domingo, 28 de maio de 2017

Campanha lança alerta sobre Síndrome Alcoólica Fetal


 


Médicos condenam o uso de bebidas alcoólicas por gestantes.
Bebês podem sofrer danos irreversíveis
como retardo mental e anomalias congênitas
Ana Nascimento/MDS/Portal Brasil

Debora Brito - Repórter da Agência Brasil
O Brasil não tem estatísticas oficiais, nem programa de prevenção específico sobre a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), doença que atinge bebês de mulheres que ingeriram bebidas alcoólicas durante a gravidez.

O alerta é da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Ela está lançando este mês uma ferramenta para ampliar a conscientização das mães e profissionais da saúde sobre os danos da ingestão de álcool durante a gravidez para os bebês. Os pediatras destacam que a doença não tem cura e pode trazer danos irreversíveis para as crianças, como retardo mental e anomalias congênitas.

A plataforma pode ser acessada no site da SBP, onde estão informações gerais sobre a doença e orientações de prevenção e tratamento para mulheres e pediatras. O objetivo, segundo entidade, é aumentar a repercussão da campanha nacional #GravidezSemAlcool e reduzir a ocorrência de novos casos da Síndrome.

Segundo o Ministério da Saúde, a prevalência de Síndrome no Brasil já foi estimada em 1 a cada 1.000 nascidos vivos, índice menor que o registrado em termos mundias (3 em cada mil). Em nota, o ministério reconhece, no entanto, que a estimativa nacional pode estar subestimada, “considerando a dificuldade de diagnóstico, a não obrigatoriedade da notificação e a tendência crescente de consumo de bebidas alcoólicas pelas mulheres e seu consumo significativo pelas gestantes no Brasil”.

O ministério e a SBP destacam um estudo feito em 2008 em uma maternidade pública de São Paulo, em que duas mil mulheres no período pós-parto foram ouvidas. A pesquisa apontou que a incidência do risco de desordens de neurodesenvolvimento relacionados ao álcool chega a 34,1 bebês a cada mil nascidos vivos.

O estudo revela ainda que mais de 70% das mulheres pesquisadas relataram que a ingestão ocorreu sem o conhecimento do estado de gravidez. A nota traz também a informação de que outros estudos locais realizados em São Paulo e no Rio de Janeiro apontam que 33% a 40% das gestantes consomem bebida alcoólica em algum período da gestação, sendo que 10% a 21% o fazem durante toda a gravidez.

O Ministério da Saúde ressalta ainda que “diferentes levantamentos nacionais apontam uma preocupante tendência de aumento do consumo de álcool por mulheres em idade fértil (10 a 49 anos)”. Entre os dados está a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), que, nas últimas edições, mostrou que o consumo de bebida alcoólica entre adolescentes (13 a 17 anos) pode ser até 13% maior entre as meninas do que entre os meninos da mesma idade.

Para os pediatras, a ausência de dados afeta o conhecimento sobre o problema e na formulação de políticas públicas de prevenção ao problema.

“Não há qualquer programa oficial para prevenção dos efeitos do álcool no recém-nascido. No Brasil, as ações do governo focam na prevenção ao consumo das drogas e do álcool, mas, de forma geral, a Síndrome Alcoólica Fetal não é combatida. Nem sequer se sabe o número de afetados que existem no país. Há um déficit de comunicação sobre o assunto e a ausência de prevenção faz com que esse problema, que existe há décadas, se torne sem solução”, disse Luciana Silva, presidente da SBP.

Perfil das mães

Apesar da falta de dados oficiais, os médicos apontam, que o perfil das mães que dão à luz crianças com a síndrome segue um mesmo padrão. “Geralmente, a gestante alcoolista tem um baixo padrão socioeconômico e educacional, seu estado nutricional é comprometido, ela é afetivamente carente e deprimida, sua gravidez não é desejada e o companheiro também é dependente do álcool”, explicou Luciana Silva.

O obstetra Olímpio Moraes, que trabalha em uma das maiores maternidades públicas de Recife, explica que a subnutrição potencializa os efeitos do álcool e acrescenta que os casos são mais frequentes em mulheres alcoolistas e que fazem associação do álcool com outras drogas. O médico sugere que a síndrome pode ser melhor prevenida se houver fortalecimento das ações de planejamento familiar, que podem evitar a ocorrência de gestações indesejadas.

“A recomendação é que as mulheres que usam álcool procurem um método contraceptivo de longa duração, como o DIU (Dispositivo Intrauterino que, colocado no útero, evita a gravidez) ou a laqueadura para não acontecer uma gravidez indesejada. E quando ela quiser engravidar, tem que tratar o alcoolismo e utilizar o ácido fólico mais ou menos 12 semanas antes para prevenção de anomalias e doenças neurológicas, como anencefalia. Então, o ideal é só deixar de usar o método contraceptivo quando já não estiver bebendo e, quando grávida, fazer pré-natal adequado”, recomendou Moraes, que também é diretor da Federação Brasileira das Associações de Obstetrícia e Ginecologia (Febrasgo).

Nível de consumo

Os médicos alertam que um simples gole de bebida alcoólica pode atingir o bebê. Por outro lado, esclarecem que nem todos as crianças que foram expostas ao álcool durante a gestação desenvolvem a síndrome.

Segundo estudo citado pela campanha, estima-se que, das mulheres que usarem álcool na gravidez, de 30 a 50% delas terão filhos com alterações clínicas do desenvolvimento.

Para a SBP e outras entidades que estão envolvidas na campanha, diante do risco e do desconhecimento de níveis seguros de consumo de álcool durante a gestação, a recomendação é que a mulher interrompa imediatamente a ingestão de álcool assim que a gravidez é constatada.

“Não se conhece até hoje nenhum nível de álcool no sangue materno abaixo do qual as malformações deixem de ocorrer. Portanto, tolerância zero para ingestão de bebida alcoólica durante a gravidez é a principal recomendação dos médicos. E os profissionais de saúde devem procurar estudar o assunto para orientar as mães. Este é um alerta continuo e ilimitado”, afirmou a pediatra Conceição Segre, coordenadora da campanha nacional.

“O ideal é não beber, porque a gente não tem esse nível de segurança. Claro que, com uma pequena ingestão uma vez ou outra, a possibilidade de causar algum mal é muito pequena, mas a gente não tem um nível de segurança, então deve-se evitar ao máximo. Quem está amamentando não deve beber, porque o álcool passa para o leite”, reforçou o obstetra Olímpio Moraes.

Diagnóstico

A presidente da SBP, Luciana Silva, ressalta que os danos da doença não podem ser totalmente revertidos, apenas amenizados. O tratamento ocorre por meio de suporte médico, aliado a acompanhamento social e psicológico.

Segundo os especialistas, o bebê é atingido quando o álcool, presente na corrente sanguínea da mulher, atravessa a placenta e fica armazenado no líquido amniótico, que envolvem o feto na barriga da mãe. Uma vez em contato com o cérebro do bebê, que ainda está em formação, o álcool passa por um processo mais lento de metabolismo e não é eliminado facilmente, o que deixa o bebê mais exposto aos seus efeitos.

Os médicos explicam ainda que o diagnóstico da síndrome é feito com mais precisão depois do nascimento da criança, quando podem ser observadas malformações na face e outros defeitos físicos decorrentes da síndrome, como a microcefalia.

O retardo no crescimento (no útero e também depois do nascimento), problemas cardíacos, disfunções na memória e na capacidade de aprendizagem, além de dificuldades de relacionamento e outras alterações comportamentais também são apontados pelos especialistas como indícios tardios da doença.

“A certeza mesmo [do diagnóstico] só depois do nascimento. Quando o caso é grave, algumas malformações podem ser vistas no ultrassom, mas a maior parte [das sequelas] não é possível diagnosticar no ultrassom, só no nascimento e no desenvolvimento da criança, desenvolvimento cognitivo e motor”, explica o obstetra Olímpio Moraes.

O material da campanha alerta ainda que mais da metade das crianças que desenvolvem a doença, quando adultos, são confinadas em instituições de tratamento de doenças mentais, com problemas com a lei e mais chances de se tornarem dependentes de álcool e drogas. Mais de 80% não conseguem se manter no emprego, nem viver de forma independente.

Edição: Kleber Sampaio
Fonte: Agencia Brasil


O poder destrutivo da empresa do tráfico


 


As famílias no mundo inteiro e principalmente no Brasil estão cada vez mais preocupadas com o uso de drogas em suas casas e aquelas que vivem esse problema na sua realidade estão desesperadas e buscam diversos caminhos de ajuda.

O Relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), 2016, calcula no seu último relatório mundial de uso de drogas que cerca de 5% da população adulta, ou 250 milhões de pessoas entre 15 e 64 anos, usou pelo menos algum tipo de droga em 2014, isso quer dizer que uma a cada 20 pessoas entre 15 e 64 anos fez uso de entorpecentes.

E ainda se perguntam por que seus filhos entram no caminho das drogas, com tantas informações, com melhor forma de diálogo e porque existem tantos adolescentes e jovens que as experimentam?

As drogas fazem parte de nossa história, sempre existe algo que nos distrai e nos torna mais relaxados para lidarmos com as situações do dia a dia. Adolescentes experimentam e usam drogas por curiosidade, além de se adequarem ao grupo com o qual convivem e do desafio de encarar o novo.

