segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Só por hoje 28-01...


Meditação do Dia

Segunda, 28 de Janeiro de 2013


Um adicto "comum"
"Seja qual for o nosso tempo limpo, nunca recuperamos totalmente. " Texto Básico, p. 94

Depois de estarmos há algum tempo no programa, alguns de nós começam a pensar que estão curados. Já aprendemos tudo o que NA tem para nos ensinar; começamos a sentir-nos aborrecidos com as reuniões; e o nosso padrinho ou madrinha continua a repetir o velho refrão: "Os passos - os passos - os passos!" Decidimos que está na altura de arrancar com as nossas vidas, de ir a muito menos reuniões, e de tentar compensar todos os anos que perdemos com a adicção activa. Fazemos isso, todavia, colocando em perigo a nossa recuperação. Aqueles de nós, que recaíram depois de episódios semelhantes, costumam tentar ir a quantas reuniões puderem - alguns de nós vão a uma reunião por dia durante vários anos. Poderá levar-nos esse tempo todo a compreender que seremos sempre adictos. Talvez nos sintamos bem num dia e mal no outro, mas somos adictos todos os dias. Em qualquer altura estamos sujeitos à ilusão, à negação, à racionalização, à justificação, à insanidade - todos os traços da forma de pensar de um adicto. Se queremos continuar a viver e a gozar a vida sem o uso de drogas, devemos praticar todos os dias um programa activo de recuperação.

Só por hoje: Eu sou um adicto todos os dias, mas hoje tenho a escolha de ser um adicto em recuperação. Vou fazer essa escolha ao praticar o meu programa.
 Do livro: Só por hoje (pg.28)Copyright c 2000by
 
 

. A PRÁTICA DA ORAÇÃO DA SERENIDADE

  Trecho do livro: VIVER SÓBRIO


. A PRÁTICA DA ORAÇÃO DA SERENIDADE

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Nas paredes de milhares de salas de reuniões de A.A., pode-se ver em pelo
menos cinco idiomas, a seguinte invocação:

"Concedei-nos Senhor, a serenidade necessária.
Para aceitar as coisas que não podemos modificar,
Coragem para modificar aquelas que podemos,
E sabedoria para distinguir uma das outras."

Não foi o A.A. que a criou. Diferentes versões têm sido empregadas através
dos séculos por várias crenças, e esta é de uso corrente hoje em dia tanto
fora do A.A. como dentro da irmandade. Quer pertençamos a esta ou àquela
igreja, quer sejamos humanistas, agnósticos ou ateus, a maioria de nós
achou nestas palavras um guia maravilhoso para alcançar a sobriedade,
continuar sóbrio e desfrutar de uma vivência sóbria. Quer consideremos a
Oração da Serenidade uma verdadeira prece ou apenas um desejo fervoroso,
ela oferece uma receita simples para uma vida emocional saudável.

Pusemos uma coisa no alto da lista das coisas “que não podemos modificar”;
nosso alcoolismo. Independentemente do que façamos, sabemos que amanhã não
deixaremos, de repente, de ser alcoólicos, como não teremos menos 10 anos
de idade ou mais 15 centímetros de altura.

Não pudemos mudar nosso alcoolismo. Mas não dizemos docilmente: “Esta bem,
sou um alcoólico. Acho que tenho de beber até morrer”. Havia alguma coisa
que podíamos mudar. Não tínhamos de ser bêbados. Podíamos vir a ser
sóbrios.

Certamente isso exigia coragem. E foi necessário um lampejo de sabedoria
para ver que isso era possível, que podíamos ser outros.

Para nós este foi o primeiro e o mais óbvio emprego da Oração da serenidade.

Quanto mais nos distanciamos do último gole, mais bonitas e mais
carregadas de sentido estas poucas linhas se tornaram. Podemos aplicá-las
a todas as situações cotidianas das quais costumávamos fugir direto para a
garrafa.

