sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Drogas são as responsáveis pela maioria das mortes em Nova Serrana

Drogas são as responsáveis pela maioria das mortes em Nova Serrana                                                                                                

G1
De janeiro ao começo de julho deste ano 19 pessoas foram assassinadas.
A maior parte dos crimes foi cometido por pessoas de outras cidades.

O mais recente relatório da Delegacia da Polícia Civil sobre o número de homicídios em Nova Serrana mostra que de janeiro até o dia 15 de julho deste ano 19 pessoas foram assassinadas na cidade. Desse total de mortes, a maioria das vítimas tinha envolvimento com drogas, segundo a delegada Elenita Batista Lopes. “Adolescentes e jovens são assassinados diariamente e as informações repassadas à polícia por familiares, vizinhos e outras testemunhas são de que tinham envolvimento com droga”, afirmou.

A delegada disse, ainda, que o alto índice de criminadade em Nova Serrana pode estar ligado ao grande número de migrantes na cidade, já que milhares de pessoas saem anualmente de regiões pobres como o Norte do estado e o Nordeste do país, em busca de oportunidades de trabalho no setor calçadista, que conta hoje com mais de 380 empresas no ramo, segundo o Sindicato Intermunicipal da Indústria do Calçado de Nova Serrana (Sindinova). “O índice de violência está atrelado a esse fluxo de migrantes, pois muitas vezes vêm sozinhos para trabalhar e constatamos que ao perder o vínculo familiar e frequentar grupos da cidade, acabam se tornando vulneráveis e, infelizmente, muitos de fato acabaram se envolvendo no mundo do crime”, disse.

A socióloga Batistina Corgozinho concordou com a opinião da delegada e afirmou que essa população flutuante no município acarreta um problema de planejamento do município em áreas como a segurança, por exemplo. "Além de não terem vínculos familiares, essas pessoas saem de uma situação de muita pobreza e de um ambiente social marcado por muita violência. E às vezes trazem consigo essas questões, que acabam sendo culturais e se envolvem com o crime, que dá uma vida fácil. Além disso, como são muitos migrantes, traçar paralelos e planejar ações, se torna uma tarefa difícil, pois não se sabe a real população da cidade, é preciso números para se planejar", refletiu.

“Com certeza é difícil fazer planejamentos, inclusive de segurança. Não sabemos com que população estamos lidando", reforçou a delegada.

Maioria de presos não são de Nova Serrana

De acordo com o diretor geral do Presídio de Nova Serrana, Gilmar Oliveira, na cidade há 179 presos, mais de 100 são de outras cidades. "Com certeza a maioria deles é de fora, são migrantes. A segurança de Nova Serrana é um desafio para as autoridas em geral, com certeza o assunto é preciso ser tratado com atenção", afirmou.

No mês passado, o chefe da Polícia Civil no estado, Cylton Brandão, afirmou durante uma reunião da Cúpula da Defesa Social, que um dos maiores problemas, que acarretam crimes contra a vida é o envolvimento dos jovens com o tráfico de drogas. A reunião foi realizada para discutir estratégias para combater a criminalidade na região. Nessa ocasião ele ressaltou que órgãos de inteligência da Polícia Civil já estão trabalhando com estratégias de combate ao crime. “Temos ação e planejamento para o combate mais eficaz ao tráfico de drogas. É um trabalho que já está sendo desenvolvido pela Polícia Civil, principalmente pelos órgãos de inteligência”. afirmou.

Ainda durante o encontro, o Secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo Ferraz, anunciou novidades para o Centro-Oeste. “De imediato temos condição de implantar o Batalhão. No ano que vem os efetivos da Polícia Civil serão suficientes para a implantação da Delegacia Regional. Uma outra medida importante para Nova Serrana é a implantação do Presídio”, afirmou.

O secretário de comunicação do município, Lázaro Camilo, comentou sobre a importância do Batalhão no município. "Com a implantação do Batalhão aqui na cidade, acredito que a tendência será melhorar, com certeza, esse alto índice de violência. Teremos um contingente melhor, mais militares nas ruas e isso desestimula a ação de criminosos”, ressaltou.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

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