Culturalmente somos incentivados a beber muito cedo: nas festas de família, nos encontros de finais de semanas, no happy hour; as propagandas sempre nos motivam a consumir algo que nos dê conforto, que nos sintamos poderosos, homens lindos e mulheres maravilhosas, tudo em prol da venda e do consumo, mostrando um falso bem-estar das pessoas.

Temos poderosas empresas produtoras de bebidas alcoólicas e essas fazem, claro, o seu marketing para que seus lucros aumentem a cada ano que passa. Ainda temos poderosos laboratórios farmacêuticos que, em nome da saúde, vivem fazendo propagandas ofertando alívios imediatos para dores, para emagrecer, para deixar o corpo maravilhoso.

E não devemos nos esquecer dos cigarros que exibiam belas propagandas, do homem que cavalgava com as belas paisagens, que fumar gera prazer. No Brasil devido às preocupações com as consequências a Lei Anti-Fumo endureceu em vários sentidos, retirando propagandas e criando locais para fumar.

Todas essas formas de produtos são legalizados e disponíveis a todos que queiram consumir, com extensa oferta nas esquinas, nos grandes centros comerciais, no barzinho do lado de casa, fomentando aqueles que geraram dentro de si dependências e por muita das vezes por anos de consumo sem conseguir parar e provocando doenças físicas e até mesmos psicológicas.

E em escala estratosférica o aumento do consumo de drogas que não são legalizadas, conhecidas como ilícitas, no mundo e no Brasil traz consequências gigantescas para os usuários, para as suas famílias e para a sociedade. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, no Brasil, o índice seja de 3% de dependentes na população geral, ou seja, 6 milhões de brasileiros.

O vício em drogas ilícitas é uma doença que prejudica não só o dependente, mas pelo menos 10 pessoas em torno do usuário, sendo elas: pai, mãe, irmãos, parentes, amigos, colegas de trabalho, companheiros. Com um poder devastador das relações, da saúde e da construção de novos núcleos familiares.

E por muito tempo o dependente foi visto e podemos dizer que ainda é, como um safado, sem vergonha, que usa drogas e é um vagabundo que não quer saber de fazer nada. Mas deve-se deixar claro que o uso de drogas é sempre progressivo e a pessoa que se torna dependente desenvolve a chamada dependência química e que atinge 10% da população mundial, sendo escravizado pelas drogas.

Lembrando o que foi dito anteriormente, que os adolescentes e jovens continuam experimentando e curtindo as drogas apesar de todas as informações e das imagens de drásticas consequências causadas por quem usa. Na verdade a droga é “boa”, a sensação de prazer existe, o poder desligar do mundo, de se aliviar a tensão, de deixar pra trás o estresse, tudo faz aumentar a busca.

E a impressão que ela é “boa”, pois quem usa nunca conseguirá obter o mesmo prazer que sentiu na primeira vez que usou, nosso organismo se torna tolerante e cada mais precisa aumentar a quantidade para obter prazer, é uma busca interminável por migalhas de prazer.

Quem fomenta? Quem fornece? Quem vende? Quem produz tanta droga? Essas são questões que atormentam cada um de nós e as famílias que vivem o drama do filho ou filha, usuários de drogas.

Na verdade, o que existe são grandes empresas fornecedoras das drogas, com concorrências, mas sobretudo com grande oferta. Buscam a demanda de usuários do seu produto, através das escolas, das baladas, do trabalho, na cidade, na roça.

Essas empresas têm grandes empresários, aqueles que ficam curtindo sua grana no morro e também aqueles que viajam pelo mundo e ficam hospedados em grandes hotéis de luxo e esbanjam riqueza.

São empresas que pagam bem a plantação, aquisição, o transporte, a distribuição e por fim até chegar ao consumidor final. Estão sempre aprimorando as suas drogas, com novos lançamentos, com novas formas de fazer chegar a quem interessa. No mundo inteiro se gasta bilhões de dólares para combater a indústria de entorpecentes.

O poder da empresa do tráfico das drogas é comparado ao mesmo dos imensos holdings existentes no mundo. Que tem a cada década se fortalecido por terem suas redes de acesso, pessoas de todas as influências, como políticos, juízes, delegados, empresários, profissionais liberais e tantos outros.

Como lidar contra tudo isso? De que maneira lutar contra a dependência química? Como vencer esse mal que nos amedronta e nos faz ficar até mesmo desesperados? Pois famílias ficam desnorteadas, desestruturadas e doentes com a vivência de seu ente querido no uso das drogas.

E essas famílias ao descobrirem que tem um filho usuário experimentam o sentimento de culpa, de vergonha e de raiva, mas devem aprender a lidar com o problema com serenidade e entender que, como a doença da diabetes, a dependência química deve ser cuidada com muita atenção, persistência e dedicação, além de buscar ajuda e apoio para enfrentar essa situação.
Fonte: André Nunes - Psicólogo

terça-feira, 23 de maio de 2017

O que mais mata os jovens no Brasil e no mundo, segundo a OMS


 


BBC Brasil
Marina Wentzel De Basiléia (Suíça) para a BBC Brasil
A violência interpessoal é a principal razão pela qual jovens de 10 a 19 anos perdem a vida precocemente no Brasil, revelou a Organização Mundial da Saúde (OMS) à BBC Brasil.

A informação vem de um estudo global sobre óbito de adolescentes, publicado nesta terça-feira. A OMS estima que 1,2 milhão de adolescentes morrem por ano no mundo - três mil por dia.

De acordo com a entidade, as principais causas de mortes entre adolescentes brasileiros de 10 a 15 anos são, nesta ordem: violência interpessoal, acidentes de trânsito, afogamento, leucemia e infecções respiratórias.

Já jovens na faixa de 15 a 19 anos morrem em decorrência de violência interpessoal, acidentes de trânsito, suicídio, afogamento e infecções respiratórias.

A OMS repassou esse ranking estimado com exclusividade à BBC Brasil, mas não ofereceu números absolutos para ilustrar a lista, pois o estudo foi organizado por regiões.

Mortalidade de jovens no mundo

O que mostra o levantamento da OMS

* 1,2 milhão de óbitos precoces por ano
* 3 mil mortes por dia no ano de 2015
* 43% de mortes em países de baixa-média renda nas Américas (incluindo Brasil) são atribuídas à violência
Fonte: OMS

O Global Acceleration Action for the Health of Adolescents (Ação Global Acelerada para a Saúde de Adolescentes, em tradução livre) não avalia países individualmente, mas áreas econômicas do planeta. O Brasil está inserido na categoria "países de renda baixa-média das Américas".

A tendência observada dentro desse grupo também aponta a violência interpessoal como principal causa da morte, representando 43% dos óbitos.

"O Brasil se insere exatamente no perfil da região", disse à BBC Brasil, por email, Kate Strong, especialista da OMS para o monitoramento de crianças e jovens.

Violência interpessoal

O conceito de violência interpessoal explorado no documento é bastante amplo, pois engloba desde a preponderante agressão relacionada às gangues e ao narcotráfico até o feminicídio.

"Inclui assassinatos, agressão, brigas, bullying, violência entre parceiros sexuais e abuso emocional", descreve o documento.

De acordo com números da edição de 2016 do relatório, publicado pela iniciativa Mapadaviolência.org.br, a situação é preocupante. "A principal vítima da violência homicida no Brasil é a juventude", afirma o documento nacional.

Nesse levantamento, que compilou dados de 2014, foi observado que jovens de 15 a 29 anos de idade representavam aproximadamente 26% da população do país, mas a participação deles no total de homicídios por armas de fogo era desproporcionalmente superior. O peso demográfico dos jovens nos casos de mortes com armas correspondem a quase 60% dos crimes.

No resto do mundo, as cinco principais causas de morte entre jovens de ambos os sexos, de 10 e 19 anos são: acidentes de trânsito, infecções respiratórias (pneumonia), suicídio, infecções intestinais (diarreia) e afogamentos.

Mais de dois terços dessas mortes ocorrem em países em desenvolvimento, revelam os dados de 2015 da OMS.

Dividindo por sexo, a estimativa aponta que, no mundo todo, meninos de 10 a 19 anos morrem principalmente por acidentes de trânsito, violência interpessoal, afogamento, infecção do sistema respiratório e suicídio.

As meninas da mesma faixa-etária têm mortes atribuídas a infecções do sistema respiratório, suicídio, infecções intestinais, problemas relacionados à maternidade e acidentes de trânsito.

Direito de imagem iStock Image caption Acidentes de trânsito são a segunda maior causa da morte de jovens no Brasil
Essas tragédias poderiam ser evitadas se os países investissem mais em educação, serviços de saúde e apoio social, diz a OMS.

"O período da adolescência é um momento particularmente importante para a saúde, porque definirá hábitos que terão impacto na qualidade de vida pelas próximas décadas. É nessa época que a inatividade física, a má dieta e o comportamento sexual de risco têm início", disse a OMS.

A organização critica a falta de atenção dada a essa faixa-etária da população nas políticas públicas. "Adolescentes estiveram completamente ausentes dos planejamentos de saúde nacional por décadas", lamentou Flávia Bustreo, Diretora-Geral assistente da OMS.

Soluções

O documento aponta ainda soluções que podem ajudar a evitar essas mortes precoces. São sugestões de políticas públicas que podem ter grande impacto nas estatísticas. Um exemplo é a recomendações da implementação de leis e campanhas de conscientização pelo uso do cinto de segurança. Em 2015, acidentes de trânsito mataram 115 mil jovens de 10 a 19 anos no mundo todo.

