Autorretrato da Angústia
Sabe
aqueles dias em que a angústia nos invade o coração, arrebatando para longe de
nós aquele apaziguamento interno que nos proporciona harmonia? Pois bem; é
nesta situação que nos deparamos com a ausência de sentido para a vida; dá-se
vazão as lamúrias, questiona-se a existência de Deus e até mesmo se vale a pena
prosseguir. Tudo isso, por não sabermos
lidar bem com as incertezas, as dores e as escolhas.
Certamente nossos amigos da
psicologia, em especial os da psicanálise, olhariam para
a situação e, empreenderiam seus esforços na tentativa de identificar o
material recalcado que estaria emergindo e ocasionando o sentimento de
angústia, e dali Freud!
No
campo filosófico os existencialistas de plantão, nos indicariam um encontro com
Kierkegaard, para o qual “ o
homem existente se prova na inquietação e na angústia. E ainda, que o homem é
livre, em sua vida para optar e escolher. No entanto, não há opção sem angústia
e toda escolha é uma salto no escuro....”
É
fato que todos nós seres humanos, em algum momento, vivenciamos uma profunda
angústia, seja diante de perdas ou frustrações, injustiças e situações de
desrespeito a dignidade da pessoa humana, da fome e da guerra, da indiferença
ou da morte. Recorramos às sábias palavras do Beato João Paulo II: “Contra
toda desesperança, à esperança”.
Haverá
sempre uma luz no fundo do túnel! A dor da angústia que invade a alma, é como o
céu carregado de nuvens escuras prontas para desabar, a chuva cai e o céu
clareia dando lugar ao brilho do sol, a dor da angústia se desfaz na lágrima
que corre abrindo espaço para a alegria e a paz. Resistirá a força da angústia
que atua sobre a alma humana frente à dinâmica renovadora e transformadora da vida...?
Pe
Otair Cardoso da Cruz
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