros começam a perguntar como verdadeiros jornalistas, fazendo uma entrevista:

– E aí, porque você está diferente? O que está acontecendo? O que você fez?”

E assim o amigo acaba oferecendo e compartilhando as drogas ao seu filho porque ele é o mais próximo dele.

Outra questão com a curiosidade, é que o mesmo jovem descolado, ele acaba se desviando, ele vai encarando novos desafios e não tem muito limite. É importante que o adolescente o jovem seja independente mas o fato de desafiar e romper os limites trazem grande riscos de vir a ser um dependente pois a ideia é: “ porque vou usar, não vai acontecer nada comigo” e claro entrar na droga é muito fácil e o difícil depois é sair.

Temos que ter um olhar atento a timidez que observa-se em alguns adolescentes e jovens, pois aquele adolescente que é muito quieto, tem dificuldade de se comunicar, não consegue enturmar-se em algum grupo, então o uso das drogas acaba sendo um motivo para criar e estabelecer essas relações.

Os modelos Familiares influenciam no estilos de seus filhos

Sobre todos esses aspectos que favorecem o uso de drogas, mesmo que tenham diariamente notícias trágicas e terríveis, existe outra relação que não devemos esquecer: os modelos de famílias.

Devemos tratar com cuidado diferenciado a família para que não se sintam culpadas e comecem a se cobrar demais, lembrando que o modelo de família exageradamente estruturado pode trazer algum tipo de alteração no comportamento do adolescente, ou daquele jovem pelo excesso de preocupação, de superproteção resolva dar o seu “grito de liberdade”.

E por outro lado, o modelo de família desestruturado, onde não funcionam os papéis de cada membro da , não se tem as funções básicas de proteção das crianças e dos adolescentes pode proporcionar a busca do uso das drogas devido à sua total liberalidade.

Porque os dois modelos de família, sendo estruturado ou não, vem como referência para nós, desde quando nascemos, somos criados e vamos crescendo trazendo essa referência como modelo para nossas vidas.

E se, em algum deles, o adolescente não conseguir enfrentar os desafios, as situações que está vivendo, acabará por recorrer ao mecanismo do uso das drogas.

E por que devemos tomar cuidado com as famílias que desenvolvem o sentimento de culpa? Porque a desculpa usada (dos diferentes núcleos familiares) para usar a drogas não deve ser motivo para manter o uso da mesma. Nós todos temos dificuldades, pois no nosso amadurecimento enfrentamos desafios, como evolução enquanto pessoa, mas não devemos justificar as coisas erradas que nós vamos fazer por outras situações.

Devemos ter calma e clareza para aprender a separar tudo aquilo que é de nossa responsabilidade e também separar o que é responsabilidade do outro, do nosso filho, e daquilo que ele este escolhendo para a vida. Senão vamos atropelando as situações, não vamos conseguir lidar com aquilo está à nossa frente e facilitaremos a manutenção do uso das drogas.

Na sua vida a problema atingiu sua família? O desespero bateu na porta? Você não consegue tomar atitudes?
Fonte: André Nunes - Psicólogo