O Brasil é citado no documento como caso bem sucedido no combate a mortes no trânsito. "Entre 1991 e 1997 o Ministério da Saúde do Brasil registrou aumento dramático na mortalidade de jovens em acidentes de trânsito", afirma o documento.

"Em resposta, legisladores introduziram um novo código de trânsito em 1998 que tornava mais severa as punições aos infratores". O novo código de trânsito teria ajudado a salvar 5 mil vidas no período entre 1998 e 2001 segundo a OMS.

Direito de imagem iStock Image caption Autoimolação e suicídios também preocupam autoridades

Apesar de o trânsito ser um problema universal, há marcantes diferenças entre as regiões quanto às causas de óbito. Nos países de renda baixa-média da África, doenças transmissíveis como HIV-AIDS, infecções do sistema respiratório, meningite e diarréia são os principais vilões.

A anemia, doença causada pela deficiência de ferro no sangue, também é um mal muito comum, que atinge milhares de jovens no mundo todo em países pobres e ricos.

O suicídio, ou a morte acidental causada por atitudes auto-destrutivas, foi a terceira causa de mortalidade de adolescentes em 2015, totalizando 67 mil mortes. Em sua maioria, as vítimas são adolescentes mais velhos.

Em regiões com boas condições econômicas como a Europa, o suicídio também aparece entre as principais causas. Cortar a si mesmo é o tipo de auto-violência mais comum observado no continente.

A estimativa global da OMS é de que até 10% da população adolescente mundial cometa algum ato de violência contra si.

Elevação da idade mínima para consumo de álcool é uma das medidas que OMS acredita serem necessárias para reduzir a violência.

O documento recomenda fazer mais investimentos e dar atenção especial às pessoas nessa fase da vida, onde grandes frustrações e incertezas despontam: "jovens normalmente tomam responsabilidades de adultos como cuidar de irmãos menores, trabalhar, ter de abandonar os estudos, casar cedo, praticar sexo por dinheiro, simplesmente porque precisam dar conta das necessidades básicas de sobrevivência.

Como resultado, eles sofrem de desnutrição, acidentes, gravidez indesejada, violência sexual, doenças sexualmente transmissíveis e transtornos mentais", resume o documento.

"Melhorar a forma como o sistema de saúde atende aos adolescentes é apenas uma parte da melhora da saúde deles", diz Anthony Costello, médico da OMS.

"Uma família e uma comunidade que apoia os seus jovens são extremamente importantes", completa.

Entre as políticas básicas que os países devem tentar implementar para diminuir o risco de mortes precoces estão: programas de orientação sexual na escola, aumento da idade mínima para consumo de álcool, obrigatoriedade do uso do cinto de segurança nos automóveis e de capacetes para ciclistas e motociclistas; redução do acesso a armas de fogo, aumento da qualidade da água e melhoria da infra-estrutura sanitária.


Bebida interfere na formação do sistema nervoso dos adolescentes


 


Até o fim da adolescência, o ideal é não ter contato com álcool
Foto: FILIPE ARAUJO/ESTADÃO

Até os 18 anos, qualquer substância psicotrópica pode comprometer a capacidade cognitiva, segundo especialista
Fábio de Castro, O Estado de S.Paulo

O uso de álcool pode atrapalhar o processo de formação do sistema nervoso dos adolescentes, reduzindo sua capacidade cognitiva na vida adulta, de acordo com a pesquisadora Zila Sanchez, do Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas Psicotrópicas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

“Até os 18 anos, todo o sistema nervoso central do adolescente está em processo de formação e seu cérebro desenvolve novas conexões entre os neurônios. Qualquer substância psicotrópica pode atrapalhar essa formação, comprometendo a capacidade cognitiva da pessoa para o resto da vida”, disse Zila ao Estado.

Segundo ela, até o fim da adolescência, o ideal é não ter contato com álcool. “É um momento para evitar qualquer consumo. Para o adolescente não existe o conceito de ‘beber um pouco’. Ele ainda não desenvolveu tolerância e muitas vezes uma lata de cerveja já é suficiente para a intoxicação alcoólica”, afirmou a pesquisadora.

Zila explica que, por questões cerebrais e hormonais, o adolescente já tende a se expor a riscos. “Com o álcool, esse comportamento é exacerbado e aumenta muito a chance de sexo inseguro, exposição ao abuso sexual, agressão e violência.”
Fonte: Estadão


quinta-feira, 11 de maio de 2017

Em quais situações fica-se bêbado mais rápido?


 


Sirwat/Istock
Você já notou a diferença entre o grau de alcoolismo depois de beber a mesma quantidade de cerveja, por exemplo, em casa, com seu parceiro (a), e no bar, com um grande grupo de amigos?

Geralmente, quando se bebe entre amigos, a velocidade com a qual surge a sensação de ‘estar bêbado’ é maior do que quando se bebe sozinho ou com poucas pessoas.

Existe um fator científico que comprova essa hipótese.

A equipe de estudiosos da Universidade de Maryland escolheu o lagostim – crustáceo menor que uma lagosta e maior que um camarão – para explicar cientificamente a diferença entre as velocidades do primeiro sinal de bebedeira.

O lagostim é uma espécie suscetível ao álcool nas mesmas concentrações que os seres humanos.

Lagostim ajuda a explicar efeitos de uma bebedeira


Aksanayasiucheia/Istock

O trabalho científico, publicado pelo no Journal of Experimental Biology, consistiu em oferecer a um grupo de lagostins a quantidade equivalente de álcool encontrada em uma cerveja forte. Os resultados mostraram que os crustáceos ficavam mais embriagados quando socializavam com dezenas de outros lagostins, em comparação com aqueles que ficavam em isolamento.

Os cientistas acreditam que o ambiente social afeta os receptores em células nervosas de lagostins que respondem a neurotransmissores como a serotonina, alterando assim a forma como o álcool afeta o sistema nervoso.


Peopleimages/Istock

Segundo a pesquisa, os lagostins isolados demoraram 28 minutos para apresentarem sinais de que estavam bêbados, enquanto os animais que estavam em grupos levaram 20 minutos para demonstrarem o mesmo comportamento.

A descoberta pode ajudar a entender por que as pessoas têm reações tão diferentes ao consumo de álcool, por que algumas desenvolvem o alcoolismo e, consequentemente, encontrar tratamentos para quem sofre com o vício.
Escrito por Paulo Nobuo
Fonte: Vix


Estudo mostra aumento de locais usados para consumo de drogas


 


Cruzeiro do Sul - Sorocaba e Região
Larissa Pessoa

Fernanda*, 27 anos, bem vestida e usando uma correntinha de ouro no pescoço, deixa a filha de quatro anos na escola e segue para um ponto usado para o consumo de drogas na avenida Ulisses Guimarães. Junto de mais uma dezena de usuários, entre homens e mulheres, ela conta que vai até o local escondida da mãe que ainda não sabe da recaída da filha, usuária de crack desde os 17 anos. Para justificar o consumo de crack, ela resume: "É mais forte do que eu."

Para alimentar o vício, Fernanda, que está desempregada, chega a recorrer à prostituição. Conta que sente medo, mas o vício fala mais alto e diariamente ela vai até o local após deixar a filha na escola. A mulher conta que pensa em pedir ajuda para a mãe, que, segundo ela, nem imagina que as drogas voltaram a fazer parte de sua vida. "Meus pais me internaram algumas vezes e minha mãe acredita que eu parei mesmo", conta, chorando.

Fernanda é uma mulher bonita, casada com uma pessoa que também é usuária de crack, e teme começar a apresentar sintomas físicos causados pelo consumo da droga. "Não quero ficar parecendo uma caveira", confessa. Com algumas joias, ela conta que a gargantilha que usa é de ouro, mas que não tem coragem de trocar por crack pois o pingente simboliza sua filha.

Redutos para o consumo

A avenida Ulisses Guimarães é um dos 49 pontos utilizados por grupos para consumo e venda de drogas -- entre elas crack -- e bebidas alcoólicas existentes em Sorocaba. Os dados são baseados em um mapeamento realizado neste mês pela Comissão de Dependentes Químicos da Câmara Municipal de Sorocaba. Em 2013, em reportagem publicada pelo Cruzeiro do Sul, o mesmo estudo apontava dez locais usados por dependentes químicos.

O aumento de pontos de consumo de drogas apontado pelo mapeamento da Câmara Municipal tem diversos motivos, segundo o professor Marcos Roberto Vieira Garcia, do Departamento de Ciências Humanas e Educação do Campus Sorocaba da UFSCar e coordenador do Centro de Referência em Educação na Atenção ao Usuário de Drogas da Região de Sorocaba. Entre essas razões, o professor aponta a falta de políticas públicas voltadas aos dependentes químicos, o baixo custo dos entorpecentes e a força do crime organizado e do tráfico de drogas. "O crack é um derivado da cocaína e os dois são muito mais baratos hoje do que há 10 ou 15 anos."

O professor, porém, pondera sobre o estudo e afirma que é preciso avaliar os dados apresentados com cautela. "Tem que analisar como foi feito esse estudo e não tratar apenas dos números", afirma. Para o vereador Rodrigo Manga (DEM), autor do mapeamento e presidente da Comissão de Dependentes Químicos da Câmara de Sorocaba, o estudo evidencia a necessidade de oferecer um tratamento efetivo aos usuários, que não permita o retorno ao vício. "São necessárias ações pontuais para evitar o crescimento ainda maior do número de minicracolândias", defende o parlamentar.