Tomemos um exemplo: “Odeio o meu trabalho. Tenho de ficar nele ou posso
deixá-lo?” Entra em cena um pouco de sabedoria. “Bem, se eu sair desta
firma, as próximas semanas ou os próximos meses poderão ser difíceis,
porém acabarei num lugar melhor”.

Mas a resposta pode ser: “Enfrentemos a verdade. Os tempos não estão para
procurar emprego, tendo uma família para sustentar. Além disso, estou
sóbrio há seis semanas apenas, e meus amigos do A.A. dizem que é melhor
não começar a fazer mudanças drásticas ainda – devo, é melhor,
concentrar-me em não tomar o primeiro gole e esperar até que minha mente
se abra. Ora bem, não posso mudar de serviço agora mesmo. Mas talvez possa
mudar minha atitude.

Vejamos: Como posso aprender a aceitar serenamente o emprego?”

Essa palavra “serenidade” parecia quase um objetivo impossível na primeira
vez que vimos a oração. De fato, se serenidade significasse apatia, amarga
resignação ou resistência impossível, então nem iríamos tentar atingi-la.

Descobrimos, porém, que não significava isso. Quando a vemos agora, é mais
como plena aceitação, uma maneira nítida e realista de ver o mundo,
acompanhada de paz e força interior. A serenidade é como um giroscópio que
nos permite conservar o equilíbrio, a despeito da turbulência que nos
assalta. É um estado de espírito que vale a pena buscar.
**

( Livro- Viver Sóbrio )

Força, Fé e Esperança,

Clayton  Bernardes

Como Funciona o Ego.....


Como Funciona o Ego

"Façamos a experiência dizendo em voz alta: - eu não posso beber e - eu não
quero beber! Qual das duas frases tem mais força?"

Ouço com frequência vários companheiros dizerem "eu não posso beber". Não
seria mais interessante dizer "eu não quero beber"?

Façam uma experiência: pronunciem essas duas frases em voz alta; deixem-nas
ecoar na mente e percebam quanto a segunda é mais forte; como ela transmite
certeza, convicção, positivismo, enquanto a primeira deixa transparecer uma
certa dúvida, um quê de incerteza.

Além disso, "eu não quero beber" sugere decisão consciente e firme por parte
de quem emite a frase, ao passo que "eu não posso beber" pode fazer pensar
em uma atitude de fora para dentro, uma decisão que uma pessoa toma por
outra.

Buscando apoio para essa distinção que faço entre querer e poder, procurei
auxílio no dicionário e lá descobri que querer, dentre outras coisas, é "ter
ou manifestar vontade firme e decidida" e que poder é, dentre outras coisas,
"ter força, ou energia, ou calma ou paciência para".

Se analisarmos  atentamente as duas definições, veremos que a primeira, a
priori, não permite falhas nem vacilo, pois parte de um desejo firme e
honesto, o qual, aplicado a nós, se traduz num desejo firme e honesto de não
ingerirmos bebidas alcoólicas. Já a segundo amostra um estado e/ou virtudes
que podem, em determinados momentos de nossa vida, falhar,
constrangendo-nos, fazendo-nos duvidar ou vacilar diante de nossa escolha
inicial. Essa pequena discussão pode parecer inoportuna ou sem propósito,
mas quero lembrar-lhes que, segundo alguns autores (opinião, diga-se de
passagem, compartilhadas por mim), a palavra possui um grande poder, sendo
capaz de derrubar ou erguer qualquer inpíduo.

Partindo dessa premissa e da definição de querer, quando digo "eu não
quero", estou fortalecendo em mim uma ideia que, para a grande maioria de
nós, foi construída sobre uma base de muito sofrimento, tanto pessoal quanto
daqueles que se encontram ou se encontravam conosco.

Para nós, alcoólatras em recuperação, esta vida de abstinência e de busca de
sobriedade é uma construção que se realiza a cada período de 24 horas em que
nos mantemos sóbrios. Sendo uma construção, tem como pedra fundamental a
admissão e a aceitação da nossa impotência perante o álcool.

