segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

. A PRÁTICA DA ORAÇÃO DA SERENIDADE

  Trecho do livro: VIVER SÓBRIO


. A PRÁTICA DA ORAÇÃO DA SERENIDADE

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Nas paredes de milhares de salas de reuniões de A.A., pode-se ver em pelo
menos cinco idiomas, a seguinte invocação:

"Concedei-nos Senhor, a serenidade necessária.
Para aceitar as coisas que não podemos modificar,
Coragem para modificar aquelas que podemos,
E sabedoria para distinguir uma das outras."

Não foi o A.A. que a criou. Diferentes versões têm sido empregadas através
dos séculos por várias crenças, e esta é de uso corrente hoje em dia tanto
fora do A.A. como dentro da irmandade. Quer pertençamos a esta ou àquela
igreja, quer sejamos humanistas, agnósticos ou ateus, a maioria de nós
achou nestas palavras um guia maravilhoso para alcançar a sobriedade,
continuar sóbrio e desfrutar de uma vivência sóbria. Quer consideremos a
Oração da Serenidade uma verdadeira prece ou apenas um desejo fervoroso,
ela oferece uma receita simples para uma vida emocional saudável.

Pusemos uma coisa no alto da lista das coisas “que não podemos modificar”;
nosso alcoolismo. Independentemente do que façamos, sabemos que amanhã não
deixaremos, de repente, de ser alcoólicos, como não teremos menos 10 anos
de idade ou mais 15 centímetros de altura.

Não pudemos mudar nosso alcoolismo. Mas não dizemos docilmente: “Esta bem,
sou um alcoólico. Acho que tenho de beber até morrer”. Havia alguma coisa
que podíamos mudar. Não tínhamos de ser bêbados. Podíamos vir a ser
sóbrios.

Certamente isso exigia coragem. E foi necessário um lampejo de sabedoria
para ver que isso era possível, que podíamos ser outros.

Para nós este foi o primeiro e o mais óbvio emprego da Oração da serenidade.

Quanto mais nos distanciamos do último gole, mais bonitas e mais
carregadas de sentido estas poucas linhas se tornaram. Podemos aplicá-las
a todas as situações cotidianas das quais costumávamos fugir direto para a
garrafa.

Tomemos um exemplo: “Odeio o meu trabalho. Tenho de ficar nele ou posso
deixá-lo?” Entra em cena um pouco de sabedoria. “Bem, se eu sair desta
firma, as próximas semanas ou os próximos meses poderão ser difíceis,
porém acabarei num lugar melhor”.

Mas a resposta pode ser: “Enfrentemos a verdade. Os tempos não estão para
procurar emprego, tendo uma família para sustentar. Além disso, estou
sóbrio há seis semanas apenas, e meus amigos do A.A. dizem que é melhor
não começar a fazer mudanças drásticas ainda – devo, é melhor,
concentrar-me em não tomar o primeiro gole e esperar até que minha mente
se abra. Ora bem, não posso mudar de serviço agora mesmo. Mas talvez possa
mudar minha atitude.

Vejamos: Como posso aprender a aceitar serenamente o emprego?”

Essa palavra “serenidade” parecia quase um objetivo impossível na primeira
vez que vimos a oração. De fato, se serenidade significasse apatia, amarga
resignação ou resistência impossível, então nem iríamos tentar atingi-la.

Descobrimos, porém, que não significava isso. Quando a vemos agora, é mais
como plena aceitação, uma maneira nítida e realista de ver o mundo,
acompanhada de paz e força interior. A serenidade é como um giroscópio que
nos permite conservar o equilíbrio, a despeito da turbulência que nos
assalta. É um estado de espírito que vale a pena buscar.
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( Livro- Viver Sóbrio )

Força, Fé e Esperança,

Clayton  Bernardes

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