Maconha, crack e cocaína

No mesmo ponto utilizado por Fernanda também estava Reginaldo*, 41, usuário de crack, cocaína, pinga e maconha. O vício surgiu aos 16 anos e, entre recuperações e recaídas, deixou a família para trás e hoje passa os dias sob efeito de drogas. Guilherme*, 37, também estava no terreno baldio na avenida Ulisses Guimarães e, sob efeito de maconha, relatou que a dependência do crack é muito forte. Para manter o vício já praticou assalto e por isso ficou preso por seis anos. Hoje, com a liberdade de volta, continua se sentindo em celas. "Quando vem a abstinência, a gente faz qualquer coisa. Hoje, para não roubar, eu vendo canetas."

Falta de perspectiva

A médica Vilma Carmona, afirma que os motivos que levam uma pessoa ao consumo de entorpecentes são diversos. "A gente entende que a droga é uma consequência de uma história de vida." Ela chama a atenção para a falta de entendimento da sociedade diante da dependência química, "pois as pessoas julgam o usuário como vagabundo e fraco, mas ninguém conhece a história de cada um e é isso que leva ao descontrole."

O professor Marcos Garcia destaca que a maioria dos usuários que fica nesses pontos de consumo são indivíduos em situação de alta vulnerabilidade social. "O desemprego, a falta de moradia, a falta de assistência de saúde, não ter acesso à educação de qualidade -- enfim, são todos agravantes que podem ter como destino o vício." Segundo o especialista, é preciso entender que não há uma solução rápida e 100% eficaz para o problema.

Pessoas de classes sociais mais abastadas, afirma Vilma, também podem se envolver com drogas e isso vem, igualmente, da vulnerabilidade causada por fatores como a falta de diálogo e atenção entre os familiares.

"Minicracolândias" 

Assim como a imprensa em geral, o vereador Manga intitula as áreas de tráfico e consumo de entorpecentes de "minicracolândias", em uma referência à área que concentra viciados na capital paulista. O uso desse termo, porém, é condenado por especialistas e pessoas que também trabalham com dependentes químicos. Para Garcia, coordenador do Centro de Referência em Educação na Atenção ao Usuário de Drogas da Região de Sorocaba, associar esses locais ao ponto de São Paulo soa de forma pejorativa e estereotipa o dependente. A psicóloga Marta Meirelles também destaca que o termo, que em tradução livre significa "minicidade do crack", desumaniza o usuário.

*Os nomes utilizados na reportagem são fictícios para que a identidade dos entrevistados seja preservada.

São 49 os pontos que concentram usuários

O estudo realizado pela Câmara Municipal aponta que Sorocaba tem pelo menos 49 pontos utilizados por grupos para consumo e venda de drogas, entre elas crack e bebidas alcoólicas. Atualmente, a zona norte é a região que concentra o maior número dessas áreas, com 18.

A região norte, que é a maior da cidade, conforme o levantamento, tem os locais mais críticos no Parque das Laranjeiras, com seis pontos de consumo e venda de entorpecentes. Na zona oeste foram diagnosticados dez locais utilizados para uso de substâncias ilícitas e álcool em vários bairros, entre eles o Jardim São Marcos e Júlio de Mesquita Filho, com quatro cada. A maior parte das áreas utilizadas pelos dependentes químicos se encontra próxima a escolas, parques e linhas férreas.

Conhecido ponto de concentração de pessoas em situação de rua, a região central também é uma localidade comum de consumo de drogas, principalmente nas imediações do terminal rodoviário da cidade. Na praça Castro Alves, conhecida com praça da Mãe Preta, assim como vários terrenos e calçadas ao longo da avenida Juscelino Kubistchek de Oliveira, é possível observar, mesmo durante o dia, pessoas se drogando. Há pontos também nas ruas Pandiá Calógeras, Santa Clara, Bernardo Guimarães e avenida Comendador Pereira Inácio, em frente à Etec Rubens de Faria e Souza. Nesta região, o total é de 11 locais.

As zonas leste e sul somam dez áreas de concentração de usuários de entorpecentes, entre eles, dois em Pinheiros, dois no Barcelona e dois na Vila Assis. Entre a Vila Zacarias e Vila Sabiá também há um ponto que já havia sido diagnosticado no levantamento feito em 2013 e segue sendo utilizado por dependentes e traficantes.

Abordagem

A Guarda Civil Municipal (GCM), de acordo com a Prefeitura de Sorocaba, desenvolve um trabalho de abordagem e prevenção ao tráfico e consumo de drogas. "Sempre que identificado um ponto ou concentração de usuários de drogas, a GCM, em conjunto com outros órgãos públicos, como a Polícia Militar, Secretaria de Igualdade e Assistência Social (Sias) e outros, realiza ações coercitivas e de orientação ao usuário, cabendo à Sias e ao serviço público de saúde o seu encaminhamento para tratamento e acompanhamento", informou o município. Em nota, a GCM se coloca à disposição da Câmara para avaliar cada área de consumo apontada e buscar soluções conjuntas.

Hoje Sorocaba conta com dois serviços especializados gratuitos. De acordo com a Secretaria de Saúde, os Caps AD III funcionam pelo sistema de porta aberta, ou seja, não é preciso agendar horário ou ter encaminhamento de outra unidade para ser atendido. Além dos Caps, o dependente químico também pode ser internado na clínica do Grupo de Apoio e Combate a Droga e Álcool Santo Antônio (Grasa), que conta com 30 vagas masculinas e 19 femininas, onde o tratamento dura até seis meses.

A coordenação de Saúde Mental do município informou que está sendo verificada a possibilidade de ampliar ações, com a tentativa de adesão do município ao Programa Recomeço, uma iniciativa do governo do Estado de São Paulo para ajudar os dependentes químicos.

Redução de danos é estratégia usada com dependentes que não aceitam tratamento

Marta Meirelles, que é psicóloga com especialização em dependência química, presidente e fundadora da Associação Pode Crer, destaca que a ONG trabalha com a chamada política de redução de danos, que é preconizada pelo Ministério da Saúde. De acordo com Marta, quando a pessoa não consegue ou não quer parar de usar drogas, é preciso tentar ao menos que o consumo do crack seja reduzido. "Não acreditamos na internação e sim na inclusão", diz.

A psicóloga trabalha com usuários de drogas há mais de 20 anos e destaca que é comum uma pessoa passar por muitas internações e voltar ao vício. Isso porque, afirma, após o tratamento, elas retomam a rotina que tinham antes e que dificilmente muda. A Associação Pode Crer também faz o trabalho de abordagem pelas ruas da região central visando a redução de danos, ou seja, oferecendo atividades e orientando os usuários.

Consultório na rua

Até 2015, Sorocaba contava com o programa Consultório na Rua, do governo federal, que consiste no atendimento móvel para dependentes químicos. Com o fim do contrato, porém, não houve renovação e o município deixou de oferecer o serviço. A médica Vilma Carmona coordenou o Consultório na Rua em Sorocaba e lembra que o tratamento ambulatorial tinha efetividade. A especialista avalia o suposto aumento no número de pontos de consumo de drogas como algo comportamental, pois, segundo ela, vícios sempre foram muito fortes, mas antes eram abafados e escondidos.

Marcos Roberto Vieira Garcia, da UFSCar, afirma que as abordagens até então realizadas pelo Consultório na Rua são essenciais para o dependente. Ele diz que, embora o Caps disponibilize atendimento para quem vai até a unidade, muitas pessoas não sabem ou não têm estímulo para ir até o local. "É preciso uma política de acompanhamento." Segundo Marcos, Sorocaba é um dos municípios que aderiram ao plano de enfrentamento ao crack, mas não coloca projetos voltados a esse assunto em prática.

O vereador Rodrigo Manga conta que levará ao prefeito José Crespo (DEM) a proposta de um Caps itinerante ou o retorno do Consultório na Rua, que convide o usuário em situação de rua a se tratar. "O grande problema é que quem está nas drogas precisa ser chamado para a cura. Dificilmente vai por conta própria buscar ajuda", diz o vereador. A Prefeitura de Sorocaba foi questionada sobre a implantação do programa e afirmou ter intenção de publicar um edital de chamamento no próximo semestre para a retomada do Consultório de Rua. 

sábado, 6 de maio de 2017

Mais que jogo da Baleia Azul, álcool provoca suicídio entre jovens


 


Jogo colocou assunto em pauta
Leia artigo do médico Arthur Guerra
Aumento do consumo de álcool está diretamente relacionado ao aumento de suicídios entre jovens Marcelo Camargo | Agência Brasil
ARTHUR GUERRA

A BALEIA AZUL, O SUICÍDIO E O ÁLCOOL ENTRE OS NOSSOS JOVENS

Há razões para que pais fiquem aflitos com o jogo da Baleia Azul, apesar de fake, e com a série “13 reasons why”, apesar de ficção. O suicídio cresce no mundo todo, principalmente entre os jovens na faixa etária de 15 a 29 anos. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio. São 800 mil pessoas, a cada ano, que tiram a própria vida no mundo. E para cada caso fatal há pelo menos outras 20 tentativas fracassadas.

A OMS reconhece o suicídio como uma prioridade de saúde pública. O primeiro relatório da organização sobre o assunto, “Prevenção do suicídio: um imperativo global”, publicado em 2014, incentiva os países a desenvolver ou reforçar estratégias de prevenção com abordagem multisetorial. Mas, segundo a organização, poucos países incluíram a prevenção ao suicídio entre suas prioridades de saúde e só 28 relatam possuir uma estratégia nacional para isso.

