terça-feira, 15 de julho de 2014

Adolescentes procuram cada vez mais tratamento contra drogas O número de pacientes jovens atendidos pelo Sistema Único de Saúde aumentou 107% em três anos


Levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde mostra que o número de crianças e adolescentes com idade entre 10 e 18 anos que procuraram tratamento intensivo para tratar o vício em cocaína e crack passou de 179, em 2006, para 371, em 2008, o que representa um crescimento médio anual de 36%.

O envolvimento com esse tipo de drogas tem crescido em todas as classes sociais, e os dados revelam que o consumo de cocaína e crack têm se tornado mais freqüente e intenso.

No tratamento intensivo o paciente é atendido durante um longo período ─ com 22 sessões mensais ─ nos Centros de Atenção Psicossociais. Em alguns casos, há a necessidade de internação. Entre 2006 e 2008, o tratamento intensivo representou 61,4% dos procedimentos pagos pelo SUS. No período foram oferecidos 41.801 procedimentos, sendo que destes, 25.669 foram solicitações para tratamento intensivo.

Nos casos envolvendo crack, nem sempre o vício acontece da forma gradual: primeiro a maconha, depois a busca por drogas cada vez mais fortes, chegando à cocaína e ao crack. Atualmente os jovens dispensam as etapas iniciais e vão diretamente ao crack. De acordo com a psiquiatra e diretora do Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas, Luizemir Lago, “os adolescentes têm utilizado cada vez mais o que eles chamam de \\`petilho\\`, que é a mistura de cigarro com pedras de crack, e antes mesmo que percebam, já são totalmente dependentes”.
É importante que os pais estejam atentos ao comportamento dos filhos. Desinteresse pelas atividades cotidianas, agressividade excessiva e perda de peso são alguns dos principais sintomas.

Desde o início do ano, graças a uma parceria entre a Secretaria de Estado da Saúde e o Hospital Samaritano, está funcionando em Cotia, na Grande São Paulo, a primeira clínica pública de internação para adolescentes dependentes de álcool e drogas.

O projeto denominado Jovem Samaritano oferece 30 leitos para internação e está capacitado para atender anualmente cerca de 120 adolescentes entre 14 e 18 anos. A unidade conta com uma ampla sala de convivência, sala de aula com computadores, quadra poliesportiva, horta para aulas de jardinagem, refeitório e ambulatório.

A Secretaria de Estado de Saúde tem se preocupado não só com o atendimento a adolescentes, mas também com os adultos. No final de março foi inaugurada a primeira clínica pública para adultos dependentes de álcool e outras drogas do Brasil. A unidade ─ instalada em São Bernardo do Campo ─ dispõe de 30 leitos para internação por um período máximo de um mês e foi criada por meio de convênio entre a Secretaria e a Sociedade Assistencial Bandeirantes.

O projeto foi desenvolvido pelo médico Ronaldo Laranjeira, professor titular do Departamento de Psiquiatria da Universidade de São Paulo, que também será responsável pelo trabalho de orientação técnica e terapêutica da clínica.

O objetivo da clínica é oferecer procedimentos de desintoxicação fora do ambiente de enfermaria hospitalar, para onde essas pessoas costumam ser encaminhadas.
fonte: site uol

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