Quando iniciamos nossa caminhada, é compreensível que utilizemos o verbo
poder, pois ainda temos a nos sondar a mente algumas incertezas e medo que
nos conduzem a duvidar do nosso sucesso na empreitada iniciada.

No decorrer das 24 horas, porém, fortalecemos o nosso ideal, retiramos das
nossas reuniões os materiais de que necessitamos para erguer uma sólida
construção e, então, passamos a utilizar o verbo querer, que traz em si,
como já foi dito, uma fonte de convicção de que conseguimos e de que
conseguiremos vencer este obstáculo, o Alcoolismo.

Responder a alguém que nos pergunta se queremos ou não beber com "não posso"
ou "não quero" dependerá da circunstância, do momento, porém, em minha
opinião, ao dizermos "não quero", estamos afirmando, sem sombra de dúvida,
ao nosso interpelador e a nós mesmos que estamos convictos, da nossa
posição.

(Revista Vivência nº 97,)Fonte: JUNAAB.

Força, Fé e Esperança,

Clayton Bernardes.

Reflexão do dia 28-01...


Reflexão do dia 28 de Janeiro

o tesouro passado

Mostrar aos outros que ainda sofrem, como fomos ajudados, é justamente o que hoje nos faz sentir o valor de nossas vidas. Apegue-se a este pensamento; nas mãos de Deus o passado escuro é a maior riqueza, é a chave para a vida e a alegria dos outros. Com ele você poderá evitar-lhes a morte e a miséria.

ALCOÓLICOS ANÔNIMOS PG. 141

Que dádiva é para eu perceber que todos aqueles anos que pareciam perdidos não foram desperdiçados. As mais degradantes e humilhantes experiências mostram-se como as mais poderosas ferramentas para ajudar outros a se recuperar. Conhecendo as profundezas da vergonha e do desespero, posso alcança-los com uma mão amável e compassível, bem como saber que a graça de Deus está disponível para mim.

 

Do livro: Reflexões diárias (pg.28)

Força, Fé e Esperança,

Clayton Bernardes

domingo, 27 de janeiro de 2013

Como nasceu N.A., breve história...

Segue a breve história de como surgiu a irmandade Narcóticos Anônimos no mundo:


 

Narcóticos Anônimos derivou do movimento de Alcoólicos Anônimos no final dos anos 40, com suas primeiras reuniões na área da cidade de Los Angeles, Califórnia, EUA, no início dos anos 50. Por muitos anos, a associação cresceu vagarosamente, espalhando-se de Los Angeles para outras grandes cidades norte-americanas e para a Austrália no final dos anos 70. Uma assembléia de representantes locais foi estabelecida pela primeira vez em 1978. Em 1983 Narcóticos Anônimos publicou seu auto-intitulado Texto Básico e as taxas de crescimento, desde então, subiram vertiginosamente. Grupos se formaram rapidamente no Brasil, Colômbia, Alemanha, Índia, Republica da Irlanda, Japão, Nova Zelândia e Reino Unido. Nos três anos seguintes à publicação do livro básico de NA, o número de grupos de Narcóticos Anônimos quase triplicou. Hoje, Narcóticos Anônimos está razoavelmente bem estabelecido em toda Europa Ocidental, nas Américas, Austrália e Nova Zelândia com grupos e comunidades de NA recentemente formadas espalhando-se através do Paquistão, Sri Lanka, Afeganistão e Bangladesh, África, Sudeste da Ásia, Oriente Médio e Europa Oriental.

O primeiro grupo de Narcóticos Anônimos no Brasil estabeleceu-se em 1985, no Rio de Janeiro. Existiam, porém, desde 1976, grupos com o mesmo propósito e que utilizavam a literatura de NA em suas reuniões. Em 1990, estes grupos uniram-se à irmandade mundial de NA. Existem, hoje, no Brasil, mais de 700 reuniões semanais e cada vez mais os grupos de Narcóticos Anônimos se espalham pelo território nacional.
Fonte:Site NAsp.