Um total de 1,3 milhão de pessoas de 15 a 29 anos morrem no mundo anualmente vítimas de causas evitáveis ou tratáveis, sendo a principal delas os acidentes de trânsito (11,6% do total). O suicídio fica em segundo lugar, responsável por 7,3% das mortes.

MORTES VIOLENTAS

A mortalidade é dividida em 2 grandes grupos: o das mortes naturais e o das violentas. Diferentemente das chamadas causas naturais, relacionadas à deterioração do organismo ou da saúde devido a doenças e/ou ao envelhecimento, as causas externas remetem a fatores independentes do organismo humano levando à morte do indivíduo.

As causas externas de mortalidade vêm crescendo de forma assustadora nas últimas décadas no Brasil: se, em 1980 representavam 6,7% do total de óbitos na faixa de 0 a 19 anos de idade, em 2013 a participação elevou-se de forma preocupante: atingiu o patamar de 29%. Tal é o peso das causas externas, que em 2013 foram responsáveis por 56,6%– acima da metade– do total de mortes na faixa de 1 a 19 anos de idade. No mesmo período, os acidentes de transporte passaram de 2% para 6,9% e os suicídios de 0,2% para 1,0%.

Na faixa dos 16 e 17 anos, segundo o Mapa da Violência 2015 – Adolescentes de 16 e 17 anos do Brasil, o crescimento dos acidentes de transporte no período 1980/2013 foi de 38,3%. A taxa de suicídios subiu de 2,8 por 100 mil para 4,1 nessa faixa etária: um aumento inquietante de 45,5%.

AÇÃO DE COMBATE

O suicídio é uma das condições prioritárias do mhGAP (Mental Health Gap Action Programme), programa de saúde mental da OMS, que fornece aos países orientação técnica baseada em evidências para ampliar a prestação de serviços e cuidados para transtornos mentais e de uso de substâncias. No Plano de Ação de Saúde Mental 2013-2020, os Estados-Membros da OMS se comprometeram a trabalhar o objetivo global de reduzir as taxas de suicídios dos países em 10% até 2020.

São duas as intervenções baseadas em evidências para abordar o suicídio, segundo o documento: restrição do acesso a métodos comuns de suicídio e prevenção e tratamento da depressão e dependência de álcool e drogas. Seja isoladamente ou em uma combinação de fatores, cerca de 2 terços de todas as pessoas que cometem suicídio sofrem de depressão ou alcoolismo.

O ÁLCOOL É O MAIOR PROMOTOR DO AUMENTO DE SUICÍDIOS E ACIDENTES DE TRÂNSITO

Será mera coincidência que o número de mortes violentas entre nossos jovens esteja subindo de forma assustadora enquanto a ingestão de álcool também se alastra entre eles? O uso de bebidas alcoólicas por menores de idade está relacionado ao maior número de óbitos de jovens do que todas as drogas ilegais somadas.

Mais de 40% das vítimas fatais de acidentes de trânsito ocorridos na cidade de São Paulo entre junho de 2014 e dezembro de 2015 haviam consumido álcool nas horas que antecederam a morte. Se considerados apenas os dados de motoristas e passageiros dos veículos –e excluídos, portanto, os dos pedestres atingidos– o índice chega a quase 60%, revela pesquisa realizada com apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) na FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo). Os dados foram publicados esta semana na revista Addiction.

De acordo com o NIAAA (Instituto Nacional de Abuso de Álcool e Alcoolismo), nos Estados Unidos a prevalência de acidentes automobilísticos fatais associados ao álcool entre jovens dos 16 aos 20 anos é mais do que o dobro da prevalência encontrada entre os maiores de 21 anos. O alcoolismo, particularmente na presença da depressão e de perturbações da personalidade, também pode aumentar o risco de suicídio. Em 90% dos casos de morte de crianças e adolescentes por suicídio, foi identificado como causa algum tipo de perturbação mental, sendo os diagnósticos mais comuns as perturbações do humor, perturbações da ansiedade, abuso de substâncias e perturbações comportamentais do funcionamento social.

Estudo da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) em um pronto-socorro de Embu das Artes, na Grande São Paulo, constatou a ingestão de álcool até seis horas antes em 21% dos 80 casos de tentativa de suicídio atendidos.

O estudo “Uso Adolescente de Substância e Comportamento Suicida: Uma Revisão com Implicações para Pesquisa em Tratamento” explora a relação entre o uso de substâncias e o comportamento suicida em adolescentes, demonstrando que o uso de substâncias aumenta o risco de comportamentos suicidas, sendo que os adolescentes suicidas apresentavam elevadas taxas de uso de álcool e drogas ilícitas.

Entre os adolescentes de 16 anos e mais velhos, o álcool e o abuso de substâncias aumentam significativamente o risco de suicídio em tempos de sofrimento, segundo a cartilha anual de recomendação para a prevenção do suicídio da OMS. O álcool aumenta a impulsividade e, com isso, o risco de suicídio, de acordo com o manual de prevenção do suicídio para profissionais das equipes de saúde mental do Ministério da Saúde.

O consumo de bebidas alcoólicas por adolescentes compromete o sistema nervoso central (SNC), que ainda se encontra em desenvolvimento. Desta maneira, suas vias neuronais podem se tornar mais suscetíveis aos danos causados pelo álcool, podendo levar ao comprometimento de várias funções. Sob os efeitos do álcool, os jovens ficam mais propensos a comportamentos de risco –incluindo brigas, sexo desprotegido ou não consensual, acidentes automobilísticos e suicídio.

Dados da PeNSE (Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar) de 2015 realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostram que, entre alunos de 13 a 15 anos, a experimentação de álcool subiu de 50,3% em 2012 para 55,5% em 2015. Além disso, 21,4% desses adolescentes relataram já terem sofrido algum episódio de embriaguez na vida. A pesquisa mostrou também que meninas dessa faixa etária estão bebendo mais que os meninos, sendo que a taxa de experimentação de álcool é maior entre elas (56,1% vs. 54,8%) e também o uso de álcool nos últimos 30 dias (25,1% vs. 22,5%).

Em 2016, o Erica (Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes) avaliou 74.589 adolescentes de 1.247 escolas em 124 municípios brasileiros. Cerca de 20% dos adolescentes consumiram bebidas alcoólicas pelo menos uma vez nos últimos 30 dias e, desses, aproximadamente 2/3 o fizeram em uma ou duas ocasiões no período. Entre os adolescentes que consumiam bebidas alcoólicas, 24,1% beberam pela primeira vez antes de 12 anos de idade.

Seja fake ou ficção, agradeço à baleia azul e à Hannah Baker por nos fazerem discutir o que realmente tem nos arrancado a vida de tantos jovens.
Fonte: Poder 360

Maconha: a diferença entre o remédio e o veneno


 


(imagem ilustração)
VEJA - Blog Letra de Médico
Ronaldo Laranjeira
A maconha possui mais de 500 elementos. Dentre eles, dois, o canabidiol e o THC têm efeitos terapêuticos e, na medida certa, podem beneficiar a saúde

Cannabis: Pesquisadores encontram possível ligação genética entre uso da droga e esquizofrenia (Reuters/VEJA/VEJA)

Você consumiria um produto com mais de 500 substâncias, muitas delas nocivas, para usufruir dos benefícios à saúde proporcionados por uma ou duas presentes em sua composição? Provavelmente não, afinal, faz sentido tratar um problema de saúde e ganhar tantos outros?

Mas, e se fosse possível extrair essas substâncias e sintetizá-las para fins medicinais? Você teria dúvidas? De novo, provavelmente não, afinal, esse consumo, de uma hora para outra, se tornou mais seguro.

Usei este exemplo para ilustrar, usando apenas a lógica, a questão de drogas como a maconha. Sempre afirmo que existe uma enorme diferença entre o ato de fumar a droga e o uso terapêutico de uma substância presente em sua composição. Realmente, a Cannabis sativa, planta que dá origem à maconha, possui mais de 500 elementos. Dentre eles podemos destacar dois – o canabidiol (CBD) e tetrahidrocanabinol, o conhecido THC.

CBD e THC

Como inclusive já apontei aqui na coluna, várias pesquisas demonstraram os efeitos nocivos provocados ao nosso corpo pelo THC, uma substância que, apesar ter aspectos terapêuticos em pacientes com glaucoma, no tratamento de espasticidade e náuseas ocasionadas por quimioterapia, é viciante, afeta os sistemas nervoso central e vascular, e chega a dobrar o risco de desenvolvimento de doenças psíquicas, como esquizofrenia e até psicose.

Do outro lado, na mesma planta está presente uma substância que combate os efeitos do THC, o canabidiol. Ele atua justamente na diminuição de efeitos psicóticos, de ansiedade, dentre outros, provocados pelo THC. Tanto que os medicamentos aprovados até o momento para comercialização contendo THC, como para tratamento de esclerose múltipla, também têm em sua composição o canabidiol.

Diversas pesquisas realizadas a partir dos anos 1970 conseguiram demonstrar os efeitos positivos do CBD, como anticonvulsivo inclusive, sendo que, no Brasil (um país com pesquisadores pioneiros na área como Elisaldo Carlini, Antonio Waldo Zuardi e José Alexandre de Souza Crippa), os estudos continuam a ser realizados, na tentativa de provar sua eficácia no tratamento de doenças como esquizofrenia, epilepsia, Parkinson, Alzheimer e até autismo. Dados obtidos até então indicam que a substância não tem efeito alucinógeno, nem provoca dependência, ao contrário do tetrahidrocanabinol.

