Álcool e energéticos: uma mistura arriscada
Os energéticos são comercializados com esse nome por apresentar ingredientes como cafeína, taurina, vitaminas, suplementos de ervas e açúcar ou adoçantes, substâncias utilizadas para melhorar a energia, a resistência, o desempenho físico e a concentração. Muitos desses ingredientes ajudam a disfarçar o sabor do etanol das bebidas alcoólicas, fazendo com que a combinação pareça mais doce e palatável e assim contribuindo para o aumento do consumo de álcool.
Além disso, a cafeína aumenta a euforia causada pela bebida e reduz a sensação subjetiva de embriaguez, fazendo a pessoa sentir e pensar que está “menos alcoolizada” do que verdadeiramente está; no entanto, essa mistura não reduz o efeito real do álcool. Apesar de se acreditar que a cafeína presente nos energéticos seja a principal responsável por esses efeitos, ainda são necessários mais estudos para confirmar e entender melhor essa relação. Atualmente não são oferecidas comercialmente bebidas alcóolicas contendo cafeína nos Estados Unidos em virtude de um acordo voluntário entre a indústria de bebidas e a agência sanitária americana (The US Food and Drug Administration - FDA) por não estar claro ainda se a cafeína misturada ao álcool pode oferecer riscos ao consumidor, principalmente levando-o a subestimar seu uso e assim beber mais do que pretendia.
Um artigo de revisão sobre os riscos da mistura de álcool e bebidas energéticas, publicado em 2014, indicou que essa prática é comum em todo o mundo, particularmente entre menores de idade e adultos jovens e está associada a taxas elevadas de consumo excessivo de álcool, a dirigir alcoolizado e a comportamento sexual de risco, além de maiores riscos de desenvolver dependência. Estas observações sugerem que a combinação entre álcool e energéticos é mais arriscada que o consumo do álcool sozinho; portanto, seu uso pode gerar preocupações com a saúde e segurança mesmo em um único episódio e, se este padrão for frequentemente repetido, aumenta-se a probabilidade de ocorrência de problemas relacionados ao consumo de álcool.
No Brasil, também foi verificado que os universitários são bastante expostos a esse tipo de consumo. De acordo com o “I Levantamento Nacional sobre o Uso de Álcool, Tabaco e Outras Drogas entre Universitários das 27 Capitais Brasileiras”, a bebida energética é a substância mais frequentemente associada ao álcool: entre os universitários que descreveram uso de bebidas alcóolicas com outras substâncias simultaneamente, 74,3% relataram uso dessa mistura na vida, 53% uso nos últimos 12 meses e 36% uso nos últimos 30 dias.
Entre os universitários que admitiram uso combinado de energéticos e bebidas alcoólicas nos últimos 30 dias, quase 90% relataram o consumo em 1 a 10 dias (média de 2 dias) nos últimos 30 dias (Tabela 1), dos quais 5% consumiu esta combinação diariamente ou em uma frequência de 2 a 3 vezes por semana.
Tabela 1: Frequência de uso da combinação de bebidas alcóolicas e energéticos nos últimos 30 dias (2010).
Fonte: Site Antidrogas.com.br
Fumar maconha várias vezes ao dia durante anos pode danificar a química do cérebro responsável pela sensação de prazer, segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos com a Universidade Harvard.
A pesquisa foi divulgada recentemente na revista "Proceedings", da Academia Nacional de Ciências dos EUA.
Cientistas descobriram que o cérebro dos que abusam da maconha reage menos à dopamina, substância química liberada pelo cérebro, que causa a sensação de bem estar. A dopamina é ativada geralmente durante a alimentação, no sexo ou durante o uso de drogas.
A descoberta foi feita depois que a equipe de pesquisadores analisou a produção de dopamina no cérebro de 48 pessoas, 24 delas que haviam fumado pelo menos cinco cigarros de maconha por dia, cinco dias por semana, por 10 anos; e outras 24 sem esse histórico (grupo controle).
A cada um deles foi dado uma dose de metilfenidato, mais conhecido como Ritalina, remédio que aumenta a liberação de dopamina.
Imagens do cérebro das 48 pessoas revelaram que todas produziram mais dopamina após tomar a droga, como era esperado. Mas, enquanto os integrantes do grupo controle tiveram aumento da pressão e das batidas cardíacas e se sentiram mais eufóricos, os usuários frequentes de maconha não apresentaram essas alterações.
A falta de uma resposta física sugere que os usuários frequentes de maconha podem ter seu circuito de recompensa no cérebro danificado pelo uso da droga, segundo Nora Volkow, diretora do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas, do Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA, e autora do estudo.
A pesquisa não indicou que os usuários frequentes de maconha produzem menos dopamina, mas passam a ter menos a sensação que ela induz, como se o uso da droga alterasse seu mecanismo. Os pesquisadores só não conseguiram descobrir porquê isso acontece.
"Não ser capaz de destrinchar causa e efeito é uma limitação em um estudo como este, diz Volkow.
Fonte : UNIAD