quarta-feira, 12 de abril de 2017

Psiquiatra dá 10 dicas para família conversar com jovem sobre álcool


 


Por Arthur Guerra de Andrade

1. Mantenha-se informado sobre o assunto
Para conversar a respeito das consequências do consumo do álcool é importante estar informado sobre os efeitos fisiológicos e psicológicos das bebidas alcoólicas. Estar ciente da ação do álcool no corpo é essencial para explicar que os efeitos dessa substância dependem de fatores como a quantidade de bebida ingerida, velocidade com que a pessoa bebe, gênero, idade, peso, entre outros fatores.

2. Fortaleça o vínculo
A melhor maneira de apoiar seus filhos é estar atento, ser carinhoso e demonstrar afeto. Promova atividades em família, como por exemplo, ver filmes, fazer as refeições juntos, praticar esportes, ir ao parque, etc. Conheça os assuntos que eles têm interesse, assim vocês terão assuntos em comum. Jovens que recebem apoio familiar têm uma propensão menor para desenvolver o hábito de consumir álcool. A supervisão adequada é chave para uma boa educação, principalmente no que se refere ao consumo de álcool. Somente lembre-se de confiar em seus filhos. Eles sentem que os pais estão presentes, mesmo quando não estão por perto.

3. Converse com seus filhos sobre álcool
As crianças pensam sobre as coisas muito mais cedo do que imaginamos. Crianças de 6 anos já sabem quais são os comportamentos socialmente aceitos quando o assunto é o consumo de álcool. Portanto nunca é cedo demais para começar a falar sobre este tema. Não tenha medo de conversar com seus filhos com clareza e com franqueza. Certifique-se de que todos estão sendo ouvidos e que as opiniões dos dois lados estão sendo respeitadas. Converse também sobre as consequências de beber no trabalho, na escola, enquanto pratica esportes ou dirige.

4. Informe sobre as consequências do uso de álcool
Ao conversar com seus filhos sobre álcool, é importante mencionar as consequências do consumo nocivo, para que ele possa evitar:
• Fazer coisas das quais se arrependerá mais tarde,
• Perder o autocontrole;
• Tornar-se violento com as pessoas com quem convive;
• Sofrer violência;
• Esquecer-se do que aconteceu;
• Causar acidentes de trânsito;
• Contrair doenças graves;
• Faltar às aulas e/ou emprego.

5. Observe o comportamento de seus filhos
Mesmo que você seja uma mãe ou pai atento, muitas vezes não é fácil saber se seu filho tem um problema relacionado ao uso de álcool, ou se é um problema de comportamento típico da puberdade. É importante estar atento a alguns sinais:
• oscilações bruscas de comportamento sem razão aparente;
• ficar durante muito tempo sozinho ou fechado no quarto;
• falta de assiduidade na escola, notas baixas;
• relutância em apresentar novos amigos aos pais;
• aparência desleixada, falta de envolvimento em atividades que sempre o interessaram;

Apesar destes comportamentos serem muitas vezes próprios da adolescência, é preciso estar atento, principalmente se são observados muitos ao mesmo tempo em um curto espaço de tempo, e de curso progressivo.
Há outros sinais que são mais críticos:
• encontrar álcool no quarto ou na mochila do seu filho;
• sentir cheiro de álcool proveniente da sua respiração;
• lapsos de memória, dificuldade de concentração;
• olhos vermelhos, falta de coordenação motora e/ou fala arrastada.

6. Conheça os amigos dos seus filhos
Conheça os amigos dos seus filhos e os pais deles. Procure sempre saber onde seus filhos estão e com quem, o que estão fazendo e como estão se comportando. Mesmo que seja muito ocupado, arranje tempo para falar com seus filhos e diga que estará disponível caso necessitem de alguma coisa. Você deve garantir abertura e confiança entre vocês. Seja o que for, não faça comentários de desaprovação em relação aos amigos dos seus filhos e não os julgue antes de conhecê-los. Encoraje seus filhos a sair com pessoas cujos pais partilham da sua opinião em relação ao consumo de álcool.

7. Ouça seus filhos
Esteja aberto para ouvir seus filhos. A opinião deles também é importante. Isso estreita a relação entre vocês e aumenta o ambiente de proteção. Se deseja que eles respeitem seu ponto de vista, também escute e reflita sobre os deles. Mesmo em situações em que as regras estabelecidas forem desrespeitadas, como, por exemplo, se seus filhos consumirem álcool, ouça o que eles têm a dizer sobre isso. Tente perceber o que se passou e qual foi o contexto. Talvez tenham sido pressionados pelo grupo de amigos. Aproveite a oportunidade para conversar sobre as consequências do álcool e possíveis prejuízos associados ao seu uso. Seja firme, mas amável.

8. Evite sermões e tom autoritário
Mesmo que você esteja zangado, tente manter a calma quando falar com seus filhos. Lembre-se que, se você for muito autoritário e controlador, poderá provocar rebeldia e comportamento agressivo, e a conversa pode ter um efeito negativo. Levantar o tom de voz não ajuda, e dificulta a comunicação entre vocês.

9. Estabeleça regras e limites
É aconselhável que os pais se posicionem de maneira clara e firme em relação ao assunto, além de estabelecerem regras específicas e as possíveis punições, caso sejam desrespeitadas. Explicar as razões da sua decisão é uma forma de ajudar o seu filho a desenvolver a própria capacidade de tomar decisões com base em informações.

10. Dê o exemplo
Crianças e adolescentes imitam o comportamento daqueles que amam e admiram, especialmente os pais. Nesse sentido, é correto afirmar que seus filhos poderão imitar seus hábitos no futuro e consumir bebidas alcoólicas da mesma forma que você. Por isso, se você beber, faça-o moderadamente. A sua atitude servirá de exemplo, por isso, tenha atitudes condizentes com o que você fala.
Fonte:CISA - Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool 

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