Inclusive, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já incluiu, em 2016, derivados de canabidiol na lista de substâncias psicotrópicas vendidas no Brasil, em medicamentos tarja preta, com a necessidade de receitas específicas. A Anvisa autoriza também, mediante certas condições, a importação de CBD para casos de epilepsia refratária, que apresentem resistência a medicamentos convencionais.

A maconha possui sim elementos com efeito medicinal. Porém, fumar a droga, pura e simplesmente, provoca mais um efeito alucinógeno e prejudicial do que terapêutico.

Pense no caso de medicamentos para a pressão ou para tratamento doenças cardíacas, elaborados a partir de substâncias provenientes de venenos de cobras (sim, eles existem). O veneno é receitado? Lógico que não, apenas um remédio criado a partir de substâncias presentes nele. E anestésicos que têm elementos extraídos do ópio? Se seguirmos o raciocínio dos que defendem a legalização da maconha para uso medicinal, teríamos então que legalizar também esta droga para consumo. Não faz sentido. Nenhum outro produto é usado in natura – existe uma ordem que precisa ser respeitada, para a segurança da população. O produto tem que ser sintetizado, passar por testes, enfim, até ser aprovado como um medicamento seguro.

Nesse contexto, é muito importante analisar também questões financeiras, de mercado, que influenciam decisões políticas. O canabidiol é um composto não patenteável, assim, o interesse de grandes empresas em realizar pesquisas que demonstrem seus efeitos é menor do que em outras situações, já que, após ser aprovado para produção e comercialização não será possível ter sua patente exclusiva. Resumindo – será um produto com grande concorrência no mercado. Inclusive, por isso que a maioria das pesquisas na área hoje é realizada em centros acadêmicos.

O exemplo americano

Porém, grandes investidores (com base no que acontece nos Estados Unidos principalmente) vêem a simples legalização da maconha como uma rápida e incrível oportunidade de lucro, bilionário por sinal. Por quê? O mercado americano nos fornece essa explicação, vendendo desde a droga para fumo até doces de maconha, que possuem grande apelo, inclusive para crianças.

Não à toa, ocorreu um forte investimento em lobby em estados e no congresso americano, visando a legalização da droga para comercialização, se aproveitando até de uma visão ingênua de parte da opinião pública, que ainda acredita na história de que o famoso “baseado” é leve, não faz mal. Tanto que o uso da “maconha medicinal” em diversos locais nos Estados Unidos não foi aprovado por médicos e sim por meio de plebiscito.

O que colaborou para a criação dessa imagem, e que poucos sabem, é o fato da concentração de THC na maconha ter sido de 0,5%, em média, na década de 1960, por exemplo. Com o tempo e modificação da droga, esses níveis foram subindo, podendo chegar a até 30% hoje. Na prática, estamos falando de outra droga, modificada, muito mais potente e perigosa, presente até em produtos comestíveis. Tendo em vista os altos riscos sociais e em termos de saúde pública que a medida apresenta, os Estados Unidos se mostram não como um exemplo a ser seguido, e sim evitado.

Com todo esse contexto em mente, pense bem nessa questão. O que é melhor para a saúde da população: a simples liberação do consumo de uma droga, que provoca dependência e diversos outros males, ou a pesquisa e extração de substâncias com poder terapêutico, para serem disponibilizadas como medicamentos? A medicina nos mostra que resposta é mais simples do que parece.
por Dr. Ronaldo Laranjeira 

terça-feira, 2 de maio de 2017

Os riscos da Maconha em grávidas


 


Jornal O Estado de S. Paulo
Índice alto de consumo de maconha no início da gravidez pode ser um indicador de que a droga está sendo usada pelas garotas para aliviar a náusea
Jairo Bouer
(imagem reprodução)

Garotas grávidas têm duas vezes mais chance de fumar maconha do que as demais adolescentes. Essa é uma das principais conclusões de um grande levantamento sobre consumo de drogas divulgado na última semana.

Pesquisadores do Instituto Nacional de Abuso de Drogas (NIDA), dos EUA, analisaram dados de 410 mil mulheres de 12 a 44 anos, de 2002 a 2015. Segundo eles, 14% das grávidas de 12 a 17 anos fumam maconha, enquanto entre as garotas que não engravidaram esse índice é de 6%. Em contrapartida, gestantes mais velhas têm metade da chance de fumar maconha do que as mulheres que não estão grávidas. As informações são do jornal inglês Daily Mail.

Entre as mulheres de 12 a 44 anos, 6% relataram ter usado maconha no primeiro trimestre de gravidez, 3% no segundo trimestre e 2% no trimestre final da gestação. Para os especialistas, no grupo das garotas grávidas, em que praticamente uma em cada sete consome maconha, há uma percepção peculiar dos efeitos da droga. Além de ter um perfil mais “inocente”, ela é considerada até benéfica para a saúde. Já entre as mulheres mais velhas esse fenômeno não aconteceria, o que faz com que elas tenham menos comportamentos de risco em relação à maconha, principalmente durante a gestação.

O índice mais alto de consumo de maconha no início da gravidez pode ser um indicador de que a droga está sendo usada pelas garotas para aliviar a náusea. Bom lembrar que o uso de qualquer droga, até mesmo a maconha, durante a gravidez, é um fator de risco para o desenvolvimento físico e neurológico da criança, principalmente quando esse uso acontece no primeiro trimestre da gestação.

O trabalho publicado no periódico Annals of Internal Medicineencontrou 14 mil mulheres grávidas no universo das mais de 400 mil avaliadas. Embora as taxas de gestação na adolescência estejam caindo nos Estados Unidos nos últimos anos, o consumo de maconha nessa fase da vida, além dos riscos para o feto, é preocupante porque pode trazer complicações e impactos para a saúde e o comportamento das jovens mães, que estão com suas redes de neurônios ainda em fase intensa de remodelamento e ajustes.

Para os especialistas, muitas dessas meninas fumam maconha porque ainda não sabem que estão grávidas. Uma vez informadas dos riscos para a gestação, a tendência é que consumam menos a droga. Por isso, é importante trabalhar esse tema durante o pré-natal.

Estudos anteriores já haviam ligado o consumo de álcool e outras drogas a um maior número de parceiros sexuais e maior risco de gravidez, mas esse trabalho trouxe novos dados, mais específicos, sobre o impacto da maconha.

Beber e guiar. Por falar em álcool, aqui no Brasil, dados divulgados na última semana pelo Ministério da Saúde revelam que o número de homens que dirigem depois de beber voltou a aumentar, alcançando quase 13%. Os dados fazem parte da pesquisa Vigitel de 2016 (inquérito sobre saúde realizado por telefone). Já entre as mulheres esse índice é de 2,5%. O valor indica um padrão de maior risco em relação ao álcool por parte da população masculina, o que não é exatamente uma novidade.

Em 2013, um ano depois da Lei Seca, os números do “beber e guiar” para os homens tinham caído para 9,4% e, para as mulheres, 1,6%. As informações são de Lígia Formenti, do Estado. Os dados das pesquisas indicam que é importante investir mais e melhor em prevenção.
Jairo Bouer - Psiquiatra

Os perigos da droga em forma de doce


 


Drogas em forma de doces são cada vez mais comuns, apesar de ilegais
Foto: Leo Motta/Folha de Pernambuco

Folha de Pernambuco
É cada vez mais comum a venda de brigadeiros, biscoitos e brownies feitos com maconha nas ruas do Recife. Especialistas alertam para o risco à saúde no consumo desses produtos, considerados ilegais pela polícia
Por: Folha de Pernambuco

Elas parecem deliciosas guloseimas. O recheio, porém, pode dar uma “onda” nada agradável ao organismo, além de sua posse e consumo serem considerados ilegais. Os riscos da ingestão de doces à base de maconha, alertam especialistas, vão desde problemas de digestão, descontrole das funções cerebrais a alucinações.

Nas ruas do Recife tem sido cada vez mais comum a venda de alimentos artesanais, como brownies e brigadeiros, tendo a droga como ingrediente principal. A comercialização dos chamados “brisadeiros” ou “brigajah”, feita ao ar livre, é frequente em bares, em portas de casas de show ou qualquer outro local com grande aglomeração de pessoas. A situação reflete, para a população, a necessidade de uma fiscalização para coibir a prática.

Na avaliação do mestre em Ciência e Tecnologia de Alimento pela UFRPE e especialista em gastronomia alternativa, Rodrigo Rossetti, a situação pode soar como uma brincadeira inocente, mas não é. Ele explicou que, ao ingerir a maconha, a pessoa expõe o organismo a altos níveis de THC (tetra-hidrocanabinol), componente da planta responsável por seus efeitos. “Dependendo do metabolismo, a intoxicação pode durar dias. E não é só isso. Problemas a longo prazo também podem ocorrer. Comendo ou fumando, o THC ataca os neurônios. Na fase adulta, eles não se renovam e, com o passar do tempo, a capacidade de resposta rápida é perdida”, diz.

O perigo é potencializado quando não se sabe a procedência da droga. “Muitas vêm misturadas com outras drogas, como o crack. Nem a pessoa que fabrica tem real conhecimento sobre o processo. As pessoas comem sem ter ideia do mal que estão fazendo a si mesmas”, alerta, acrescentando que, ao comprar, elas contribuem indiretamente com o tráfico.

