Qual o lugar que você ocupa dentro de um grupo?
Há algum tempo atrás,escrevi um artigo intitulado “Todo ponto de vista é visto de um ponto”. Nele descrevi alguns comportamentos passíveis de observação nas relações interpessoais e a implicância dos mesmos para uma relação social ou comunitária saudável.
Na reflexão de hoje, gostaria de resgatar essa linha de pensamento e apontaratitudes pouco produtivas para a harmonia de um grupo. Considerarei nesta dissertaçãoas constatações obtidas no trabalho comde dependentes químicos em tratamento.
Uma das primeiras caraterísticas de notável expressão dentro deste grupoé a “eleição” de um “mestre”, um líder. O líder é destacado pelo grupo em razão de sua esperteza, pela fala fácil e sedutora. Aos olhos dos colegas ele é um sujeito que merece credibilidade e por isso, consegue arrebatar muitos adeptos em favor de suas causas. Quase sempre é um sujeito vaidoso, erico em expressões cénicas com rompante ou sagacidade de um bom orador.
Neste mesmo prisma de “eleição” verificamos outra tendência grupal de profunda impiedade. Do mesmo modo que se destaca um mestre, também se escolhe“o cordeiro a ser imolado”. É ele o depósito das mazelas e das misérias humanas do grupo, será chacoteado, rotulado e apelidado, por problemas físicos ou de outras ordens. Essa figura normalmente não goza do prestígio e daproteção do líder e por isso é colocado em diversas situações de constrangimento público. Uma característica marcante desse perfil e o gosto pelo status de vítima.
Há também aqueles indivíduos que são indiferentes a essa realidade vivida pelo grupo. Eles observam os fatos, formam suas opiniões, mas se acovardam no momento que são chamados a se posicionar. Dentro do grupo circulam entre os vitimados e os líderes, para não serem compreendidos como traidores ou insensíveis, e por isso apenas observam a banda passar...
Continua...
Padre Otair Cardoso
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