Polícia Federal analisa perfil da droga para combater tráfico
A Polícia Federal, por intermédio do Instituto Nacional de Criminalística (INC), em Brasília, desenvolve um programa institucional de análise do perfil químico de drogas, em especial a cocaína. Trata-se do projeto PeQui, que começou em 2009. Segundo o perito criminal federal Élvio Dias Botelho, do Serviço de Perícias de Laboratório e de Balística do INC, a investigação da composição química das drogas pode fornecer informações importantes aos órgãos de segurança pública.
Como exemplo, cita a origem geográfica da droga, se diferentes apreensões podem estar relacionadas, o método usado para processar a droga e os reagentes químicos usados no refino. O trabalho ajuda ainda a identificar produtos que estão sendo usados para diluir ou adulterar a droga e possíveis rotas de tráfico.
Segundo Botelho, o perfil químico de drogas, somado às informações tradicionais de investigação, direcionam em quais regiões os órgãos de segurança têm de concentrar seu combate ao narcotráfico. Sobre a comparação de amostras, destaca, pode-se correlacionar amostras apreendidas com traficantes ou locais e momentos diferentes. “As apreensões podem ser ligadas como sendo de um mesmo distribuidor ou de um mesmo lote de produção e refino, embasando a investigação”, afirma.
No caso da avaliação dos reagentes, o objetivo é identificar substâncias no refino para o monitoramento de produtos usados na preparação das drogas, subsidiando até órgãos de controle de produtos químicos no país para reforçar ou direcionar o controle mais restrito de insumos.
Quanto à determinação de adulterantes com efeitos toxicológicos, Botelho lembra que muitas impurezas encontradas nas drogas têm efeitos sérios na saúde humana. “A caracterização é importante para que os órgãos de vigilância sanitária e hospitais tomem medidas que minimizem os efeitos dessas substâncias em usuários”, diz.
Autor:
OBID Fonte: Correio do Povo
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