A produtora musical M.B.L., de 26 anos, porém, contesta. Para ela, a liberação da erva enfraqueceria o tráfico. “Temos de ressaltar que o combate às drogas tem de ser inteligente. Você não vai acabar com tráfico só com repressão. Por isso, se você legalizar a maconha, certamente iria enfraquecer o tráfico e, consequentemente, reduzir o poder econômico dos traficantes. Não é preciso esse tabu ao falar da erva, se ela mesma é usada para fins medicinais”, pondera. O estudante D.M, 32, faz coro à versão. “É um tema tratado com repressão em vez de ser desmistificado. Outros países estão bem à frente”, critica.

Manteiga verde

A aparência dos doces de maconha é a mesma das guloseimas que as pessoas estão acostumadas a ver em balcões de padaria. A diferença está no sabor, afirmam os consumidores. A substância responsável pelos efeitos da droga é associada a algum tipo de gordura, como a manteiga. Durante o preparo, é essa mistura a responsável pelos efeitos. Procurada, a Polícia Militar informou por meio de nota que a “venda de maconha é crime e, como tal, está passível das punições previstas na lei. No entanto, não há uma linha de investigação específica para essa modalidade de tráfico. Em caso de flagrante, a PM detém o acusado e o encaminha à Polícia Civil”.
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas 



segunda-feira, 24 de abril de 2017

Traficantes usavam viciados da cracolândia como ´laranjas` em troca de drogas


 


Flávio Costa Do UOL, em São Paulo
A PF (Polícia Federal) prendeu nesta terça-feira (28) 16 membros de uma quadrilha de tráfico internacional que fornecia drogas a usuários da região conhecida como cracolândia, no centro de São Paulo, em troca de seus documentos.

A documentação seria usada na compra de imóveis e aberturas de contas com o objetivo de ocultar o patrimônio ilegal obtido pela quadrilha, cuja maioria dos integrantes foi detida durante a deflagração da Operação All In, realizadapela PF. Desta maneira, os usuários se tornavam "laranjas" dos traficantes.

A investigação já identificou R$ 7,5 milhões em bens de suspeitos, que foram bloqueados por decisão da 3ª Vara Federal de Mato Grosso do Sul.

"Durante uma investigação constatamos ao menos que três usuários de São Paulo tiveram sua documentação falsificada e usada na ocultação de bens da quadrilha", afirma o delegado José Antonio Soares de Oliveira Franco, chefe do núcleo de combate às organizações criminosas da PF no Mato Grosso do Sul.

"Essas pessoas eram duplamente penalizadas: por receberem drogas que só agravavam a situação em que eles se encontravam e por terem seus documentos usados em um esquema de criminoso, sem que elas tivessem conhecimento", acrescenta o delegado.

Operação All In

A Operação All In visa desarticular uma organização criminosa responsável pelos crimes de tráfico internacional de drogas e de lavagem de dinheiro. "Conseguimos identificar que essa quadrilha, chefiada por um criminoso de larga experiência, obtinha na Bolívia grandes quantidades de cocaína, com um alto índice de pureza", afirma o delegado.

Entre os 16 traficantes presos nesta terça-feira (28) durante a deflagração da Operação All In, havia um que, entre outros crimes, já foi condenado por sequestrar um avião no ano 2000. Apontado como líder desta organização criminosa, o ex-piloto Gerson Palermo, 59, foi preso pela PF pela quarta vez - agora, sob acusação de tráfico de drogas.

"A maior parte da cocaína era destinada para consumo no Estado de São Paulo, mas suspeitamos que pelo menos uma parte tinha como destino o exterior porque fizemos apreensão de cocaína desta quadrilha em uma cidade próxima a Santos e por causa da alta qualidade do produto", acrescenta.

Ainda no decorrer das investigações, a PF apreendeu 800 quilos de cocaína que estavam de posse de três membros da quadrilha. A droga entrava no Brasil em aeronaves que pousavam em aeroportos particulares em cidades sul-mato-grossenses, a exemplo de Corumbá.

Mais de 150 policiais federais cumpriram 25 mandados de busca e apreensão em 14 cidades do Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais.Dois membros da quadrilha ainda estão foragidos.

A Justiça Federal do Mato Grosso do Sul decretou ainda o sequestro de "de seis aeronaves, cinco imóveis, incluindo um aeródromo, bloqueio de numerários em 68 contas correntes e a apreensão de mais de 35 veículos adquiridos por meio de práticas criminosas".

De acordo com a assessoria de comunicação da PF, a operação foi batizada de All In, jogada típica do pôquer em que o jogador aposta todas as suas fichas em uma mão de cartas, "em alusão à forma impetuosa com que a organização criminosa desenvolve suas atividades, arriscando-se no transporte de grandes carregamentos de entorpecentes".
Fonte: Uol

Cresce número de pessoas que dirigem após consumir álcool, diz governo




Jornal O Estado de S. Paulo
Duas a cada dez pessoas ouvidas por estudo também admitiram ingerir bebidas em quantidade excessiva
Lígia Formenti, O Estado de S.Paulo
Foto: Leonardo Soares/Estadão

A associação entre álcool e direção voltou a aumentar no País
BRASÍLIA - Depois de um breve período de queda, a associação entre álcool e direção voltou a aumentar no País. Pesquisa feita por telefone pelo Ministério da Saúde em capitais brasileiras mostra que 12,9% dos homens e 2,5% das mulheres admitem dirigir depois de consumir bebidas alcoólicas. Em 2013, um ano depois da criação da Lei Seca, os índices entre o público masculino haviam caído para 9,4% e das mulheres, para 1,6%. "É preciso verificar se a tendência de aumento se confirma. Mas talvez o número possa indicar a necessidade de maior monitoramento da lei", afirmou a coordenadora geral de alimentação e nutrição Michele Lessa.

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, observou que o brasileiro está bebendo mais. Um estudo do sistema de vigilância do ministério, Vigitel, revela que, ano passado, duas em cada 10 pessoas entrevistadas admitiram a ingestão excessiva de bebida alcoólica. Para mulheres, isso significa o consumo de quatro doses ou mais de bebidas por vez. No caso de homens, o excesso é caracterizado pelo consumo de 5 doses ou mais. Em 2006, o consumo excessivo era indicado por 15,7% dos entrevistados.

O aumento ocorre em ambos os sexos. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, no entanto, chamou a atenção para a expansão do problema entre mulheres. Em 2006, 7,8% referiam consumo abusivo de bebida alcoólica. Esse porcentual agora é de 12,1%. "É um aumento de 50%. Não é desprezível. Mostra que as mulheres estão mais na cervejinha", disse Barros. Entre o público masculino, o consumo abusivo passou de 25% para 27,3%.

Barros afirmou ser necessário reforçar as campanhas de prevenção contra o que ele define como "vícios tolerados pela sociedade." "A gente precisa insistir nisso. A campanha contra o tabagismo foi muito eficiente ao longo do tempo, se reduziu muito o número de fumantes. A de álcool não", comparou.
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Psiquiatra dá 10 dicas para família conversar com jovem sobre álcool


 


Por Arthur Guerra de Andrade

1. Mantenha-se informado sobre o assunto
Para conversar a respeito das consequências do consumo do álcool é importante estar informado sobre os efeitos fisiológicos e psicológicos das bebidas alcoólicas. Estar ciente da ação do álcool no corpo é essencial para explicar que os efeitos dessa substância dependem de fatores como a quantidade de bebida ingerida, velocidade com que a pessoa bebe, gênero, idade, peso, entre outros fatores.

2. Fortaleça o vínculo
A melhor maneira de apoiar seus filhos é estar atento, ser carinhoso e demonstrar afeto. Promova atividades em família, como por exemplo, ver filmes, fazer as refeições juntos, praticar esportes, ir ao parque, etc. Conheça os assuntos que eles têm interesse, assim vocês terão assuntos em comum. Jovens que recebem apoio familiar têm uma propensão menor para desenvolver o hábito de consumir álcool. A supervisão adequada é chave para uma boa educação, principalmente no que se refere ao consumo de álcool. Somente lembre-se de confiar em seus filhos. Eles sentem que os pais estão presentes, mesmo quando não estão por perto.

3. Converse com seus filhos sobre álcool
As crianças pensam sobre as coisas muito mais cedo do que imaginamos. Crianças de 6 anos já sabem quais são os comportamentos socialmente aceitos quando o assunto é o consumo de álcool. Portanto nunca é cedo demais para começar a falar sobre este tema. Não tenha medo de conversar com seus filhos com clareza e com franqueza. Certifique-se de que todos estão sendo ouvidos e que as opiniões dos dois lados estão sendo respeitadas. Converse também sobre as consequências de beber no trabalho, na escola, enquanto pratica esportes ou dirige.

4. Informe sobre as consequências do uso de álcool
Ao conversar com seus filhos sobre álcool, é importante mencionar as consequências do consumo nocivo, para que ele possa evitar:
• Fazer coisas das quais se arrependerá mais tarde,
• Perder o autocontrole;
• Tornar-se violento com as pessoas com quem convive;
• Sofrer violência;
• Esquecer-se do que aconteceu;
• Causar acidentes de trânsito;
• Contrair doenças graves;
• Faltar às aulas e/ou emprego.