Força, Fé e Esperança,
Clayton Bernardes

Na opinião do Bill.....


NA OPINIÃO DO
BILL 330

Para crescer

Aqueles anseios da
adolescência que tantos de nós tivemos, para obter completa aprovação, absoluta
segurança e perfeito romance – anseios perfeitamente próprios da idade de dezessete
anos – são impossíveis de ser aceitos como um modo de vida aos quarenta e sete
ou cinqüenta e sete anos.

Desde o começo de A.A.,
levei tremendas surras em todas essas áreas, pelo fato de ter deixado de
crescer emocional e espiritualmente.

***

À medida que crescemos espiritualmente, descobrimos
que nossas antigas atitudes, com relação a nossos impulsos instintivos,
precisam passar por rigorosa revisão. Nossas necessidades de segurança
emocional e material, prestígio pessoal e poder, todas estas têm que ser
moderadas e reorientadas. Aprendemos que a plena satisfação dessas necessidades
não pode ser a única finalidade de nossa vida. Não podemos colocar a carroça
diante dos bois; seremos arrastados para a desilusão. Mas quando estamos
dispostos a colocar o crescimento espiritual em primeiro lugar – então e
somente então teremos uma verdadeira chance de crescer no conhecimento saudável
e no amor pleno.

1 – Grapevine de janeiro de 1958

2 – Os Doze Passos, pág. 102
Força, Fé e Esperança,
Clayton Bernardes

A dependência começa no berço....


A DEPENDÊNCIA COMEÇA NO BERÇO
O crescente consumo de drogas (e suas terríveis consequências) tornou-se um dos problemas mais graves da nossa civilização contemporânea. A cada dia que passa, aumenta assustadoramente o número de pessoas que delas se tornam dependentes e que são por elas lentamente destruídas.

A palavra "drogas" desencadeia uma infinidade de associações, além de englobar uma enorme classe de produtos capazes de alterar o estado de consciência e de provocar dependência física e psíquica naqueles que dela se utilizam.

Muitos são os fatores que levam à dependência, fatores culturais onde o indivíduo é valorizado pelo que tem e não pelo que é, pois vivemos numa cultura capitalista, consumista, onde o "descartável" se faz presente. No dia a dia, tudo se torna descartável: as relações, os compromissos, há uma ausência de responsabilidades. O caráter está deteriorado. E aí vem a responsabilidade da grande formadora ou deformadora das personalidades: a família.

Certos valores são desenvolvidos na família e, se isso não acontecer, ficará o vazio daquilo que não foi desenvolvido (vazio que poderá ser preenchido com a droga).

Sabemos o valor do carinho e do afeto para o desenvolvimento de uma personalidade saudável, integrada. Mas o valor do "não", dos limites tem a mesma importância do afeto. Quando os pais não têm com os filhos uma relação afetiva adequada, onde falta a presença, não só física, mas de entrega para esta relação sagrada e essencial, onde o filho não se sente amado de forma incondicional, sendo do jeito que é, compromete-se o desenvolvimento da autoestima. Sem a autoestima haverá um indivíduo inseguro, muitas vezes complexado (se diz tímido), que pode precisar de uma substância que lhe dê uma certa "coragem", segurança, bom humor, etc.

Este é o dependente em potencial. Então acredito que na família que está a possibilidade de se desenvolver uma personalidade sadia, integrada onde as pessoas consigam se compreender e se aceitar com suas capacidades e limitações, sem precisar de nenhuma substância que lhe altere o humor, que lhe dê uma falsa coragem e segurança, que se auto afirmem naquilo que são.

MIRIAM MAION CODARIN

Psicóloga e Diretora da SAPIENS VITA.
 
fonte: Portal contra as drogas.
 
Força, Fé e Esperança,
Clayton Bernardes