A maioria das pessoas que apresenta este transtorno de comportamento relatam como principal motivação o controle de peso, mas também existe a intenção de potencializar os efeitos do álcool. Em geral, são pessoas que consomem álcool com frequência e de maneira abusiva (comumente praticam BPE*), e acreditam que este uso levará ao ganho de peso. Sendo assim, se também apresentarem medo patológico de ganhar peso, preocupação obsessiva com magreza e alimentação ou distorção da imagem corporal, serão mais propensos ao desenvolvimento de drunkorexia. Vale lembrar que aspectos socioculturais também participam do entendimento do problema, com o culto em larga escala feito a pessoas magras, especialmente mulheres, na sociedade ocidental contemporânea.
A substituição de alimentos por bebidas alcoólicas é bastante perigosa, assim como as outras formas de compensação. Bebidas alcóolicas contêm calorias vazias, isto é, apesar de fornecerem energia, não oferecem nutrientes, e com a dieta inadequada, pode ocorrer uma carência de elementos essenciais ao funcionamento do corpo. Dependendo do caso, podem ocorrer alterações no equilíbrio de elementos básicos do sangue, sem o qual o coração e o cérebro adoecem de forma grave.
O uso abusivo de álcool é associado a muitas consequências negativas, e quando o quadro de drunkorexia acontece, o risco para tais consequências é ainda maior. Portanto, medidas que contribuam para a conscientização das pessoas sobre o problema, além de pesquisas capazes de mensurá-lo, especialmente entre as mulheres, são necessárias para conter e prevenir esta tendência.
*BPE: Padrão definido pela Organização Mundial de Saúde como consumo de 60 ou mais gramas (cerca de 5-6 doses) de álcool puro em uma única ocasião, ao menos uma vez por mês. Uma (1) dose padrão contém aproximadamente de 10 g a 12 g de álcool puro, o equivalente a uma lata de cerveja (330 ml) ou uma dose de destilados (30 ml) ou ainda a uma taça de vinho (100 ml).
Fonte:CISA - Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool
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