5. Observe o comportamento de seus filhos
Mesmo que você seja uma mãe ou pai atento, muitas vezes não é fácil saber se seu filho tem um problema relacionado ao uso de álcool, ou se é um problema de comportamento típico da puberdade. É importante estar atento a alguns sinais:
• oscilações bruscas de comportamento sem razão aparente;
• ficar durante muito tempo sozinho ou fechado no quarto;
• falta de assiduidade na escola, notas baixas;
• relutância em apresentar novos amigos aos pais;
• aparência desleixada, falta de envolvimento em atividades que sempre o interessaram;

Apesar destes comportamentos serem muitas vezes próprios da adolescência, é preciso estar atento, principalmente se são observados muitos ao mesmo tempo em um curto espaço de tempo, e de curso progressivo.
Há outros sinais que são mais críticos:
• encontrar álcool no quarto ou na mochila do seu filho;
• sentir cheiro de álcool proveniente da sua respiração;
• lapsos de memória, dificuldade de concentração;
• olhos vermelhos, falta de coordenação motora e/ou fala arrastada.

6. Conheça os amigos dos seus filhos
Conheça os amigos dos seus filhos e os pais deles. Procure sempre saber onde seus filhos estão e com quem, o que estão fazendo e como estão se comportando. Mesmo que seja muito ocupado, arranje tempo para falar com seus filhos e diga que estará disponível caso necessitem de alguma coisa. Você deve garantir abertura e confiança entre vocês. Seja o que for, não faça comentários de desaprovação em relação aos amigos dos seus filhos e não os julgue antes de conhecê-los. Encoraje seus filhos a sair com pessoas cujos pais partilham da sua opinião em relação ao consumo de álcool.

7. Ouça seus filhos
Esteja aberto para ouvir seus filhos. A opinião deles também é importante. Isso estreita a relação entre vocês e aumenta o ambiente de proteção. Se deseja que eles respeitem seu ponto de vista, também escute e reflita sobre os deles. Mesmo em situações em que as regras estabelecidas forem desrespeitadas, como, por exemplo, se seus filhos consumirem álcool, ouça o que eles têm a dizer sobre isso. Tente perceber o que se passou e qual foi o contexto. Talvez tenham sido pressionados pelo grupo de amigos. Aproveite a oportunidade para conversar sobre as consequências do álcool e possíveis prejuízos associados ao seu uso. Seja firme, mas amável.

8. Evite sermões e tom autoritário
Mesmo que você esteja zangado, tente manter a calma quando falar com seus filhos. Lembre-se que, se você for muito autoritário e controlador, poderá provocar rebeldia e comportamento agressivo, e a conversa pode ter um efeito negativo. Levantar o tom de voz não ajuda, e dificulta a comunicação entre vocês.

9. Estabeleça regras e limites
É aconselhável que os pais se posicionem de maneira clara e firme em relação ao assunto, além de estabelecerem regras específicas e as possíveis punições, caso sejam desrespeitadas. Explicar as razões da sua decisão é uma forma de ajudar o seu filho a desenvolver a própria capacidade de tomar decisões com base em informações.

10. Dê o exemplo
Crianças e adolescentes imitam o comportamento daqueles que amam e admiram, especialmente os pais. Nesse sentido, é correto afirmar que seus filhos poderão imitar seus hábitos no futuro e consumir bebidas alcoólicas da mesma forma que você. Por isso, se você beber, faça-o moderadamente. A sua atitude servirá de exemplo, por isso, tenha atitudes condizentes com o que você fala.
Fonte:CISA - Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool 

Consumir álcool em excesso pode trazer sequelas irreversíveis


 


Cuidado com o consumo excessivo de álcool, pois isso pode gerar danos irreversíveis ao organismo, que vão além da cirrose (foto: Pixabay)

As bebidas alcoólicas afetam não apenas o fígado, sabia?
por Da redação com assessorias

Seja no happy hour, seja na balada, a bebida alcoólica sempre costuma fazer parte da diversão de muita gente. Porém, é preciso estar ciente de que o consumo de álcool, especialmente em excesso, pode comprometer a saúde e trazer sequelas irreversíveis. Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, no ano passado, revelou que 52% dos brasileiros beberam pelo menos uma vez em 2016.

Como se sabe, o hábito de consumo de bebidas alcoólicas está muito ligado à questão social e guarda relação com a cultura do meio no qual cada indivíduo se encontra inserido. Beber pouco, moderadamente ou ser abstêmio depende ainda de características intrínsecas pertinentes à genética e aos hábitos adquiridos, como mostra o médico Pedro Oliveira, da ePharma.

Segundo o especialista, a ingestão de álcool traz um agravante adicional nos dias quentes. "O calor provoca intensa desidratação e a presença de significativos teores de álcool na corrente sanguínea impacta exponencialmente nos órgãos vitais: cérebro; fígado e rins com progressiva degeneração nestes órgãos, com destaque para o fígado, no qual tais efeitos podem, inclusive, desencadear o câncer", afirma o médico.

A cirrose hepática costuma ser associada, há tempos, ao último estágio do uso contínuo de bebidas alcoólicas. Mas, outras moléstias, com menor evidência, também podem comprometer a saúde física e mental dos usuários de bebidas.

Conforme Pedro Oliveira, o alcoolismo agudo tem sido apontado como a principal causa urbana de mortes e lesões por acidente. "A associação do uso de bebida alcoólica com a baixa ingestão alimentar potencializa as manifestações orgânicas imediatas e tardias e se agrava no tempo de calor. Portanto, beba com moderação", recomenda o especialista, fazendo referência à campanha do Ministério da Saúde, que é obrigatória em propagandas de bebidas alcoólicas.
Fonte: Revista Encontro

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Os riscos da catuaba, a bebida da moda


 


Por Redação Click Guarulhos
A Catuaba, bebida que mistura vinho, maçã e álcool com extratos de marapuama, guaraná e catuaba, “que antes era consumida mais em botecos, por um público mais velho e menos abastado, agora virou modinha – “catulovers” chamam-na de ´cool`, chamam-na de ´cult`, chamam-na de ´querida`, chamam-na de ´meu amor`”, informa o jornal Estadão.

Os atrativos são o preço baixo (média de R$ 12,00, mas nos diversos blocos proliferou a R$ 30,00 em média), o sabor (doce, mas com leve amargor) e a lenda de que seria um “estimulante sexual” (devido à presença do guaraná, da catuaba e da marapuama, o “Viagra da Amazônia”). E o fato de que virou moda, virou ´cult` entre a juventude, em especial entre as meninas.

Porém, o que não se propagandeia muito, é que a Catuaba, por ser bebida alcoólica, é potente substância psicoativa e, portanto, age como estimulante no sistema nervoso central, altera raciocínio e o comportamento de seus bebedores. O teor alcoólico da bebida é considerado muito alto: 14%, nas marcas originais, vendidas legalmente, pois não se pode saber quanto de álcool contém as versões “alternativas”, as falsificações já em circulação.

O fato de ser bebida barata e tristemente “cultuada” (tá na moda!) pode levar a várias situações de risco: uso abusivo ou excessivo (é muito acessível e, por isso, fácil de encontrar e consumir), iniciação ao uso de álcool (para autoafirmação, o jovem quer “estar na moda”, não quer “ficar por fora”) e porta de entrada para outras bebidas e/ou outras drogas (baladas e raves, e agora os blocos carnavalescos, sabidamente são ambientes altamente visados pelo tráfico de drogas ilícitas e pelo comércio de drogas lícitas).

Há, ainda, o risco de aquisição e ingestão de bebidas falsificadas, como já se tem notícias de vinhos “artesanais” ou “caseiros” e falsificação por quadrilhas especializadas de destilados, como vodca e uísque. Uma bebida com 14% de álcool já é potencialmente nociva. Imagine-se a bebida falsificada, em que o teor alcoólico é muito mais elevado, além de outros ingredientes desconhecidos.

Além do mais, como toda bebida alcoólica, mas, em especial, as de alto teor alcoólico, a Catuaba pode levar à dependência química do álcool (cientificamente comprovado, ao menos 10% das pessoas que ingerem bebidas alcoólicas desenvolvem a dependência química do álcool, mas não é possível definir quem pode fazer parte desses 10%, pois não há grupos de riscos para esta doença: todos e qualquer um são potencialmente sujeitos à dependência).

É preciso informar e esclarecer todos os públicos, em especial os mais jovens e, entre esses, as mulheres (estudos científicos apontam cada vez maior incidência de mulheres jovens entre consumidores de bebidas alcoólicas) sobre os riscos, perigos e consequências do consumo de álcool, em especial sobre esta bebida, a Catuaba, tristemente eleita como “a bebida da moda”.

Afinal, “a melhor forma de curar o vício é no início”, como cantam os Titãs na canção “A Melhor Forma”.

*Sérgio Scatolin, é professor de ensino fundamental, médio e universitário e agente de pastoral na Pastoral da Sobriedade na Diocese de Guarulhos, que atua na prevenção e recuperação de quaisquer tipos de dependências e no apoio a dependentes e co-dependentes (familiares e amigos de dependentes).

REFERÊNCIAS:
O Estado de S. Paulo (Estadão). ´Os Catulovers`: bebida sensação tem legião de fãs. Disponível em
http://bit.ly/2mTawK8
OBID – Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas e SENAD – Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. Drogas de A a Z, Alcoolismo. Disponível em http://bit.ly/2mSmWoO
CISA – Centro de Informações sobre Saúde e Álcool. Aumenta o consumo de álcool entre as mulheres.
http://bit.ly/2lSWwy5